Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
terça-feira, 19 de janeiro de 2016
Do prazer de percorrer estantes de bibliotecas, em acesso especial...
Em lugar de apenas "buscar" livros indiretamente, eu sempre busquei percorrer pessoalmente as estantes das bibliotecas que frequentei, o que sempre faço quando consigo "corromper" os guardiões -- geralmente bibliotecárias -- dessas instituições, para me deixarem percorrer as estantes diretamente, em lugar de ficar restrito às fichas dos livros, atualmente em formato eletrônico.
Descobri uma obra, que um dos primeiros ministros da Bélgica no Rio de Janeiro (provavelmente Encarregado de Negócios, e não ministro plenipotenciário) escreveu sobre Le Budget du Brésil, dois grossos volumes publicados no final dos anos 1840, e que ele presenteou ao historiaador e diplomata brasileiro Varnhagen em Madri, em 1852, devidamente dedicacé e que o brasileiro nunca abriu, pois ainda tive de cortar aquelas páginas dobradas que eram o modo de impressão dos antigos livros em brochura.
O futuro Visconde de Porto Seguro não leu o livro, o que me deu um duplo prazer: abrir pela primeira vez um livro de biblioteca, jamais retirado em 150 anos, e descobrir um estudo sobre o orçamento brasileiro que ainda hoje guarda sua total validade.
Apreciando a feitura dos orçamentos nacionais, o ministro belga dizia que, em geral, os países procedem da seguinte maneira: primeiro se estimam as receitas e depois se fixam as despesas.
Au Brésil c'est le contraire, dizia ele: primeiro o governo fixa as despesas e depois vai buscar as receitas.
Até hoje a regra é essa...
Pois é, nada como ler livros antigos para descobrir coisas absolutamente "novas"...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 19 de janeiro de 2016
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