Um balanço ainda incompleto, mas já objeto de preocupações em ditaduras.
Paulo Roberto de Almeida
Balanço de um ano pleno de
realizações: 2015
Paulo Roberto de Almeida
Primeiro trabalho de 2016
Este é meu primeiro texto
de 2016, escrito na madrugada do dia 3 de janeiro, quando já estou engajado
numa outra tarefa que me foi de certa forma solicitada por um amigo
brasilianista, que pretende fazer um trabalho sobre o que já se convencionou
chamar de “a queda do Brasil” (que foi matéria de capa da Economist, em sua primeira edição do ano). Tomo por base deste
balanço e avaliação qualitativa do ano que acaba de se encerrar um texto de
caráter similar (e de n. 2457) que eu havia feito no dia 31 de dezembro 2012,
às vésperas de partir para os Estados Unidos, onde iria servir no Consulado
Geral do Brasil em Hartford. Cheguei ao posto em 23 de janeiro de 2013, e dele
me despedi em 30 de outubro de 2015, com quase três anos completos, portanto,
de permanência no país. Foram três anos muito proveitosos, como terei a ocasião
de explicar aqui, com uma avaliação mais voltada para o ano que findou três
dias atrás.
Minha intenção é a de tecer
considerações livres sobre o que eu consegui fazer nesses três anos, com ênfase
em 2015, mas também alinhar algumas tarefas pendentes que continuam no meu
pipeline de trabalhos futuros, ou seja, coisas (textos, livros, pesquisas) que
eu ainda pretendo fazer durante o ano que se inicia, ou nos anos à frente, pois
certamente sempre terei coisas para fazer até que me faltem forças para
empreender tarefas planejadas. Cheguei aos EUA com minha lista de originais
aberta para o número 2458; encerrei minha estada naquele país sob o número
2.890, feito em Hartford em 19 de outubro, pouco antes de embalar meus
pertences para a mudança. Ainda fiz diversos outros trabalhos entre Anápolis e
Brasília, nos meses de novembro e dezembro, até o dia 31/12. estendendo minha
lista de trabalhos até o número 2.912, exatamente as minhas “previsões
imprevidentes para 2016”, o que representa, portanto, um total de 454 trabalhos
completos.
O que isso representa,
como média aparente e como produtividade? Digo média aparente pois são
inevitáveis algumas repetições, como livros compilados a partir de trabalhos
anteriores, mas também tenho muitos outros trabalhos que não foram terminados e
que, portanto, não receberam número, permanecendo em alguma pasta de projetos
ou de working files. Fazendo uma
simples média aritmética, esse total perfaz cerca de 150 trabalhos por ano, ou
12 trabalhos por mês, ou 0,42 trabalhos por dia. Parece ridículo alinhar essas
médias enganadoras, mas se pensarmos no número de páginas escritas ou revistas,
de alguma forma (caso dos livros-compilações de trabalhos anteriores, o que de
toda forma obrigou a uma leitura e correção linha por linha), pode-se chegar a
número ainda mais impressionantes do que esses. Vejamos, então.
Em 2013, “só” consegui
fazer 93 trabalhos, ou seja, 7,66 trabalhos por mês, ou um trabalho completo a
cada 4 dias (não estão contabilizados trabalhos incompletos ou em curso de
redação); foram 831 páginas no total (sem a duplicação do livro Prata da Casa),
ou 69 páginas por mês, ou 2,3 páginas por dia (sem contar as páginas de
trabalhos inconclusos); cada trabalho teve, em média, 9 páginas, mas a variação
entre eles foi muito grande.
Já em 2014, foram 190
trabalhos contabilizados, com 2.641 páginas no total, com alguma repetição
nesse ano, ou de recuperação de anos anteriores, por incorporação de artigos já
escritos anteriormente, a livros, que de toda forma implicaram em revisão
página por página, linha por linha, ou seja, correções; esse total representou 7
páginas por dia, o que é propriamente impressionante, mas registro sempre que
produzi diversas compilações e mesmo contando como simples revisão, isso
aumenta, de modo artificial, o volume total produzido.
Em 2015, finalmente, foram
171 trabalhos, ou seja, 14,25 trabalhos por mês, ou um trabalho completo a cada
2 dias (não estão contabilizados trabalhos incompletos ou em curso de redação);
em termos de escrita, esses trabalhos “ocuparam” 2.819 páginas no total, ou 235
páginas por mês, ou 7,7 páginas por dia (sem contar as páginas de trabalhos
inconclusos, mas precisando descontar as muitas compilações de livros, que
retomaram algumas centenas de páginas já escritas e contabilizadas
anteriormente); cada trabalho teve, em média, 16,4 páginas, mas a variação
entre eles, como sempre, foi muito grande.
No total, a produção
acumulada nos últimos três anos totalizou 6.291 páginas, ou 174,75 páginas por
mês, ou 5,74 páginas por dia, o que parece doentio, ou seria patológico. Mais
uma vez, volto a enfatizar o papel distorcivo representado pelos trabalhos
anteriormente feitos compilados em livros (já falo deles), mas que, como também
já disse, representam um trabalho de revisão. Dando um “desconto”, por esse
fato, digamos que essas “repetições” representam um terço do total. Com isso
teríamos “apenas” 303 trabalhos completos, ou cerca de 100 por ano, num total
mais realista de 4.200 páginas aproximadamente, ou seja, 116 páginas por mês,
ou 3,8 páginas por dia. Acredito que se trata agora de um número mais razoável
de “escrevinhação”, o que indica que, de toda forma, estou sempre escrevendo
algumas páginas todos os dias.
Isso deve ser considerado
no estrito limite dos trabalhos completos, numerados e listados
cronologicamente. Não estou considerando neste total as dezenas, centenas, talvez
milhares de linhas que escrevi ao longo desse período em mensagens pessoais a
correspondentes, ou mais importante ainda, todas as “introduções” – ou seja,
meus comentários toda vez que eu postava alguma coisa no blog (geralmente
matéria da imprensa, ou trabalhos lidos na internet, com argumentos
explicativos, de concordância ou refutação a cada uma dessas postagens). O
trabalho no blog Diplomatizzando, que
merece uma contabilidade à parte, se tornou bem mais exigente à medida em que
mais e mais pessoas começaram a seguir e a comentar o que eu escrevia ou
argumentava em relação a matérias de terceiros.
O blog Diplomatizzando, como já escrevi no meu
balanço do final de 2012, representa uma espécie de divertimento intelectual,
mas pode ser também considerado como uma maneira prática de não deixar passar
uma infinidade de textos relevantes que de outra forma se perderiam no tsunami
de informações com as quais entramos em contato de uma forma ou de outra
durante uma única jornada de 24 horas (hélas, insuficientes para tudo o que
gostaria de ler e escrever). Meu site pessoal, por outro lado, o www.pralmeida.org, ficou por isso mesmo um
pouco abandonado, por absoluta falta de tempo, mas também por que fazem vários
anos que pretendo reformulá-lo totalmente, e ainda não encontrei (também não
procurei) uma alma generosa e atenta que verifique comigo tudo o que é
necessário fazer para aperfeiçoar esse site, com vistas a torna-lo visualmente
bonito e mas também funcionalmente operacional e mais prático; espero poder
fazer essa “reforma” nos próximos doze meses, para permitir uma revisão mais
radical, a reorganização completa de meus trabalhos livremente disponível num
formato que facilite a busca e a leitura pelos interessados (geralmente jovens
estudantes universitários à procura de um pouco de subsídios para o inevitável
“copy and paste” da educação atual). Esse site vai me dar pouco de trabalho
para alimentá-lo continuamente com trabalhos antigos, recentes e futuros,
tornando-o tão vibrante como espero que seja o blog atualmente.
Vejamos agora o que, de
tudo isso saiu publicado nesses três anos, em especial o de 2015. Algumas
coisas não foram produzidas nesses três últimos anos, ou seja, se tratou de
trabalhos escritos anteriormente, eventualmente já publicados em revistas, e
que mereceram incorporação a um livro impresso ou digital. Em 2013, minha lista
de publicados avançou do n. 1.087 ao n. 1.118bis (ou seja, um trabalho
publicado de que só tomei conhecimento posteriormente, e não quis mexer na
lista global de publicados), o que perfaz um total de 33 trabalhos publicados
(com cerca de 896 páginas no total). Em 2014, foram 40 os publicados (mas nem
todos escritos nesse ano, como afirmei), incluídos nesse total 5 livros digitais
(minha própria edição), um em Kindle e um por via de editora comercial, ou seja
impresso (Nunca Antes na Diplomacia...,
para ser mais preciso). Como capítulos de livros escritos, eles foram poucos,
apenas 3, sendo um em Kindle, em inglês. Mas, por outro lado, tive mais de cem
textos inéditos publicados no blog, sem uma contabilidade considerada em bases
uniformes.
Em 2015, finalmente, foram
48 trabalhos publicados, ou seja, 4 por mês, ou um trabalho a cada semana (o
que não está de todo mau). No total dos três anos, foram 121 trabalhos
publicados, ou 3,3 por mês. Creio que em termos de estatísticas chega, pois
números demais acabam cansando. Em termos de livros publicados, faço aqui a
lista dos três últimos anos, na numeração cumulativa e na ordem cronológica
inversa:
29)
Die brasilianische Diplomatie aus historischer Sicht: Essays über die
Auslandsbeziehungen und Außenpolitik Brasiliens (Saarbrücken: Akademiker Verlag, 2015, 204 p.;
Übersetzung aus dem Portugiesischen ins Deutsche: Ulrich Dressel; ISBN: 978-3-639-86648-3).
24) Codex Diplomaticus
Brasiliensis: livros de diplomatas brasileiros (Amazon Digital Services:
Kindle edition, 2014, 326 p.; ASIN: B00P6261X2; link: http://www.amazon.com/dp/B00P6261X2).
23) Polindo a Prata da Casa:
mini-resenhas de livros de diplomatas (Amazon Digital Services: Kindle
edition, 2014, 151 p., 484 KB; ASIN:
B00OL05KYG; link: http://www.amazon.com/dp/B00OL05KYG).
21) Nunca Antes na Diplomacia...:
A política externa brasileira em tempos não convencionais (Curitiba:
Appris, 2014, 289 p.; ISBN: 978-85-8192-429-8).
20) O Príncipe, revisitado: Maquiavel para os
contemporâneos (Kindle edition; 2013; ASIN: B00F2AC146).
Quanto aos capítulos
oferecidos a livros coletivos, eles também foram em número significativo, vários
deles importantes, mas sobre isso conversaremos em ocasião mais oportuna. Por
enquanto interrompo aqui este balanço que ainda está longe de ser completo.
Depois retomamos a avaliação
qualitativa.
Paulo
Roberto de Almeida
Brasília,
3 de janeiro de 2016
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