Nota PRA: Suprema ironia: o patético chanceler, inimigo imortal da ditadura chavista, recebe uma lição do seu contraparte venezuelano. Permito-me reproduzir o que disse o chanceler chavista, que já tinha lido no ano passado, mas que é sempre um prazer reler, pois ele se dirige a nós, diplomatas profissionais:
"Sei que você estão em resistência, que tem vergonha das posições de seu chanceler. Mas, tranquilos. Isso é temporal e que, no final, nenhum governo, nenhum chanceler pode derrotar a excelência do que representa o Itamaraty. No final, esses anos serão apenas uma má lembrança e nada mais”. (Jorge Arreaza, chanceler da Venezuela)
32) Tecito de Moringa (Semana 32)
Você se lembra, amigo leitor, quando nosso asno-in-chief gritava sobre os perigos da venezualização (SIC) do Brasil? Você se lembra quando nosso execrável chanceler dizia que nos salvaria do comunismo internacional e, também, quando louvou as belezas de sermos párias? Pois é… Parece, contudo, que viramos mesmo párias, uma Venezuela da direita, sem nenhuma qualificação técnica em seus quadros.
Longe de mim vir defender o regime Maduro, mas é preciso notar que seu alto escalão diplomático é, no mínimo, muito mais qualificado que nosso Beato Salu. Durante a reunião virtual extraordinária de ministros da Organização de Estados Ibero-Americanos, Salu nos envergonhou mais uma vez ao utilizar TODA a sua intervenção para tecer acusações ao governo venezuelano e a um suposto complô globalista. Foi isso o que Salu disse? Não sei ao certo, pois é difícil entender o que ele diz... Por alguma razão, meus ouvidos bloqueiam a voz de Ernesto. Autopreservação, talvez?
Não convém entrar em detalhes de conteúdo, debruçar-me-ei, sim, sobre a forma. Independentemente do que tenha dito em detalhes, Salu foi TÃO inábil que acabou por tomar uma ensaboada moralista de Jorge Arreaza, pasmem, o Chanceler Venezuelano. Arreaza, do qual discordo, mas reconheço ser um exímio diplomata, abrandou as saraivadas de disparates desconexos que seu governo recebeu com bofetadas de pelica.
Lembrou que nosso excelentíssimo se orgulha de dizer que o erro da ditadura militar brasileira foi torturar e, não, matar, bem como rememorou que Salú era o porta-voz de um governante que disse ser incapaz de amar um filho homossexual. Por fim, arrematou com a seguinte pérola:
"Queria recomendar ao chanceler do Brasil uma receita. O comandante Fidel Castro estudou muito a moringa, uma planta extraordinária, com propriedades curativas e também tranquilizante", disse. "Eu quero recomendar um chá de moringa, com um pouco de valeriana. Já vai ver como se abre o espaço para a tolerância ideológica, para que possamos inclusive debater", disse. "Podemos inclusive debater eu e o senhor, sozinhos. Eu desafio. Moringa, nos sentamos, falamos de democracia, direitos humanos, da Amazônia, de mudanças climáticas, de geopolítica”.
Com essa pérola diplomática, Arreaza bateu mais um prego na tampa do caixão da supostamente “nova” política externa ernestiana. Rebaixou, com bom humor, o Brasil de Bolsonaro à merecida insignificância mundial e histórica. Por fim, foi além do tecito de moringa e mandou uma mensagem para nós, diplomatas brasileiros, que deixo registrada aqui… Quiçá como palavras de esperança…
"Sei que você estão em resistência, que tem vergonha das posições de seu chanceler. Mas, tranquilos. Isso é temporal e que, no final, nenhum governo, nenhum chanceler pode derrotar a excelência do que representa o Itamaraty. No final, esses anos serão apenas uma má lembrança e nada mais”.
Para que não sejamos mais admoestados pela Venezuela, reajam.
Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN
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