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sexta-feira, 19 de março de 2021

Usurpando a condição de "escritor"? Não por minha decisão ou indicação – Paulo Roberto de Almeida

 Tenho reparado que, em diversos anúncios relativos a eventos dos quais tenho participado, sempre a convite de seus promotores, não por autoconvite meu, tenho sido apresentado, entre a condição profissional e a atividade de professor, como "escritor", assim mesmo, sem que eu jamais tenha usado esse substantivo para me descrever.

Ao contrário, tenho feito questão, quando me perguntam sobre como devo ser apresentado, de expressar o seguinte: 

"As fórmulas mais sintéticas são as as melhores: 

PRA, diplomata de carreira, professor universitário. Bastaria isso."

De fato, neste exemplo mais recente, recebi em resposta esta confirmação:

Está ótimo! Colocarei na forma sintética: Cientista Social, Diplomata de carreira, professor do Centro Universitário de Brasília.

E, no entanto, acabou aparecendo isto: 


Se eu tivesse que me aproximar um pouco mais do conceito, eu preferiria que ficasse registrado que eu sou um "escrevinhador", simples assim. 
Com efeito, o escritor é aquele indivíduo dedicado às artes da escrita, o que nunca foi o meu caso. Escrevo o estrito necessário para expressar o meu pensamento, minhas opiniões, sem ligar minimamente para a audiência, para regras de estilo, e até violando algumas boas normas da palavra escrita, da língua elegante, como querem alguns. 
Sempre fui um admirador do Millor Fernandes, que se chamava a si mesmo, por derrisão, de Vão Gogo (em sua condição de desenhista de humor), mas que também se classificava como um " escritor sem estilo". É isso que sou. E também sigo uma outra máxima dele: se alguma palavra não existe, mas você tem necessidade dela, invente-a, use-a, que algum dia ela estará no dicionário. Pimba!
Mas essa coisa de chamar-me de "escritor", o que me deixa um pouco enxabido – como ficava o lobisomem do Coronel e o Lobisomem, de José Cândido de Carvalho –, fez-me lembrar de uma antiga leitura de um texto de George Orwell, que era sim um escritor, e que havia composto uma crônica tentando responder à razão de ser de seu ofício, como relatado abaixo.
Sobre essa pequeno texto dele, acabei escrevendo duas pequenas notas, nas quais expresso minha motivação no ofício da escrita, sem que eu jamais tivesse me colocado como um verdadeiro escritor.
Nem me lembro mais do que escrevi quase sete anos atrás, nem vou buscar agora o que está ali. 
Quem tiver curiosidade, pode clicar num dos links e as notas aparecerão. 
Quem escreve, se expõe a críticas, sendo escritor ou um mero escrevinhador.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 19 de março de 2021

2614. “Por que escrevo? (1)”, Hartford, 6 Junho 2014, 6 p. Ensaio inspirado no artigo de título similar “Why I write”, de George Orwell, in: A Collection of Essays (New York: Harbrace Paperbound Library, 1953; p. 309-316). Divulgado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/06/por-que-escrevo-1-paulo-roberto-de.html). Reproduzido novamente no Diplomatizzando em 2/01/2016 (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/01/por-que-escrevo-1-retomando-minhas.html).

2615. “Por que escrevo? (2)”, Hartford, 7 Junho 2014, 7 p. Ensaio inspirado no artigo de título similar “Why I write”, de George Orwell, in: A Collection of Essays (New York: Harbrace Paperbound Library, 1953; p. 309-316). Divulgado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/06/por-que-escrevo-2-paulo-roberto-de.html). Reproduzido novamente no Diplomatizzando em 2/01/2016 (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/01/por-que-escrevo-2-detalhando-as-razoes.html).


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