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quinta-feira, 18 de março de 2021

O Brasil à deriva: o que a falta de estadista pode fazer de mal ao país - Robson Sávio Reis Souza e Paulo Roberto de Almeida

 Tudo o que escreve o Robson Sávio Reis Souza pode até ser certo: Bolsonaro parece ou pode ter realmente essa intenção, a de dar um golpe. Mas o fato é que não conseguirá: as FFAA não consentirão com isso, não darão o golpe e impedirão quem o tente fazer. Não só as FFAA: o STF e o Congresso também.

A única coisa que Bolsonaro fará será tentar criar confusão, esperando prevalecer no caos que ele mesmo vai tentar criar. Acabaria preso, mas não conseguirá chegar até onde pretende, que é pressionar as FFAA com PMs e milicianos armados. Será barrado antes disso.

Mas o fato é que necessitamos de estadistas no Congresso, nas instituições de Estado, entre as FFAA e entre as elites, que conseguissem se entender entre eles, o que reconheço é muito difícil, por falta de material humano de qualidade para tal tarefa. E por falta de visão, também, entre eles, sobre a gravidade do momento em que vive o Brasil, com a ausência completa dessa coisa que se chama de governo. 

Vai ser difícil, eu sei, mas a alta cúpula das FFAA ajudaria se, os três comandantes militares, mais o ministro da Defesa, resolvessem emitir um comunicado diferente neste 31 de março, dando o assunto por encerrado, enterrando o passado, e convidando todas as forças responsáveis do país— entre as quais não se encontra o atual presidente— a olhar os desafios do presente para construir um novo futuro para o país.

Estou pedindo muito?

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 18/03/2021


Dez sinais de que Bolsonaro prepara uma ditadura no Brasil

17.02.2021 - Brasil Diálogos do Sul

Dez sinais de que Bolsonaro prepara uma ditadura no Brasil
Crédito da imagem: Creative Common

Por Robson Sávio Reis Souza*

1. Incentivo ao armamento da população para formação de milícias civis, sendo que o armamento da população favorece a articulação das milícias militares com civis, formando grupos paramilitares.

2. Instrumentalização das Forças Armadas e instituições policiais, através de privilégios concedidos discricionariamente a essas categorias, formando um exército fidelizado a ele e não à Constituição.

2.1. Militarização do governo, em parceria com setores reacionários das Forças Armadas, com milhares de militares mobilizados e à sua disposição, das mais altas às baixas patentes.

3. Aliança com os lobbys econômicos que atuam no Congresso para a manutenção de uma base parlamentar fidelizada na precedência dos interesses privados e corporativos, à base do “é dando que se recebe”.

4. Favorecimento de grupos econômicos dispostos à pilhagem do patrimônio nacional (rentistas, garimpeiros, madeireiros, grupos econômicos privatistas, conglomerados financeiros internacionais, principalmente norte-americanos), em troca de apoio e financiamento.

5. Formação de uma rede de comunicação com grupos empresariais midiáticos alinhados a ele e ataque e desqualificação da imprensa democrática e alternativa, aliciando esses veículos de comunicação e seus comunicadores.

6. Desconstrução do Judiciário e do Parlamento, assim como ataque às instituições republicanas (caracterizadas por ele como inimigas do povo).

7. Aparelhamento de órgãos de Estado: PF, ABIN, Receita Federal, antigo Coaf.

8. Cooptação de órgãos de controle, como Ministério Público, e setores do Judiciário, para acobertarem a corrupção de seus filhos, ministros, políticos, juízes e outros em troca de favorecimentos a grupelhos políticos desses órgãos e poderes.

9. Parceria com lideranças e grupos religiosos conservadores, amalgamados em discursos moralistas, formando um “exército de novos cruzados”, a troco de benesses para tais lideranças e privilégios fiscais para as “lavanderias de dinheiro da fé”.

10. Investimentos maciços na criação e disseminação de fake news para manter mobilizada sua base social fascista e ultraconservadora.

*Robson Sávio Reis Souza, Doutor em Ciências Sociais.

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