Terei a honra de participar no próximo dia 2 de maio, em minha qualidade de prefaciador do livro, do lançamento desta obra do meu colega e amigo Paulo Fernando Pinheiro Machado. Eis a ficha do trabalho:
“A construção da diplomacia brasileira por um de seus pais fundadores”, Prefácio ao livro de Paulo Fernando Pinheiro Machado: Ideias e diplomacia: O Visconde do Uruguai e o nascimento da política externa brasileira– 1849-1853 (Lisboa: Lisbon International, 2022, p. 15-29).
Sumário e apresentação abaixo.
Convido a todos.
Paulo Roberto de Almeida
IDEIAS E DIPLOMACIA:
O Visconde do Uruguai e o nascimento da política externa brasileira – 1849-1853
Paulo Fernando Pinheiro Machado
Resumo:
Esta obra busca compreender o quadro de ideias que prevaleceu e orientou a construção da diplomacia brasileira em seu momento formativo. Nesse contexto, busca-se, sobretudo, descortinar a visão de mundo que prevalecera entre os estadistas do Império sobre nossa diplomacia, mantida no período republicano. Compreender, em suma, como as ideias de em grupo específico – o chamado “núcleo duro do Partido Conservador” – haviam contribuído para manter a unidade territorial do Brasil, que, ao contrário da América Espanhola, não se desintegrou em inúmeras repúblicas menores. Essa obra de centralização política e administrativa foi fruto de uma política consciente, concebida e executada pelos estadistas do Partido Conservador durante o segundo reinado e reafirmada pela diplomacia nobiliárquica da casa de Bragança. Nesse sentido, O Visconde do Uruguai, prócer do Partido Conservador, foi quem pela primeira vez praticou uma política externa no Brasil, consolidando visões antes dispersas sobre uma série de temas. Ao assumir a chancelaria pela segunda vez, em 1849, o Visconde dá um rumo para a diplomacia do Império, organizando o tratamento de assuntos como limites, tráfico de escravos, relacionamento com os vizinhos e com as potências, intervenção, comércio, entre outros. Este estudo procura, assim, desenvolver uma análise de policy change, isto é, procura explicar uma mudança de orientação política (variável dependente) a partir das ideias de um ator privilegiado (variável independente). O presente trabalho buscou, então, estudar a influência que as disposições e as ideias do Visconde do Uruguai tiveram nessa organização inicial da agenda diplomática brasileira e como essas mesmas ideias se solidificaram na tradição diplomática do Brasil, reafirmada pelos sucessores do Visconde.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .............. 10
1 O PAPEL DAS IDÉIAS NA POLÍTICA ............... 17
1.1 CATEGORIAS DE IDÉIAS .................. 19
1.2 O IMPACTO DAS IDÉIAS NA POLÍTICA ........ 20
2 O CONTEXTO: O MUNDO RESTAURADO PÓS-GUERRAS NAPOLEÔNICAS.. 23
2.1 PAX BRITANNICA................ 23
2.2 AS POTÊNCIAS DO CONCERTO EUROPEU ................. 26
2.3 A AMÉRICA ESPANHOLA E O RIO DA PRATA ........... 29
2.4 A POSIÇÃO DO BRASIL ...... 33
3 ORIGENS E GESTAÇÃO DO PENSAMENTO DIPLOMÁTICO DO VISCONDE DO URUGUAI . 38
3.1 ORIGENS FAMILIARES ....... 38
3.2 EDUCAÇÃO FORMAL ......... 40
3.3 RELAÇÕES SOCIAIS ............ 42
3.4 EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL ......... 44
4 O PENSAMENTO POLÍTICO E DIPLOMÁTICO DO VISCONDE DO URUGUAI .. 48
4.1 O PENSAMENTO CONSERVADOR ................. 48
4.2 O PENSAMENTO POLÍTICO DO VISCONDE DO URUGUAI ..... 50
4.3 URUGUAI E O IMPÉRIO ...... 53
5 A DIPLOMACIA COMERCIAL ............ 56
5.1 OS TRATADOS DESIGUAIS ............... 56
5.2 A REAÇÃO AO SISTEMA DE TRATADOS ..... 58
6 A DIPLOMACIA FINANCEIRA ........... 63
6.1 A SITUAÇÃO FINANCEIRA NO PRATA EM MEADOS DA DÉCADA DE 1840 .... 64
6.2 A DIPLOMACIA FINANCEIRA DO VISCONDE DO URUGUAI ................ 65
7 LIMITES: A GRANDE POLÍTICA AMERICANISTA .................. 69
7.1 A SITUAÇÃO NO MOMENTO DA INDEPENDÊNCIA ................. 69
7.2 A IDÉIA DE NACIONALIDADE NO BRASIL ................. 71
7.3 A POLÍTICA DE LIMITES ANTES DA GESTÃO DO VISCONDE DO URUGUAI . 72
7.4 A POSIÇÃO DO VISCONDE DO URUGUAI .... 74
7.5 A POSIÇÃO DOS SUCESSORES DO VISCONDE ...........79
8 AS RELAÇÕES COM A INGLATERRA: DO CONFLITO À PACIFICAÇÃO ... 82
8.1 UMA RELAÇÃO CONFLITUOSA: AS MÁGOAS DA INDEPENDÊNCIA .........82
8.2 A POSIÇÃO DO VISCONDE DO URUGUAI ....88
8.3 PRECURSORES E SEGUIDORES DA POLÍTICA DO VISCONDE ..............94
9 O PRATA: DA NEUTRALIDADE À INTERVENÇÃO ................. 96
9.1 O CONTEXTO GEOPOLÍTICO DA REGIÃO ..................96
9.2 A POLÍTICA DO IMPÉRIO PARA O PRATA ATÉ 1849: ABAETÉ E A DOUTRINA DA NEUTRALIDADE 102
9.3 A POLÍTICA DO VISCONDE DO URUGUAI: A DOUTRINA DA INTERVENÇÃO .. 103
9.4 A POLÍTICA PARA O PRATA DEPOIS DO VISCONDE ............ 111
CONCLUSÕES ............ 114
REFERÊNCIAS ........... 122
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