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sexta-feira, 26 de julho de 2013

Companheiros nao acreditam no papa: "dinheiro e poder nao trazem felicidade..."

Vai ver são homens de pouca fé...

Papa Francisco diz que dinheiro e poder não garantem felicidade

Infolatam/EFE
Rio de Janeiro, 25 de julho de 2013
O papa Francisco pediu nesta quinta-feira aos jovens católicos que “ponham Cristo em suas vidas” e que tenham atenção perante a tentação de acreditar que podem construir sozinhos suas vidas.
“Mas não é assim. O dinheiro e o poder podem oferecer um momento de embriaguez, a ilusão de ser felizes, mas, no final, nos dominam e nos levam a querer ter cada vez mais, a não estar nunca satisfeitos. Ponham Cristo em sua vida”, disse Francisco perante centenas de milhares de jovens de 190 países que lhe deram as boas-vindas oficiais à 28ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
Francisco exortou os jovens a ter fé e a pôr Cristo em suas vidas, pedindo que não se frustrem. O Papa as segurou que a fé realiza na vida dos homens uma revolução “copérnica, porque nos tira do centro e põe nele a Deus. A fé é revolucionária”.
“A fé nos inunda de seu amor, nos dá segurança, força, esperança. Aparentemente não muda nada, mas, no mais profundo de nós mesmos, tudo muda. Em nosso coração habita a paz, a doçura, a ternura, o entusiasmo, a serenidade e a alegria, que são frutos do Espírito Santo e nossa existência se transforma, nosso modo de pensar e de agir se renova, se transforma no modo de pensar e de agir de Jesus, de Deus”, precisou.
O Bispo de Roma também persuadiu os jovens a não terem medo de pedir perdão a Deus. “Ele não se cansa nunca de nos perdoar, como um pai que nos ama. Deus é pura misericórdia!”.
“Jesus nos espera, Ele conta conosco”, concluiu.

Capitalista dos companheiros vai ter de reduzir mesada dos ditos cujos

Já não se fazem bilionários como antigamente. Alguns, que dependiam de favores estatais, são reversíveis...

Eike Batista agora é ex-bilionário, de acordo com o ranking da ‘Bloomberg’

Fortuna do empresário despencou 99,42% em um ano, passando de US$ 34,5 bilhões para US$ 200 milhões

terça-feira, 23 de julho de 2013

A noite dos longos punhais dos companheiros: "liquidando" os amigos-inimigos...

A comparação não é fiel históricamente: na noite dos longos punhais, Hitler eliminou, de fato, da maneira mais definitiva possível, seus antigos aliados, e companheiros, do partido nazista, a começar por Ernest Rohm e outros altos quadros das SA. No caso dos companheiros -- provavelmente a pedido do guia genial dos povos, que se preocupa, com razão, com o itinerário eleitoral futuro da sua tribo particular -- eles apenas "eliminaram" simbolicamente alguns companheiros comprometidos com as patifarias conhecidas como Mensalão, a começar pelo Stalin Sem Gulag, vulgo chefe da quadrilha. Apenas pro-forma.
Mas eles estão longe de serem eliminados de fato: vão continuar, sobretudo o quadrilheiro em questão, a comandar alguns dos destinos da sigla, e da tribo, com base nos seus instrumentos de poder tradicionais: dinheiro, espionagem, chantagem, dinheiro, complôs, dinheiro, ameaças, dinheiro, manipulações, dinheiro, y otras cositas más. Enfim, nada que já não se conheça no covil dos companheiros, que, como no antigo NASPD, tem suas alas teóricas, as "práticas", as subterrâneas, as sorridentes, as "georgianas", e várias outras mais.
Quem conhece História, e quem conhece a história dos companheiros, sabe que é daí para mais baixo, e para todos os lados, já que se trata de uma empresa hoje praticamente multinacional, atuando com base na disciplina e na omertà. Aos soldados e aos fratelli, tudo, aos traidores apenas o destino tradicional. Mas aqui não tem traidores, apenas membros que se deixaram sinalizar, por puro acidentes de percurso, acidentes de trabalho, e pouco profissionalismo dos aliados. A estrutura permanece intacta, e o guia genial dos povos conta com todos para voltar a ser o que sempre foi, o capo di tutti i capi...
Paulo Roberto de Almeida

Dirigente alega “renovação natural” do PT sobre saída de Dirceu e Genoino

Correio do Brasil, 22/7/2013 16:01
Por Redação - do Rio de Janeiro e Brasília

José Genoino é alvo de ataques da mídia conservadora
José Genoino disse que nunca havia pedido para ser dirigente do PT
Agora é definitivo. José Dirceu, José Genoino e João Paulo Cunha, três petistas históricos, com passagens no Parlamento e no Executivo, não integram a chapa da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária no Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), para o ano que vem. Notícias sobre o afastamento do ex-ministro-chefe da Casa Civil durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos deputados federais, todos envolvidos na Ação Penal 470 do Supremo Tribunal Federal (STF), começaram a ser divulgadas em sites e blogs na internet, mas somente nesta segunda-feira foram confirmadas por um integrante da direção partidária. Segundo o petista Alberto Cantalice, do Rio de Janeiro, “trata-se de uma renovação natural do partido” a exclusão de três dos fundadores da legenda.
– Outros companheiros da ‘velha-guarda’ também deixaram de pertencer à direção do partido, que se renova agora com metade homens, metade mulheres, com 20% de negros e 20% de origem indígena. Nessa nova configuração, embora a espinha dorsal da legenda esteja preservada, haverá uma mudança muito grande. E não creio que este fato repercutirá de forma negativa na legenda – afirmou Cantalice.
As reações de militantes do partido, no entanto, não espelham exatamente o que afirmou o dirigente petista. Um artigo do jornalista Breno Altman, na sexta-feira, serviu como diapasão para o nível das críticas à agremiação partidária. Altman classificou o afastamento dos líderes petistas de “uma decisão vergonhosa”.
“Se o PT considera que o julgamento foi de exceção, a revelia das provas e das normas constituicionais, por que a principal corrente partidária afasta dirigentes históricos da chapa para as próximas eleições internas?”, questionou.
Nem Genoino ou José Dirceu foram encontrados, de imediato, para entrevistas ao Correio do Brasil, mas no gabinete do deputado João Paulo Cunha, um de seus assessores disse, em condição de anonimato, que o parlamentar, mesmo fora do Diretório Nacional, seguirá na área de influência das decisões partidárias.
– Não há porque o deputado, que é um dos fundadores do PT, deixar de ser ouvido nas instâncias de decisão, pois sempre terá muito a contribuir. Em relação ao processo a que responde no STF, acreditamos que os embargos trarão uma nova luz sobre a matéria, mas isso independe de ele seguir, ou não, como integrante do Diretório – afirmou.
É fato, porém, que a decisão não passou facilmente pela direção da legenda, pois assessores próximos a Dirceu classificou, na sexta-feira, o ato de afastar três de seus fundadores como “uma patetada”. Na avaliação de um deles, “houve uma precipitação sobre os rumos do julgamento, a partir da pressão das ruas”. Erros graves no relatório da AP 470 se consolidam como uma “alternativa viável” à liberdade de Dirceu e Genoino, acrescentou a fonte.
– Está cada vez mais evidente, tanto para o Supremo Tribunal Federal (STF) quanto para os brasileiros, que o relator da Ação, ministro Joaquim Barbosa, cometeu erros graves que, corrigidos pela nova configuração do Plenário da Corte Suprema, mudam diametralmente as penas prolatadas na sentença – afirmou.
Ano passado, logo após a série de condenações, o partido chegou a manifestar apoio públicos aos réus. Diante da decisão do diretório, de afastá-lo da direção do partido, Genoino optou por não polemizar e aceitou a medida.
– Eu não tenho preocupação em sair da chapa, mesmo porque não queria estar na direção desde que deixei a presidência do PT. Nunca reivindiquei nada e acho isso absolutamente normal – disse Genoino a jornalistas, na última sexta-feira, antes de ter confirmada sua exclusão do novo diretório.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Hotel Brasil: de Tegucigalpa a La Paz: diferentes hospedes - Mac Magolis

O Brasil já abrigou um ex-presidente, em sua embaixada em Honduras: tinha direito a todas as honras da casa e ao apoio completo do governo brasileiro, que se movimentou na OEA contra o governo de fato para fazer reconhecer os direitos do seu asilado "diplomático" (que no entanto fazia da Embaixada um palanque político). Durou o que durou, e um dia se conhecerá a história verdadeira do que esteve por trás da intrusão do chapeleiro maluco num recinto diplomático brasileiro.
Agora o Brasil abriga um senador de oposição, perseguido pelo governo de La Paz. Não se sabe quais ações fora do quadro bilateral o governo brasileiro está empreendendo para tirar o boliviano em questão de seu local de "residência" para um asilo a que tem direito, no Brasil ou em terceiro país. Provavelmente, ele não conta com o mesmo apoio político de que desfrutava o ex-presidente hondurenho.
Tudo uma questão de aliados, amigos, companheiros, vocês entendem...
Paulo Roberto de Almeida

O Snowden bolivariano

MAC MARGOLIS

O Estado de S.Paulo 

domingo, julho 14, 2013


No modesto quarto no primeiro andar de um prédio comercial, o asilado político ajeita-se como pode. Há 14 meses, seu mundo restringe-se a um cômodo de 20 metros quadrados na embaixada de uma nação amiga, mobiliado com uma cama, escrivaninha e frigobar. O banheiro é compartilhado. Tomar sol, apenas pela fresta da janela. Como todo refugiado, resta-lhe a escolha ingrata: entregar-se às autoridades ou aguentar firme até que consiga passagem para outra pátria.

Não é Julian Assange, o fundador do WikiLeaks, que para evitar sua extradição para Suécia se pôs à mercê da Embaixada de Equador em Londres. Tampouco me refiro a Edward Snowden, o bisbilhoteiro americano que derramou segredos da espionagem de Washington e acabou confinado no aeroporto de Moscou.

O relato acima é de Roger Pinto, o Snowden bolivariano. Quem? Perguntaria o leitor. Esquecido nas manchetes e nos malabarismos diplomáticos dos dois refugiados mais célebres do planeta está o drama do boliviano que, desde maio de 2012, está preso na Embaixada do Brasil, em La Paz. Guardadas as proporções, seu caso é emblemático para América Latina, ainda sob o luar do finado caudilho Hugo Chávez, e um problemão para a diplomacia regional.

Senador pelo Departamento de Pando, leste da Bolívia, Roger Pinto é conservador, rico, politicamente articulado e um crítico implacável do governo do presidente Evo Morales. Oposicionista do bloco Convergência Nacional, já integrou um movimento pela independência administrativa e fiscal de um naco tropical do país. A proposta não vingou, mas conseguiu provocar urticária no governo de Evo.

Para piorar, Roger também acusou um integrante do governo de envolvimento com o narcotráfico internacional. Em seguida, ele se tornou alvo de uma chuva de processos, acusado de delitos dos mais diversos, desde corrupção a doações irregulares para uma universidade.

Entre petições e impropérios - e muitas ameaças de morte -, o senador optou pela retirada e bateu à porta da embaixada brasileira. Disse que era um perseguido político e pediu asilo. Brasília, corretamente, o concedeu e ficou por isso mesmo.

Pela Constituição boliviana, todo cidadão tem o direito de pleitear o asilo. No entanto, nos meandros da Carta redigida a dedo pelo partido governante, não há regras nem normas claras para conceder o salvo-conduto. Sem ele, a concessão de asilo cai no vazio. Eis o labirinto de Roger, um asilado entre quatro paredes.

Evo rebate a crítica com um argumento familiar. O senador não seria nenhum prisioneiro político, mas um criminoso comum. Logo, só cabe ao réu render-se à justiça. O argumento soa razoável, não fosse o magistrado boliviano togado pela mesma cartilha bolivariana.

Segundo a Fundação Nueva Democracia, que defende os direitos humanos na Bolívia, a Justiça virou joguete na mão do governo. Apenas nos últimos quatro meses de 2012, o grupo contabilizou 11 casos de suspensão ou de destituição de autoridades democraticamente eleitas, 21 casos de perseguição judicial por motivações políticas e 5 casos de suspensão de autoridades judiciais por causas políticas.

Segunda a Nueva Democracia, são "flagrantes violações de direitos humanos" atribuídas à atuação dos órgãos de segurança, ao Ministério Público e às autoridades da Justiça. Nas palavras de Jorge Quiroga, ex-presidente boliviano, "não se pode oferecer a um americano detido em Moscou o que não se cumpre com um boliviano em La Paz".

Aí está o fio condutor que une Roger Pinto a Edward Snowden e Julian Assange. Heróis ou bandidos, escolha você. Certamente, todos devem explicações pelos seus atos perante a Justiça. Mas que Justiça?

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A "financeirizacao" da economia e os juros companheiros...

Muito antes dos companheiros chegarem ao poder, aí pelo "ancien régime" tucanês, os economistas companheiros (se não há contradição entre substantivo e advérbio, ou vice-versa) já condenavam a tal de "financeirização"  da economia, seja lá o que isso queira dizer (eu não sei, mas eles também nunca explicaram: mas deve ser a dominância financeira numa economia que deveria ser perfeitamente stalinista industrial, acho que é isso).
Pois bem, já passados dez anos do regime do "nunca antes nestepaiz", os juros dos tais capitalistas financeiros continuam exatamente igual.
Responda depressa: será que os companheiros se tomaram de amores pelos banqueiros e suas mesadas maravilhosas, ou será que eles são incompetentes mesmo?
Não precisa responder...
Paulo Roberto de Almeida 

Cartão no topo dos juros

Brasil tem o Cartão de Crédito mais caro do mundoLucianne Carneiro
O Globo, 20/09/2012

Taxa média do cartão de crédito no Brasil é de 238% ao ano, a maior entre nove países
Apesar da queda dos juros básicos da economia - que estão no seu menor patamar histórico - os brasileiros ainda pagam a maior taxa média no cartão de crédito. Levantamento em nove países - Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Venezuela, México, EUA e Reino Unido, além do Brasil - mostrou que o país cobra 238,30% ao ano.  
O número é mais de quatro vezes o registrado pelo Peru, o segundo colocado, com taxa de 55%, muito próxima aos 54,24% do Chile.

A Argentina é o quarto país com a maior taxa, de 50%, seguido por México (33,8%), Venezuela (33%) e Colômbia (29,23%). Nos EUA e no Reino Unido, a taxa é muito inferior, de 16,89% e 18,7%, respectivamente. O estudo incluiu dados da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), da Proteste e dos sites Index Credit Cards e Money Facts, dos EUA e Reino Unido, respectivamente.

- É um absurdo a diferença de taxa de juros. Não tem justificativa, nem mesmo a inadimplência - diz a economista da Proteste Hessia Costella.

Inadimplência e juros: círculo vicioso

Nem a redução da taxa básica de juros da economia teve impacto nos juros médios do cartão de crédito, que se mantêm inalterados em 238,30% anuais desde fevereiro de 2010.

- Existe um círculo vicioso. A inadimplência é alta porque os juros são elevados. E os juros elevados acabam aumentando a inadimplência. Se os juros fossem menores, a inadimplência cairia - diz o vice-presidente da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira.

- A taxa de 238,30% ao ano é elevadíssima, para não dizer absurda ou irreal - afirma, por sua vez, o educador financeiro Mauro Calil.

Segundo o Banco Central (BC), a inadimplência no cartão de crédito chegava a 28,10% em julho ( atrasos com mais de 90 dias), contra média de 7,9% no crédito para a pessoa física. O volume movimentado no rotativo em julho, diz o BC, foi de R$ 37 bilhões. Para Hessia, quem entra no rotativo dificilmente sai porque as taxas são muito altas.

Uma dívida no cartão de crédito, diz Oliveira, leva seis meses e meio para dobrar de valor, a uma taxa média de 10,69% por mês (238,30% por ano). Os números são mais expressivos quando se olha além da média. Segundo a Anefac, a taxa varia entre 26,82% e 628,76% ao ano, ou 2% a 18% ao mês.

- O cartão de crédito é o principal meio de pagamento quando se trata de inadimplência - afirma Mauro Calil.

Além do juro alto, o tema desperta polêmica devido a algumas características específicas do mercado brasileiro de cartões. Aqui, todos têm a função de crédito rotativo. Quando o consumidor opta por pagar o valor mínimo da fatura, já faz uso desse financiamento, e inicia seu processo de refinanciamento. Lá fora, o rotativo não é disponível em todas as opções do mercado.

Empresas: rotativo representa só 2%

O parcelamento sem juros - praticamente uma exclusividade brasileira - também pesa sobre os custos do setor, segundo seus representantes. A Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) diz que 50% do faturamento dos cartões no Brasil vêm do parcelamento sem juros.

Outra diferença é a data em que o juro começa a incidir sobre as compras. No Brasil, isso só ocorre quando a pessoa atrasa o pagamento ou opta por pagar o valor mínimo. Ou seja, quem está com a fatura em dia pode ter até 40 dias de financiamento sem custo.

- Lá fora, não existe operação sem juros. O pagamento do juro ocorre a partir do dia seguinte ao da compra, enquanto aqui se cobra o juro apenas a partir do dia de vencimento da fatura. Além disso, temos o parcelado sem juros. Tudo isso tem custo - defende o vice-presidente comercial da Mastercard Brasil e Cone Sul, João Pedro Paro.

Segundo a Abecs, no exterior o saldo do rotativo representa 80% das compras. No Brasil, 70% do saldo a receber não têm juros e o rotativo representa menos de 2% do volume total.

Atendente de uma padaria da Vila Olímpia, em São Paulo, Vital Abreu Neto diz, orgulhoso, que nunca se endividou no cartão de crédito e revela o segredo: nunca pagar o valor mínimo.

- Se você paga o mínimo, a dívida dobra - diz ele.

Mastercard e Visa, as principais bandeiras globais, argumentam que são os emissores dos cartões (bancos, redes varejistas e outros) que definem as taxas de juros. Isso explica, segundo elas, o fato de que a mesma bandeira ter taxas de juros díspares em diferentes países. A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) diz que a Abecs é a entidade indicada para tratar do assunto.

sábado, 1 de setembro de 2012

O Brasil e sua grande estrategia economica: Cuba

Cuba, como todos sabem, é uma grande potência econômica, que promete grandes ganhos e imensas transferências de tecnologia e apoio financeiro ao Brasil.
Fidel Castro, e seu irmão Raul, como todos também sabem, são dois grandes teóricos da ciência econômica, que trouxeram enormes progressos para sua ilha progressista.
Por todas essas razões, e algumas outras (cujo teor ainda não conhecemos exatamente, mas desconfio que vamos ficar sem saber, pois os cubanos, inteligentes como são, não vão permitir qualquer wikileaks de sua maravilhosa ilha, nem vão ser tão bestas quanto os burocratas da Stasi, e já devem estar se desfazendo de papeis incômodos), enfim, por todas essas razões, o Brasil participa, como dito no título da matéria, da modernização do regime, ou seja, tornar o regime mais eficiente, mais conforme às necessidades do regime, que ele merece e precisa ser preservados, como sempre fizeram companheiros reciprocamente.
Vamos destacar dois trechos: 
"O porto ''será um ''hub'' muito importante para receber embarcações grandes, ou do Atlântico, ou que venham pelo Canal do Panamá e que a partir de Cuba possam re-exportar para o Caribe e eventualmente para os Estados Unidos, se o bloqueio acabar em algum momento'', acrescentou.
Apesar de construí-lo, o Brasil não o administrará. A tarefa foi passada para a empresa Cingapura PSA, que ''por sua experiência tem a condição de trazer carga para a ilha para poder levá-la à América Central'', explicou o diplomata."
O que o Brasil está fazendo, na verdade, é perder dinheiro, pois esses empréstimos NUNCA serão pagos (o que é evidente a qualquer um não contaminado de cubanice aguda) e esse porto NUNCA será o que esperam os cubanos, um hub de comércio, pois o Império, e suas satrapias, já têm ¡a disposição instalações muito melhores, em Porto Rico, na República Dominicana, no Panamá e em várias outras localidades do Caribe e da América Central. Esse porto será um grande elefante branco, servindo no máximo para os navios de turismo, que virão para gozar dos prazeres da ilha, um pouco como se fazia antes da revolução, com gineteras e tudo...
O Brasil está literalmente enterrando, ou no caso, afogando, alguns milhões de dólares, que fazem falta no Brasil e nunca servirão para nada em Cuba, além, repito, que esse "empréstimo" entre companheiros nunca será pago.
Anotem e me cobrem, quando Cuba virar capitalista e terá suas dívidas todas perdoadas, para ajudar na transição. Países ingênuos, como o Brasil, ficarão com a fatura na conta do BNDES e do Tesouro.
Anotem e me cobrem...
Paulo Roberto de Almeida 

Brasil referenda apoio à modernização de Cuba

Países expressaram intenção de fixar ''um programa de cooperação na área econômico-comercial para os próximos quatro ou cinco anos''


Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

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O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel se reuniu com Raúl Castro
Havana - O Brasil ratificou esta semana seu apoio à modernização econômica de Cubadurante a visita à ilha do ministro de Desenvolvimento, Fernando Pimentel, que se reuniu com o presidente Raúl Castro e conheceu em pessoa o milionário projeto para ampliar o porto cubano de Mariel com investimento brasileiro.
''Aqui se está fazendo um esforço, que não é fácil, de atualizar o modelo e trazer mudanças que eles mesmos reconhecem que são necessários para estimular a economia, e o Brasil procura ajudar em todo esse esforço de modernização'', disse em entrevista à Agência Efe o embaixador brasileiro em Havana, José Felício.
Segundo o diplomata, durante a visita de Pimentel, as partes expressaram também sua intenção de fixar ''um programa de cooperação na área econômico-comercial para os próximos quatro ou cinco anos'' em setores como saúde e agricultura.
Entre os campos explorados estão o envio de médicos cubanos a áreas remotas do Brasil e a transferência de tecnologia por parte de Cuba para a produção de remédios que não são produzidos pelo Brasil.
Em troca, os brasileiros podem oferecer assessoria na rotatividade dos cultivos de milho e soja, e na gestão do açúcar com co-geração de energia elétrica, entre outros campos.
''Toda a América Latina tem uma posição unânime em relação ao bloqueio dos Estados Unidos a Cuba, e a maneira de ajudar a reduzir os prejuízos desse bloco é com apoio econômico, financeiro'', argumentou Felício.
Os primeiros detalhes da passagem do ministro brasileiro por Cuba foram divulgados na quinta-feira à noite pela televisão estatal da ilha, quando foi revelado que Pimentel acabava de se reunir com Raúl Castro no final de uma visita ao país iniciada na terça-feira.
Pimentel, que a essa hora estava partindo de volta para o Brasil, também teve encontros de trabalho com os vice-presidentes cubanos Ramiro Valdés e Ricardo Cabrisas, e o titular de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro da ilha, Rodrigo Malmierca.
Desta forma, o ministro deu seguimento à agenda marcada em janeiro passado pela presidente Dilma Rousseff, em sua primeira visita ao país caribenho, de caráter marcadamente econômico.
Em maio houve outra reunião em Cuba do grupo de trabalho criado para a ocasião, que deverá se reunir de novo no Brasil em outubro próximo, segundo Felício.
Da mesma forma que Dilma, Pimentel foi ao porto cubano de Mariel, a 45 quilômetros a oeste de Havana.
A ampliação desse terminal portuário, gerador de 3.600 empregados diretos e 1.960 indiretos, é considerada pelas autoridades de Cuba como uma ''obra emblemática'' da colaboração bilateral.
O Brasil comprometeu no projeto US$ 682 milhões dos US$ 957 milhões totais do investimento global.
A obra é realizada pela construtora Odebrecht através de uma subsidiária cubana e sua conclusão está prevista para 2013.
A iniciativa vai além da mera construção do porto, cujo regime de funcionamento está sendo definido atualmente por Havana.
O objetivo, além de dar a Cuba uma moderna porta de saída para o mar, é que indústrias brasileiras se instalem na ilha, produzam seus bens ali aproveitando as vantagens que oferece a mão de obra local, mais barata que a brasileira, e depois os exportem.
Também se analisa incorporar ao projeto o setor logístico, que poderia estabelecer em Mariel um centro de recepção de mercadorias no qual se melhore seu conteúdo e apresentação, visando a voltar vendê-las a outro lugar.
O porto ''será um ''hub'' muito importante para receber embarcações grandes, ou do Atlântico, ou que venham pelo Canal do Panamá e que a partir de Cuba possam re-exportar para o Caribe e eventualmente para os Estados Unidos, se o bloqueio acabar em algum momento'', acrescentou.
Apesar de construí-lo, o Brasil não o administrará. A tarefa foi passada para a empresa Cingapura PSA, que ''por sua experiência tem a condição de trazer carga para a ilha para poder levá-la à América Central'', explicou o diplomata.
Prevê-se que a ampliação de Mariel permita, além disso, que o porto comercial de Havana se dedique ''plenamente ao turismo'' de cruzeiros.
A troca comercial entre Brasil e Cuba chegou em 2011 ao número recorde de US$ 500 milhões, dos quais apenas US$ 90 milhões corresponderam a exportações cubanas.

domingo, 22 de julho de 2012

Falcatrua politica: como sempre, se diz uma coisa, e se faz outra

Na academia, isso se chamaria, simplesmente, desonestidade intelectual (ainda que o termo intelectual não se aplique na maior parte dos casos, no máximo se trataria de uma tramoia "subintelequitual").
Como estamos na política, se trata simplesmente de falcatrua, mas isso não nos deveria surpreender: eles sempre farão isso, pois está embebido nos seus genes políticos, se ouso dizer.
Vamos ler, apenas...
Paulo Roberto de Almeida 


PT busca “vacina” para concessões de Dilma a iniciativa privada
Natuza Nery e Márcio Falcão
Folha de S.Paulo, 22/07/2012

Preocupado com o pacote de concessões públicas que o governo Dilma Rousseff pretende lançar em agosto, o PT quer manter distância de qualquer coisa que associe a sigla, o governo ou suas lideranças à pauta “neoliberal”. Em suas bases eleitorais, representantes do partido já operam vacinas contra possíveis ataques políticos relacionados ao assunto concessões ou privatizações. Apesar de o partido pontuar de forma quase coreografada as diferenças entre as “concessões petistas” e as “privatizações tucanas”, há nos bastidores forte preocupação com a exploração eleitoral do conjunto de iniciativas definido pelo Palácio do Planalto para alavancar investimentos.
Alguns setores do PT reconhecem, reservadamente, que o tema concessões arranha o discurso histórico do partido contra a agenda neoliberal. No início deste ano, durante a preparação do leilão de três dos principais aeroportos brasileiros, tucanos acusaram petistas de praticar “estelionato eleitoral”, exigindo um pedido público de desculpas. A reação foi imediata. O PT usou as redes sociais e seus contatos políticos junto a sindicatos e entidades do movimento social para evitar que essas críticas “pegassem” no imaginário popular de sua militância.
Os petistas conhecem bem o potencial eleitoral do tema, explorado à exaustão pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha pela reeleição, em 2006, e depois pela própria Dilma Rousseff na campanha de 2010. Desta vez, porém, o pacote de concessões do governo federal é mais ambicioso, e exigirá um esforço extra para neutralizar o provável desgaste político. Par dar conta do desafio, emissários da sigla já voltaram a procurar seus contatos no mundo sindical. Eles também pedem para que, na medida do possível, o governo federal inclua representantes dos trabalhadores nas negociações em curso.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Acordos de Barra Comercio: Republica Solitaria do Brasil

Pois é, os companheiros se orgulhavam tanto, nos idos de 2003-2006, de terem implodido a Alca, e o presidente de então, uma sumidade em políticas comerciais, dizia que o Brasil não pretendia ficar "dependente" (sic três vezes) do comércio com os EUA, e que ele estava mesmo era afim de criar uma "nova geografia do comércio internacional" (uau!, que coisa hem?).
Seu ministro das relações exteriores também se rejubilava por ter implodido, conscientemente, a Alca, e quando veio a crise de 2008, que impactou fortemente o México afirmava com todo o contentamente dos muito inocentes que "ainda bem que o Brasil não tinha entrado na Alca" (sic, mais "n" vezes), pois imagina se  tivesse a "dependência que o México tinha do comércio bilateral americano" (sic, quantas vezes vocês quiserem), a crise nos impactaria muito mais fortemente.
Essa eu confesso que não entendi. Ou entendi: se trata mesmo de estupidez econômica ou de suprema desonestidade intelectual.
Bem, nunca achei que a Alca era uma maravilha, e certamente não seria: ela consolidaria o acesso brasileiro a alguns mercados dos EUA e dos DEMAIS 33 PAÍSES da região, para a maior parte dos nossos manufaturados, deixando de fora produtos agrícolas considerados sensíveis nos EUA. So what?
Ela seria, sobretudo para o Brasil, um acordo de atração de investimentos dos EUA em nosso parque produtivo industrial.
Mas os companheiros se apressaram em desmantelar essa possibilidade, para não ficarmos "dependentes" (vejam que coisa horrível) do comércio com os EUA. 
O presidente, e seu chanceler, e todos os demais conselheiros companheiros preferiam aumentar o comércio com a China, promovida a parceira estratégica, e a sumidade do presidente chegou até a propor acordo de livre comércio com a China (certamente era parte da "nova geografia"), e fazer comércio em "moedas locais" (por puro preconceito contra o dolar, claro...).
Pois, assim ficamos, e estamos muito bem com a não-dependência da China, como vocês sabem todos.
Fiquem pois com um artigo meio para o irônico...
Paulo Roberto de Almeida 



A falta que fazem os acordinhos
Carlos Alberto Sardenberg
O Globo, 19/04/2012

Logo no início do governo Lula, quando as negociações em torno da Associação de Livre Comércio das Américas, Alca, estavam enterradas, diversos governos da região começaram a se mover para negociar acordos bilaterais com os EUA. O Brasil não quis nem saber desses "acordinhos", como os qualificou o então chanceler Celso Amorim. Só nos interessava o entendimento global na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Passados estes dez anos, o que temos? A rodada na OMC fracassou, como muitos desconfiavam. E proliferaram pelo mundo os acordos bilaterais. Aqui do nosso lado, dez países latino-americanos têm tratado de livre comércio com os EUA. O Brasil não tem nem o entendimento para evitar a bitributação - sendo um dos únicos países importantes que não fecharam esse arranjo com os Estados Unidos.
Será uma coincidência que o Brasil tenha perdido espaço nas vendas para o maior mercado consumidor do mundo?
Por ocasião do Fórum das Américas e da visita de Hillary Clinton ao Brasil, empresários brasileiros que participaram de reuniões paralelas queixaram-se justamente disso: o acesso mais fácil e pagando menos impostos obtidos pelas indústrias instaladas na América Central e do Sul. Fábricas brasileiras mudaram para o Caribe para de lá vender nos Estados Unidos.
Colômbia, Chile e Peru já têm acordos com os EUA. Integram também a Aliança do Pacífico, um bloco comercial diferente do Mercosul, este reunindo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, pendente a entrada da Venezuela.
O Mercosul deveria ser como a União Europeia, uma área inteiramente aberta, de livre circulação de mercadorias e pessoas. Por isso, seus membros, como na Europa, não podem assinar acordos separadamente. Só o bloco pode.
Mas se lá funcionou, aqui é uma sucessão de fracassos. O governo argentino vem há tempos impondo restrições às importações brasileiras. Do principal sócio! Como esperar que tope negociar abertura comercial com os EUA ou Europa?
Quer dizer, até negocia, mas para nunca chegar a qualquer resultado. Por exemplo, o Mercosul é o bloco que há mais tempo conversa com a União Europeia. Países que começaram depois, como o Chile, já fecharam o negócio.
Muita gente por aqui diz que Chile, Colômbia e Peru têm parques industriais limitados e, por isso, mais facilidade para acertar acordos com países avançados. Estes teriam interesse especial na exportação de produtos industrializados, o que seria uma ameaça para as fábricas brasileiras, mais amplas do que nos vizinhos.
Mas a Coreia do Sul, que é mais industrializada, tem acordo com os EUA e com a União Europeia.
Na verdade, o governo Lula fez uma opção ideológica: sem conversa com os EUA e ponto final. Claro que certos acordos podem ser desfavoráveis - por isso a negociação precisa ser cuidadosa -, mas o ponto é outro: o governo brasileiro simplesmente não quis nem começar a conversa. Alca é tentativa de dominação dos EUA, e ponto final. Acordo com os EUA é entregar nosso mercado.
Vai daí, Lula saiu por aí tentando organizar os países do Sul, os pobres, contra o Norte. Muitos desses países manifestaram apoio a essa estratégia, até entraram em organizações como a Unasul, da turma da América do Sul.
Mas continuaram tocando sua vida. Considerem a Colômbia: tem 44 tratados de livre comércio, inclusive com o Mercosul! Idem para o Chile. Eles não são bobos, gostam de muitos "acordinhos".
O Brasil está com um Mercosul desmantelado e seus produtores enfrentando problemas mundo afora. No último dia 17, Delfim Netto, em artigo no jornal "Valor Econômico", mostrou um resultado específico e grave dessa diplomacia: dos 20 maiores produtores de café, o Brasil é o que paga as taxas mais altas de exportação. Na União Europeia, por exemplo, o café brasileiro paga 9%; Colômbia, México e Equador estão isentos.
No Japão, um dos principais destinos do café nacional, a taxa "brasileira" para o solúvel é de 8,8%. Dos concorrentes, de zero a 1,1%.
Hillary Clinton mencionou acordos de livre comércio, mas, como o governo Dilma segue na mesma linha de Lula, a secretária americana tratou do tema que mais a interessa no momento: levar brasileiros para gastar dinheiro nos EUA.
Quando os EUA apertaram as exigências de visto, para quase todo mundo, tinham dois objetivos: prevenir o terrorismo e impedir a entrada de trabalhadores ilegais. O Brasil caía nos dois quesitos. Os americanos suspeitavam de grupos islâmicos em Foz do Iguaçu, na tríplice fronteira, e milhares de brasileiros tentavam mesmo buscar emprego nos EUA.
O Brasil, mesmo não sofrendo qualquer ameaça desse tipo vinda dos EUA, apertou também a concessão de vistos para os americanos. Reciprocidade diplomática.
Agora, quando tem mais emprego aqui do que lá e quando a ameaça terrorista parece controlada, os EUA estão facilitando os vistos para brasileiros. E o governo brasileiro?

terça-feira, 20 de março de 2012

Corrupcao: tem quem queira flexibilizar... (entendo)

Pois é, já que o modo de financiamento de certos partidos mudou da simples militância para ao achaque direto às empresas, rapidamente convertidas em aliadas preferenciais (de classe) dos companheiros, nada mais natural que os companheiros em questão queiram dar uma ajudazinha a quem tanto lhes faz bem...
Paulo Roberto de Almeida 

Por Caio Junqueira | De Brasília
Valor Econômico, 19/03/2012

Com apoio do governo, a Câmara dos Deputados quer aprovar a possibilidade de que o Estado possa efetuar um "acordo de leniência" com empresas acusadas de corrupção, uma espécie de delação premiada para pessoas jurídicas. O dispositivo está presente no capítulo 5 da versão final do relatório da comissão especial que discute o projeto de lei 6826 de 2010, que trata da responsabilização administrativa e civil de empresas acusadas de corrupção.

Por meio desse acordo, a empresa que colaborar com a apuração poderá se livrar de algumas das punições previstas no projeto, como a declaração de inidoneidade, a proibição de receber financiamentos e de fechar contratos com o Estado. Para tanto, deverá ser a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar, interromper seu envolvimento na infração e confessar sua participação. Ainda assim, não estará livre da multa, a ser fixada entre 0,1% e 20% do faturamento bruto do último exercício da empresa.

O relatório foi apresentado na semana passada pelo relator, Carlos Zarattini (PT-SP), e a expectativa é de que seja aprovado na comissão especial em caráter conclusivo neste semestre. De lá, seguiria diretamente ao Senado, a não ser que 10% dos deputados da Casa façam um requerimento em que peçam que ele passe pelo plenário.

O relator, contudo, contesta a ideia de que seja um dispositivo similar à delação premiada. "É uma colaboração da empresa com a investigação. Ela admite que não houve orientação dela a postura de alguns dos seus funcionários ou diretores e passa a ter algumas possibilidades de punição eliminadas. A delação dá uma ideia de que haverá anistia, o que não é o caso", disse.

O deputado também incluiu outros pontos no projeto original. Alguns deles atendendo a entidades empresariais, como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que atuou para que empresas integrantes do mesmo grupo econômico, bem como sociedades controladas, controladoras, ou consorciadas serão subsidiariamente responsáveis, e não mais solidariamente responsáveis pelos atos ilícitos, como no texto original.

Também foi incluído no relatório que as pessoas físicas ligadas à empresa (dirigentes e administradores) só poderão ser responsabilizadas de acordo com sua comprovada participação nos atos ilícitos.

Por outro lado, outros dispositivos agravaram as condições para as pessoas jurídicas, como o trecho que impõe a responsabilidade objetiva sobre seus atos. O Estado, assim, não, precisará comprovar a intenção dos seu ato lesivo. Bastará apenas demonstrar a relação entre a ação e o resultado.

O governo, via Controladoria-Geral da União (CGU), aproveitou o debate para incluir um artigo com o objetivo de potencializar o Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS). O atual cadastro possui 5.946 empresas e é regulamentado por uma portaria do órgão de 2010, mas só obriga os três Poderes em nível federal a alimentar o cadastro. Agora, Estados e municípios também terão de abastecer esse cadastro mediante o fornecimento dos nomes das empresas que sofreram sanções administrativas e judiciais.

O texto original foi encaminhado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva em fevereiro de 2010, como reação à operação da Polícia Federal intitulada Castelo de Areia. Deflagrada em março de 2009, ela investigou a construtora Camargo Corrêa por crimes financeiros e doações de campanhas irregulares aos principais partidos e políticos do país, oriundos do PT, PMDB, PPS, PSB, PDT, DEM, PP, PR, PSDB. "É um projeto bom para as empresas porque passa a ter uma regra de financiamento e contato com o poder público. Além disso, qualquer corrupção desbalanceia a competição", disse Zarattini.

sábado, 10 de março de 2012

Projegue exporta companheiros para a China...

Confesso que quando me mandaram a notícia pela primeira vez, eu descartei como sendo uma pegadinha, na melhor das hipóteses; na pior, uma piada infame.
Mas, depois de ver a mesma matéria estampada no blog de um conhecido jornalista, sério como sabem ser jornalistas respeitados, acabei acreditando que talvez seja verdade.
Enfim, não é 1ro. de Abril, não haveria motivo, em princípio, para jornalista sério brincar com coisas sérias.
O Brasil está exportando jumentos para a China, minha gente.
Que coisa mais transcedental!
E para isso, imaginem só, tem um programa inteiro, do governo (de quem mais poderia ser), chamado de Projegue, que se destina justamente a exportar os simpáticos animais para a China e onde mais houver mercado (acho que deve ter até na Groenlândia e na Islândia, pois o jegue é um animal teimoso, forte (como todo nordestino), sem esses traços neurastênicos dos cablocos do litoral (ou dos burocratas de Brasília), e que pode se adaptar a qualquer ambiente de trabalho.
Mas, coitadinhos, parece que vão ser sacrificados, o que é injusto com o valoroso animal, simbolo de muita cavalgadura que anda por aí (e nem desconfia que tem um primo-irmão num programa tão importante como esse criado pelos companheiros para promover nosso valoroso animal-símbolo).
Pois, mesmo arriscando-me a repetir uma piada que já pode ter sido feita por algum outro jornalista sério, aqui vai a minha.
Já que vão exportar jegues para a China, por que não exportar outro tipo de jumentos também?
Eu sei de muitos companheiros que simpatizam enormemente com a China, acham que ela é nossa aliada, parceira estratégica, essas coisas importantes, que sempre aparecem nos comunicados dos Brics e coisa e tal. Por que não aproveitar a próxima partida de uns tantos milhares de jegues de exportação para também acomodar alguns jumentos especiais de exportação (não são, mas acho que eles viveriam melhor lá do que aqui...).
Enfim, só sugestão, não estou querendo deportar ninguém (como aliás já fizeram com dois companheiros esportistas, que nem jumentos eram...).
Paulo Roberto de Almeida

ECONOMIA

Brasil faz acordo para vender jumentos para a China

Foto: Bloomberg

O Globo
Em meio a tantos produtos brasileiros exportados para a China, surgiu, recentemente, um novo objeto do desejo: o popular jegue nordestino. Há cerca de um mês, um acordo entre os dois países liberou o intercâmbio de asnos — também conhecidos como burros e jumentos, largamente utilizados na indústria de alimentos e na de cosméticos no país asiático.
Os chineses pretendem importar 300 mil jumentos por ano do Nordeste. Além de movimentar a economia local, a iniciativa vai resolver o problema de excesso de oferta de jegues na região. Com as facilidades de financiamento, houve grande crescimento do uso de motos para transporte e os jegues estão perdendo espaço.
Em junho do ano passado, um grupo de empresários chineses conversou, da Bahia ao Rio Grande do Norte, com fazendeiros e políticos. Aos políticos locais, o grupo propôs um programa de garantia de compra a preços de mercado, envolvendo até linhas de crédito, por meio de um sistema batizado de Projegue. Mas o projeto ainda não deslanchou.

sábado, 15 de maio de 2010

Conselheiros da Petrobras, ops, do BNDES

Um post, neste blog, sobre os famosos (alguns obscuros) conselheiros da Petrobras, que recebiam uma grana firme por alguns conselhos eventuais (alguns nem isso) em períodos esparsos, foi o que mais rendeu comentários, alguns raivosos, sobre o assunto.
Não importa tanto o dinheiro em si, pois se trata de empresas, com contabilidade supostamente aferida pelo mercado, ou pelas agências públicas de controle. O que se está mencionando é a "qualidade" (ou falta de) dos conselheiros, na verdade apenas indicados para complementação salarial (entre companheiros, claro).

Pague a ministra
A substituta de Dilma Rousseff na Casa Civil, Erenice Guerra (aquela do dossiê contra a falecida Ruth Cardoso), já tem novo complemento de salários: foi nomeada pelo presidente Lula para o Conselho de Administração do BNDES. Erenice é, desde o início de 2008, membro do Conselho Fiscal do BNDES. Recebe, a cada reunião, realizada de três em três meses, o jeton de R$ 15.370,00. Recebe também o salário de ministra, R$ 11.240 mensais.

PS: Já espero vários comentários, alguns raivosos. Ofensas serão deletadas, comentários sem foco no objeto também. Apenas um aviso preventivo (PRA).