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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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sexta-feira, 15 de novembro de 2013

The Human Factor: Graham Greene tinha razao, no fundo tem sempre o fator humano

Não há nada que os serviços secretos, ditos de "inteligência", possam fazer: por trás de todo o aparato formidável de investigação, espreita, espionagem, disfarce, tem sempre uma motivação humana, que pode não corresponder ao que o serviço espera de seus agentes.
Leiam este pequeno romance de Graham Greene...
Paulo Roberto de Almeida

Edward Snowden Leaked up to 200,000 NSA Top Secret Documents
By Jerin Mathew
International Business Times (EUA), 15/11/2013

The US National Security Agency (NSA) has revealed that whistleblower Edward Snowden leaked up to 200,000 classified documents to the media, suggesting the agency's reputation could be damaged by further revelations over the coming weeks.

"Snowden has shared somewhere between 50 and 200,000 documents with reporters. These will continue to come out," NSA director general Keith Alexander said.

Alexander was responding to a question about the steps that US authorities were taking to stop the former NSA contractor from leaking additional information to the media.

The NSA chief also noted it is "very hard" for his agency to prevent such leaks from Snowden.

"They're being put out in a way that does the maximum damage to NSA and our nation... And it's hurting our industry. I think it's wrong. I don't know how to stop it," he said.

"But I'll tell you, this increases the probability that a terrorist attack will get through. I think it's absolutely wrong. When we look back on this, people are going to see that and understand that and say what they did was wrong. Until then, we're at their mercy.

"They're putting them out, one or two a week, to cause the maximum problem. They get it wrong."

The revelations of spying by the secret agency that have emerged thus far have created a major headache for the Obama administration.

Spying Scandal

Snowden, a former contractor at the NSA, had earlier leaked top secret documents about a global programme of surveillance by Washington. He is currently in exile in Russia. 

The documents revealed that the NSA has been tapping telephone conversations and spying on the internet activity of citizens, leaders, bureaucrats, businesses and government agencies.

Following the revelations, the NSA's surveillance practices have drawn sharp criticism within the US and around the world.


According to the leaked documents, prominent leaders spied on by the NSA include Brazil President Dilma Rousseff and German Chancellor Angela Merkel. In addition to criticising the Obama administration severely, the countries presented a resolution in the UN to strengthen international regulations on data protection.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Companheiros cubanos muy amigos... de la información, y como...

Em tempos de espionagem eletrônica americana, os companheiros dos companheiros são muito persuasivos, no plano pessoal, segundo os velhos métodos estalinistas.

Paulo Roberto de Almeida 

O assédio cubano

  • Oficiais lotados no Ministério da Defesa tentaram neutralizar a atuação dos civis petistas que facilitam a parceria com os cubanos na área das informações estratégicas
Roberto Lopes
O Globo, 2/11/2013

Ainteligência militar brasileira está inquieta. Diplomatas de Cuba vêm assediando funcionários de missões diplomáticas brasileiras no exterior, em busca de informações sobre: (a) a expansão do esforço antidrogas do Brasil na América do Sul, em substituição ao papel antes desempenhado pelo governo americano — fato que ocorre, por exemplo, na Bolívia; (b) a real medida da resistência brasileira à importação de médicos cubanos; (c) os motivos que levam a maioria dos formadores de opinião do país a se entrincheirar contra o chavismo.
Tal aproximação representaria o início de um processo de infiltração da inteligência cubana no Brasil, já que, em Havana, o recrutamento de diplomatas para serviços de coleta de informações é rotineiro.
Recentemente, oficiais lotados no Ministério da Defesa tentaram neutralizar a atuação dos civis petistas que facilitam a parceria com os cubanos na área das informações estratégicas. Mas não conseguiram. Tais servidores parecem ser irremovíveis, e não porque tenham sido nomeados pela presidente Dilma Rousseff, mas porque fazem parte da cota pessoal do ex-presidente Lula na administração federal.
O pessoal do G2 — Seguridad del Estado — e da contraespionagem militar cubana teve facilidade em dominar o aparato de segurança interna e a contraespionagem venezuelanos, porque lá o chavismo exigiu a politização das Forças Armadas. Coronéis (e simples majores) castristas desfilam como se fossem divindades pelos quartéis venezuelanos. À passagem deles, diz-se, os militares locais juntam os calcanhares e adotam rígida posição de sentido.
O Brasil é, felizmente, um desafio imensamente maior para os cubanos que a Venezuela, ou a Bolívia do compañero Evo. Tanto o ex-presidente Lula quanto o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, já precisaram ouvir de patentes militares que o pior que poderia acontecer no país seria a politização das Forças Armadas brasileiras. E isso porque, no Palácio do Planalto, houve quem (do alto da barba, dos óculos e da gravata borboleta) sonhasse com oficiais-generais lulistas...
Nunca existiu um partido que apoiasse tanto a renovação dos meios de Defesa no país quanto o PT (e um que frustrasse tanto as expectativas dos militares quanto o PSDB), mas o preço que os petistas cobram por seu apoio é alto.
Essa conjunção de fatores fez surgir certa expectativa em relação à dupla Eduardo Campos/Marina Silva. Ele, neto de um político no passado perseguido pelos militares; ela, a guerreira da Amazônia, que representa um potencial de problemas a certas medidas consideradas urgentes pelos militares, como a modernização da BR-319 (Manaus-Porto Velho).
A questão é que, além dos seus históricos pessoais, a dupla Eduardo/Marina também oferece um compromisso com ética e ação governamental (desenvolvimentista) mais eficiente. E isso é, verdadeiramente, novo.
Talvez eles até consigam deixar o Itamaraty esticar o pescoço por cima da linha do Equador, para enxergar que existem chances de cooperação fora do eixo Sul-Sul. E, ao afrouxar a rigidez sobre o leme, permitam que a nau gire suavemente, adotando outra proa.
© 1996 - 2013. 

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Ninguem me escuta, ninguem me quer... Portugal, orfao da espionagem eletronica - Francisco Seixas da Costa

Hoje em dia, um país que NÃO é escutado, espionado, vigiado pelo NSA, não parece contar na política internacional.
Por favor, me espionem, me escutem clandestinamente, roubem os meus segredos, parecem suplicar os amigos portugueses.
Pelo menos, é o que entendo desta complainte do meu amigo Francisco Seixas da Costa. Em seu blog Duas ou Três Coisas...
Paulo Roberto de Almeida 

QUARTA-FEIRA, 23 DE OUTUBRO DE 2013

Discriminação


Aqui entre nós, não deixa de ser uma suprema humilhação para Portugal o facto de, nas revelações que vão surgindo sobre as espionagem pelos serviços secretos americanos a políticos de vários países, não ter aparecido a mais leve referência a Portugal. 


Então ninguém escuta os nossos governantes? Ninguém quer saber o que eles dizem? Ou será que os americanos já conhecem o "guião para a reforma do Estado" e nós não? Estarão a copiá-lo?

Faça-se devida justiça à oposição, que bem tentou remar contra a maré, denunciando escutas à sua sede. Mas também ninguém os ouve...

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Nao espiona e nao deixa ninguem espionar: aventuras sherloquianas doscompanheiros - Guilherme Fiuza

Guilherme Fiuza


Dilma foi à ONU e acabou com Barack Obama. Lendo com fúria o discurso terceiro-mundista que algum Marco Aurélio Garcia ajuntou para ela, deixou os yankees apavorados. Falando sobre espionagem digital, a presidente brasileira deu uma lição de direito e democracia aos americanos, com sua autoridade de aliada de Cuba, Irã, Síria e Venezuela. E Dilma fez mais: cancelou a visita que faria neste mês aos Estados Unidos. A maior potência mundial talvez não resista a esse golpe.

Obama inventou uma briguinha com o Congresso e fez seu governo parar de funcionar - tudo para ganhar tempo e pensar o que fará sem Dilma. A Casa Branca estaria tentando negociar pelo menos a substituição dela por outra grande líder do Brasil transparente - como Erenice Guerra ou Rosemary Noronha -, mas o Planalto estaria irredutível.

A ética petista não transige com espiões, não tolera governos que abusam de seu poder para fins de dominação política. Tanto que a espionagem do sigilo bancário do caseiro Francenildo foi feita sem qualquer invasão de privacidade - a conta era num banco estatal, e as estatais, como se sabe, são deles, e ninguém tem nada com isso. Inclusive, Marcos Valério levava tranquilamente sacos de dinheiro do Banco do Brasil para o PT, tudo em casa. Agora os Estados Unidos aprenderão com Dilma a respeitar o que é dos outros.

Alguns críticos neoliberais, elitistas e burgueses andaram dizendo que o discurso de Dilma na ONU foi uma bravata pueril, uma lambança diplomática. Disseram que Oswaldo Aranha e o Barão do Rio Branco se reviraram nas catacumbas com a transformação da assembleia da ONU em assembleia do PT, onde o que vale é rosnar contra o "inimigo" para excitar a militância e descolar uns votos. Esses críticos acham que a gritaria de Dilma em Nova York e o cancelamento de sua visita aos EUA fazem bem ao PT e mal ao Brasil. São uns invejosos.

Quando o assunto é espionagem e manipulação de dados protegidos, o governo popular sabe do que está falando. Uma de suas obras-primas na matéria foi o vultoso Dossiê Ruth Cardoso - uma varredura em registros contábeis sobre a ex-primeira-dama. Na ocasião, o primeiro escalão do governo Lula era denunciado por uso abusivo dos cartões corporativos. O material sobre as despesas de Dona Ruth não trazia nenhuma irregularidade, mas virou um "banco de dados" nas mãos da "inteligência" aloprada, acostumada a envenenar informação e jogar no ventilador.

O Dossiê Ruth Cardoso foi montado na Casa Civil pela ainda desconhecida Erenice Guerra. Sua chefe se chamava Dilma Rousseff- essa mesma que agora ensina Obama a não futricar a vida alheia.

Ela pode ensinar, porque entende de invasão. Segundo a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, a então ministra chefe da Casa Civil Dilma Rousseff- a quem Lina não era subordinada - ordenou-lhe que desse cabo de um processo o companheiro Sarney. Após a denúncia, Lina aceitou ser acareada com Dilma, que dessa vez preferiu não se meter com ela.

Na campanha presidencial de Dilma em 2010, funcionários de seu comitê invadiram o sigilo fiscal da filha de seu adversário eleitoral. Era mais uma tentativa de dossiê, traficando dados protegidos por lei. Que Obama compreenda de uma vez: ou para de espionar os outros ou se filia ao PT, que aí não tem problema.

Enquanto Dilma lia seu panfleto na ONU, o Brasil registrava o primeiro déficit nas contas públicas desde 2001. O mês de agosto de 2013 passa à história como um marco do governo popular: após dez anos zombando das metas de inflação e de superávit, os pilares da estabilidade econômica, torrando dinheiro público com sua Arca de Noé ministerial e o dilúvio de convênios piratas, o PT conseguiu levar o Brasil de volta ao vermelho.

Mas está tudo bem. Basta olhar para os manifestantes nas ruas, ninjas, black blocs, sindicalistas e arruaceiros light para entender que o negócio hoje é brincar de revolução. Nessa linha, nada mais excitante que a "presidenta-mulher falando grosso" com os imperialistas. O Brasil entrega as calças, mas não admite acordar desse conto de fadas. Feliz 2019.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

E por falar em excelente ambiente de negocios no Brasil...

Pois é: parece que o Brasil está entregue a amadores.
Amadores inteligentes deveriam consultar técnicos e experts, antes de se pronunciar sobre assuntos que não dominam. Mas quem segura?
Paulo Roberto de Almeida

Resposta brasileira para espionagem na internet pode dar errado, diz setor
O Globo, 3/10/2013

SÃO PAULO/BRASÍLIA - Para as empresas de tecnologia no Brasil, a decisão do governo de mirar as companhias em resposta à espionagem americana é tão inteligente quanto enviar um e-mail raivoso no calor de uma discussão.

O plano da presidente Dilma Rousseff de obrigar as empresas de internet a armazenar dados de usuários dentro do país não terminará com as preocupações sobre segurança virtual no Brasil, e pode aumentar os custos e prejudicar futuros investimentos em um importante mercado emergente para empresas como Google, Facebook e Twitter, disseram analistas e executivos da indústria.

“Pode acabar tendo o efeito oposto do que se pretendia, e afugentar empresas que querem fazer negócios no Brasil”, disse Ronaldo Lemos, professor na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), que ajudou a formular a legislação de internet no Brasil.

Dilma ficou indignada depois que documentos divulgados pelo ex-analista de inteligência americano Edward Snowden mostraram que a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) espionou cidadãos brasileiros, a Petrobras e até mesmo as comunicações da própria presidente.

Em resposta, Dilma passou a priorizar um projeto de lei que exige que grandes empresas de internet armazenem localmente dados reunidos nos servidores dentro do Brasil. De outra forma, elas não poderão fazer negócios em um dos mercados de tecnologia e mídia social que cresce mais rápido no mundo.

O projeto de lei ainda não foi publicado, e o número de empresas na mira do governo é incerto.

No entanto, o deputado petista Alessandro Molon (RJ), relator do Marco Civil da internet, disse recentemente que o número de empresas afetadas poderia ser contado “nas duas mãos”.

No que foi interpretado pela indústria como outro sinal de hostilidade, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, sugeriu recentemente que as empresas de tecnologia não estavam pagando impostos suficientes.

Uma fonte da indústria, falando sob condição de anonimato devido à delicadeza da questão, disse que muitas empresas ainda estão esperando para ver a lei, e como será implementada, antes de decidir se continuarão com os planos de investir no país. Algumas poderiam até mesmo sair do Brasil.

“É uma ideia horrível”, disse a fonte. “E mesmo se o governo sabe, ele sente que precisa continuar pressionando e enviar um forte sinal político”.

Mesmo se os dados fossem mantidos em centros de dados brasileiros, ainda seriam replicados em servidores no exterior, dizem os especialistas. Ter bancos de dados inteiros em um único país tornaria a informação mais vulnerável a ataques cibernéticos.

Tamanho do mercado importa

Mas até agora o governo se recusa a abandonar seu plano, apostando principalmente que o Brasil é um mercado grande demais para as empresas ignorarem.

“Não acredito que essas empresas vão parar suas atividades lucrativas no Brasil”, disse Molon, acrescentado que construir centros locais seria um “custo pequeno” para empresas tão grandes.

O secretário de Política de Informática do Ministério de Ciência e Tecnologia, Virgílio Almeida, que também está envolvido na questão, citou o Facebook como uma empresa que deveria ter uma presença física maior no Brasil.

“O Brasil é o segundo maior mercado (do Facebook) em termos de usuários, e mesmo assim a empresa tem infraestrutura zero no país. Seria natural, mesmo do ponto de vista empresarial, ter parte dela aqui”, disse Almeida.

Um estudo patrocinado pelo grupo de telecomunicações Brasscom descobriu recentemente que os custos de operação de um centro de dados no Brasil podem ser até 100% mais altos do que nos Estados Unidos. Isso se deve principalmente ao alto custo de eletricidade e aos pesados impostos sobre tecnologia importada.

Almeida disse que o Ministério da Ciência e Tecnologia está estudando incentivos fiscais para empresas dispostas a manufaturar servidores no Brasil. Subsídios de eletricidade, ele disse, poderiam vir a ser discutidos com o Ministério da Fazenda.

A ideia de exigir que dados sejam hospedados localmente ganhou força depois que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, tentou persuadir as autoridades americanas a executar todos os outros pedidos de vigilância através dos tribunais brasileiros. Ele disse que o pedido foi rejeitado durante uma viagem recente a Washington.

Almeida sugeriu que os prejuízos podem não ser tão ruins quanto algumas empresas acreditam.

“É uma concepção ainda em construção”, disse. “Acho que a indústria está vendo esse debate sobre os centros de dados de maneira muito extrema”.

Fortaleza - Vladivostok

O rescaldo do escândalo da NSA também pode fortalecer outras iniciativas do governo com relação à internet.

Um projeto prevê ligar o Brasil e seus pares no grupos de países emergentes Brics através de um cabo de fibra óptica de 34.000 quilômetros sem passar pelos Estados Unidos. O cabo iria de Fortaleza até Vladivostok, na Rússia, também ligando a África do Sul, a Índia e a China.

A internet é fortemente centralizada nos Estados Unidos, o que significa, por exemplo, que um e-mail enviado por Dilma a seu colega russo Vladimir Putin provavelmente irá passar por um servidor em Miami.

“Essa é uma boa oportunidade de procurar melhores opções de conectividade”, disse Leslie Daigle, chefe de Tecnologia de internet na internet Society, um grupo sediado nos EUA que defende uma rede aberta.

Especialistas dizem que a conscientização é mais importante do que cabos colossais de fibra óptica ou e-mail locais ou serviços de criptografia em um país onde autoridades responsáveis por fazer a política da internet às vezes têm uma má compreensão do assunto e geralmente trocam informações confidenciais através do Gmail ou Whatsapp, serviço de mensagem instantânea para smartphones.

“Ao introduzir mais tecnologia, você está na verdade introduzindo mais problemas em vez de abordar as questões”, disse William Beer, analista de segurança cibernética da empresa de serviços profissionais Alvarez & Marsal, em São Paulo.

Dilma fez da nova estrutura legislativa da internet uma prioridade, significando que a Câmara dos Deputados pode votá-la até o final de outubro. Com relação à regra de localização dos dados, o deputado Molon parece determinado.


“As coisas não podem continuar como estão”, disse. “Precisamos de uma resposta política contra um ato político que violou nossa soberania”.

Espionagem americana: algumas das razoes - Carlos Alberto Montaner, embaixador americano

Eu já tinha transcrito aqui este artigo do jornalista cubano quando foi publicado no original em espanhol.
Faço-o novamente em inglês, o que me permite corrigir pequenos erros do diplomata americano e comentar uma de suas mentiras mais deslavadas. Quanto ao resto, não há como ser contra, dado que são fatos objetivos, não impressões de um amador...
Ele erra, em primeiro lugar, ao dizer que o Brasil esteve do lado dos EUA na guerra da Coreia. Ledo engano: Getúlio Vargas não entrou nessa. O único país latino-americano que mandou tropas para a Coreia foi a Colômbia, e isso porque vivia sob uma ditadura militar, se não me engano.
É a mais pura verdade que todos os amigos de Lula e do PT são ditaduras abjetas, inimigas dos EUA, nisso ele tem inteiramente razão. Por que motivo Lula escolheu ter como amigos pessoas tão pouco recomendáveis. Como Lula não é um ideólogo, e parece que nem socialista ele é, só um grande oportunista, que nunca leu uma linha sequer de qualquer coisa, menos ainda de marxismo (que para ele deve ser pior que grego), só pode ser por um motivo bem oportunista, que vocês podem adivinhar porque seria.
Que o Brasil tenha votado contra os EUA em todas as votações de importância para os EUA, também é uma verdade factual, não só por decisão de Lula, mas também de amigos fervorosos de certas causas, que são as mesmas que explicam porque o Brasil votou sistematicamente a favor de ditaduras, e contra qualquer investigação séria de direitos humanos nesses países ditatoriais. Deve ser uma compulsão...
Ele se engana também ao dizer que o aspone presidencial para assuntos internacionais seja mais inteligente e mais preparado do que o chefe da quadrilha, mas ele provavelmente não conhece todos os meandros do agrupamento desses companheiros que possuem fieis amigos dos amigos dos amigos dessas ditaduras em causa. Um dia vai se saber toda a verdade, se os homens que os treinaram não queimarem antes todos os papéis, o que aliás eles já devem estar fazendo, sabendo que o barco das ratazanas vai soçobrar um dia desses.
Ele também se engana ao dizer que o Itamaraty considera Carta Democrática da OEA, firmada em Lima no dia fatídico de 11/09/2001, como apenas um pedaço de papel. O Itamaraty considera vários outros ins
trumentos como meros pedaços de papel, do contrário não assinaria tantos, mas em geral o corpo profissional se atém à palavra dada e ao documento assinado. Quem não liga para isso são os companheiros, que não sabem honrar a palavra dada, tanto que vivem mentindo. São eles que impedem o Itamaraty de fazer as coisas certas, e costumam obrigá-lo a fazer as coisas erradas. São fatos, e bastaria mencionar aqui Venezuela, Bolívia, Honduras, Paraguai, etc...
Pode-se também concordar em que o Brasil é um país notoriamente corrupto, e são fatos, igualmente, que sustentam essa afirmação.
Agora, é uma grande mentira que os EUA só espionam o Brasil porque o país é corrupto, porque o governo é antiamericano e só atua no plano internacional contra os EUA e a favor dos inimigos dos EUA.
Mesmo que o Brasil tivesse um governo de direita, alinhado e fiel a Washington, totalmente subserviente aos desejos dos EUA, os EUA ainda assim espionariam o Brasil, como espionam todos os outros, amigos ou inimigos.
Afinal de contas, ninguém perde nada por estar bem informado...
Paulo Roberto de Almeida

Why we spy on Brazil
BY CARLOS ALBERTO MONTANER
The Miami Herald, September 29, 2013

Brazil's President Dilma Roussef waits to address the audience during the 68th session of the United Nations General Assembly at the United Nations.
President Dilma Rousseff of Brazil canceled her visit to President Obama. She was offended because the United States was peeking into her electronic mail. You don’t do that to a friendly country. The information, probably reliable, was provided by Edward Snowden from his refuge in Moscow.
Intrigued, I asked a former U.S. ambassador, “Why did they do it?” His explanation was starkly frank:
“From Washington’s perspective, the Brazilian government is not exactly friendly. By definition and history, Brazil is a friendly country that sided with us during World War II and Korea, but its present government is not.”
The ambassador and I are old friends. “May I identify you by name?” I asked. “No,” he answered. “It would create a huge problem for me. But you may transcribe our conversation.” I shall do so here.
“All you have to do is read the records of the São Paulo Forum and observe the conduct of the Brazilian government,” he said. “The friends of Luis Inácio Lula da Silva, of Dilma Rousseff and the Workers Party are the enemies of the United States: Chavist Venezuela, first with (Hugo) Chávez and now with (Nicolás) Maduro; Raúl Castro’s Cuba; Iran; Evo Morales’ Bolivia; Libya at the time of Gadhafi; Bashar Assad’s Syria.
“In almost all conflicts, the Brazilian government agrees with the political lines of Russia and China, as opposed to the perspective of the U.S. State Department and the White House. Its more akin ideological family is that of the BRICS, with whom it tries to conciliate its foreign policy. [The BRICS are Brazil, Russia, India, China and South Africa.]
“The huge South American nation neither has nor manifests the slightest desire to defend the democratic principles that are systematically violated in Cuba. On the contrary, former president Lula da Silva often takes investors to the island to fortify the Castros’ dictatorship. The money invested by the Brazilians in the development of the super-port of Mariel, near Havana, is estimated to be $1 billion.
“Cuban influence in Brazil is covert but very intense. José Dirceu, Lula da Silva’s former chief of staff and his most influential minister, had been an agent of the Cuban intelligence services. In exile in Cuba, he had his face surgically changed. He returned to Brazil with a new identity (Carlos Henrique Gouveia de Mello, a Jewish merchant) and functioned in that capacity until democracy was restored. Hand in hand with Lula, he placed Brazil among the major collaborators with the Cuban dictatorship. He fell into disgrace because he was corrupt but never retreated one inch from his ideological preferences and his complicity with Havana.
“Something similar is happening with Profesor Marco Aurelio Garcia, Dilma Rousseff’s current foreign policy adviser. He is a contumacious anti-Yankee, worse than Dirceu even, because he’s more intelligent and had better training. He will do everything he can to foil the United States.
“To Itamaraty — a foreign ministry renowned by the quality of its diplomats, generally multilingual and well educated — the Democratic Charter signed in Lima in 2001 is just a piece of paper without any importance. The government simply ignores the election swindles perpetrated in Venezuela or Nicaragua and is totally indifferent to any abuses against freedom of the press.
“But that’s not all. There are two other issues about which the United States wants to be informed about everything that happens in Brazil, because, in one way or another, they affect the security of the United States: corruption and drugs.
“Brazil is a notoriously corrupt country and those ugly practices affect the laws of the United States in two ways: when Brazilians utilize the American financial system and when they compete unfairly with U.S. companies by resorting to bribery or illegal commissions.
“The issue of drugs is different. The production of Bolivian coca has multiplied fivefold since Evo Morales became president, and the outlet for that substance is Brazil. Almost all of it ends up in Europe, and our allies have asked us for information. That information sometimes is in the hands of Brazilian politicians.”
My two final questions are inevitable. Will Washington support Brazil’s bid for permanent membership in the U.N. Security Council?
“If you ask me, no,” he says. “We already have two permanent adversaries: Russia and China. We don’t need a third one.”
Finally, will the United States continue to spy on Brazil?
“Of course,” he tells me. “It’s our responsibility to U.S. society.”

I think that Doña Dilma should change her e-mail addresses frequently.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Por qué Estados Unidos espía a Brasil - Carlos Alberto Montaner

Brasil Estados Unidos Espionaje

Por qué Estados Unidos espía a Brasil


Infolatam
Miami, 21 septiembre 2013
Por CARLOS ALBERTO MONTANER

(Infolatam).- La presidenta brasilera Dilma Rousseff canceló su visita a Barack Obama. Estaba ofendida porque Estados Unidos espiaba su correo electrónico. Eso no se le hace a un país amigo. La información, probablemente fidedigna, fue brindada por Edward Snowden desde su refugio en Moscú.
Intrigado, se lo pregunté a un exembajador norteamericano. ¿Por qué lo hicieron? Su explicación fue descarnadamente franca: “desde la perspectiva de Washington, el brasilero no es exactamente un gobierno amigo. Brasil, por definición y por la historia, es un país amigo que nos acompañó en la Segunda Guerra mundial y en Corea, pero no lo es su actual gobierno”.
[Nota PRA: Ele engana aqui; o Brasil nunca apoiou os EUA na missão autorizada pela ONU da guerra da Coreia.]

 Somos viejos conocidos. ¿Puedo dar tu nombre, le pregunto? “No –me dice–. Me crearía un inmenso problema, pero transcribe la conversación”.
Lo hago.
“Sólo hay que leer los papeles del Foro de Sao Paulo y observar la conducta del gobierno brasilero.Los amigos de Luis Ignacio Lula da Silva, de Dilma Rousseff y del Partido de los Trabajadores son los enemigos de Estados Unidos: la Venezuela chavista, primero con Chávez y ahora con Maduro, la Cuba de Raúl Castro, Irán, la Bolivia de Evo Morales, Libia en época de Gadafi, la Siria de Bashar el-Asad”.
“En casi todos los conflictos, el gobierno de Brasil coincide con la línea política de Rusia y China frente a la perspectiva del Departamento de Estado y la Casa Blanca. Su familia ideológica más afín es la de los BRICS, con los que intenta conciliar su política exterior”. (Los BRICS son Brasil, Rusia, India, China y Sudáfrica).
“La enorme nación sudamericana ni tiene ni manifiesta el menor interés en defender los principios democráticos sistemáticamente violados en Cuba. Por el contrario, el expresidente Lula da Silva suele llevar inversionistas a la Isla para fortalecer la dictadura de los Castro. Se calcula en mil millones de dólares la cifra enterrada por los brasileros en el desarrollo del super puerto de Mariel, cerca de La Habana”.
“La influencia cubana en Brasil es solapada, pero muy intensa. José Dirceu, el exjefe de despacho de Lula da Silva, su más influyente ministro, había sido un agente de los servicios cubanos de inteligencia. Exiliado en Cuba, le cambiaron el rostro por medio de cirugía y lo devolvieron a Brasil con una nueva identidad (Carlos Henrique Gouveia de Mello, comerciante judío) y así funcionó hasta que se restauró la democracia. De la mano de Lula colocó a Brasil entre los grandes colaboradores de la dictadura cubana. Cayó en desgracia por corrupto, pero sin ceder un ápice en sus preferencias ideológicas y sus complicidades con La Habana”.
“Algo parecido a lo que sucede con el profesor Marco Aurelio García, actual asesor de política exterior de Dilma Rousseff. Es un antiyanqui contumaz, incluso peor que Dirceu porque es más inteligente y tiene mejor formación. Hará todo lo que pueda por perjudicar a Estados Unidos”.
“Para Itamaraty, esa cancillería que tanto prestigio tiene por la calidad de sus diplomáticos, generalmente políglotas y bien educados, la Carta Democrática firmada en el 2001 en Lima es un simple papelucho carente de importancia.  El gobierno, sencillamente, ignora los fraudes electorales llevados a cabo en Venezuela o en Nicaragua, y es totalmente indiferente ante los atropellos a la libertad de prensa”.
“Pero eso no es todo. Hay otros dos temas sobre los cuales Estados Unidos quiere estar enterado de cuanto sucede en Brasil porque alcanza, de alguna manera, la seguridad de Estados Unidos: la corrupción y las drogas”.
“Brasil es un país notablemente corrupto y esas prácticas nefastas afectan las leyes de Estados Unidos de dos maneras: cuando utilizan el sistema financiero norteamericano y cuando compiten de manera ilegítima con empresas de este país recurriendo a sobornos o comisiones ilegales”.
“El asunto de las drogas es distinto. La producción de coca boliviana se ha quintuplicado desde que Evo Morales ocupa el poder y el camino de salida de esas sustancias es Brasil. Casi toda va a parar a Europa y nuestros aliados nos han pedido información. Esa información a veces se encuentra en manos de políticos brasileros”.
Las dos preguntas finales son inevitables: ¿apoyará Washington la candidatura a Brasil a ser miembro permanente del Consejo de Seguridad de la ONU? “No si me preguntan a mí –me dice–. Ya tenemos dos adversarios permanentes, Rusia y China. No hace falta un tercero”. Por último, ¿seguirá Estados Unidos espiando a Brasil? “Por supuesto –me dijo–, es nuestra responsabilidad con la sociedad americana”.
Creo que Doña Dilma debe cambiar frecuentemente las claves de su correo electrónico.

sábado, 21 de setembro de 2013

Espionagem eletronica: coisa para amadores?

Brasil manda estagiária para reunião sobre a espionagem

Diplomatas ficaram surpresos com silêncio brasileiro no encontro na ONU

A presidente Dilma Rousseff durante cerimônia de sanção da lei que destina recursos dos royalties do petróleo para educação e saúde, no Palácio do Planalto
Dilma anunciou que apoiaria ação global contra espionagem, mas Itamaraty mandou estagiária à reunião na ONU(Celso Junior/Reuters) / 21/09/2013
Governo põe estagiária em reunião de espionagem
Apesar de prometer forte ação sobre tema, Brasil vira espectador em encontro da ONU
JAMIL CHADE, CORRESPONDENTE / GENEBRA
O Estado de S.Paulo, 21 de setembro de 2013

Apesar de ter anunciado uma forte ação internacional contra a espionagem dos EUA, o governo brasileiro enviou para a reunião da cúpula de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) que discutiria justamente esse tema ontem, em Genebra, uma diplomata de baixo escalão que acabou substituída, durante o dia, por uma estagiária.

O Brasil chegou a patrocinar a convocação do encontro, ao lado de Alemanha e países escandinavos. Mas nas duas horas de reunião a delegação brasileira não pediu a palavra uma só vez e a estagiária se limitou a tomar nota do que dizia cada um dos participantes. Enquanto isso, a embaixadora do Brasil na ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo, promovia um almoço para sua despedida do cargo.
A presidente Dilma Rousseff promete usar seu discurso na Assembleia-Geral da ONU na semana que vem para levantar o assunto. Ontem, porém, ONGs e diplomatas de vários países se surpreenderam diante do silêncio do governo do Brasil.
Na reunião, diplomatas discutiram o caso brasileiro, em que a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) é suspeita de monitorar e-mails da própria presidente, além de dados sigilosos da Petrobrás. O encontro contou com a alta comissária Navi Pillay e o relator da ONU para Liberdade de Expressão, Frank La Rue. Na plenária lotada, embaixadores de diversos países, inclusive dos EUA e do Reino Unido.
Ficou acertado que a ONU deverá convocar ainda neste ano uma sessão especial do Conselho de Direitos Humanos para debater de novo o tema. A meta é que uma resolução seja apresentada para esclarecer qual a posição do direito internacional em relação à espionagem.
Navi Pillay deixou claro que governos precisam agir para proteger a privacidade e as atuais leis não estão garantindo essa proteção. "A tecnologia permitiu níveis sem precedentes de interferência no direito à privacidade." Sua principal preocupação é com a arbitrariedade na busca por informações de cidadãos. Ela ainda se disse "preocupada" com o fato de que argumentos de segurança nacional possam justificar "abusos".
La Rue propôs que a ONU crie um relator que ficará responsável por redigir princípios que deveriam ser seguidos por países, na forma de um tratado internacional. "A regra é simples: toda a lei (de espionagem) que existe no mundo offline deve ser válida para o mundo online. Se para abrir uma carta no correio alguém precisa de uma ordem judicial, isso também deve ocorrer na internet", disse.
O relator da ONU para Liberdade de Expressão admitiu que governos precisam se ocupar de assuntos de segurança nacional. "Mas o que estamos falando aqui é de um sistema de monitoramento que coloca em risco o próprio sistema democrático. A falta de privacidade limita a liberdade de expressão."
Mais de dez países tomaram a palavra para expor suas posições, desde Equador a Paquistão, Suíça a Montenegro.
Entidades. No encontro, 250 entidades da sociedade civil, várias delas brasileiras, apresentaram 13 princípios que governos deveriam seguir no que se refere à espionagem e ao controle da web. O documento pede que governos sejam transparentes sobre o uso de monitoramento da web, ajam dentro da lei, respeitem direitos individuais e atuem com proporcionalidade. 
(Com Estadão Conteúdo)

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O Big Stick de Theodore Roosevelt e o porrete verbal de quem mais precisa dele...

Aspereza e suavidade
O presidente americano Theodore Roosevelt dizia que se deve falar macio e ter um porrete nas mãos. A presidente Dilma Rousseff, neste caso da espionagem brasileira, fala duro mas age com gentileza. Ao que tudo indica, irá aos Estados Unidos no dia 23, conforme previsto. Dilma tem interesse na visita (e Obama, sem dúvida, também). Há algumas propostas de cooperação a analisar.

E, quando fica bom para os dois lados, a tendência é que logo se acertem.

(da coluna do jornalista Carlos Brickmann, 11/09/2013)

Espionagem: parece que alguem vai ficar bravo com alguem (e nao seria o Obama...)

Espionagem

Obama responde a Dilma, mas não explica 'anything'

Presidente havia pedido a Estados Unidos 'tudo, everything', mas Casa Branca entregou ao Brasil um evasivo 'vamos trabalhar juntos em uma agenda comum'

Veja.com, 12/09/2013
A presidente Dilma Rousseff disse ter pedido ao presidente Barack Obama "tudinho, em inglês 'everything'" sobre a espionagem dos americanos no Brasil. No encontro entre eles na Rússia, em 6 de setembro, ela exigiu saber dos Estados Unidos muito mais do que está sendo publicado na imprensa. E a presidente não queria um pedido de desculpas, mas uma solução rápida para o caso. 
Nesta quarta-feira, a Casa Branca entregou a Dilma uma resposta evasiva, praticamente sem explicação nenhuma, algo como um "anything". Segundo Susan Rice, conselheira de segurança nacional dos EUA, disse que os americanos vão trabalhar com o Brasil para lidar com aspreocupações causadas ​​pelo vazamento de informações de que o país espionou Dilma einvadiu a rede de computadores da Petrobras.
Susan esteve reunida com o chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, para discutir questões envolvendo o Brasil nos documentos vazados pelo ex-prestador de serviços da Agência de Segurança Nacional (NSA) Edward Snowden. Figueiredo viajou aos EUA especialmente para tratar da denúncia de espionagem com o governo americano. 
"Vamos continuar a trabalhar juntos em uma agenda comum de iniciativas bilaterais, regionais e globais", informa a nota da Casa Branca. Segundo o governo americano, Rice expressou a Figueiredo que os EUA entendem que algumas reportagens recentes sobre o caso "distorceram nossas atividades", mas que algumas delas levantam "questões legítimas para nossos amigos e aliados sobre como essas atividades são aplicadas".
Promessa - O comunicado da Casa Branca foi emitido dentro do prazo de cinco dias prometido por Obama a Dilma em encontro durante reunião do G20, em São Petersburgo, na Rússia, na última sexta-feira. "Obama assumiu responsabilidade direta e pessoal pela investigação das denúncias de espionagem", disse a presidente. 
Na ocasião, Dilma voltou a dizer que pretende acionar a Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a espionagem internacional: "Irei à ONU propor uma nova governança contra invasão de privacidade". Ela havia cogitado procurar respaldo da ONU quando documentos secretos da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) vazados pelo ex-agente Edward Snowden revelaram a espionagem sobre e-mails e telefonemas em geral no país e a existência de uma base da agência em Brasília - negada pela embaixada dos EUA.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

NSA e o Brasil: como se diz "enrolacao" em Ingles?

Seria enrolation, embromation ou fabrication?
Um pouco de tudo, claro. E vai ficar por isso mesmo. Gostou? Tem tapete vermelho.  Não gostou? C'est la même chose. Enrolamos o tapete (e outras coisas junto) e vamos em frente: sorriso amarelo de um lado, sem sorriso do outro. E vamos continuar enrolando, até esse povo chato parar de chatear.  Mas pode durar até as eleições. 
Que tal alguma retaliation?
PRA

THE WHITE HOUSE

Office of the Press Secretary
FOR IMMEDIATE RELEASE
September 11, 2013

Statement by NSC Spokesperson Caitlin Hayden on National Security Advisor Susan E. Rice’s Meeting with Brazilian Foreign Minister Luiz Alberto Figueiredo
In President Obama’s meeting with President Rousseff last week in St. Petersburg, the President made clear that we understand the concerns raised in Brazil and elsewhere about certain intelligence collection activities allegedly undertaken by the United States, and he committed to working in diplomatic channels to address these concerns. As a part of that dialogue, today National Security Advisor Rice hosted Brazilian Foreign Minister Figueiredo at the White House.  
The United States and Brazil enjoy a strong and strategic partnership rooted in our shared interests as multicultural democracies and major economies.  Brazil is a major trading partner of the United States, with more than $100 billion in bilateral trade in goods and services in 2012.  Growing commercial ties and investment between our two countries are creating jobs in the United States and contributing to the development of advanced manufacturing in Brazil and to the increased competitiveness of both countries.  We continue to pursue an important and broad-ranging shared agenda that includes international peace and security, energy, global financial issues, and food security, among other issues.
As the President has previously stated, his national security team – informed by the work of key experts – is undertaking a broad review to examine U.S. intelligence activities to ensure that they are appropriately tailored and reflective of policy decisions about what we should do, versus what we can do.  The President seeks to ensure that our activities are consistent with our broader national interests, including our relationships with key partners.
National Security Advisor Rice expressed to Foreign Minister Figueiredo that the United States understands that recent disclosures in the press – some of which have distorted our activities and some of which raise legitimate questions for our friends and allies about how these capabilities are employed -- have created tensions in the very strong bilateral relationship we have with Brazil. The United States is committed to working with Brazil to address these concerns, while we continue to work together on a shared agenda of bilateral, regional and global initiatives

Historiadores do futuro: confiem nos arquivos da NSA: sao fiaveis... - Augusto Nunes

Os papeis confidenciais americanos -- e isto é a constatação de quem já pesquisou em arquivos americanos, inclusive em papéis da CIA -- são extremamente objetivos e profissionais: descrevem meticulosamente o que acontece em cada país, desde os mais altos escalões de certos governos (hummm...) até os mais baixos escalões de certos movimentos "sociais" (que também podem ser sindicais, de juízes, professores, etc).
Ou seja, não tenho nenhuma dúvida de que se os historiadores quiserem reconstituir certos episódios de nossa diplomacia dentro de 10, 15 ou 25 anos (dependendo do grau de sigilo dos documentos), melhor fariam, ou farão, se confiarem mais nos documentos americanos -- que serão inevitavelmente liberados, em prazos certos -- do que em eventuais documentos da região.
Pelo que eu conheço da história do Mercosul, por exemplo, afirmo com todas as letras que seria impossível refazer a história dos processos decisórios que levaram a certos atos do bloco -- a Tarifa Externa Comum, entre outras -- com base em papéis argentinos, brasileiros, uruguaios ou paraguaios. E não porque eles estivessem contaminados pelo zelo conspiratório dos amigos do Foro de S.Paulo, pelo secretismo doentio dos stalinistas de Havana, ou por quaisquer outras deformações institucionais que passaram a ocorrer na república do nunca antes, mas pela bagunça mesmo, pela falta de registros, atas, minutas de reuniões, que possam ajudar na reconstituição de certos processos.
Confio mais nos papéis americanos, que cobrem tudo com um zelo missionário, informando tudo o que é relevante para seus patrões de Washington.
Quem quer tenha trabalhado em arquivos americanos, sabe do que estou falando.
Contentes, historiadores?
Paulo Roberto de Almeida

Augusto Nunes, 10/09/2013

No fim da tarde de 22 de junho de 2012, uma sexta-feira, o Senado paraguaio aprovou por 39 votos a 4 o afastamento do presidente Fernando Lugo. Graças a informações repassadas pela Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), a Casa Branca não se surpreendeu com o desfecho da crise política, escancarada por 23 tentativas de impeachment. Surpresos ficaram os governos do Brasil e da Venezuela, constataram os agentes da NSA incumbidos de vigiar também a movimentação dos vizinhos decididos a mandar às favas a soberania do Paraguai.
Inconformados com o despejo do reprodutor de batina, Dilma Rousseff e Hugo Chávez resolveram por telefone que o companheiro Lugo merecia continuar no emprego, que a ofensiva deveria começar de imediato e que seria conduzida pelos chanceleres dos dois países. Despachados para Assunção no meio da noite, o brasileiro Antonio Patriota apareceu sem aviso prévio no Senado paraguaio e o venezuelano Nicolás Maduro baixou sem ser convidado na sede do Poder Executivo.
O emissário de Dilma tentou anular a decisão quase unânime do Senado e reinstalar Fernando Lugo na presidência da República. O enviado de Chávez fez o que pôde para convencer os chefes das Forças Armadas a desfazer com um golpe de Estado o que fizera o Poder Legislativo. Ambos fracassaram miseravelmente. O vice-presidente Federico Franco assumiu sem sobressaltos o lugar do ex-bispo, que voltou a ter tempo de sobra para cuidar das ovelhas do rebanho.
A vingança dos parceiros trapalhões foi tramada com a ajuda da Argentina e do Uruguai: 150 anos depois da Guerra do Paraguai, a Tríplice Aliança reeditada por Dilma, Cristina Kirchner e Jose Mujica suspendeu do Mercosul o vizinho insubordinado e oficializou o ingresso da Venezuela, obstruído havia anos pelo mesmo Senado que afastara Fernando Lugo. Sorte do Paraguai: alheio ao assédio dos quatro patetas, que hoje imploram pela volta do país ao mais anêmico bloco econômico do planeta, o novo governo de Assunção prefere noivar com a Aliança do Pacífico e costurar acordos bilaterais muito mais vantajosos.
“Um dia, talvez, se conheça o histórico, as reflexões, os motivos e a atuação de cada um dos protagonistas brasileiros nesses episódios”, registrou o jornalista José Casado no artigo publicado pelo Globo em que divulgou essas informações. “Até lá, continuarão como segredos enterrados nos arquivos de um anexo virtual da Casa Branca: NSA”. O governo lulopetista não costuma deixar provas materiais das safadezas acumuladas pela política externa da cafajestagem (veja o post na seção Vale Reprise). Mas a documentação produzida pela espionagem ianque deixará de ser sigilosa daqui a alguns anos.

O pouco que vazou sobre o caso é suficiente para atestar que os americanos sabem detalhadamente o que Patriota e Maduro andaram fazendo em Assunção no inverno passado. E sabem muito sobre muitas outras coisas. Ainda bem. Deve-se sempre ressalvar que, em matéria de espionagem, o governo dos EUA tem ultrapassado com frequência os limites do tolerável. Mas certos efeitos colaterais são extraordinariamente positivos. Um deles: os documentos que pioraram o permanente mau humor de Dilma  ajudarão a contar a verdadeira história do Brasil.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Triste fim de Policarpo Snowden Philby - Amy Knight (NYRBooks)

Snowden in Exile
New York Review of Books, August 31, 2013

The revelation this week that former National Security Agency (NSA) contractor Edward Snowden had already received help from the Russian government during his sojourn in Hong Kong in June—according to reports, he even stayed at the Russian consulate for two days before flying to Moscow—has put a new perspective on his relations with the Kremlin. Over the summer, there has been much debate about whether Snowden is a courageous whistleblower or a traitor. Even if he started out closer to the former, his protection by the Russians may increasingly make him appear a defector who fled one country in order to serve another.
Snowden is an unlikely spy. As some have argued, by exposing secret and possibly illegal government security programs to a global public, he was acting against uncontrolled state power everywhere—something that might be particularly threatening to the Kremlin. Russia has a far more pervasive security apparatus than the US does, and is known for dealing aggressively with anyone who tries to criticize it. There is no word in the Russian language that accurately describes “whistle-blowing.” If one of Russia’s citizens had done what Snowden did, he or she would already be serving a life sentence in a labor camp.
But Snowden’s revelations about extensive US government eavesdropping (including on American citizens and friendly Western governments) were also an unexpected propaganda boon for Moscow, though at the cost of increased tension in its relations with the White House. After being criticized by the Americans for years over its human rights violations, Russia was finally able to point the finger back at them for “persecuting” Snowden. (While Snowden was still in limbo in Moscow’s Sheremetyevo Airport earlier this summer, Russian President Putin announced that his government would not grant Snowden asylum unless he agreed to stop revealing information that would “harm the interests of the US.” Clearly, that was just posturing, apparently in order to persuade President Obama to keep his commitment to meet with Putin in Moscow in September for bilateral talks, which Obama has since declined to do.)
But offering asylum to Snowden may bring more tangible benefits to Russia as well. The Russian security services have no doubt demanded access to the laptops Snowden brought with him. And they will also insist on debriefings. As the Associated Press recently pointed out,

The disclosure of Snowden’s hacking prowess inside the NSA also could dramatically increase the perceived value of his knowledge to foreign governments, which would presumably be eager to learn any counter-detection techniques that could be exploited against U.S. government networks.

Snowden has already been accused by the US Justice Department of violating two clauses of the 1917 Espionage Act by engaging in “unauthorized communication of national defense information” and “the willful communication of classified intelligence information to an unauthorized person,” along with theft of government property. (Bradley Manning was found guilty of similar espionage charges this month.) If Snowden complies with Russian requests for information about the NSA—or for that matter, about the CIA, an earlier employer—then he leaves himself vulnerable to the further and much more serious charge, under the Espionage Act, of “aiding the enemy.”
Is Snowden’s flight to Russia turning him into precisely the traitor US authorities accuse him of being? Coincidentally, it was fifty years ago in June that the world learned the shocking news about another Westerner who fled to Russia, the former high-level British intelligence officer Kim Philby. It is probably unfair to draw comparisons between Snowden and Philby, whose betrayal of his country as a double agent did unprecedented damage and cost many lives. Snowden was not an agent of a foreign state, and was apparently motivated to divulge NSA secrets to journalists by his indignation at the discovery of the NSA’s pervasive and intrusive eavesdropping program. But the longer Snowden remains in Russia, at the mercy of his Russian hosts, the greater the chances of his ending up like Philby and living the life of a man without a country.
Philby, as is well known, began operating as an agent of the Soviets during his years at Cambridge in the 1930s. After he joined MI6 (British foreign intelligence) and rose to become the head of counterintelligence against the Soviets, Philby was privy to MI6’s most sensitive information, including the identities of the “moles” the British had recruited within the Soviet secret services and the contents of intelligence communications between Britain and its allies. He also worked, from 1949 to 1952, in Washington as the British liaison officer to the CIA and the FBI, which gave him additional access to top secret American intelligence, such as the Venona project, which involved decoding intercepts of secret Soviet communications worldwide. Philby was by far the most valuable agent that the Soviets ever recruited. Though there were suspicions about him for much of the 1950s, he managed to evade conclusive discovery of his perfidy by the British until January 1963, when he was forced to flee secretly—and with Soviet help—from Beirut to Moscow.
Philby’s treatment after his defection does not bode well for what Snowden might expect in Moscow. Philby was provided with ample material comforts but, according to Rufina Philby, the Russian woman he married in 1971, he “suffered greatly from having nothing to do and feeling unwanted.” Sometime in the 1960s, he even tried to take his own life—by slitting his wrists. Philby was very much at the mercy of his handlers, who kept him isolated from Soviet society, such as it was, and bugged his flat and telephone. He was not invited to KGB foreign intelligence headquarters, at Yasenevo, until 1977, a full fourteen years after his arrival in Moscow. At some point he began giving occasional lectures at a safe house in Moscow to young KGB trainees who were heading for diplomatic posts in the West. But much of his time was spent drinking at home. The ravages of alcohol addiction, from which he had suffered well before his defection, continued to plague him until he died in 1988.
Whatever Snowden’s intelligence value to the Russians, he will not necessarily be treated any better than Philby. He is twenty-one years younger than Philby was when he arrived in Moscow. He can probably, as Philby did not, master the Russian language if he puts his mind to it. And he reportedly has been offered a job by the Russian on-line social network VKontakte, as a specialist in protecting the security of its subscribers’ communications. (A great irony, given the well-documented efforts of the Russian security services to penetrate and control social networking sites.) Snowden presumably also has access to the world beyond Russia through the Internet, while Philby lived in Moscow under an assumed name, once a week picking up outdated British newspapers from a post-office box, and had only occasional visits from his children living in Britain.
But Snowden will nonetheless feel isolated and tightly controlled by Russian authorities. His lawyer, Anatoly Kucherena, who Snowden selected from two names offered him to by the Russian border police at the airport, is known to have close ties with both the Kremlin and the Federal Security Service (FSB), which controls the border police.
Kucherena’s background, and the fact that he serves as chairman of a board for public oversight of the police and security services, including the FSB, suggest that he will do everything he can to orchestrate the Snowden case in accordance with the Kremlin’s interests. Kucherena has also said publicly that, while his client can live in a hotel or rent an apartment, “the personal safety issue is a very serious one for him.” So Snowden won’t be strolling around Red Square or going out to Moscow’s bars and restaurants for entertainment.
More to the point, he is bound to suffer disillusionment with his new hosts—perhaps like what happened to Philby, who arrived with far stronger ideological commitments. In an interview while he was still in Hong Kong in June, Snowden, referring to the interception of private communications by the NSA, said, “I do not want to live in a society that does this sort of thing.” He did not foresee that he would find himself now in a place where his every move and every contact would be monitored by a government that is far more controlling of its citizens than its American counterpart.


August 31, 2013, 9 a.m.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Ultimatum brasileiro aos EUA: espionagem inaceitavel...

Dilma dá prazo de uma semana para EUA explicarem espionagem

Por Luciana Lima - iG Brasília  - Atualizada às 

Proposta brasileira de acesso a dados de cidadãos sob investigação foi rejeitada por autoridades americanas

O governo brasileiro deu o prazo de uma semana para que o governo dos EUA esclareça as denúncias de espionagem feitas pela Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês). A cobrança pelo monitoramento, que teria atingido até mesmo a presidente Dilma Rousseff e seus principais assessores, foi feita pelo ministro de Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, durantereunião com o embaixador dos EUA no Brasil , Thomas Shannon, na manhã desta segunda-feira.
AP
Chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo Machado (D), fala ao lado de ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, durante coletiva no Itamaraty, Brasil
De acordo com o ministro, na conversa o embaixador americano comprometeu-se a entrar em contato ainda nesta segunda-feira com a Casa Branca para comunicar a exigência do governo brasileiro. O embaixador evitou falar sobre a visita como chefe de Estado que Dilma está prevista para fazer em outubro  a Washington. “Não vou tratar da viagem agora”, disse.
A viagem, que havia sido confirmada pelo Itamaraty e pelo Planalto, está sendo reavaliada por Dilma, que ficou irritadíssima com as denúncias de que também foi vítima de monitoramento por parte do governo americano. “O tipo de reação dependerá do tipo de resposta”, disse o ministro, que evitou falar sobre as medidas que poderão ser tomadas pelo Brasil. A denúncia de espionagem foi feita no domingo pela TV Globo com documentos vazados por Edward Snowden, ex-funcionário de uma prestadora de serviços dos EUA.
Acordo
A possibilidade de Dilma ter tido seus contatos monitorados foi a gota d’água em uma relação que já andava difícil entre os dois países. Na semana passada, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, chegou a se reunir com autoridades americanas para propor um acordo que regulamentasse o acesso aos dados de pessoas dos dois países em casos de investigação de atos ilícitos.
O acordo proposto pelo Brasil previa que a quebra de sigilos deveria ser autorizada pelo Poder Judiciário dos dois países. A proposta, de acordo com Cardozo, não foi aceita pelo governo dos EUA. “Queríamos um acordo que respeitasse a Constituição dos dois países. A Constituição americana é do século 17. A do Brasil é de 1988. Mas os brasileiros amam a sua Constituição assim como os americanos amam a deles”, comentou Cardozo, que chegou na sexta-feira da viagem dos EUA.
“Partindo do pressuposto de que somos soberanos e parceiros, surgiu a proposta de que se fixassem em termos muito claros os limites para a investigação. Propusemos que se pedisse aos nossos tribunais o acesso a nossas informações se houvesse atos ilícitos e indícios de situações ilícitas. Se nós, brasileiros, também quiséssemos, poderíamos solicitar. Seria um protocolo que respeitasse a soberania dos dois países. Os EUA disseram que não aceitavam e estavam dispostos a dialogar”, contou.
Conversas
Após a reunião de emergência convocada por Dilma na manhã desta segunda-feira, o Itamaraty deu início a uma série de conversas com outros países com o objetivo, segundo o ministro, de buscar uma regulamentação no âmbito mundial que “proíba a exposição dos dados” de cidadão e de governantes.
“Estamos conversando com diversos parceiros, desenvolvidos ou em desenvolvimento, principalmente com os países do Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul) para saber como se protegem e para podermos elaborar ações conjuntas a ser tomadas em relação a um caso grave como esse”, disse Figueiredo.
“A imprensa fala em intercepção de dados telefônicos, internet, espionagem física. O governo brasileiro entrará em contato com vários países, inclusive os membros dos Brics, porque acreditamos que envolve a todos e afeta a todos. Precisamos de uma governança internacional que proíba a exposição dos cidadãos. Não é uma regulamentação para cercear direitos, mas para proteger direitos”, ressalvou Figueiredo