O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador terrorismo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador terrorismo. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Sobre a natureza do fanatismo - Jaime Pinsky

Sobre a natureza do fanatismo. Por Jaime Pinsky

religiao

Sobre a natureza do fanatismo

Por Jaime Pinsky

… Negar a existência de fanáticos religiosos dentre os autodenominados soldados de Alá é ingênuo. Lá estão eles, matando de forma indiscriminada e contando com uma vida futura plena de alegria para si. Não fosse o seu fanatismo não matariam e morreriam em nome de uma suposta verdade indiscutível: a deles…
Publicado originalmente no Boletim Informativo do autor, 5 de agosto de 2016

A verdade do fanático religioso foi determinada por deus, o seu deus, por meio da revelação. Não se trata de uma grande verdade a que se chega após uma longa trajetória racional, nem de uma pequena verdade, fruto de um achado, um palpite, uma opinião. Trata-se da Verdade (assim, com V maiúsculo), e como tal, não é passível de discussão. Afinal, como simples mortais poderiam questionar verdades com origem divina?

O detentor da verdade religiosa não apenas acredita nela com toda intensidade, como acha que deve impô-la aos outros, aos incréus, aos céticos. No limite, impor uma verdade é uma obrigação do crente, já que ele estará salvando aquele que não acreditava e passa a crer. Ou, se o outro não tiver salvação, punindo-o. Obrigar o outro a acreditar em sua verdade não lhe parece uma atitude autoritária, mas uma obrigação moral. Mesmo que o outro não tenha vontade de receber a sua verdade. Mesmo que seja necessário matar o outro para que não peque mais.

Crimes em nome da religião, de religiões, ocupam muito espaço na história. O próprio mundo ocidental e cristão, que hoje é vítima de fanáticos islâmicos,  não tem muitos motivos para se orgulhar das Cruzadas (que sob o pretexto de salvar a Terra Santa dos infiéis matava toda espécie de vida que passava à frente de suas tropas), ou da Inquisição (que em nome da fé mandou para a fogueira um sem número de praticantes de outras crenças, além de dificultar o crescimento das forças produtivas na Espanha e em Portugal).

Alguém poderá argumentar, com aparente razão, que o fanatismo racista de Hitler, ou o fanatismo ideológico de Stalin também provocaram milhões de sacrifícios humanos. Vejo, contudo, muito do fanatismo religioso entre os seguidores desses lideres, que os tinham como verdadeiros deuses. A verdade dos nazistas era dogmática, não racional. Do contrário, como entender que um povo tão evoluído culturalmente como o alemão pudesse ter aceitado nas ideias nazistas que ensinavam que o mais idiota dos loiros de olhos azuis, só por ser ariano (seja lá o que isto possa significar) era de uma “raça” superior a, por exemplo, Albert Einstein, um judeu? O mesmo pode-se dizer dos seguidores de Stalin, que duvidaram durante décadas da imensidão dos seus crimes em nome de um socialismo altamente discutível.

Negar a existência de fanáticos religiosos dentre os autodenominados soldados de Alá é ingênuo. Lá estão eles, matando de forma indiscriminada e contando com uma vida futura plena de alegria para si. Não fosse o seu fanatismo não matariam e morreriam em nome de uma suposta verdade indiscutível: a deles.

…É importante lembrar que desde o começo Hitler foi bastante apoiado pela camada “lumpen” da população alemã, marginalizados, desempregados, desajustados, ressentidos…

Contudo, há um outro tipo social que tem participado dos atentados terroristas perpetrados particularmente na França. Podemos observar que fazem parte da tropa de choque dos agrupamentos de fanáticos de inspiração islâmica grupos ressentidos com o ocidente, não tanto por negarem valores desse mesmo ocidente (apesar de seu discurso nessa direção), mas por não terem tanto acesso quanto gostariam aos produtos e serviços que os cidadãos dos países mais desenvolvidos usufruem.

Quando afirmam não serem bem aceitos em sociedades como a francesa não estão clamando pela filosofia de Descartes, poemas de Baudelaire, ou peças de Molière, mas por roupas de grife, automóveis modernos e celulares do ano. “Se não me dão vida boa, também eles não terão vida boa”, parece ser o seu lema. Antigamente a presença de árabes e islâmicos na cultura francesa era importante, mas parece que isto já não ocorre mais e não se pode atribuir apenas à xenofobia essa dificuldade. A tão propalada incorporação dos imigrantes mais recentes à cultura francesa tem se resumido, na maioria dos casos, ao esforço para mudar de patamar de consumo, de preferência mantendo algumas características do grupo como a discriminação das mulheres. Os que não conseguem se tornar bons consumidores se tornam fortes candidatos a terroristas.

É importante lembrar que desde o começo Hitler foi bastante apoiado pela camada “lumpen” da população alemã, marginalizados, desempregados, desajustados, ressentidos. Gente que saiu batendo em adversários políticos, pichando vitrines de lojas, incendiando templos religiosos, sentindo-se poderosos por fazer parte de um grupo, eles que antes não se sentiam pertencentes a nada.

Fanáticos e ressentidos fazem uma mistura explosiva. Literalmente.

__________________________________________
Jaime Pinsky– historiador, professor titular da Unicamp, diretor da Editora Contexto, autor de Faces do fanatismo, entre outros livros.

sábado, 7 de maio de 2016

Sem solucao, o caso do terrorista italiano: se arrastando durante anos e anos

03/03/2015 13h47 - Do G1, em Brasília

Justiça Federal no DF determina deportação de Cesare Battisti

Cesare Battisti (Foto: Reprodução/GloboNews) Cesare Battisti foi condenado por homicídio na Itália (Foto: Reprodução/GloboNews)

Juíza tomou decisão ao analisar pedido do Ministério Público Federal.
Ela considera que o ex-ativista está em situação irregular no país.

A juíza federal de Brasília Adverci Rates Mendes de Abreu atendeu ao pedido do Ministério Público Federal e considerou nulo o ato do governo federal que concedeu permanência no Brasil ao ex-ativista italiano Cesare Battisti.

A magistrada determinou que a União inicie o procedimento de deportação para a França ou para o México, países pelos quais ele passou após fugir da Itália e antes de chegar ao Brasil. Na avaliação dela, Battisti está no Brasil em condição irregular.
Battisti foi condenado na Itália à prisão perpétua por homicídio quando integrava o grupo Proletariados Armados pelo Comunismo. Em 2004, fugiu para o Brasil e foi preso em 2007. A Itália pediu extradição, e o Supremo concordou, mas destacou que a extradição é competência do presidente da República. Em 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva considerou Battisti alvo de perseguição e negou a extradição. O Supremo voltou a discutir o caso, mas considerou que a decisão do presidente tinha que ser respeitada.
A decisão ainda não foi publicada e cabe recurso à própria juíza, ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, ao Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal.
A defesa informou que ainda não foi intimada da determinação e que, portanto, não começou a correr o prazo para recurso. Os advogados vão questionar à própria magistrada o que chamam de "vício" da decisão por contrariar entendimentos anteriores do presidente da República e do Supremo.
Para o MPF, o governo federal fez uma "desesperada tentativa" de regularizar a situação de Battisti quando o Conselho de Imigração do Ministério do Trabalho e Emprego concedeu ao ex-ativista autorização de permanência no país. Para a Procuradoria, o ato de concessão foi ilegal, porque a legislação proíbe concessão de visto a estrangeiro condenado em outro país. Por conta disso, pediu a deportação para países de procedência de Battisti depois que fugiu para Itália para o Brasil – México e França.
No processo, a União argumentou que a Procuradoria tenta rediscutir uma decisão tomada pelo presidente e confirmada pelo Supremo.

Deportação e extradição
Para a juíza, o conselho de imigração contrariou a lei ao conceder a permanência. Além disso, ela afirma que não se pode confundir deportação com extradição. A deportação visa enviar o estrangeiro ao seu país de origem ou procedência caso esteja em situação irregular, enquanto a extradição é determinada para permitir o cumprimento de uma pena.
A magistrada afirma que a deportação de Battisti não afrontaria a decisão de Lula e nem a do Supremo.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Islandia: um bastiao avancado do Estado Islamico? -

Visita hoje o Brasil o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Islândia, Gunnar Bragi Sveinsson, mas não se sabe o que ele terá discutido com as autoridades brasileiras.
O que se sabe sobre as relações do Brasil com a Islândia?
Aparentemente são distantes e frias, não querendo abuser da geografia e da climatologia.
Mas a Islândia tem excelentes fontes de energia geotérmica, razão pela qual "roubou", se ouso dizer, algumas empresas brasileiras que preferiram se expatriar para lá por uma razão muito simples: custo da energia.
Num momento em que o custo médio mundial da energia anda em torno de 31 dólares por Mgw/hora (ou qualquer outra unidade parecida, pois eu cito de cabeça, mas as proporções são válidas), o Brasil cobra de suas empresas o dobro disso.
Empresas altamente dependentes de eletricidade, como as de alumínio, se mudaram para a Islândia, passando a importar do Brasil apenas a material prima. Perdeu o Brasil, ganhou a Islândia.
É o que dá ter tarifas muito altas de energia, e não é porque a produção e os insumos sejam caros, não, eles estão entre os mais baratos do mundo. É porque no Brasil o imposto aumenta em 100%, eu disse 100% o custo final.
Pronto, agora vem outra notícia, menos agradável:


Why the Islamic State is interested in Iceland 


The Washington Post, October 14 at 2:01 PM 
 
The extremist militants of the Islamic State have surprised many with their sophisticated social media strategy and slick propaganda videos. New details show how the militants' quest for PR professionalism has led its cyber warriors to an unlikely location.
Last Sunday, an Icelandic company announced it had closed down a Web site with the domain khilafah.is that it believed was affiliated with the Islamic State. Iceland's general Web site domains, which end with '.is,' are likely to have drawn a special interest by the Islamic State, which is often abbreviated to IS as well.
The site's purpose was unambiguous: "This is the news publishing website of the Islamic State," the homepage reportedly read, featuring visual material showing the murder of hostages and other gruesome propaganda videos. Now, the site appears to be offline.
According to ISNIC (Internet á Íslandi), the private company in charge of Iceland's web domain registration, the decision was made last Sunday, but the site had reportedly been online since mid-September. "Never before has ISNIC suspended a domain on grounds of a website's content," a statement on the company's Web site read. The decision was welcomed by Iceland's Prime Minister Sigmundur David Gunnlaugsson, who told the daily Morgunbladid: "This has nothing to do with freedom of expression, but criminal and monstrous conduct. We have to be able to shut that down."
Apart from legal reasons, ISNIC took into account the possibility that the Icelandic domain's reputation could be threatened "to a great extent," one of the company's legal advisers, Steindor Dan Jensen, told The Washington Post.
Iceland's decision to shut the alleged Islamic State Web site down also drawn criticism. Wikileaks, for instance, condemned the crackdown in several tweets, saying "everyone has the right to see and judge the arguments of IS." It continued.
Helgi Hrafn Gunnarsson, an Icelandic member of parliament representing the Internet-savvy Pirate Party, criticized the decision on Facebook. Instead of discussing whether Islamic State militants should have the right to feature their content under an Icelandic domain the debate should focus on the rights of Icelandic citizens "to be informed about what it is that the Islamic State says, believes and wants," in order to draw own conclusions, according to the politicians' Facebook account.
"ISNIC finds the question of censorship not applicable, since it is not a government entity, but a private company protecting its business," legal adviser Jensen told The Post, reacting to the criticism.
The Islamic State and users affiliated with the militants continue to operate Web sites under other domains, but none of them draw such an obvious connection to a country as in the case of Iceland.
American companies have been particularly harsh in dealing with Islamic State affiliated users: Both Twitter and Facebook have cracked down on online propaganda distributed via their social networks, forcing Islamic State militants to search for less popular alternatives or to face the possibility of having their accounts suspended.
Rick Noack writes about foreign affairs. He is an Arthur F. Burns Fellow at The Washington Post.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Oriente Medio: revisitando os 14 pontos de Woodrow Wilson - David Ignatius (WP)

Rethinking Woodrow Wilson’s 14 Points
David Ignatius
The Washington Post, 9/07/2014

As U.S. policymakers ponder the future shape of the Middle East, they should perhaps recall that the United States was opposed to the 1916 Sykes-Picot agreement, the famous “line in the sand” that is now said to be dissolving.
The United States’ opposition back then was based on its rejection of the secret diplomacy between Britain and France that produced the plan to divide the Ottoman Empire after World War I. The United States opposed this neo-colonial carve-up of the region and called instead for the right to national self-determination.
The tragedy of the U.S. role in the modern Middle East is that it became, without entirely intending or realizing it, the protector of the very post- imperial order it once resisted. That story could fill a book, but for now, let’s refresh our memories about the alternative U.S. vision when the Ottoman Empire collapsed.
President Woodrow Wilson enunciated his framework in his famous “Fourteen Points” statement in January 1918, nine months after the United States had entered World War I. Following the armistice in November 1918, Wilson’s idealistic formula was a contentious centerpiece of debate at the Versailles peace conference. It was an inspiration to those who felt victimized by the old order and an annoyance to France and Britain.
Britain and France prevailed at Versailles, imposing a peace settlement so selfish and shortsighted that it all but guaranteed the rise of a revanchist Germany leading to World War II, and the endless headaches of the modern Middle East. It was, as David Fromkin titled his great 1989 history, “A Peace to End All Peace.” It’s this very fabric that is now ripping apart, as civil wars in Syria and Iraq create de-facto partitions of those countries. The question facing policymakers is whether to redraw the lines or let the region devolve into smaller cantons, like the ethnically cohesive “vilayets” of Ottoman times.
My sense is that it’s too early to judge whether the post-1919 boundaries are finished. After all, Lebanon was effectively partitioned during its 15-year civil war, but Lebanese national identity proved strong enough that its sovereignty was restored in the Taif Agreement of 1989. I’d guess that the Syrian national idea will survive over time, too. I’m not as sure about Iraq, but in any event, these are questions for the peoples of the region to decide, not outsiders.
What can Wilson’s Fourteen Points teach us that’s relevant to the current debate? The first five have some bearing, and they’re worth noting carefully because they set a framework for any reexamination of the Middle East map. Let’s list them, with some notations:
(1) “Open covenants of peace, openly arrived at.” This was Wilson’s reaction to the cynical private deal-making of Sir Mark Sykes and Francois Georges-Picot, which appalled observers such as T.E. Lawrence. Lesson for today: Any new order in the region must have buy-in from the region itself, starting with regional kingpins Iran and Saudi Arabia.
(2) “Absolute freedom of navigation upon the seas.” Still crucial for the United States, the world’s leading maritime power, is ensuring oil flow in the Strait of Hormuz and the Persian Gulf. But as U.S. power recedes, will China embrace this open, rules-based maritime order?
(3) “The removal, so far as possible, of all economic barriers.” The only hopeful vision of the region is one that begins with free trade, in which labor and capital flow across Israeli and Arab boundaries. This economically integrated Middle East could be astonishingly profitable.
(4) “National armaments will be reduced to the lowest point consistent with domestic safety.” The logic of a nuclear-weapons-free Middle East is becoming increasingly obvious, even to Israelis. Does Israel really benefit from a world in which Iran, Egypt and Saudi Arabia compete to match Israel’s undeclared deterrent?
(5) “In determining . . . questions of sovereignty, the interests of the populations concerned must have equal weight with the equitable claims of the government whose title is to be determined.” The heart of the matter. One implication: Kurdish aspirations to nationhood don’t trump Iraqi sovereignty, but they deserve equal weight.
Let us ponder, finally, the self-declared “Islamic State,” which meets none of these Wilsonian conditions. Indeed, it is a textbook example of illegitimate state-making.
The only positive aspect of the Islamic State is that the jihadists, by declaring their caliphate, have given their neighbors (and the world’s counterterrorism forces) an address. Any state that makes itself a safe haven for terrorism becomes a target. In that sense, the Islamic State was born with a suicide pill in its mouth.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Terrorismo na Copa? Paranoia ou possibilidade? - Adolfo Sachsida

Pode ser que ele exagere, e seja apenas um desses profetas de catástrofes sempre anunciadas e nunca ocorridas.
Mas, e se acontecer alguma coisa?
Fica a advertência...
Paulo Roberto de Almeida

Blog: adolfo sachsida - Opiniões

Um blog dedicado à liberdade

QUINTA-FEIRA, 15 DE MAIO DE 2014

Terrorismo: Estamos Prontos?

Em menos de 1 mês começa a Copa do Mundo, existem infindáveis problemas, e tudo leva a crer que a Copa será um péssimo marketing para a imagem do Brasil no exterior. Contudo, um problema maior me preocupa: a questão terrorista.

Sim, é verdade que existirão diversas manifestações de rua. A essa altura parece pouco provável que as mesmas sejam não-violentas. Teremos o tradicional quebra-quebra, e a culpa será, como sempre acontece, posta na conta da polícia militar. O governo já deixou claro que pouco importa o que aconteça a culpa será da pobre polícia. Agindo bem ou mal os policiais já são o bode expiatório escolhido pelo governo. Aliás, essa declaração de Gilberto de Carvalho já deixa tudo claro: Carvalho diz que governo vai conter violência da PM nos protestos durante a Copa.

Mas o que me assusta mesmo é a possibilidade de um ataque terrorista durante a Copa do Mundo. Algumas autoridades parecem cometer um erro assustador: comparam a segurança durante a Copa com a segurança durante o Pan Americano do Rio de 2007. Durante o Pan do Rio, todas as atividades e delegações estavam no Rio de Janeiro. Isso facilitou em muito o trabalho do exército. Durante a Copa do Mundo serão 12 cidades-sedes e, para piorar, algumas delegações ficarão instaladas fora dessas cidades. Resumindo: são muitas cidades para patrulhar, não temos efetivos suficientes para tamanha dispersão geográfica.

Conter atentados terroristas é uma tarefa difícil, vide o exemplo do que ocorreu durante a Maratona de Boston ano passado. Mas parece que as autoridades brasileiras sequer se preocupam com essa possibilidade. A recente medida do Itamaraty, de liberar o visto de entrada para o Brasil para países com tradição de suporte a movimentos terroristas, é algo no mínimo imprudente.

Esse é apenas mais um dos motivos para eu ser contra as manifestações de rua que deverão ocorrer durante a Copa. Simplesmente não há como garantir a segurança dos envolvidos. O risco de um atentado terrorista é alto, e as consequências podem ser terríveis para todos.

Pode parecer paranoia minha, mas durante a Copa o Brasil poderá se juntar aos países vítimas de ataques terroristas. Então pergunto: o que o Brasil fez nesses últimos 7 anos para se preparar para essa cruel eventualidade? Por acaso o Brasil se deu ao trabalho de coordenar informações com órgãos internacionais? Por acaso pedimos a ajuda de países com mais experiência em lidar com essa ameaça? Por acaso treinamos equipes em número suficiente para tais eventualidades? Aliás, caso ocorra um ataque terrorista, quais serão as contramedidas? Será que ao menos tais contramedidas existem? Algum hospital, ou alguma equipe médica, ou alguma equipe policial, foi treinada para um eventual ataque com antraz?

São muitas as possibilidades e os riscos de um ataque terrorista. Acaso as autoridades brasileiras estão preparadas para tal desafio? Por isso reforço meu pedido: nada de manifestações durante a Copa, deixemos para nos manifestar nas urnas em outubro. Durante a Copa deixemos a polícia, e as forças armadas, se preocuparem com um eventual ataque terrorista. Que aliás já é um trabalho gigantesco e dificílimo.

domingo, 14 de julho de 2013

Encontros Petrarca em Montpelier: terrorismo, seguranca, geopolitica (Le Monde)


Le programme des XXVIIIes Rencontres de Pétrarque

LE MONDE |  • Mis à jour le 
Abonnez-vous
à partir de 1 €
 Réagir Classer Imprimer Envoyer
Partager   google + linkedin

Organisées par France Culture et Le Monde, sur le thème "Guerre ou paix ?", les XXVIIIes Rencontres de Pétrarque se tiendront du 15 au 19 juillet à Montpellier, au Rectorat Cour Soulages, rue de l'Université, de 17 h 30 à 19 h 30. Entrée libre.

Organisées par France Culture et Le Monde, sur le thème "Guerre ou paix ?", les XXVIIIes Rencontres de Pétrarque se tiendront du 15 au 19 juillet à Montpellier, au Rectorat Cour Soulages, rue de l'Université, de 17 h 30 à 19 h 30. Entrée libre. Rencontres animées par Emmanuel Laurentin (France Culture) et Jean Birnbaum (Le Monde).

Lundi 15 juillet
Après les révolutions arabes, guerre ou paix ?
Leçon inaugurale : Gilles Kepel.
Mardi 16 juilletPourra-t-on en finir avec les terroristes ?
Mario Bettati, juriste, spécialiste du droit international ; Olivier Christen, vice-procureur près le tribunal de grande instance de Paris, et Anne Nivat, grandreporter.
Mercredi 17 juillet
A quoi ressemblera la guerre du futur ?
Michèle Alliot-Marie, seule femme politique a avoir occupé les quatre ministères régaliens (défense, intérieur, justiceaffaires étrangères) ; Vincent Desportes, général de division, professeur associé à Science Po ; Béatrice Heuser, universitaire spécialiste des relations internationales.
Jeudi 18 juillet
La nouvelle géopolitique des conflits.
Ariel Colonomos, politologue, spécialiste de l'éthique des relations internationales ; Bernard Kouchner, ancien ministre des affaires étrangères ; Valérie Niquet, politologue, spécialiste de l'Asie.
Vendredi 19 juillet
Mémoire des guerres, paix des mémoires.
Daniel CordierAnnette Wieviorka et Joseph Zimet, historiens.

Diffusion de ces débats sur France Culture du lundi 22 juillet au vendredi 26 juillet de 19 heures à 20 heures.
Renseignements : franceculture.fr



segunda-feira, 27 de maio de 2013

Desencontros presidenciais: Brasil e Alemanha, e seus presidentes...

Seria patético, se não fosse ridículo...


Ernesto Caruso, 25/07/2013

        Circulou no noticiário que a presidente Dilma pediu ao presidente da Alemanha, Joachim Gauck, apoio desse Estado para os trabalhos da Comissão da Verdade, que apura violações aos direitos humanos no Brasil entre 1946/1988, mas que se fixa e ecoa por cara publicidade, no período 1964/88, e exclusivamente sobre os que combateram os comunistas. Razões sem contrarrazões, efeitos sem causa. A reunião ocorreu no 31° Encontro Econômico Brasil-Alemanha. E era “econômico”. Inusitado e irônico, não só pelo tema em pauta, mas também pelo passado dos interlocutores em polos opostos.

        Alemanha e Brasil tiveram experiências amargas com os comunistas, com a diferença em que lá, a parte oriental esteve sob o tacão das botas vermelhas do pós-guerra, 1945, até a queda do Muro de Berlin, 1989. Mundo tão bom de viver que quase 3 milhões fugiram para o lado ocidental, 1949/1961 (ano da construção do muro). Mais de mil cidadãos foram metralhados na tentativa de escapar daquele inferno. No Brasil os comunistas foram derrotados em 1935 e no interregno 60/70.
        Já na década de 20 a subversão comunista se fazia presente na Alemanha vinculada ao nome de Olga Benário que era alemã, fugitiva, condenada, depois homiziada na Rússia, veio como guarda-costas de Prestes, conduziram a Intentona de 1935, foi deportada mediante pedido de extradição para Alemanha no governo Vargas, responsável pelo ato com aval do Supremo Tribunal Federal em 1936, bem antes do mundo saber da existência do extermínio nazista dos judeus.
Anos 70, Alemanha Ocidental, assaltos a bancos, sequestros e mortes, atos terroristas da Fração do Exército Vermelho/RAF (Grupo Baader-Meinhof). Julgados, Gudrun Ensslin, Andreas Baader e Jan-Carl Raspe foram condenados à prisão perpétua. Ulrike Meinhof havia se suicidado em sua cela. Os outros três também se suicidaram posteriormente. Foram considerados crimes do Estado? Famílias indenizadas?
Confusão mental, insegurança, desespero. Suicídios comuns; vários são citados no Brasil, como exemplo, se lê na entrevita de Carlos Araújo quando perguntado sobre quem trocara os dólares do cofre do Ademar, uma a Dilma e outra a Maria Auxiliadora, uma médica que depois acabou se matando na Alemanha.
Dois fatos ligam os tribunais revolucionários do Brasil à Alemanha pelos túneis de sangue inocente. Um marcado pela incompetência do grupo comunista Colina que pretendendo se vingar da captura de Guevara pelo capitão Gary Prado do Exército boliviano, assassinou em 1968, Edward Ernest Maximilian, major do Exército alemão, também aluno da Escola de Comando e Estado Maior do Exército. Dentre os terroristas, João Lucas Alves, ex-sargento, que segundo a entrevista de Cláudio Galeno, se hospedava na residência dele e Dilma Roussef.
O outro fato foi o sequestro do embaixador da Alemanha, E. Von Holleben, em 1970 pela Vanguarda Popular Revolucionária. Na ação, um segurança foi morto e dois ficaram feridos.
Como poderia atender o presidente Joachim Gauck — filho de pai preso e deportado para a Sibéria — o hilariante pedido? Ao que consta, exerceu papel importante na reunificação da Alemanha e na queda do Muro de Berlim, sendo responsável pelo arquivo da Stasi, órgão responsável pela segurança do Estado na República Oriental. Não deve ser a pessoa indicada, ou será incoerente, se apoiar o governo atual, eleito democraticamente, mas que no passado a presidente e partidários cometeram os mesmos desatinos vividos pelo povo alemão, assim como em outras nações infiltradas de organizações clandestinas comunistas/terroristas com a estrela vermelha como símbolo.
Nomes e siglas não faltam a lembrar das atrocidades terroristas, como as Brigadas Vermelhas (Itália), Exército Vermelho (Alemanha), Montonero e Exército Revolucionário do Povo (Argentina), Tupamaros (Uruguai), Sendero Luminoso (Peru), FARC, ainda viva (Colômbia), e no Brasil, Aliança Libertadora Nacional (ALN)/Ala Marighela, Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, Comando de Libertação Nacional (COLINA), Política Operária (POLOP), MR-8, etc. Operação Condor é fichinha.  
A comissão da meia verdade sabe de tudo isso em profundidade, mas não conta ao povo brasileiro e sim que se lutara pela democracia. Deve ser do tipo República “Democrática” da Alemanha, a oriental, sob títeres filossoviéticos. 

sábado, 11 de maio de 2013

O MST e' terrorista? Claro que sim, ou deveria ser, ou...

Vai lá saber...
Os companheiros não gostam.
Eles gostam mesmo é do Talibã.
E do seu Ali Babá...
Paulo Roberto de Almeida


O crime de terrorismo

10 de maio de 2013 | 2h 08
Editorial O Estado de S.Paulo
Ao aceitar sediar a Jornada Mundial da Juventude, a Copa das Confederações, a Copa do Mundo e a Olimpíada, o Brasil se comprometeu a adotar rígidas medidas no campo da segurança pública. Uma dessas medidas é a modernização da legislação penal.
Como a tramitação dos projetos de lei costuma ser lenta, a modernização da legislação penal deveria ter sido iniciada há muito tempo. Mas, como é rotineiro no País, essa providência não foi tomada em tempo hábil e o Legislativo agora corre para votar esses projetos antes que se iniciem os eventos. Por isso, a comissão mista do Congresso criada para consolidar a legislação penal decidiu dar prioridade ao tema de maior interesse dos organismos multilaterais: a tipificação do crime de terrorismo.
Relator da matéria, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) prometeu entregar seu parecer nesta semana. Ele propõe que a pena máxima aplicada a quem for condenado por crime de terrorismo seja de 30 anos - limite imposto pela Constituição. Em seu parecer, Teixeira não concede ao terrorista o regime de progressão da pena, regulado pela Lei de Execução Penal, que permite ao preso com bom comportamento passar do regime fechado para o semiaberto. Mas assegura a liberdade ao terrorista arrependido que colaborar com as investigações. "Como estímulo à colaboração em favor da sociedade, temos de isentar de pena o integrante de quadrilha que se arrepender, confessar e impedir que o crime ocorra, denunciando-o às autoridades", diz Teixeira.
A maior dificuldade enfrentada pelo relator está, justamente, na definição do crime de terrorismo. Teixeira adotou a mesma tipificação prevista pelo projeto do novo Código Penal, que está em tramitação no Senado.
Segundo esse projeto, terrorista é quem "causa terror na população" mediante várias condutas ilícitas - como sequestrar ou manter alguém em cárcere privado; usar, transportar, guardar ou portar explosivos, gases tóxicos ou "outros meios capazes de causar danos ou promover destruição em massa".
O projeto do novo Código Penal do Senado também classifica como crime de terrorismo incendiar, depredar, saquear ou invadir bens públicos ou propriedades privadas; interferir, e danificar sistemas de informática e bancos de dados; e sabotar o funcionamento ou apoderar-se do controle de bens de comunicação ou transporte, de portos, aeroportos, estações ferroviárias e rodoviárias, hospitais, casas de saúde, escolas, estádios esportivos, instalações públicas ou locais onde funcionem serviços essenciais, instalações de geração ou transmissão de energia e instalações militares.
Os autores do projeto do novo Código Penal tiveram o cuidado de detalhar as condutas que podem ser classificadas como terroristas, mas a definição é criticada por grupos de esquerda e vários partidos que integram a base aliada do governo no Congresso.
Eles alegam que uma tipificação detalhada do crime de terrorismo abre caminho para a criminalização dos movimentos sociais, permitindo com isso, por exemplo, que os participantes de invasões de propriedades rurais, lideradas pelo Movimento dos Sem-Terra, ou de edifícios urbanos, realizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto Urbanos, possam ser processados como terroristas.
A polêmica não é nova. Em 2002, o então deputado Robson Tuma apresentou um projeto que tipificava o terrorismo como "toda ação, individual ou coletiva, tendente a causar insegurança, pavor ou dano, com a finalidade de coagir alguém a praticar ou deixar de praticar determinados atos, ou, ainda, subverter a ordem política constituída". Doze anos antes, a Lei 8.072 deixava de incluir o terrorismo na lista de crimes hediondos, embora o considerasse crime "insuscetível de anistia, graça, indulto, fiança e liberdade provisória".
Nas últimas décadas, as nações desenvolvidas reformaram a legislação penal, tipificando o crime de terrorismo. Por causa da resistência dos movimentos sociais e dos partidos de esquerda, o Brasil até hoje não conseguiu modernizar seu direito penal.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Terrorismo: o mapa mundial do IEP

Daily chart

Fear and loathing

Dec 4th 2012, 15:30 by Economist.com
Terrorist attacks mapped around the world
OF THE 158 countries the Institute for Economics and Peace (IEP) cover in their inaugural global terrorismindex, only 31 have had no attacks in the ten years to 2011. Yet although attacks are distributed widely around the world, the majority are concentrated in just a handful of countries. Iraq ranks first based on a five-year weighted average of the number of incidents, deaths, injuries and estimated property damage. It has suffered from the most attacks, including 11 of the world's worst 20. Indeed, Iraqis comprised one third of deaths from terrorism between 2002 and 2011. But while the number of incidents there have climbed since 2007, deaths have actually declined. Other terrorist hotspots include Pakistan, Afghanistan and India. The worst attack over the period was in Nepal, where 518 people died and 216 were injured. If there is any small cause for comfort, it is that terrorist incidents have plateaued since their peak in 2008.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Clash of civilizations? Nao! Conflito DENTRO do islamismo...

O cientista político Samuel P. Huntington desenvolveu uma tese, interessante no plano conceitual, mas inoperante no plano prático, sobre a convivência, ou conflito, entre diferentes configurações civilizacionais, que infelizmente foi reduzida, por críticos simplistas (e por muita gente que sequer leu o seu livro), a um enfrentamento entre a civilização ocidental, vilipendiada como hegemônica, colonialista, dominadora (ou outras coisas perversas, como capitalistas, por exemplo), e as grandes civilizações orientais, supostamente autênticas, legítimas, mais conciliadoras, ou em todo caso não imperialistas. Dentre estas últimas, figuraria, obviamente uma coisa chamada civilização islâmica, outra simplificação em face das diferentes configurações históricas e sociais das diferentes sociedades islâmicas, cobrindo um vasto leque de formações sociais que foram sendo transformadas ao longo dos tempos por influxos religiosos, culturais, econômicos e políticos, de origem local, regional ou transnacional. 

Seja como for, volta e meia surgem conflitos como este que agora se alastrou em diferentes países islâmicos contra um filme idiota feito nos EUA e que ofende, ao que parece, Maomé, considerado profeta nessa religião. Profeta não é deus, mas um emissário de deus, ou o seu porta-voz, para os que crêem.
Seja qual for a agressão cometida contra esse profeta, a violência irracional, deslanchada contra alvos americanos, ocidentais, cristãos -- em países como Afeganistão, Argélia, Bangladesh, Egito, Índia, Irã, Iraque, Líbano, Líbia, Malásia, Paquistão, Sudão e Yemen, entre outros -- é algo inaceitável para os nossos padrões civilizatórios. Matar em nome da religião é algo bárbaro, selvagem, e como tal deve ser condenado.

Alguns poderão dizer que o que foi foi feito agora, nesses países, não difere muito da queima de heréticos na Idade Média, ou do trucidamento de populações inteiras nas guerras de religião, ocorridas já na Idade Moderna, no coração da Europa. 
Se considerarmos que o islã surgiu 622 anos depois do cristianismo, bastaria esperar, digamos assim, mais um pouco para que o islã consiga chegar aos padrões civilizatórios alcançados pelo Ocidente, pouco menos de cinco séculos atrás. Faltariam assim, nessa hipótese, pouco mais de cem anos para que o islã começasse a convergir para esses padrões mais humanos, ou menos selvagens.

Não creio que seja uma questão de tempo, mas de diferenças no itinerário histórico do cristianismo e do islamismo. O primeiro sofreu contestações desde seu início, praticamente, desenvolvendo diversas vertentes, como aliás ocorre com versões ligeiramente diferentes do islã.
Mas existe um aspecto que dificulta a superação do fanatismo e do fundamentalismo, como ocorreu nas sociedades cristãs.

Por diferentes mecanismos, que seria ocioso explicar em detalhe agora, as sociedades cristãs admitiram a possibilidade de exegese, que significa a possibilidade de interpretar o livro sagrado, por meio de uma leitura não literal, e de considerar as "estórias bíblicas" simplesmente de forma alegórica, quase que como fábulas sobre o homem e o universo. Daí, contestar cientificamente o livro santo, até negá-lo no plano da geologia, da antropologia e da história, foi um passo relevante, que permitiu o avanço científico dessas sociedades.

Nada disso ocorreu nas sociedades islâmicas, embora algumas tenham avançado para a modernidade conciliando fé e agenda econômica e até política, na Ásia Pacífico, por exemplo. Nas sociedades árabes, ou naquelas mais islamizadas completamente do Oriente Médio, esse passo e essa conciliação parecem ser mais difíceis.

Já escrevi algo a respeito, e remeto a meu artigo de alguns anos atrás: 

295. Tradicionalismo e modernização nas sociedades islâmicas: uma impossível transição entre o fundamentalismo e a tolerância?, Espaço Acadêmico (Maringá, a. I, n. 6, nov. 2001; link: http://www.espacoacademico.com.br/006/06almeida_isla.htm). Relação de Trabalhos n. 825. 

domingo, 19 de agosto de 2012

Sergio Vieira de Mello: 19 de agosto de 2003

Uma comemoração trágica, para nós brasileiros, neste dia 19: a morte do diplomata da ONU Sérgio Vieira de Mello, num atentado terrorista contra a sede da ONU em Bagdá. 
Imediatamente após, eu lhe prestava esta homenagem, que também constitui uma reflexão sobre as posturas da esquerda brasileira em face do terrorismo:
O Brasil e o terrorismo:
o atentado contra o escritório da ONU em Bagdá e as reações no Brasil
 Paulo Roberto de Almeida
Espaço  Acadêmico, setembro de 2003
Foi preciso, helàs, a trágica morte de um brasileiro trabalhando numa posição de destaque no plano internacional – a do funcionário da ONU Sérgio Vieira de MelloSérgio Vieira de Mello, em Bagdá, no dia 19 de agosto de 2003 – para despertar no Brasil e nos brasileiros um verdadeiro sentimento de horror, suscitando reações de justa indignação, de nítida rejeição ao ato bárbaro e de sincera comiseração pela perda de uma vida devotada à causa humanitária.
Um atentado que se ouviu no Brasil
Devemos em primeiro lugar lembrar que Sérgio Vieira de Mello não foi o único sacrificado pela fúria suicidária e genocida dos terroristas que explodiram um carro bomba junto ao escritório da ONU em Bagdá: junto com ele pereceram pelo menos 20 outras pessoas, além de muitos outros feridos. Caberia também registrar que a comoção no Brasil deveu-se, em parte, a um erro da imprensa internacional – e brasileira – ao identificar, primeiramente, Sérgio Vieira de Mello como um “diplomata brasileiro”, quando ele, na verdade, era apenas brasileiro e “estava” diplomata pela natureza de suas funções desempenhadas na última fase de sua vida. Filho de pai diplomata cassado pelo regime de 1964, ele viveu muito pouco no Brasil e tornou-se um burocrata internacional praticamente desde o início de sua vida profissional, trabalhando para o escritório de refugiados da ONU, com sede em Genebra. Conheci pessoalmente Sérgio Vieira de Mello em Genebra no final dos anos 1980, e minha esposa chegou a dar aulas de Português e de cultura brasileira a seus dois filhos, que eram franceses mas que ele pretendia “transformar” em brasileiros, ou, pelo menos, mais conhecedores da língua e das coisas do Brasil.
(...)
Para continuar a leitura, clique aqui.
Para outros trabalhos do autor nessa mesma revista, até o n. 96, ver aquihttp://www.espacoacademico.com.br/arquivo/almeida.htm
O conjunto de artigos, até o final de minha colaboração (Setembro de 2011), encontra-se nesta lista sintética:

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Hezbollah e Venezuela: tudo a ver? - Vanessa Neumann (Foreign Policy Research Institute)

Foreign Policy Research Institute - www.fpri.org
You can now follow FPRI on Facebook and FPRINews on Twitter

THE NEW NEXUS OF NARCOTERRORISM:
HEZBOLLAH AND VENEZUELA
by Vanessa Neumann
December 26, 2011

Vanessa Neumann is a Senior Fellow of the Foreign Policy
Research Institute and is co-chair, with FPRI Trustee Devon
Cross, of FPRI's Manhattan Initiative.

Available on the web and in pdf format at:

             THE NEW NEXUS OF NARCOTERRORISM:
                 HEZBOLLAH AND VENEZUELA

                    by Vanessa Neumann

Press stories, as well as a television documentary, over the
past two months have detailed the growing cooperation
between South American drug traffickers and Middle Eastern
terrorists, proving that the United States continues to
ignore the mounting terrorist threat in its own "backyard"
of Latin America at its own peril. A greater portion of
financing for Middle Eastern terrorist groups, including
Hezbollah and Al Qaeda, is coming from Latin America, while
they are also setting up training camps and recruiting
centers throughout our continent, endangering American lives
and interests globally. Some Latin American countries that
were traditional allies for the U.S. (including Venezuela)
have now forged significant political and economic alliances
with regimes whose interests are at odds with those of the
U.S., particularly China, Russia and Iran. In fact Iran and
Iran's Lebanese asset, "the Party of God," Hezbollah, have
now become the main terror sponsors in the region and are
increasingly funded by South American cocaine.

Venezuela and Iran are strong allies: Venezuelan President
Hugo Chavez and Iranian President Mahmoud Ahmadinejad
publicly call each other "brothers," and last year signed 11
memoranda of understanding for, among other initiatives,
joint oil and gas exploration, as well as the construction
of tanker ships and petrochemical plants. Chavez's
assistance to the Islamic Republic in circumventing U.N.
sanctions has got the attention of the new Republican
leadership of the House Foreign Affairs Committee, resulting
in the May 23rd, 2011 announcement by the US State
Department that it was imposing sanctions on the Venezuelan
government-owned oil company Petroleos de Venezuela (PDVSA)
as a punishment for circumventing UN sanctions against Iran
and assisting in the development of the Iran's nuclear
program.

Besides its sponsored terrorist groups, Iran also has a
growing direct influence in Latin America, spurred by three
principal motivations: 1) a quest for uranium, 2) a quest
for gasoline, 3) a quest for a base of operations that is
close to the US territory, in order to position itself to
resist diplomatic and possible military pressure, possibly
by setting up a missile base within striking distance of the
mainland US, as the Soviets did in the Cuban Missile Crisis.
FARC, Hezbollah and Al Qaeda all have training camps,
recruiting bases and networks of mutual assistance in
Venezuela as well as throughout the continent.

I have long argued that Latin America is an increasing
source of funding for Middle Eastern terrorism and to
overlook the political changes and security threats in the
region with such geographic proximity to the US and its
greatest source of immigrants is a huge strategic mistake.
It was inevitable that South American cocaine traffickers
and narcoterrorists would become of increasing importance to
Hezbollah and other groups. While intelligence officials
believe that Hezbollah used to receive as much as $200
million annually from its primary patron, Iran, and
additional money from Syria, both these sources have largely
dried up due to the onerous sanctions imposed on the former
and the turmoil in the latter.

A recent New York Times front-page article (December 14,
2011) revealed the extensive and intricate connections
between Hezbollah and South American cocaine trafficking.
Far from being the passive beneficiaries of drug-trafficking
expats and sympathizers, Hezbollah has high-level officials
directly involved in the South American cocaine trade and
its most violent cartels, including the Mexican gang Los
Zetas. The "Party of God's" increasing foothold in the
cocaine trade is facilitated by an enormous Lebanese
diaspora. As I wrote in my May 2011 e-note, in 2005, six
million Muslims were estimated to inhabit Latin American
cities. However, ungoverned areas, primarily in the Amazon
regions of Suriname, Guyana, Venezuela, Colombia, Ecuador,
Peru, Bolivia, and Brazil, present easily exploitable
terrain over which to move people and material. The Free
Trade Zones of Iquique, Chile; Maicao, Colombia; and Colon,
Panama, can generate undetected financial and logistical
support for terrorist groups. Colombia, Bolivia, and Peru
offer cocaine as a lucrative source of income. In addition,
Cuba and Venezuela have cooperative agreements with Syria,
Libya, and Iran.

Some shocking revelations into the global interconnectedness
of Latin American governments and Middle Eastern terrorist
groups have come from Walid Makled, Venezuela's latter-day
Pablo Escobar, who was arrested on August 19, 2010 in
Cucuta, a town on the Venezuelan-Colombian border. A
Venezuelan of Syrian descent known variously as "El Turco"
("The Turk") or "El Arabe" ("The Arab"), he is allegedly
responsible for smuggling 10 tons of cocaine a month into
the US and Europe-a full 10 percent of the world's supply
and 60 percent of Europe's supply. His massive
infrastructure and distribution network make this entirely
plausible, as well as entirely implausible the Venezuelan
government did not know. Makled owned Venezuela's biggest
airline, Aeropostal, huge warehouses in Venezuela's biggest
port, Puerto Cabello, and bought enormous quantities of urea
(used in cocaine processing) from a government-owned
chemical company.

After his arrest and incarceration in the Colombian prison
La Picota, Makled gave numerous interviews to various media
outlets. When asked on camera by a Univision television
reporter whether he had any relation to the FARC, he
answered: "That is what I would say to the American
prosecutor." Asked directly whether he knew of Hezbollah
operations in Venezuela, he answered: "In Venezuela? Of
course! That which I understand is that they work in
Venezuela. [Hezbollah] make money and all of that money they
send to the Middle East." A prime example of the importance
of the Lebanese diaspora in triangulating amongst South
American cocaine and Middle Eastern terrorists, is Ayman
Joumaa, a Sunni Muslim of the Medell¡n cartel with deep ties
with Shiites in the Hezbollah strongholds of southern
Lebanon. His indictment made public on Tuesday "charges him
with coordinating shipments of Colombian cocaine to Los
Zetas in Mexico for sale in the United States, and
laundering the proceeds" (NY Times, Dec. 14, 2011).

The growing routes linking South American cocaine to Middle
Eastern terrorists are primarily from Colombia through
Venezuela. According to an April 2011 report by the United
Nations Office on Drugs and Crime (UNODC) the Bolivarian
Republic of Venezuela is the most prominent country of
origin for direct cocaine shipments to Europe, with the
cocaine coming mainly from Colombia, primarily the FARC and
ELN terrorist groups. Shipments to Africa, mostly West
Africa, gained in importance between 2004 and 2007,
resulting in the emergence of a new key trans-shipment hub:
centered on Guinea-Bissau and Guinea, stretching to Cape
Verde, The Gambia and Senegal, thus complementing the
already existing trafficking hub of the Bight of Benin,
which spans from Ghana to Nigeria. As the cocaine is
transported through Africa and into Europe, its safe passage
is guaranteed (much as it was in Latin America) by terrorist
groups-most prominently, Al Qaeda and Hezbollah. The cocaine
can also travel from Latin America's Tri-Border Area
(TBA)-bounded by Puerto Iguazu, Argentina; Ciudad del Este,
Paraguay; and Foz do Iguacu, Brazil-to West Africa
(particularly Benin, Gambia and Guinea-Bissau, with its poor
governance and vast archipelagos) and then north into Europe
through Portugal and Spain or east via Syria and Lebanon.

Hezbollah's traditional continental home has been the TBA,
where a large, active Arab and Muslim community consisting
of a Shi'a majority, a Sunni minority, and a small
population of Christians who emigrated from Lebanon, Syria,
Egypt and the Palestinian territories about 50 years ago.
The TBA, South America's busiest contraband and smuggling
center, has long been an ideal breeding ground for terrorist
groups, including Islamic Jihad, Hezbollah and Al Qaeda-the
latter since 1995 when Osama bin Laden and Khalid Sheikh
Mohammad first visited.

Hezbollah is still active in the TBA, according to Argentine
officials. They maintain that with Iran's assistance,
Hezbollah carried out a car-bomb attack on the main building
of the Jewish Community Center (AMIA) in Buenos Aires on
July 18, 1994, protesting the Israeli-Jordanian peace
agreement that year. Today, one of the masterminds of those
attacks, the Iranian citizen and Shia Muslim teacher, Mohsen
Rabbani, remains not only at large, but extremely active in
recruiting young Brazilians, according to reports in
Brazilian magazine Veja. This region, the third in the world
for cash transactions (behind Hong Kong and Miami),
continues to be an epicenter for the conversion and
recruitment of a new generation of terrorists who then train
in the Middle East and pursue their activities both there
and in the Americas.

According to Lebanon's drug enforcement chief, Col. Adel
Mashmoushi, as cited in The New York Times, a main
transportation route for terrorists, cash and drugs was
aboard a flight commonly referred to as "Aeroterror," about
which I wrote in my May 2011 e-note for FPRI. According to
my own secret sources within the Venezuelan government, the
flight had the route Tehran-Damascus-Caracas-Madrid, where
it would wait for 15 days, and flew under the direct orders
of the Venezuelan Vice-President, according to the captain.
The flight would leave Caracas seemingly empty (though now
it appears it carried a cargo of cocaine) and returned full
of Iranians, who boarded the flight in Damascus, where they
arrived by bus from Tehran. The Iranian ambassador in
Caracas would then distribute the new arrivals all over
Venezuela.

I wrote in my May 2011 e-note that reports that Venezuela
has provided Hezbollah operatives with Venezuelan national
identity cards are so rife, they were raised in the July 27,
2010, Senate hearing for the recently nominated U.S.
ambassador to Venezuela, Larry Palmer. When Palmer answered
that he believed the reports, Chavez refused to accept him
as ambassador in Venezuela. Thousands of foreign terrorists
have in fact been given national identity cards that
identify them as Venezuelan citizens and give them full
access to the benefits of citizenship. In 2003, Gen. Marcos
Ferreira, who had been in charge of Venezuela's Department
of Immigration and Foreigners (DIEX) until he decided to
support the 2002 coup against Chavez, said that he had been
personally asked by Ramon Rodr¡guez Chac¡n (who served as
both deputy head of DISIP-Venezuela's intelligence service,
now renamed SEBIN-and Interior Minister under Chavez) to
allow the illegal entry Colombians into Venezuela thirty-
five times and that the DISIP itself regularly fast-tracked
insurgents including Hezbollah and Al Qaeda. The newly-
minted Venezuelan citizens during Ferreira's tenure include
2,520 Colombians and 279 "Syrians." And that was only during
three of the past twelve years of an increasingly
radicalized Chavez regime.

While Chavez has done more than anyone to strengthen these
relationships with Middle Eastern terrorists, in an attempt
to use what he calls "the International Rebellion"
(including Hezbollah, Hamas and ETA) in order to negotiate
with the US for power in Latin America, the coziness of the
seemingly strange bedfellows dates back to the fall of the
Soviet Union, when the USSR abandoned Cuba. At the Sao Paulo
Forum of 1990, prominent Venezuelans and international
terrorists were all in attendance, including: then-
Venezuelan President Carlos Andres Perez (against whom
Chavez attempted a coup in 1992); Al¡ Rodr¡guez, then-
President of PDVSA (Petroleos de Venezuela, the government-
owned oil company); Pablo Medina, a left-wing Venezuelan
politician who initially supported Chavez, but has now moved
to the opposition; as well as Fidel Castro, Moammar Qaddafi
and leaders of the FARC, Tupamaros and Sendero Luminoso
(Shining Path). The extent to which these alliances have
deepened and become institutionalized is exemplified by the
Continental Bolivarian Coordinator, the office that
coordinates all the Latin American terrorists. According to
a well-placed Venezuelan military source of mine, they are
headquartered in the Venezuelan state of Barinas-the same
state that is effectively a Chavez family fiefdom, with
their sprawling family estate, La Chavera, and their total
control of local politics. Their extreme anti-Semitism is
not ideological, but simply out of convenience: to court and
maintain Iranian support.

According to the Congressional Research Service, with
enactment of the sixth FY2011 Continuing Resolution through
March 18, 2011, (H.J.Res. 48/P.L. 112-6) Congress has
approved a total of $1.283 trillion for military operations,
base security, reconstruction, foreign aid, embassy costs,
and veterans' health care for the three operations initiated
since the 9/11 attacks: Operation Enduring Freedom (OEF)
Afghanistan and other counter terror operations; Operation
Noble Eagle (ONE), providing enhanced security at military
bases; and Operation Iraqi Freedom (OIF).

Yet for all this massive spending on fighting terrorists and
insurgents in the Middle East, we are leaving ourselves
vulnerable to them here, on a number of fronts. First and
foremost, the United States is under territorial threat
through its Mexican border. Hezbollah operatives have
already been smuggled, along with drugs and weapons, in
tunnels dug under the border with the US by Mexican drug
cartels. Only a week after my October 5th interview by KT
McFarland on Fox, where I specifically warned of a
possibility of this resulting in a terrorist attack carried
out inside the US with the complicity of South American drug
traffickers, the global press revealed a plot by the elite
Iranian Quds Force to utilize the Mexican gang Los Zetas to
assassinate the Saudi ambassador to Washington in a bombing
that would have murdered many Americans on their lunch hour.

Second, American assets in Latin America are under threat.
Embassies, consulates, corporate headquarters, energy
pipelines and American- or Jewish-sponsored community
centers and American citizens have already been targeted by
terrorist groups all over Latin America for decades: FARC in
Colombia, Sendero Luminoso and Tupac Amaru in Peru and
Hezbollah in Argentina. Al Qaeda is also rumored to have a
strong presence in Brazil.

Third, while American soldiers give their lives trying to
defeat terrorists and violent insurgents in the Middle East,
these same groups are being supported and strengthened
increasingly by Latin America, where they receive training,
weapons and cash. This makes American military engagement
far more costly by any metric: loss of life and financial
cost.

Indeed over the last decade, Latin America is a region
spiraling ever more out of American control. It is a region
with which the United States has a growing asymmetry of
power: it has more importance to the United States, while
the United States is losing influence over Latin America,
which remains the largest source of oil, drugs and
immigrants, both documented and not. Latinos now account for
15 percent of the US population and nearly 50 percent of
recent US population growth, as well as a growing portion of
the electorate, as seen in the last presidential elections.
The discovery of huge new oil reserves in Brazil and
Argentina, that might even challenge Saudi Arabia, and the
2012 presidential elections in Venezuela, make Latin America
of increasing strategic importance to the U.S., particularly
as the future political landscape of the Middle East becomes
ever more uncertain, in the wake of the Arab Spring and the
political rise of the Muslim Brotherhood in previously
secular Arab governments. The growth of transnational gangs
and the resurgence of previously waning terrorist
organizations pose complicated new challenges, as violence
and murder cross the U.S. border, costing American lives and
taking a huge toll on U.S. law enforcement. The United
States needs to develop a smart policy to deal with these
challenges.

So while the US is expending vast resources on the GWOT, the
terrorists are being armed and reinforced by America's
southern neighbors, making the GWOT far more costly for the
US and directly threatening American security. Even though
Venezuelan President Hugo Chavez may be removed from the
presidency either through an electoral loss in the October
7, 2012 presidential elections or through his battle with
cancer, certain sectors of the Venezuelan government will
continue to support international terrorism, whose
activities, bases and training camps have now spread
throughout this region. By understanding the dynamics of the
increasingly entrenched narcoterrorist network, the U.S. can
develop an effective policy to contend with these, whether
or not President Chavez remains in power.

----------------------------------------------------------
Copyright     Foreign      Policy     Research     Institute

----------------------------------------------------------
The Winter 2012 issue of Orbis, FPRI's Journal of World Affairs
is now available. Orbis is edited by Mackubin (Mac) Owens, Associate
Dean of Academics for Electives and Directed Research and Professor
of National Security Affairs at the Naval War College in Newport,
Rhode Island. A prolific writer on military affairs, Dr. Owens is
a long-time associate of FPRI, where he is a Senior Fellow in
the Program on National Security.

Current issue featuring:

Margin Call: How To Cut A Trillion From Defense
    Kori Schake
China's Naval Rise And The South China Sea: An Operational Assessment
    Felix K. Chang
Confronting A Powerful China With Western Characteristics
    James Kurth
Religious Relations Across The Taiwan Strait: Patterns, Alignments, And
Political Effects
    Deborah A. Brown and Tun-jen Cheng
Jordan: Between The Arab Spring And The Gulf Cooperation Council
    Samuel Helfont and Tally Helfont
The Arab Spring And The Saudi-Led Counterrevolution
    Mehran Kamrava
India's ‘Af-Pak’ Conundrum: South Asia In Flux
    Harsh V. Pant
Intelligence And Grand Strategy
    Thomas Fingar
The Reform Of Military Education: Twenty-Five Years Later
    Joan Johnson-Freese

Complete Table of Contents and links to all articles:
----------------------------------------------------------