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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

O IBRI e a RBPI: contribuição intelectual (1954 a 2014) - Paulo Roberto de Almeida (Mundorama)

O texto é muito grande, e ainda assim esta é a versão resumida, que no original tinha mais de 45 páginas. Cortei aqui e acolá, retirei três colunas da tabela final, deixando só a produção acadêmica e os artigos da RBPI sintetizados no quadro, e ainda assim ficou um pouco extenso.
Quem tiver disposição, ao final tem o link para o quadro completo da relações internacionais, cenário regional, diplomacia brasileira e produção intelectual, em arquivo do Academia.edu.
No mais, este artigo também faz parte das comemorações pelo 60. aniversário do IBRI, do qual já fui presidente, depois do Professor Aleixo, hoje presidente honorário.
Vai ser publicado no boletim Meridiano 47, mas antes preciso corrigir dois ou três pequenos errinhos de digitação, que sempre passam impunes.
Paulo Roberto de Almeida

Nova publicação em Boletim Mundorama
O IBRI e a RBPI: contribuição intelectual (1954 a 2014) 
Paulo Roberto de Almeida

Em 27 de janeiro de 1954, um pequeno grupo de intelectuais, de funcionários públicos e de profissionais liberais se reuniu no Palácio Itamaraty do Rio de Janeiro, sede do Ministério das Relações Exteriores desde o início da República, e tomou a decisão de criar a primeira instituição brasileira especificamente dedicada ao estudo da política internacional e de questões atinentes às relações exteriores do Brasil: o Instituto Brasileiro de Relações Internacionais (IBRI). Ele foi definido, nos seus estatutos, como uma sociedade civil com finalidades culturais, com o objetivo de “realizar, promover e incentivar estudos sobre problemas internacionais, especialmente os de interesse para o Brasil”. Condizente com a sede que abrigava o conclave, o IBRI congregaria, ao longo de sua existência continuada, vários diplomatas engajados em suas atividades, assim como devotaria parte de seus esforços analíticos e das iniciativas empreendidas nos anos e décadas seguintes ao registro, à exposição, para um público mais vasto, e à discussão dos mais diversos temas vinculados às relações internacionais, em especial ao pensamento e à ação da diplomacia brasileira.

Uma primeira grande iniciativa concretizou-se quatro anos depois, sob a forma de um periódico, a Revista Brasileira de Política Internacional (RBPI), o mais antigo e o mais prestigioso dos veículos especializados em temas internacionais no Brasil (ver o n. 1 neste link: http://cafemundorama.files.wordpress.com/2013/10/rbpi_1958_1.pdf). Ambos, o IBRI e a RBPI, passaram por diferentes etapas em seus itinerários respectivos de mais de meio século, em duas fases bem caracterizadas: a do Rio de Janeiro, de 1954-58 até 1992, e a de Brasília, a partir de 1993 aos nossos dias. Um pouco de sua história, ao completar o IBRI meio século de vida, foi recapitulada por este autor na nota comemorativa “Instituto Brasileiro de Relações Internacionais: 50 anos de um grande empreendimento intelectual” (Revista Brasileira de Política Internacional, vol. 47, n. 2, 2004, p. 223-226; link: http://www.scielo.br/pdf/rbpi/v47n2/v47n2a08.pdf).

Este pequeno texto não tem a intenção de refazer a história da instituição e a de seu principal veículo de divulgação nas mais de seis décadas decorridas desde as iniciativas pioneiras, mas buscará, tão somente, oferecer um panorama, embora seletivo, da produção intelectual em temas das relações internacionais e de política externa do Brasil nesse período. Um sobrevoo geral permite constatar certas constâncias, ou seja, a recorrência das mesmas questões ao longo desse itinerário, mas também muitas transformações, como parece inevitável, tanto no plano propriamente doméstico, quanto no da política internacional e da economia mundial. O Brasil e a região não parecem ter mudado significativamente de posição no contexto dos cenários geopolíticos que se sucederam desde 1954: Guerra Fria, distensão global, crises e derrocada do comunismo, emergência de novos equilíbrios nos planos regional e mundial, etc. A despeito dessas grandes alterações da ordem mundial, o Brasil e a América Latina talvez não tenham um peso maior, atualmente, do que aquele que tinham no início do período.

Não obstante, algumas estruturas econômicas e as formas de participação do país e da região nos assuntos da política mundial podem ter sido substancialmente alteradas, em alguns casos para um melhor posicionamento, em outros casos apenas confirmando o papel excêntrico, relativamente secundário, para não dizer marginal, assumido pelo Brasil e pela região no contexto mais vasto das relações internacionais e, sobretudo, no quadro dos grandes equilíbrios geopolíticos entre os atores determinantes da politica e da economia mundiais. Em termos claros, o Brasil e a América Latina contam pouco nos cenários decisivos da paz e da segurança internacionais, mas também no das grandes dinâmicas econômicas – tecnológicas e financeiras, sobretudo – que movimentam a interdependência global; na verdade, eles podem até ter perdido terreno para a Ásia nessa segunda área, já sendo pouco influente na primeira.

Esta última afirmação pode parecer depreciativa do papel ou da importância que se costuma emprestar – no mais da vezes auto-atribuída – ao Brasil nesses contextos, uma vez que tanto as elites políticas, quanto o establishment diplomático e a corporação militar têm por hábito ressaltar a relevância da participação do Brasil nesses cenários de variada significação para os grandes objetivos multilaterais da preservação da paz e da segurança internacionais, e para a promoção dos objetivos ainda mais decisivos relativos ao desenvolvimento econômico e ao progresso social dos povos e dos Estados membros da comunidade internacional. Se formos compulsar, porém, a obra mais recente que trata justamente dos grandes equilíbrios mundiais e dos problemas remanescentes para a consolidação de uma ordem internacional estável, pacífica e promotora dos direitos humanos, da segurança e da paz, escrita por um especialista reconhecido, teremos exatamente a confirmação do argumento defendido neste ensaio.

Com efeito, Henry Kissinger, em seu livro mais recente, World Order (New York: Penguin Press, 2014), não devota nem mesmo um capítulo, sequer uma mísera seção, à América Latina ou ao Brasil, nas dez grandes unidades da obra, todas elas dedicadas aos grandes atores ou aos problemas percebidos como relevantes para o estabelecimento ou a preservação de uma ordem que de fato não existe. Para ser mais preciso, a América Latina não aparece sequer no índice remissivo do livro, embora nele exista uma entrada para western hemisphere. O Brasil é mencionado duas vezes, ambas en passant e de maneira irrelevante: a primeira para falar sobre o impacto mundial das revoluções europeias de 1848, a segunda na companhia da Índia (que recebe tratamento mais amplo nos capítulos asiáticos da obra) como exemplo de nações emergentes. Tal tipo de abordagem, registrando apenas os atores que contam nos equilíbrios mundiais das relações internacionais nos últimos cinco séculos, parece realista, a despeito de negativa para a autoestima de alguns. Não obstante a marginalidade relativa do Brasil e do continente para a ordem mundial na concepção de Kissinger, cabe reconhecer que o Brasil aumentou sua presença nos cenários econômico e político mundiais desde 1954, reforçando sua posição relativa no sistema internacional nas seis décadas decorridas desde então, tal como refletido na produção acadêmica acumulada no período.

Em todo caso, uma história intelectual das relações exteriores e da diplomacia brasileira nas últimas seis décadas seria incompleta se deixasse de mencionar o papel relevante desempenhado pelo IBRI, desde sua fundação, e sobretudo pela RBPI, a partir de 1958. Uma distinção quanto à natureza dessa influência ao longo do tempo deve ser feita no que respeita o IBRI e no tocante à revista. A associação de muitos diplomatas lotados no Rio de Janeiro, em meados dos anos 1950, à fundação e funcionamento do IBRI nos primeiros anos permite estabelecer uma clara vinculação conceitual entre os temas discutidos nas reuniões do IBRI e transplantados para a revista desde seu aparecimento e publicação trimestral e a agenda do Itamaraty nos anos imediatamente anteriores ao regime militar. Pode-se dizer, sem hesitação, que os membros civis e os diplomatas ativos no IBRI, e os focos de discussão e análise na RBPI exibem uma espécie de osmose intelectual com os grandes temas da política externa brasileira e seu tratamento pelo Itamaraty e pela própria presidência da República.

Esses grandes temas referem-se ao relacionamento bilateral Brasil-Estados Unidos, no contexto da Guerra Fria, aos primeiros passos da integração regional, o lançamento da Operação Pan-Americana pelo governo Kubitschek, a criação do BID e da Alalc, o problema de Cuba e seu encaminhamento na OEA, a emergência e afirmação da chamada “política externa independente” – presente, implicitamente, desde o início na revista, antes mesmo de se tornar explícita nos governos Jânio e Goulart – e a mobilização ativa do Brasil e dos países em desenvolvimento em torno da problemática do desenvolvimento, primeiro tratada no âmbito da Cepal, depois transplantada – inclusive porque o diretor, Raul Prebisch, era o mesmo – no quadro da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, cujo primeiro encontro se deu, aliás, ao mesmo momento em que caia o governo Goulart e tinha início o governo militar. Todas essas questões figuram nas páginas da revista, como uma consulta sumária aos índices dos números relativos a esses anos iniciais pode revelar (ver a coleção completa neste link: http://mundorama.net/category/2-biblioteca/rbpi/).

Qualquer pesquisa sobre a diplomacia brasileira no período não pode, assim, dispensar esse recurso, muitas vezes até como fonte primária. Numa época em que o Itamaraty publicava, se tanto, burocráticos relatórios anuais de suas atividades – e estes não eram tão detalhados, mas ao contrário, eram bem menos copiosos do que os antigos relatórios da Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros, no Império – e algumas poucas publicações avulsas, a seção documental da RBPI invariavelmente fazia a transcrição dos principais expedientes da diplomacia oficial: discursos, documentos de posição, atas de reuniões, textos de tratados e de outros atos internacionais, geralmente traduzidos pelos próprios diplomatas que colaboravam com a revista. No início do governo militar, por sinal, os relatórios de atividades do Ministério se rarefizeram, o que tornam ainda mais úteis esses números trimestrais da RBPI, a despeito do eventual retraimento de alguns diplomatas ante a nova situação política e suas orientações mais alinhadas à diplomacia tradicional da era da Guerra Fria.

Embora tenham ocorrido poucos episódios de enquadramento da corporação ao novo Zeitgeist, e até algumas baixas entre os opositores identificados – foi o caso, por exemplo, do embaixador Jayme Rodrigues, segundo na delegação brasileira à Unctad –, a revista continuou a dar ênfase aos seus temas habituais. O novo editor, o historiador e ex-professor do Instituto Rio Branco José Honório Rodrigues – que deu início a uma revista “concorrente”, a Política Externa Independente, que sobreviveu a três corajosos números entre 1964 e 1966 – preparou números temáticos sobre os temas econômicos do momento, a dependência do Brasil das exportações de commodities e a reforma do sistema multilateral de comércio; as questões da política nuclear, do direito do mar e vários outros que estavam ativamente presentes na agenda de trabalho da diplomacia brasileira também comparecem nas páginas da RBPI com muita frequência (ver o número especial sobre os 40 anos da revista, em 1998, bem como o editorial assinado por Antônio Carlos Lessa e Paulo Roberto de Almeida, no vol. 47-1, junho de 2004, por ocasião dos cinquenta anos do Instituto, ambos disponíveis na plataforma Scielo).

É provavelmente esse espírito da revista, e do próprio Instituto, que explica a relativamente rápida retomada das posições da “política externa independente” já no segundo governo do regime militar, a despeito das limitações políticas da época e de alguns cânones ideológicos identificados com o espírito de caserna dos dirigentes. A sua influência foi, no entanto, sendo progressivamente diminuída depois que o ministério e todo o corpo diplomático presente no Rio de Janeiro tiveram de operar a mudança para a nova capital, no início dos anos 1970, o que culminou com a transferência do próprio Instituto Rio Branco, em 1975. O IBRI e a RBPI foram perdendo realce e prestígio nos meios que eles mais influenciavam: a própria corporação profissional do Itamaraty, o corpo diplomático e os muitos acadêmicos e altos funcionários que sempre gravitaram em torno desse antigo empreendimento na capital cultural do país. Seguiu-se uma trajetória de declínio, quando o IBRI já era praticamente virtual e a revista continuava a ser mantida – financiada, editada e distribuída – graças aos esforços solitários de Cleantho de Paiva Leite, seu grande promotor e animador nas duas décadas restantes de sua fase carioca. Sua morte, em outubro de 1992, sinalizou o fim de uma época e o início de outra, tanto para o IBRI quanto para a RBPI, que se tornaram menos policy-oriented, e mais deliberadamente voltados para o mundo acadêmico.

Essa orientação, adotada a partir da transferência – de fato a recriação, tanto no que concerne o IBRI, fundado novamente, quanto a revista – para Brasília representou na verdade uma dinamização e uma potencialização das possibilidades intelectuais e de disseminação para um público mais vasto de ambos instrumentos. O IBRI passou a organizar seminários e outros eventos tipicamente acadêmicos, firmou convênios com outras instituições, a começar com a Fundação Alexandre de Gusmão, do Itamaraty, publicou muitos livros – geralmente em coedição com editoras comerciais ou da área acadêmica e diplomática – e adquiriu um novo prestígio, graças à sua íntima associação com o Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, que fornece a quase totalidade dos recursos humanos, e muitos dos recursos materiais, necessários às suas atividades. O Professor José Carlos Brandi Aleixo, seu primeiro diretor na fase de Brasília, permanece como presidente de honra, em vista de seu trabalho meritório nos primeiros esforços de soerguimento da antiga instituição inaugurada em 1954.

Quanto à revista, ela não apenas recuperou suas excelentes qualidades analíticas dos anos do Rio de Janeiro, quanto cresceu exponencialmente em prestígio e audiência internacionais, o que é confirmado pela ampla gama de instrumentos de citação e de indexação de âmbito mundial. Dois nomes foram essenciais para essa feliz evolução institucional e intelectual: o professor emérito Amado Luiz Cervo, seu primeiro editor durante os primeiros dez anos da fase de Brasília, e desde 2004 o professor Antônio Carlos Lessa, que imprimiu notável modernização editorial e gráfica à revista, bem como atuou de forma decisiva para inculcar-lhe os mais rigorosos padrões de qualidade propriamente acadêmica (ver a coleção: http://ibri-rbpi.org/category/edicoes-da-rbpi/).

Ela é parte de um esforço mais amplo que também vem acompanhado de outros veículos e instrumentos de pesquisa e publicação, como a antiga plataforma Relnet e, desde muitos anos, a plataforma Mundorama. Por iniciativa do prof. Lessa, em 2000, foi criado o Boletim Meridiano 47, cujo significado foi explicado em seu primeiro número nestes termos: “Meridiano 47 é uma homenagem que o IBRI faz a Brasília (cidade cortada por aquela linha), onde está funcionando desde 1993, com o que renova o seu compromisso permanente com a análise de alto nível na área de relações internacionais, há muito firmado com a publicação ininterrupta da Revista Brasileira de Política Internacional - RBPI, que desde 1958 é testemunha e muitas vezes veículo preferencial  dos movimentos intelectuais e políticos que renovaram a ação internacional do Brasil, assumindo desde logo um papel de relevo na cultura política e acadêmica do país.” (n. 1 do boletim, neste link: http://periodicos.unb.br/index.php/MED/article/view/4774/4007)

O quadro analítico ao final deste ensaio tenta seguir esse longo itinerário a partir de uma compilação seletiva da produção intelectual em relações internacionais e sobre a política externa do Brasil, tal como repercutida em obras de acadêmicos, de diplomatas profissionais e de alguns poucos analistas estrangeiros, obras que foram consideradas relevantes para enquadrar essa rica evolução intelectual e prática do pensamento e da própria ação da diplomacia brasileira. Ele fornece um rápido instrumento de consulta sobre os trabalhos mais importantes publicados no Brasil nas últimas seis décadas, com destaque para a própria RBPI, ademais de uma seleção dos livros já integrados à literatura desses campos, e que marcaram cada um desses anos de aprofundamento analítico e de crescimento intelectual. O IBRI e a RBPI são peças destacadas, e certamente meritórias, desse cenário de realizações intelectuais, como tais destinados a perdurar no futuro previsível, num ambiente certamente mais competitivo do que o das primeiras décadas, e por isso mesmo mais estimulante em termos de rigor analítico e de preservação dos padrões de qualidade que sempre foram os seus.

Compilação seletiva da produção acadêmica e profissional em relações internacionais e em política externa do Brasil, de 1954 a 2014

1954    Fundação do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais, no Palácio Itamaraty, RJ;
Cassiano Ricardo: O Tratado de Petrópolis; Lygia Azevedo e José S. da Gama e Silva: Evolução do Ministério das Relações Exteriores;

Lançamento do Boletim da ADESG (em 1968: Segurança e Desenvolvimento).

1955    Afonso Arinos: Um Estadista da República: Afrânio de Melo Franco e seu tempo; Álvaro Teixeira Soares: Diplomacia do Império no Rio da Prata.
1956    Revista do Clube Militar: Delgado de Carvalho e Therezinha de Castro: A Questão da Antártica.
1957    A. J. Bezerra de Menezes: O Brasil e o mundo ásio-africano; João Neves da Fontoura: Depoimentos de um ex-ministro.
1958    Lançamento da Revista Brasileira de Política Internacional - RBPI; no Rio de Janeiro de1958 a 1992; ano I, n. 1: Raul Fernandes: O malogro da segurança pela união das nações e a liderança americana; Hermes Lima: A conferência econômica da Organização dos Estados Americanos; ano I, n. 2: Oswaldo Aranha: Relações diplomáticas com a União Soviética; José Garrido Torres: Por que um mercado regional latino-americano?; ano I, n. 4: O. A. Dias Carneiro: Interesses políticos e econômicos dos Estados Unidos na América Latina;
Hélio Jaguaribe: O Nacionalismo na Atualidade Brasileira; Hélio Vianna: História diplomática do Brasil; Caio de Freitas: George Canning e o Brasil; Gilberto Freyre: Sugestões em torno de uma nova orientação para as relações internacionais do Brasil; Hélio Vianna: História Diplomática do Brasil.

1959    Carlos Delgado de Carvalho: História diplomática do Brasil; Luís Vianna Filho: A vida do Barão do Rio Branco;
RBPI: ano II, n. 5: Barreto Leite Filho: OPA, primeiro ano de discussões e negociações; ano II, n. 6: Cleantho Leite: Banco Interamericano de Desenvolvimento; Georges D. Landau: Política internacional e assistência técnica; ano II, n. 7: João Carlos Muniz: Significado da Operação Pan-Americana; ano II, n. 8: Roberto de Oliveira Campos: Relações Estados Unidos-América Latina: uma interpretação; Luís Bastian Pinto: A política exterior do Brasil na América Latina;

1960    Carlos de Meira Mattos: Projeção Mundial do Brasil; Licurgo Costa: Uma nova política para as Américas: Doutrina Kubitschek e OPA; Delgado de Carvalho e Therezinha de Castro: Atlas de Relações Internacionais;
RBPI: ano III, n. 9: Celso A. de Souza e Silva: Operação Pan-Americana: antecedentes e perspectivas; ano III, n. 10: Cleantho de Paiva Leite: Associação Internacional de Desenvolvimento; Garrido Torres: Operação Pan-Americana: uma política a formular; ano III, n. 11: Oliver Ónody: Relações comerciais do Brasil com o Bloco Soviético;

1961    José Honório Rodrigues: Brasil e África: outro horizonte; A. J. Bezerra de Menezes: Ásia, África e a política independente do Brasil;
Foreign Affairs: Jânio Quadros: Brazil’s new foreign policy;

RBPI: ano IV, n. 13: Alceu Amoroso Lima: Os Estados Unidos e a América Latina; ano IV, n. 14: Josué de Castro: Uma política de combate à fome na América Latina; ano IV, n. 15: Roberto de Oliveira Campos: Sobre o conceito de neutralismo; Lincoln Gordon: Relações dos Estados Unidos com a América Latina, especialmente o Brasil; ano IV, n. 16: Glycon de Paiva: Problemática mineral brasileira.

1962    San Tiago Dantas: Política externa independente;
Revista Tempo Brasileiro: Cândido Mendes de Almeida: Política externa e nação em progresso;

Revista de História: Virgílio Corrêa Filho: O chanceler imortal: o Barão do Rio Branco; International Affairs (Londres): José Honório Rodrigues: The Foundations of Brazil’s Foreign Policy;

RBPI: ano V, n. 17: Alceu Amoroso Lima: A posição do Brasil em Punta del Este; ano V, n. 18: Barbosa Lima Sobrinho: O Brasil e a encampação de concessionárias estrangeiras; José Honório Rodrigues: O presente e o futuro das relações africano-brasileiras; ano V, n. 19: Otávio Dias Carneiro: O comércio internacional de produtos de base.

1963    Candido Mendes de Almeida: Nacionalismo e Desenvolvimento; J. A. Soares de Souza: A Missão Bellegarde ao Paraguai, 1849-1852; José Honório Rodrigues: Aspirações Nacionais; Sérgio Macedo: De Tordesilhas à OPA: um resumo da história diplomática do Brasil; Arnaldo Vieira de Melo: Bolívar, o Brasil e nossos vizinhos do Prata: da questão de Chiquitos à Guerra da Cisplatina; Vamireh Chacon: Qual a política externa conveniente ao Brasil?
RBPI: ano VI, n. 21: Henrique Valle: O Brasil e a ALALC; ano VI, n. 22: José Maria Gouveia Vieira: A economia internacional do século XX.

1964    Antônio Olinto: Brasileiros na África; M. Franchini Netto: Diplomacia, instrumento da ordem internacional: história, transformação, atualidade; Sylvio Monteiro: A Ideologia do Imperialismo;
RBPI: ano VII, n. 25: Octávio A. Dias Carneiro: Problemas de comércio internacional de produtos de base; ano VII, n. 26: Relatório de Raul Prebisch para a Unctad: Uma Nova Política Comercial para o Desenvolvimento; ano VII, n. 27: especial Sobre Santiago Dantas: Estudos, conferências e discursos; ano VII, n. 28: Ata Final da primeira Unctad;

1965    Pinto Ferreira: Capitais Estrangeiros e Dívida Externa do Brasil; Edmar Morel: O Golpe começou em Washington;
Lançamento da revista Política Externa Independente (3 números);

PEI: José Honório Rodrigues: Por uma política externa própria e independente; Maria Y. L. Linhares: Desenvolvimento e política internacional;

RBPI: ano VIII, n. 30: especial sobre a encampação das concessionárias estrangeiras-I; ano VIII, n. 31-32: especial sobre a encampação das concessionárias estrangeiras-II.

1966    Celso Furtado: Desenvolvimento e estagnação na América Latina; Mário Pedrosa: A Opção Imperialista; José Honório Rodrigues: Interesse Nacional e Política Externa;
RBPI: ano VIII, n. 33-34: Acordo de Garantia de Investimentos entre Brasil e Estados Unidos I; ano IX, n. 35-36: Acordo de Garantia de Investimentos entre Brasil e Estados Unidos, II.

1967    F. H. Cardoso e Enzo Faletto: Dependência e desenvolvimento na América Latina; J. O. Meira Penna: Política externa: segurança e desenvolvimento;
RBPI: ano X, n. 37-38: Especial: Política Nuclear Brasileira; ano X, n. 39-40: Otávio Dias Carneiro: Estruturas econômica nacionais e relações internacionais; Jayme Magrassi de Sá: O BNDE e os financiamentos externos; Celso Lafer: Uma interpretação do sistema de relações internacionais do Brasil.

1968    J. R. Amaral Lapa: A Bahia e a carreira da Índia; Darcy Ribeiro: As Américas e a Civilização;
RBPI: ano XI, n. 41-42: Especial: Amazônia; Arthur Cézar Ferreira Reis: Porque a Amazônia deve ser brasileira; Robert Panero: Um sistema sul-americano de Grandes Lagos; Herman Kahn & Robert Panero: Novo enfoque sobre a Amazônia; General Frederico Rondon: Diretrizes de uma planificação para o desenvolvimento regional da Amazônia; ano XI, n. 43-44: Especial: II UNCTAD.

1969    Revista de História: Pedro Moacyr Campos: As relações do Brasil com a Alemanha durante o Segundo Reinado;
RBPI: ano XII, n. 45-46: Especial Bacia do Prata; Clovis Ramalhete: Novos problemas jurídicos do Prata; Oscar Camilión: Relações entre Brasil e Argentina no mundo atual; ano XII, n. 47-48: Especial sobre Direito do Mar.

1970    Juracy Magalhães: Minha experiência diplomática; Delgado de Carvalho: Civilização Contemporânea;
RBPI: ano XIII, n. 49-50: Emb. J. A. Araújo Castro: Fundamentos da paz internacional: balança de poder ou segurança coletiva e As Nações Unidas e a política do poder; Mario Gibson Barboza: Política Brasileira de Comércio Exterior; Mozart Gurgel Valente: Relações comerciais entre Brasil e EUA; ano XIII, n. 51-52: Especial Produtos de Base.

1971    Delgado de Carvalho: Relações Internacionais; A. Teixeira Soares: Um Grande Desafio Diplomático no Século Passado: navegação e limites na Amazônia; G. E. Nascimento e Silva: A Missão Diplomática;
RBPI: ano XIV, n. 53-54: Emb. Araújo Castro: Continente americano dentro da problemática mundial; General Rodrigo Otávio Jordão Ramos: As Forças Armadas e a integração da Amazônia; Miguel Osório de Almeida: Desenvolvimento econômico e preservação do meio ambiente; ano XIV, n. 55-56: Glycon de Paiva: Estágios do desenvolvimento econômico.

1972    Frank McCann: The Brazilian-American Alliance, 1937-1945;
Revista Brasileira de Estudos Políticos: Emb. Araújo Castro: O congelamento do poder mundial;

RBPI, ano XV, n. 57-58: Especial sobre o Brasil na III UNCTAD; Amaury Bier: Negociações comerciais multilaterais no âmbito do GATT à luz dos resultados da III UNCTAD; ano XV, n. 59-60: Guilherme Arroio: Sistema Geral de Preferências: Análise dos principais aspectos do Sistema Geral de Preferências Tarifárias, um dos resultados mais concretos da Unctad.

1973    Celso Lafer e Felix Peña: Argentina e Brasil no sistema de relações internacionais; Moniz Bandeira: Presença dos Estados Unidos no Brasil: dois séculos de história;
RBPI: ano XVI, n. 61-62: Ronaldo Costa: Participação dos países em desenvolvimento no comércio internacional; ano XVI, n. 63-64: General Carlos de Meira Mattos: O poder militar e a política internacional.

1974    O. Ianni: Imperialismo na América Latina; Wayne Selcher: The Afro-Asian dimension of Brazilian foreign policy, 1956-1972;
RBPI: ano XVII, n. 65-68: Ramiro S. Guerreiro: Organismos internacionais: conceitos e funcionamento; Eduardo Pinto: Brasil: os difíceis caminhos da energia nuclear;

1975    Stanley Hilton: Brazil and the great powers, 1930-1939: the politics of trade rivalry; Carlos E. Martins: Brasil-Estados Unidos: dos anos 60 aos 70; José Honório Rodrigues: Independência: Revolução e contra-revolução, a política internacional;
RBPI: ano XVIII, n. 69-72: Especial: Nova Ordem Mundial: aspectos políticos, econômicos, tecnológicos; Celso Lafer: Evolução da política externa brasileira;

Cadernos CEBRAP: Carlos Estevam Martins: A evolução da política externa brasileira na década 1964-74.

1976    Terezinha de Castro: Rumo à Antártica; William Perry: Contemporary Brazilian Foreign Policy: the international strategy of an emerging power; Luciano Martins: Pouvoir et Développement Économique: formation et évolution des structures politiques au Brésil;
RBPI: ano XIX, n. 73-76: CPI das Multinacionais (1ª parte).

1977    Pedro Malan et ali: Política econômica externa e industrialização do Brasil (1939-52); Celso Lafer: Comércio e relações internacionais; Ronald Schneider: Brazil: Foreign Policy of a Future World Power; Roberto Gambini: O Duplo Jogo de Getúlio Vargas; Carlos Meira Mattos: A geopolítica e as projeções do poder;
RBPI: ano XX, n. 77-80: CPI das Multinacionais (2ª parte).

1978    Luis Alberto Bahia: Soberania. Guerra e Paz;
RBPI: ano XXI, n. 81-84: Clóvis Brigagão: Cancelamento do Acordo Militar Brasil-EUA;

Lançamento em Brasília da revista Relações Internacionais: Amado Cervo: Os primeiros passos da diplomacia brasileira;

1979    Celso Lafer: O convênio do café de 1972: da reciprocidade no direito internacional econômico; A.A. Cançado Trindade: O Estado e as Relações Internacionais; Ana Célia Castro: As empresas estrangeiras no Brasil, 1860-1913;
RBPI: ano XXII, n. 85-88: Especial: A Crise Energética Mundial: Amaury Porto de Oliveira: A natureza política do preço do petróleo; Adilson de Oliveira, João L. R. H. Araújo e Luiz Pinguelli Rosa: Impasse atual e perspectivas a longo prazo da política energética no Brasil;

Relações Internacionais: Celso Lafer: Política exterior brasileira: balanço e perspectivas

1980    Gerson Moura: Autonomia na Dependência: 1935-1942; Jobson Arruda: O Brasil no comércio colonial;
RBPI: ano XXIII, n. 89-92: Hélio Jaguaribe: O Informe Willy Brandt e suas implicações políticas; Roberto Abdenur e Ronaldo Sardenberg: Notas sobre as relações norte-sul e o relatório Brandt; Stanley Hilton: Brasil-Argentina;

Relações Internacionais: H. Jaguaribe: Autonomia Periférica e Hegemonia Cêntrica; R. Sardenberg: O pensamento de Araújo Castro.

1981    Amado L. Cervo, O Parlamento Brasileiro e as Relações Exteriores, 1826-1889; Golbery do Couto e Silva: Conjuntura política nacional; Heitor Lyra: Minha Vida Diplomática;
RBPI: ano XXIV, n. 93-96, Especial sobre relações Brasil-Argentina;

1982    Celso Lafer: Paradoxos e possibilidades: Estudos sobre a Ordem Mundial e sobre a Política Exterior do Brasil num Sistema Internacional em Transformação; R. Amado (org.): Araújo Castro; Maurício Nabuco: Reflexões e reminiscências;
RBPI: ano XXV, n. 97-100; Henry Kissinger, Hélio Jaguaribe, Albert Fishlow: Relações Brasil-EUA; Pedro Sampaio Malan: Sistema econômico internacional: lições da História;

Revista Dados: M.R.S.de Lima e G. Moura: A trajetória do pragmatismo: uma análise da política externa brasileira.

1983    M. R. Soares de Lima e Z. Cheibub: Relações internacionais e política externa brasileira: debate intelectual e produção acadêmica;
RBPI: ano XXVI, n. 101-104; Geraldo Eulálio Nascimento Silva: Terrorismo na política internacional; J. Carlos Brandi Aleixo: Brasil e América Central; Wayne Selcher: O Brasil no Mundo; Amaury Porto de Oliveira: Óleo para as lâmpadas das ‘Majors’

Lançamento em São Paulo da revista Política e Estratégia (PeE); Wayne Selcher: O Brasil no sistema mundial de poder

1984    Celso Lafer: O Brasil e a crise mundial: Paz, Poder e Política Externa; A. A. Cançado Trindade: Repertório da Prática Brasileira do Direito Internacional Público (6 volumes até 1988, cobrindo de 1889 até 1981);
RBPI: ano XXVII, n. 105-108; Renato Archer: Santiago Dantas e a formulação da Política Exterior Independente; Geraldo L. Cavagnari: Brasil: introdução ao estudo de uma potência média; Amaury Porto de Oliveira: Reestruturação da indústria internacional de petróleo; Santiago Fernandes: A ilegitimidade da dívida externa; Teixeira Soares: Getúlio Vargas: verso e reverso de um estadista.

1985    Hélio Jaguaribe: Reflexões sobre o Atlântico Sul; Moniz Bandeira: O expansionismo brasileiro e a formação dos Estados no Prata; Ricardo A. S. Seitenfus: O Brasil de Getúlio Vargas e a Formação dos Blocos: 1930-1942; Alexandre Barros: El estudio de las relaciones internacionales en Brasil; Mônica Hirst (org.), Brasil-Estados Unidos na transição democrática;
Lançamento da revista Contexto Internacional (IRI/PUC-RJ);

RBPI: ano XXVIII, n. 109-110: Gerson Moura: As razões do alinhamento: a política externa brasileira no após guerra (1945-1950); Comissão de Relações Exteriores da CD (1984): Tancredo Neves; Celso Lafer; Hélio Jaguaribe; Marcílio Marques Moreira;

Política e Estratégia: Celso Lafer: A diplomacia brasileira e a nova república;

1986    Hélio Jaguaribe: O novo cenário internacional; A. L. Cervo e C. Bueno: A Política Externa Brasileira, 1822-1985; G. Moura: Tio Sam chega ao Brasil: a penetração cultural americana;
RBPI: ano XXIX, n. 113-114: Paulo Nogueira Batista: Dívidas externas dos Estados; Stanley Hilton: Afrânio de Melo Franco e a diplomacia brasileira, 1917-1943; ano XXIX, n. 115-116: Rubens Ricupero: O Brasil e o Mundo no século XXI; Paulo R. Almeida: Relações exteriores e Constituição; Moniz Bandeira: Continuidade e mudança na política externa brasileira.

1987    Moniz Bandeira O Eixo Argentina-Brasil: o processo de integração da América Latina; René A. Dreifuss: A internacional capitalista;
RBPI: ano XXX, n. 117-118; Celso Souza e Silva: Proliferação Nuclear e o Tratado de Não Proliferação; Rômulo Almeida: Reflexão sobre a integração latino-americana; Hélio Jaguaribe: Integração Argentina-Brasil; Rex Nazareth Alves: Programa Nuclear Brasileiro; ano XXX, n. 119-120: especial 30 anos da RBPI: reproduções de artigos já publicados.

1988    Sonia de Camargo e José Maria Vasquez: Autoritarismo e democracia na Argentina e no Brasil: uma década de política exterior; Jacob Dolinger: A Dívida Externa Brasileira: solução pela via arbitral; Winston Fritsch: External constraints on economic policy in Brazil, 1889-1930;
RBPI: ano XXXI, n. 121-122;  Rubens Ricupero: O Brasil e o futuro do comércio internacional; Amaury Porto de Oliveira: Nas interfaces do futuro chinês; ano XXXI, n. 123-124; Hélio Jaguaribe: América Latina no contexto mundial; Oscar Lorenzo Fernandez: O desenvolvimento tecnológico do Brasil e a cooperação internacional; Paulo R. Almeida: Retorno ao futuro: a ordem internacional no horizonte 2000.

1989    Moniz Bandeira: Brasil-Estados Unidos: A Rivalidade Emergente, 1950-1988; Gelson Fonseca Jr. e Valdemar Carneiro Leão (orgs.): Temas de Política Externa Brasileira I; João H. P. de Araújo, M. Azambuja e Rubens Ricupero: Três Ensaios sobre Diplomacia Brasileira; João Pandiá Calógeras: A Política Exterior do Império (3 vols. ed. fac-similar);
Revista Lua Nova: especial: Relações internacionais e o Brasil (Marcílio M. Moreira, Celso Lafer, R. Seitenfus, Tullo Vigevani);

RBPI: ano XXXII, n. 125-126; Sérgio Bath: Rui na Haia: um precursor; ano XXXII, n. 127-128; Paulo Nogueira Batista: Mudanças estruturais e desequilíbrio na economia mundial; José Octávio de Arruda Mello: Historiografia e história das relações internacionais: de José Honório ao IBRI.

1990    José L. Werneck da Silva: As duas faces da moeda: a política externa do Brasil monárquico; Mônica Hirst: O pragmatismo impossível: a política externa do segundo governo Vargas (1951-1954); Gerson Moura: O Alinhamento sem Recompensa: a política externa do Governo Dutra; Tullo Vigevani: Terceiro Mundo: conceito e história;
RBPI: ano XXXIII, n. 129-130; Celso Furtado: As duas vertentes da visão centro-periferia; Paulo Tarso Flecha de Lima: O Brasil no panorama internacional: desafios e controvérsias; ano XXXIII, n. 131-132; Hélio Jaguaribe: Brasil, no advento do século XXI; José Vicente Lessa: Da previsibilidade histórica; Paulo R. Almeida: Retorno ao futuro, parte II;

Contexto Internacional: Celso Lafer: Reflexões sobre a inserção do Brasil no contexto internacional

1991    G. Moura: Sucessos e Ilusões: relações internacionais do Brasil durante e após a Segunda Guerra Mundial; Rubens A. Barbosa: América Latina em perspectiva; José Guilherme Merquior: Liberalism, Old and New;
RBPI: ano XXXIV, n. 133-134; Celso de Souza e Silva: A posição relativa do Brasil no quadro estratégico mundial; Rubens A. Barbosa: A importância da integração e da cooperação regional e internacional para o desenvolvimento latino-americano; ano XXXIV, n. 135-136: Paulo R. Almeida: 1492 e o nascimento da moderna diplomacia;

Contexto Internacional: P. R. Almeida: Relações internacionais do Brasil: introdução metodológica.

1992    A. L. Cervo e C. Bueno: História da Política Exterior do Brasil; Helder Gordim da Silveira: Integração latino-americana: projetos e realidades;
Lançamento da revista Política Externa (SP: Ed. Paz e Terra-NUPRI/USP);

Lançamento dos cadernos Premissas (NEE/Unicamp);

RBPI: ano XXXV, n. 137-138; Celso Amorim: Quem tem medo de Stefan Zweig? ou os caminhos da autonomia tecnológica; Paulo R. Almeida: Retorno ao Futuro, Parte III: agonia e queda do socialismo real; ano XXXV, n. 139-140: Sérgio Bath: Cleantho de Paiva Leite; Emb. Ramiro Saraiva Guerreiro: Repercussões das mudanças da estrutura mundial do Direito Internacional; [Último número da RBPI no Rio de Janeiro]

Contexto Internacional: P. R. Almeida: Os partidos políticos nas relações internacionais, 1930-1990.

1993    IBRI-RBPI: Constituição do IBRI em sua fase de Brasília, com eleição do primeiro presidente, Professor José Carlos Brandi Aleixo, ulteriormente presidente de honra;
Moniz Bandeira, Estado Nacional e Política Internacional na América Latina: O Continente nas relações Argentina-Brasil (1930/1992); P. R. Almeida: O Mercosul no contexto regional e internacional;

1º número da série de Brasília da RBPI, vol. 36, n. 1: Paulo R. de Almeida: Estudos de relações internacionais do Brasil: produção historiográfica, 1927-92; vol. 36, n. 2; Stanley Hilton: Brasil e Argentina: da rivalidade à entente; Clodoaldo Bueno: A diplomacia brasileira e a formação do Mercado Comum Europeu; Flavio M. De Oliveira Castro: As relações oficiais russo-soviéticas com o Brasil (1808-1961);

Política Externa: Celso Lafer, P. N. Batista: A política externa brasileira do governo Collor.

1994    J. A. Lindgren Alves: Os direitos humanos como tema global: Gelson Fonseca Júnior, Sérgio Henrique Nabuco de Castro (orgs.): Temas de Política Externa II; Amado L. Cervo (org.): O Desafio Internacional: a política exterior do Brasil de 1930 a nossos dias; Roberto Campos: A Lanterna na Popa; Vasco Leitão da Cunha: Diplomacia em Alto Mar; Ricardo Seitenfus: Para uma Nova Política Externa Brasileira;
RBPI: vol. 37, n. 1; Eugênio V. Garcia: A candidatura do Brasil a um assento permanente na Liga das Nações; Thomaz G. da Costa: Política de defesa: uma discussão conceitual e o caso do Brasil; vol. 37, n. 2: Eiiti Sato: Do GATT à Organização Mundial do Comércio: as transformações da Ordem Internacional e a harmonização de políticas comerciais; Moniz Bandeira: O nacionalismo latino-americano no contexto da Guerra Fria; Francisco Doratioto: Há 130 anos o Tratado da Tríplice Aliança;

Política Externa: Paulo Nogueira Batista: Cláusula social e comércio internacional;

Contexto Internacional, vol. 16, n. 2: P. R. Almeida: O Fim de Bretton-Woods?: a longa marcha da OMC.

1995    José H. Rodrigues e Ricardo Seitenfus: Uma História Diplomática do Brasil); MRE: A Palavra do Brasil nas Nações Unidas: 1946-1995; Moniz Bandeira: O Expansionismo Brasileiro e a formação dos Estados na Bacia do Prata; R. Ricupero: Visões do Brasil; C. Bueno: A República e sua Política Exterior; P. Vizentini: Relações internacionais e desenvolvimento; C. Brigagão: Margens do Brasil; S. Miyamoto: Geopolítica e Poder no Brasil; . Luiz Felipe de Seixas Corrêa: A Palavra do Brasil nas  Nações Unidas: 1946-1995;
RBPI: vol. 38, n. 1; M. Hirst e L. Pinheiro: A política externa do Brasil em dois tempos; Antônio Carlos Lessa: A estratégia de diversificação de parcerias no contexto do Nacional-desenvolvimentismo (1974-1979);

Premissas: S. Miyamoto & W. Gonçalves: A política externa brasileira e o regime militar;

Política Externa: Celso Amorim: O Brasil e o Conselho de Segurança da ONU.

1996    J. A. Guilhon de Albuquerque (org.): Sessenta anos de política externa (vols. 1 e 2); Renato Baumann (org.): O Brasil e a Economia Global; Antônio S. Brandão e Lia V. Pereira (orgs.). Mercosul: perspectivas da integração; Sérgio Florêncio e Ernesto Araújo: Mercosul Hoje; Gonçalo Mello Mourão, A Revolução de 1817 e a História do Brasil: um estudo de história diplomática;
Lançamento da revista Parcerias Estratégicas (CEE-SAE; em 2001: CGEE);

RBPI: vol. 39, n. 1: Samuel Pinheiro Guimarães: Aspectos econômicos do Mercosul; Paulo R. Almeida: A economia da política externa: a ordem internacional e o progresso da Nação; vol. 39, n. 2: Alcides G. R. Prates: O Brasil e a coordenação entre os países de porte continental na perspectiva atual; Paulo R. Almeida: O legado do Barão: Rio Branco e a moderna diplomacia brasileira.

1997    Flavio S. Saraiva (org.), A. L. Cervo, W. Döpcke e Paulo R. de Almeida. Relações internacionais contemporâneas: 1815 a nossos dias; Ricardo Seitenfus: Manual das Organizações Internacionais; Odete M. de Oliveira (coord.): Relações Internacionais & globalização; Demétrio Magnoli, O Corpo da Pátria: imaginação geográfica e política externa no Brasil (1808-1912); José Manoel Cardoso de Oliveira: Atos Diplomáticos do Brasil: tratados do período colonial e vários documentos desde 1492;
RBPI: vol. 40, n. 1: Eugenio V. Garcia: O pensamento dos militares em política internacional (1961-1989); Everton V. Vargas: Átomos na integração : a aproximação Brasil-Argentina no campo nuclear e a construção do Mercosul; vol. 40, n. 2: Paulo R. de Almeida: A democratização da sociedade internacional e o Brasil: ensaio sobre uma mutação histórica de longo prazo (1815-1997).

1998    Celso Lafer: A OMC e a regulamentação do comércio internacional; Gelson Fonseca Jr.: A Legitimidade Internacional; Paulo R. de Almeida: Relações internacionais e política externa do Brasil e Mercosul: fundamentos e perspectivas; Paulo Vizentini: A política externa do regime militar brasileiro; Irineu Strenger: Relações internacionais; Moniz Bandeira: De Marti a Fidel: a revolução cubana e a América Latina; Amado L. Cervo e Mario Rapoport (orgs.): História do Cone Sul; Carlos Delgado de Carvalho: História Diplomática do Brasil (ed. fac-similar);
RBPI, número especial, 40 anos, 1958-1998: Paulo R. de Almeida: RBPI: a continuidade de um empreendimento exemplar; Eiiti Sato: 40 anos de política externa brasileira, 1958-1998: três inflexões; Antonio Carlos Lessa: A diplomacia universalista do Brasil: a construção do sistema contemporâneo de relações bilaterais; Antônio J. R. Rocha: O tratamento de temas multilaterais na RBPI: 1958-1998.

1999    Sérgio Danese: Diplomacia presidencial; Paulo R. de Almeida: O Brasil e o multilateralismo econômico; PRA: O Estudo das Relações Internacionais do Brasil; Samuel Pinheiro Guimarães: Quinhentos anos de periferia; Yves Chaloult e Paulo Roberto de Almeida (orgs.): Mercosul, Nafta e Alca: a dimensão social; Rafael Duarte Villa: Da crise do realismo à segurança global multidimensional; Marcelo de Paiva Abreu: O Brasil e a economia mundial, 1930-1945; Paulo Roberto Campos Tarrisse da Fontoura: O Brasil e as operações de manutenção da paz das Nações Unidas; Celso Lafer: Comércio, desarmamento, direitos humanos; Luiz Felipe Lampreia: Diplomacia brasileira: palavras, contextos e razões;
RBPI: vol. 42, n. 1; Luiz Felipe de Seixas Corrêa: O Brasil e o mundo no limiar do novo século: diplomacia e desenvolvimento; vol. 42, n. 2: Raúl Bernal-Meza: Políticas exteriores comparadas de Argentina e Brasil rumo ao Mercosul; Pio Penna Filho: A pesquisa histórica no Itamaraty.

2000    Criação do boletim Meridiano 47 por iniciativa do prof. Antônio Carlos Lessa (Irel-UnB);
Eugenio Vargas Garcia: O Brasil e a Liga das Nações (1919-1926); Paulo R. Almeida: Le Mercosud: un marché commun pour l’Amérique du Sud; Valerio Mazzuoli: Direitos humanos e relações internacionais; Rubens Ricupero: Rio Branco: o Brasil no Mundo; Gelson Fonseca-Sérgio Nabuco (orgs.): Temas de política externa brasileira II; Samuel Pinheiro Guimarães (org.): Argentina: visões brasileiras; Paulo A. Pereira Pinto: A China e o Sudeste Asiático; Marcos C. Lima e Marcelo Medeiros (orgs.): O Mercosul no limiar do século XXI.

RBPI: vol. 43, n. 1: Mario Rapoport e Rubén Laufer: Os Estados Unidos diante do Brasil e da Argentina: os golpes militares da década de 1960; João Fábio Bertonha: A questão da Internacional Fascista no mundo das relações internacionais: a extrema direita entre solidariedade ideológica e rivalidade nacionalista; Shiguenoli Miyamoto: O Brasil e as negociações multilaterais; Eiiti Sato: A agenda internacional depois da Guerra Fria: novos temas e novas percepções; vol. 43, n. 2: Francisco Doratioto: A política platina do Barão de Rio Branco; Frederico Lamego de Teixeira Soares: Análise econômica da parceria Brasil - Alemanha no contexto das relações entre o Mercosul e a União Europeia.

2001    IBRI livros: José Flávio Sombra Saraiva (org.): CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa: solidariedade e ação política; José Flávio Sombra Saraiva (org.): Relações Internacionais – dois séculos de história. Vol. I: Entre a preponderância europeia e a emergência americano-soviética (1815-1947); idem: Relações Internacionais – dois séculos de história. Vol. II: entre a ordem bipolar e o policentrismo (1947 a nossos dias); José Augusto Lindgren Alves: Relações internacionais e temas sociais: a década das conferências; Amado Luiz Cervo: As Relações Internacionais da América Latina – velhos e novos paradigmas;
Paulo R. de Almeida: Formação da Diplomacia Econômica no Brasil; Fernando Mello Barreto: Os Sucessores do Barão: relações exteriores do Brasil, 1912-1964; Alberto da Costa e Silva (org.): O Itamaraty na cultura brasileira; José Augusto Guilhon de Albuquerque (org.): Sessenta anos de Política Externa Brasileira (1930-1990), vols. 3 e 4; Marcílio Marques Moreira: Diplomacia, Política e Finanças; Rubens Ricupero: O Brasil e o Dilema da Globalização; Funag: Revista Americana (1909-1919) (edição fac-similar).

RBPI: vol. 44, n. 1: Fernando Henrique Cardoso: A política externa do Brasil no início de um novo século; Paulo R. de Almeida: A economia internacional no século XX; um ensaio de síntese; vol. 44, n. 2: Antônio Carlos Lessa e Frederico Arana Meira: O Brasil e os atentados de 11 de setembro de 2001.

2002    IBRI livros: Alcides Costa Vaz: Cooperação, integração e processo negociador: A construção do Mercosul; Estevão Chaves de Rezende Martins: Relações internacionais – cultura e poder; Carlos Pio: Relações Internacionais: economia política e globalização; Antônio Jorge Ramalho da Rocha: Relações Internacionais: teorias e agendas;
Paulo Roberto de Almeida: Os primeiros anos do século XXI: o Brasil e as relações internacionais contemporâneas; Amado Cervo e Clodoaldo Bueno: História da Política Exterior do Brasil (2ª ed.); Francisco Doratioto: Maldita guerra: nova história da Guerra do Paraguai; Rubens A. Barbosa Marshall Eakin e Paulo R. Almeida (orgs.): O Brasil dos Brasilianistas: um guia dos estudos sobre o Brasil nos Estados Unidos, 1945-2000; Carlos Henrique Cardim e João Almino (orgs.): Rio Branco, a América do Sul e a Modernização do Brasil; Welber Barral: O Brasil e a OMC; Luis Claudio V. G. Santos: O Império e as repúblicas do Pacífico; Reinaldo Gonçalves: Vagão descarrilhado: o Brasil e o futuro da economia global; Raul M. da Silva e Clovis Brigagão (orgs.): História das Relações Internacionais do Brasil.

RBPI: vol. 45, n. 1: Amado L. Cervo: Relações internacionais do Brasil: um balanço da era Cardoso; vol. 45, n. 2: Norma Breda dos Santos: A dimensão multilateral da política externa brasileira: perfil da produção bibliográfica; Paulo R. Almeida: A Política Externa do novo Governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva: retrospecto histórico e avaliação programática;

Contexto Internacional: Mônica Herz: O Crescimento da Área de Relações Internacionais no Brasil.

2003    IBRI livros: Estevão Chaves de Rezende Martins (org.): Relações Internacionais: visões do Brasil e da América Latina; Antônio Carlos Lessa: A Construção da Europa: a última utopia das relações internacionais; José Flávio Sombra Saraiva (org.): Foreign Policy and Political Regimes; Gabriel O. Alvarez (org.): Indústrias culturais no Mercosul;
Clodoaldo Bueno: Política externa da Primeira República: os anos de apogeu; Paulo Vizentini: Relações internacionais do Brasil: de Vargas a Lula; Luiz Augusto Souto Maior: O Brasil em um mundo em transição; Tullo Vigevani e Marcelo Passini Mariano: Alca: o gigante e os anões; Moniz Bandeira: Conflito e integração na América do Sul: Brasil, Argentina e Estados Unidos (Da Tríplice Aliança ao Mercosul 1870-2003); Valerio Mazzuoli e Roberto Luiz Silva (orgs.): O Brasil e os acordos econômicos internacionais; Ricardo Seitenfus: O Brasil vai à Guerra: o Processo do Envolvimento;

RBPI: vol. 46, n. 1: Luiz A. P. Souto Maior: Desafios de uma política externa assertiva; vol. 46, n. 2: João Paulo Soares Alsina Jr.: A síntese imperfeita: articulação entre política externa e política de defesa na era Cardoso; Eiiti Sato: Conflito e cooperação nas relações internacionais: as organizações internacionais no século XXI.

2004    IBRI livros: José Flávio S. Saraiva & Pedro Motta Pinto Coelho (orgs.): Fórum Brasil-África: Política, Cooperação e Comércio;
Paulo R. de Almeida: Relações internacionais e política externa do Brasil (2ª ed.); Francisco Carlos Teixeira da Silva (org.): Enciclopédia de Guerras e Revoluções do Século XX; Clovis Brigagão: Relações internacionais no Brasil: instituições, programas, cursos e redes; Mônica Herz e Andrea Hoffman: Organizações Internacionais: histórias e práticas; Heloisa C. Machado da Silva: Da Substituição de Importações à Substituição de Exportações: a política de comércio exterior brasileira de 1945 a 1979; Moniz Bandeira: As relações perigosas: Brasil-Estados Unidos (de Collor a Lula, 1990-2004); Luís Claudio V. Gomes Santos: O Brasil entre a América e a Europa: o Império e o interamericanismo (do Congresso do Panamá à Conferência de Washington; Demétrio Magnoli: Relações Internacionais: teoria e história;

RBPI: vol. 47, n. 1: Uma política externa engajada: a diplomacia do governo Lula: Paulo R. de Almeida; vol. 47, n. 2: Eduardo Viola & Hector Ricardo Leis: Unipolaridade, governabilidade global e intervenção unilateral anglo-americana no Iraque; Luiz A. P. Souto Maior: A crise do multilateralismo econômico e o Brasil; Paulo R. Almeida: Instituto Brasileiro de Relações Internacionais: 50 anos de um grande empreendimento intelectual.

2005    IBRI livros: José Flávio Sombra Saraiva & Amado Cervo (orgs.): O crescimento das Relações Internacionais no Brasil;
Eugênio Vargas Garcia: Cronologia das relações internacionais do Brasil; Paulo R. de Almeida: Formação da Diplomacia Econômica no Brasil (2ª ed.) e Relações Brasil-Estados Unidos: assimetrias e convergências (coeditado com Rubens A. Barbosa); Mônica Hirst: The United States and Brazil: a long road of unmet expectations; Moniz Bandeira: A formação do Império Americano; Henrique Altemani Oliveira: Política Externa Brasileira; Ricardo Seitenfus: Manual das Organizações Internacionais; Williams Gonçalves e Guilherme Silva: Dicionário de Relações Internacionais; Gilberto Sarfati: Teorias de Relações Internacionais; Eduardo Felipe P. Matias: A Humanidade e suas Fronteiras: do Estado soberano à sociedade global; José Augusto Lindgren Alves: Os direitos humanos na pós-modernidade;

RBPI: vol. 48, n. 1: Maria Regina Soares de Lima: A política externa brasileira e os desafios da cooperação Sul-Sul; Alessandro Candeas: Relações Brasil-Argentina: uma análise dos avanços e recuos; vol. 48, n. 2: Henrique Altemani de Oliveira e Gilmar Masiero: Estudos Asiáticos no Brasil: contexto e desafios; Marcelo Fernandes de Oliveira: Alianças e coalizões internacionais do governo Lula: o Ibas e o G-20; Hélio Franchini Neto: A Política Externa Independente em ação: a Conferência de Punta del Este de 1962; Luís Claudio Villafañe G. Santos: A América do Sul no discurso diplomático brasileiro.

2006    IBRI livros: Henrique Altemani de Oliveira e Antônio Carlos Lessa (orgs.): Relações internacionais do Brasil: temas e agendas (vols. 1 e 2);
Amado Cervo e Clodoaldo Bueno: História da Política Exterior do Brasil (3ª ed.); Francisco Doratioto: Maldita guerra: nova história da Guerra do Paraguai (2ª ed.); Eugênio Vargas Garcia: Entre América e Europa: a política externa brasileira na década de 1920; Samuel Pinheiro Guimarães: Desafios brasileiros na era dos gigantes; Fernando Mello Barreto: Os Sucessores do Barão: relações exteriores do Brasil, 1964-1985; Paulo R. de Almeida: O Estudo das Relações Internacionais do Brasil (2ª ed.); Marcelo Raffaelli: A Monarquia e a República: Aspectos das relações entre Brasil e Estados Unidos durante o Império; Henrique Altemani de Oliveira e Antônio Carlos Lessa: Política Internacional Contemporânea: mundo em transformação; Vasco Mariz (org.): Brasil-França: relações históricas no período colonial; Leonardo Carneiro Enge: A Convergência Macroeconômica Brasil-Argentina; João Clemente Baena Soares: Sem medo da diplomacia: depoimento ao Cpdoc;  José Oswaldo de Meira Penna: Polemos: Uma análise crítica do darwinismo;

RBPI: vol. 49, n. 1; Paulo R. Almeida: Uma nova ‘arquitetura’ diplomática?: Interpretações divergentes sobre a política externa do Governo Lula (2003-2006);

Registro da Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI), criada em 2005: primeiro encontro nacional em Brasília (julho de 2007).

2007    IBRI livros: Amado Luiz Cervo: Relações internacionais da América Latina: velhos e novos paradigmas (2a. ed.); Estevão Chaves de Rezende Martins: Cultura e Poder;
Luís Valente de Oliveira e Rubens Ricupero (organizadores): A Abertura dos Portos; Carlos Henrique Cardim: A Raiz das Coisas: Rui Barbosa, o Brasil no Mundo; Carlos Alberto Leite Barbosa: Desafio Inacabado: a política externa de Jânio Quadros; João Alfredo dos Anjos: José Bonifácio, o primeiro Chanceler do Brasil; Alexandre Guido Lopes Parola: A Ordem Injusta; Everton Vieira Vargas: O Legado do Discurso: Brasilidade e Hispanidade no Pensamento Social Brasileiro e Latino-Americano; Marcelo Böhlke: Integração Regional e Autonomia do seu Ordenamento Jurídico;

RBPI: vol. 50, n. 1: Domício Proença Júnior & Érico Esteves Duarte: Os estudos estratégicos como base reflexiva da defesa nacional; Dawisson Belém Lopes: A ONU tem autoridade? Um exercício de contabilidade política (1945-2006; Leandro Freitas Couto: O horizonte regional do Brasil e a construção da América do Sul; Rogério de Souza Farias: Relações internacionais do Brasil em um mundo em transição; vol. 50, n. 2: Antônio Carlos Lessa: RBPI: cinquenta anos; Paulo R. de Almeida: As relações econômicas internacionais do Brasil dos anos 1950 aos 80.

2008    Amado Luiz Cervo: Inserção Internacional: formação dos conceitos brasileiros; Sérgio Corrêa da Costa: Le nazisme en Amérique du Sud: Chronique d’une guerre secrete 1930-1950; Vasco Mariz: Temas da política internacional: ensaios, palestras e recordações diplomáticas; Eugênio Vargas Garcia (org.): Diplomacia Brasileira e Política Externa: Documentos Históricos 1493-2008;
RBPI: vol. 51, n. 1: Tullo Vigevani et alii: O papel da integração regional para o Brasil: universalismo, soberania e percepção das elites; Andrés Rivarola Puntigliano: Going Global: an organizational study of Brazilian foreign policy; Suzeley Mathias et alii: Aspectos da integração regional em defesa no Cone Sul; vol. 51, n. 2: Antônio Carlos Lessa: Há cinquenta anos a Operação Pan-Americana; Amado Luiz Cervo: Conceitos em Relações Internacionais; Gilmar Masiero & Heloisa Lopes: Etanol e biodiesel como recursos energéticos alternativos: perspectivas da América Latina e da Ásia; Raul Bernal-Meza: Argentina y Brasil en la Política Internacional: regionalismo y Mercosur (estrategia, cooperación y factores de tensión).

2009    Manoel de Oliveira Lima: Nos Estados Unidos, Impressões políticas e sociais; Flavio Mendes de Oliveira Castro e Francisco Mendes de Oliveira Castro: Dois séculos de história da organização do Itamaraty; 1: 1808-1979; 2: 1979-2008; Gonçalo de Barros Carvalho e Mello Mourão: A Revolução de 1817 e a História do Brasil: um estudo de história diplomática;  Luiz Felipe de Seixas Corrêa: O Barão do Rio Branco: Missão em Berlim – 1901/1902;
RBPI: vol. 52, n. 1: Patricia L. Kegel & Mohamed Amal: Instituições, Direito e soberania: a efetividade jurídica nos processos de integração regional nos exemplos da União Europeia e do Mercosul; Antônio Carlos Lessa, Leandro F. Couto; Rogério S. Farias: Política externa planejada: os planos plurianuais e a ação internacional do Brasil, de Cardoso a Lula (1995-2008); vol. 52, n. 2: Marcelo Dias Varella: Efetividade do Órgão de Solução de Controvérsias da Organização Mundial do Comércio: uma análise sobre os seus doze primeiros anos de existência e das propostas para seu aperfeiçoamento; Shiguenoli Miyamoto: O Brasil e a comunidade dos países de língua portuguesa (CPLP); Pio Penna Filho: O Itamaraty nos anos de chumbo: o Centro de Informações do Exterior (CIEX) e a repressão no Cone Sul (1966-1979); João Paulo S. Alsina: O poder militar como instrumento da política externa brasileira contemporânea.

2010    Paulo R. de Almeida, Rubens A. Barbosa e Francisco Rogido (orgs.): Guia dos Arquivos Americanos sobre o Brasil: Coleções documentais sobre o Brasil nos Estados Unidos; Denis Rolland; Antônio Carlos Lessa (coord.): Relations Internationales du Brésil: Les Chemins de la Puissance; Oscar S. Lorenzo Fernandez: Três Séculos e uma Geração; Carlos Augusto de Proença Rosa: História da Ciência (3 vols.); Luís Cláudio Villafañe G. Santos: O Dia em que Adiaram o Carnaval: Política Externa e a Construção do Brasil; Fernando Cacciatore de Garcia: Fronteira Iluminada: História do Povoamento, Conquista e Limites do Rio Grande do Sul, a partir do Tratado de Tordesilhas (1420-1920);
RBPI: vol. 53, Special issue: Amado Luiz Cervo & Antônio Carlos Lessa: Emerging Brazil under Lula: an assessment on International Relations (2003-2010); Renato Baumann: Brazilian external sector so far in the 21st century; Antônio Carlos Lessa: Brazil's strategic partnerships: an assessment of the Lula era (2003-2010); vol. 53, n. 1: Gunther Rudzit & Oto Nogami: Segurança e Defesa Nacionais: conceitos básicos para uma análise; Matias Spektor: Ideias de ativismo regional: a transformação das leituras brasileiras da região; vol. 53, n. 2: Ariane Figueira: Rupturas e continuidades no padrão organizacional e decisório do Ministério das Relações Exteriores; João Fabio Bertonha: Brazil: an emerging military power? The problem of the use of force in Brazilian international relations in the 21st century; Marcos Aurélio Guedes de Oliveira: Sources of Brazil's Counter-Hegemony.

2011    Paulo Roberto de Almeida: Globalizando, ensaios sobre a globalização e a antiglobalização; Luiz Fernando Ligièro: A Autonomia na Politica Externa Brasileira - a Política Externa Independente e o Pragmatismo Responsável: momentos diferentes, políticas semelhantes?; San Tiago Dantas: Política Externa Independente (edição atualizada); Alberto da Costa e Silva (coord.): História do Brasil Nação: 1808-2010; vol. 1: Crise Colonial e Independência: 1808-1830; Eugenio Vargas Garcia: O Sexto Membro Permanente: o Brasil e a criação da ONU; Gelson Fonseca: Diplomacia e Academia; Maria Theresa Diniz Forster: Oliveira Lima e as Relações Exteriores do Brasil; Sarquis José Buainain Sarquis: Comércio Internacional e Crescimento Econômico no Brasil; Ademar Seabra da Cruz Junior: Diplomacia, desenvolvimento e sistemas nacionais de inovação; Celso Amorim: Conversas com Jovens Diplomatas; Rubens Barbosa: O Dissenso de Washington: Notas de um observador privilegiado sobre as relações Brasil-Estados Unidos; Sidnei J. Munhoz e Francisco Carlos Teixeira da Silva (orgs.), Relações Brasil-Estados Unidos: séculos XX e XXI; Edgard Telles Ribeiro: Diplomacia Cultural: seu papel na diplomacia brasileira (2a. ed.); Fernando Guimarães Reis: Caçadores de Nuvens: Em busca da Diplomacia;
RBPI: vol. 54, n 1: Eugenio V. Garcia: De como o Brasil quase se tornou membro permanente do Conselho de Segurança da ONU em 1945; vol. 54, n. 2: Rogério de Souza Farias & Raphael Coutinho da Cunha: As relações econômicas internacionais do governo Geisel (1974-1979).

2012    Manoel Gomes Pereira (editor), José Maria Paranhos da Silva Jr.: Obras do Barão do Rio Branco (12 vols.); Manuel Antônio da Fonseca Couto Gomes Pereira (org.): Barão do Rio Branco: 100 Anos de Memória; Luís Cláudio Villafañe Gomes Santos (curador): Rio Branco: 100 anos de memória; Paulo Roberto de Almeida: Relações internacionais e política externa do Brasil: a diplomacia brasileira no contexto da globalização; Rubens Antônio Barbosa: Interesse Nacional & Visão de Futuro; Luiz Felipe de Seixas Corrêa (org.): O Brasil nas Nações Unidas, 1946-2011 (3a. ed.); Francisco Doratioto: Relações Brasil-Paraguai: afastamento, tensões e reaproximação (1889-1954); Luís Cláudio Villafañe G. Santos: Duarte da Ponte Ribeiro: pionero de la diplomacia y amistad entre Brasil y Perú; Vasco Mariz: Depois da Glória: ensaios históricos sobre personalidades e episódios controvertidos da história do Brasil e de Portugal; Fernando de Mello Barreto: A Politica Externa Após a Redemocratização )2 vols.); Luís Cláudio Villafañe G. Santos: O evangelho do Barão: Rio Branco e a identidade brasileira; Antônio Augusto Cançado Trindade: Repertório da Prática Brasileira do Direito Internacional Público (nova ed.); André Heráclio do Rêgo: Os Sertões e os Desertos: o combate à desertificação e a política externa brasileira; Maria Feliciana Nunes Ortigão de Sampaio: O Tratado de Proibição Completa dos Testes Nucleares (CTBT);
RBPI: vol. 55, 1: Eiiti Sato & Susan E. M. Cesar: A Rodada Doha, as mudanças no regime do comércio internacional e a política comercial brasileira; vol. 55, 2: Clodoaldo Bueno: O Barão do Rio Branco no Itamaraty (1902-1912); vol. 55, Special issue: Environment: Eduardo Viola & Antônio Carlos Lessa: Global climate governance and transition to a low-carbon economy; Eduardo Viola, Matias Franchini & Thaís Lemos: Climate governance in an international system under conservative hegemony: the role of major powers.

2013    José Vicente Pimentel (org.): Pensamento Diplomático Brasileiro, 1750-1964 (3 vols.); Paulo Roberto de Almeida: Integração Regional: uma introdução; Paulo Estivallet de Mesquita: A Organização Mundial do Comércio; Vasco Mariz: Nos bastidores da diplomacia: memórias diplomáticas; Rogério de Souza Farias: A palavra do Brasil no sistema multilateral de comércio (1946-1994); Guilherme Frazão Conduru: O Museu Histórico e Diplomático do Itamaraty: história e revitalização; Fernando Guimarães Reis: Por uma academia renovada: formação do diplomata brasileiro; João Augusto Costa Vargas: Um mundo que também é nosso : o pensamento e a trajetória diplomática de Araujo; Eugênio V. Garcia: Conselho de Segurança das Nações Unidas; Carlos Márcio B. Cozendey: Instituições de Bretton Woods; Renato Mendonça: História da Política Exterior do Brasil: do período colonial ao reconhecimento do Império (1500-1825); Elias Luna Almeida Santos: Investidores soberanos, política internacional e interesses brasileiros; Celso Amorim: Breves Narrativas Diplomáticas; Antônio Augusto Cançado Trindade: Os tribunais internacionais contemporâneos; Ronaldo Mota Sardenberg: O Brasil e as Nações Unidas; Synesio Sampaio Goes Filho: As Fronteiras do Brasil; André Amado: Por Dentro do Itamaraty: impressões de um diplomata;
RBPI: vol. 56, 1: Carlos S. Milani & João M. Tude: A Política Externa Brasileira em relação ao Fundo Monetário Internacional durante o Governo Lula; vol. 56, 2: João Fábio Bertonha: A Estratégia Nacional de Defesa do Brasil e a dos outros BRICs em perspectiva comparada.

2014    Paulo Roberto de Almeida: Nunca Antes na Diplomacia...: a política externa brasileira em tempos não convencionais; Francisco Doratioto: O Brasil no Rio da Prata (1822-1994); Luiz Felipe Lampreia: Aposta em Teerã: o acordo nuclear entre o Brasil, Turquia e Irã; Lauro Escorel: Introdução ao Pensamento Político de Maquiavel (3a. ed.); Fernando Cacciatore de Garcia: Como Escrever a História do Brasil: Miséria e Grandeza;
RBPI: Special issue: China; Henrique Altemani de Oliveira & Antônio Carlos Lessa: China rising: strategies and tactics of China's growing presence in the world; Jose León-Manríquez; Luis F. Alvarez: Mao's steps in Monroe's backyard: towards a United States-China hegemonic struggle in Latin America?; José Augusto Guilhon de Albuquerque: Brazil, China, US: a triangular relation?; RBPI, vol. 57, n. 1: Andrea Q. Steiner et alii: From Tegucigalpa to Teheran: Brazil's diplomacy as an emerging Western country.

Fontes: Elaboração de Paulo Roberto de Almeida, com base nos arquivos do IBRI/RBPI (http://ibri-rbpi.org/), do boletim Meridiano 47 (http://periodicos.unb.br/index.php/MED/issue/archive) e do Scielo (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=0034-7329&lng=en&nrm=iso); 02/12/2014.


Nota 1: Versão completa deste quadro analítico, sob o título “Política internacional, contexto regional e diplomacia brasileira, acompanhada de listagem seletiva da produção acadêmica em relações internacionais e em política externa do Brasil, de 1954 a 2014”, encontra-se disponível na plataforma Academia.edu, sob o seguinte link: https://www.academia.edu/9617558/2723_Produ%C3%A7%C3%A3o_intelectual_sobre_rela%C3%A7%C3%B5es_internacionais_e_pol%C3%ADtica_externa_do_Brasil_1954-2-14_.

Nota 2: Este artigo será publicado na edição No. 146 do Boletim Meridiano 47.

Paulo Roberto de Almeida, diplomata brasileiro, foi Diretor-Geral do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais - IBRI, é professor do Centro Universitário de Brasília – Uniceub e editor-adjunto da Revista Brasileira de Política Internacional – RBPI.

Coordenação | 23/12/2014 às 10:00 am | Categorias: Brasil, Política Externa, Política Internacional | URL: http://wp.me/p79nz-3WI

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Voces conhecem o Barbarosa, da Barbara Tuchman? Vejam no Proud Tower, e saberao...

Estão pensando que é o Barbarroxa, Barbarruiva, ou seja lá o que for daqueles tiranos malvados que costumam matar as suas mulheres?
Enganam-se redondamente. Trata-se de um pacato, franzino, tudo menos discreto, mas agilíssimo jurista, dos mais conceituados de nossa história. Tem até uns chauvinistas que o consideram o mais inteligente dentre os naturais da terra.
Não pode ser o malvado rei europeu, pois o livro da Barbara Tuchman, este aqui, trata do mundo nas duas décadas que precederam a Grande Guerra.
Pois eu também não sabia, pois tinha lido o livro, na edição brasileira, e lá está escrito corretamente, embora eu me lembrasse dela ter dito que o Rui Barbosa, sim, o águia de Haia, era uma espécie de chato de galocha. Isso eu guardei.
Por isso retirei o livro neste domingo, na biblioteca de West Hartford, para ver novamente essa história, e repassar o livro, que me pareceu muito bom, a despeito dessa ofensa imperdoável ao nosso baiano mais inteligente da Terra (os baianos não deixam por menos).
Fui buscar Barbosa no index, e não havia.
Em contrapartida, lá está, na p. 569, primeira coluna, meia página:
Barbarosa (Brazilian diplomat), 317.
Lá vou para a página 317, para conferir a expressão chato, e encontro:
"Barbarosa of Brazil was the 'most boring'".
Mas a opinião não é da Barbara Tuchman, agora constato, e sim do delegado alemão à II Conferência da Paz da Haia, em 1907, o Barão Marschall von Bieberstein, ele mesmo um grande chato, incapaz até de escrever direito o nome do grande jurista, que realmente era um pain in the ass da maior parte dos delegados das grandes potências, que não queriam, de fato, nossa participação, e nos desprezavam. Pelo menos tiveram de aguentar o baixinho e sua defesa intransigente da igualdade soberana das nações.
A referência desairosa ao nosso Barbarosa está num ofício que o barão Marschall enviou ao seu ministro Büllow, em 28 de julho de 1907, segundo citação de Barbara Tuchman, na p. 550, de notas e referências, no volume original, Grosse Politik, XXIII, 7961 (pronto, quem quiser conferir, e tiver Grosse Politik, já pode fazê-lo).
Pronto, é tudo o que existe sobre o nosso grande Rui, reduzido a ser um chato, numa nota indireta, num grande livro de história.
Rui Barbosa precisa ser desagravado, primeiro buscando suas notas sobre os outros delegados, para ver se ele retrucou à altura (que no seu caso foi feita em alguma das línguas que ele dominava, ao que parece).
Passons, vamos para as outras partes interessantes do livro.
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 23 de dezembro de 2014

Previsões Imprevidentes: dez anos de desacertos contínuos (2004-2014) - Paulo Roberto de Almeida

Como eu estava explicando anteriormente, eu acerto quando erro.
Minhas previsões, assim como era o livro de economia do coronel Hugo Chávez, se destinam a ser lidas al revés. Assim como o finado caudilho -- que seus amigos o tenham -- fazia tudo ao contrário dos livros de economia -- tanto que eu havia começado a escrever um manual para ele, um text book, que seria algo assim como um Economics 010, mas parei depois que o pobre se foi desta para pior -- os meus textos são feitos para serem lidos no sentido contrário ao pretendido.
Quanto mais eu erro, mais eu acerto, compreenderam?

Registre-se que na tarefa eu tenho colaboradores prestimosos -- a quem preciso agradecer a preciosa ajuda -- que são os companheiros, esses mesmos que estão por aí: apedeutas, nefelibatas, ingênuos de carteirinha, keynesianos de botequim, true believers, crentes fundamentais e fundamentalistas de ocasião, enfim, oportunistas de todos os matizes.
Cada vez que eu tento fazer previsões grandiosas para o Brasil, eles veem e, pimba! Bagunçam tudo, invariavelmente.
Assim as minhas previsões nunca acertam, o que eu preciso de fato agradecer, pois elas são feitas para isso mesmo, para falhar miseravelmente a cada ano.

Mas atenção: eu ainda não elaborei as previsões para 2015.
Esse ano promete. Com tudo o que já tivemos, e ainda teremos, será um ano difícil.
Eu, sempre generoso com amigos e inimigos, tento ser o mais abrangente possível, e só prever bondades para o Brasil, mas os companheiros se empenham duramente em me desmentir.
Vamos ver como fica: eles estão treinados nos desastres, e eu estou quase ficando sem recursos, devido a tantos gênios da incompetência.
Em todo caso, se vocês querem saber tudo o que eu já previ de errado, coloco a lista aqui abaixo.
São dez anos completos de desacertos.
Um sucesso total!

Conto com os companheiros para não me deixarem falhar ainda desta vez!
Pode ser ainda, mais uma vez, minha gente?
Segurem-se: 2015, aqui vamos nós...
Paulo Roberto de Almeida


Previsões Imprevidentes: dez anos de desacertos contínuos

Paulo Roberto de Almeida
Lista elaborada em Hartford, em 23 de dezembro de 2014.

1) 1177. “Astrologia diplomática: Especulações sobre a política internacional em 2004 (e além)”, Brasília, 11 janeiro 2004, 4 p. Paródia às previsões astrológicas, especulando sobre comportamentos da ONU, do império, da Europa, África, Brasil, Mercosul, comércio internacional, meio ambiente, direitos humanos e os astrólogos diplomáticos em 2004 e mais além. Distribuído em listas de relações internacionais. Retomada integralmente no trabalho 2736. “Astrologia Diplomática: minhas previsões de dez anos atrás para dez anos à frente”, Hartford, 22 dezembro 2014, 2 + 5 p. Nova introdução ao trabalho n. 1177 (de janeiro de 2004), com as mesmas previsões de dez anos atrás, reforçadas. Blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/12/astrologia-diplomatica-minhas-previsoes.html) e disseminado no Facebook. Disponível no Academia.edu (link: https://www.academia.edu/9870651/2736_Astrologia_Diplomatica_2004_e_2014_).

2) 1369. “Sete previsões Imprevidentes: minha ‘caixa de surpresas’ para o novo ano”, Gramado, 27 dezembro 2004; Brasília, 4 jan. 2005, 12 p. Antecipações impossíveis para o novo ano. Publicado na revista Espaço Acadêmico (ISSN: 1519-6186; a. IV, n. 44, jan. 2005; http://www.espacoacademico.com.br/044/44pra.htm). Relação de Publicados n. 537. Disponível no Academia.edu (link: https://www.academia.edu/9870781/1369_Sete_previs%C3%B5es_Imprevidentes_minha_caixa_de_surpresas_para_o_novo_ano_2005_).

3) 1518. “Astrologia diplomática?”, Brasília, 31 dezembro 2005, 2 p. Comentário de estilo jocoso sobre as previsões astrológicas para 2006, que cobriram igualmente a área da política externa. Postado no blog PRA (http://paulomre.blogspot.com/2005/12/102-astrologia-diplomtica.html#links). Disponível no Academia.edu (link: https://www.academia.edu/9870863/1518_Astrologia_diplom%C3%A1tica_2005_).

4) 1510. “Resoluções de Ano Novo: uma nova ‘caixa de surpresas’ para o ano que se inicia”, Brasília, 23 dezembro 2005, 9 p. Novas promessas para cumprimento durante o ano, mas aplicadas à atual realidade política brasileira. Publicado na revista Espaço Acadêmico (a. V, n. 56, janeiro 2006; http://www.espacoacademico.com.br/056/56almeida.htm). Relação de Publicados n. 618. Disponível no Academia.edu (link: https://www.academia.edu/9870980/1510_Resolu%C3%A7%C3%B5es_de_Ano_Novo_uma_nova_caixa_de_surpresas_para_o_ano_que_se_inicia_2005-2006_).

5) 1703. “Previsões para o ano da graça de 2007: sempre otimista quanto à sua impossibilidade”, Brasília, 24 dezembro 2006; 4 p.; revisão ampliada: 29 dezembro, 13 p. Objetivos inatingíveis no Brasil, na continuidade das previsões de 2004 e das resoluções de 2005. Versão curta publicada em Via Política (1 janeiro 2007); versão longa: Espaço Acadêmico (ano 6, n. 68, janeiro 2007; link: http://www.espacoacademico.com.br/068/68pra.htm). Feita versão resumida e ligeiramente modificada, em 2/01/2007, para o site do Instituto Millenium, sob o título: “Previsões imprevidentes para 2007: Um novo exercício de resultados contrários”; publicado em quatro partes a partir do dia 3.01.2007 (links: Parte 1; Parte 2, em 4.01.2007; Parte 3, em 5.01.2007; e Parte 4, em 8.01.2007. Relação de Publicados n. 738, 739. Disponível no Academia.edu (link: https://www.academia.edu/9871046/1703_Previs%C3%B5es_para_o_ano_da_gra%C3%A7a_de_2007_sempre_otimista_quanto_%C3%A0_sua_impossibilidade_2006-2007_).

6) 1855. “Minhas previsões imprevidentes para 2008 (com mil perdões pelo ligeiro atraso...)”, Brasília, 29 janeiro 2008, 4 p. Continuidade da série de astrologia político-econômica. Espaço Acadêmico (ano VII, n. 81, fevereiro 2008; link: http://www.espacoacademico.com.br/081/81pra.htm). Relação de Publicados n. 819. Disponível no Academia.edu (link: https://www.academia.edu/9871124/1855_Minhas_previs%C3%B5es_imprevidentes_para_2008).

7) 1963. “Previsões imprevisíveis em tempos de crise global: minha astrologia econômica para 2009 (e mais além)”. Brasília, 16 dezembro 2008, 12 p. Mais uma da série das “profecias não realizáveis”, como é costume a cada começo de ano. Via Política (22.12.2008). Espaço Acadêmico (ano 8, n. 92, janeiro 2009; link: http://www.espacoacademico.com.br/092/92pra.htm). Republicado, sob o título de “Minha astrologia econômica para 2009”, no boletim digital Dom Total (09/04/2009; link: http://www.domtotal.com/colunas/detalhes.php?artId=586). Relação de Publicados 884. Disponível no Academia.edu (link: https://www.academia.edu/9871154/1963_Previs%C3%B5es_imprevis%C3%ADveis_em_tempos_de_crise_global_minha_astrologia_econ%C3%B4mica_para_2009_e_mais_al%C3%A9m_).

8) 2070. “A Primeira Década do Século 21: um retrospecto e algumas previsões imprevisíveis”, Voo Beijing-Paris: 6.12.2009; voo Paris-São Paulo: 9.12.2009; Brasília: 19.12.2009, 13 p. Revisão dos dez anos transcorridos desde 2000 e algumas questões pendentes para a próxima década. Publicado Espaço Acadêmico (ano 9, n. 104, janeiro 2010, p. 27-37; link: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/9117/5140). Dividido em duas partes para publicação no Via Política: 1) “Balanço da primeira década do século 21: um retrospecto pessoal”, (2.01.2010); 2) “Brasil: o que faremos dos próximos dez anos?” (). Disponível no site pessoal (link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/2070PrimeiraDecadaSec21.pdf). Relação de Publicados n. 945 (Via Política) e 946 (Espaço Acadêmico). Disponível no Academia.edu (link: https://www.academia.edu/9871188/2070_A_Primeira_D%C3%A9cada_do_S%C3%A9culo_21_um_retrospecto_e_algumas_previs%C3%B5es_imprevis%C3%ADveis_2009-2010_).

9) 2231. “Previsões imprevisíveis para o Brasil em 2011: Resoluções para o novo governo à maneira de Benjamin Franklin”, Brasília, 17 dezembro 2010, 8 p. Especulações sobre um conjunto de resoluções do novo governo com base no trabalho “995TrezeResoluAnoNovo”, contendo princípios de boa conduta moral de Benjamin Franklin. Espaço Acadêmico (vol. 10, n. 116, janeiro de 2011, p. 101-107; ISBN: 1519-6186; link: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/12090/6479). Republicado em Via Política (17.01.2011) e em Dom Total (20.01.2011; link: http://www.domtotal.com.br/colunas/detalhes.php?artId=1773). Disponível no Academia.edu (link: https://www.academia.edu/9871225/2231_Previs%C3%B5es_imprevis%C3%ADveis_para_o_Brasil_em_2011_Resolu%C3%A7%C3%B5es_para_o_novo_governo_%C3%A0_maneira_de_Benjamin_Franklin_2010-2011_). Relação de Publicados n. 1017.

10) 2345. Previsões imprevisíveis para 2012, Brasília, 16 dezembro 2011, 2 p. Postado no blog Diplomatizzando (16/12/2011; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2011/12/minhas-previsoes-imprevisiveis-para.html). Disponível no Academia.edu (link: https://www.academia.edu/9871255/2345_Previs%C3%B5es_imprevis%C3%ADveis_para_2012).

11) 2455. “Minhas Previsões Imprevisíveis para 2013 (não custa continuar tentando, para ver se em algum ano dá certo...)”, Brasília, 20 Dezembro 2012, 4 p. Postado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2012/12/minhas-previsoes-imprevisiveis-para.html). Postado novamente no blog em 24/12/2013; (link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2013/12/revisando-as-previsoes-imprevisiveis.html). Disponível no Academia.edu (link: https://www.academia.edu/9871306/2455_Minhas_Previs%C3%B5es_Imprevis%C3%ADveis_para_2013).

12) 2544. “Previsões imprevidentes para 2014: sempre apostando no melhor”, Hartford, 14 Dezembro 2013, 6 p. Exercício habitual de chutes aleatórios, no sentido de apostar no que pode dar errado. Divulgado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2013/12/previsoes-imprevidentes-para-2014-paulo.html). Disponível no Academia.edu (link: https://www.academia.edu/9871336/2544_Previs%C3%B5es_imprevidentes_para_2014_sempre_apostando_no_melhor).

Paulo Roberto de Almeida

Astrologia Diplomatica: minhas previsoes de dez anos atras para dez anos 'a frente...

Todo ano eu faço as minhas "previsões imprevidentes", a exemplo dos melhores videntes, astrólogos, adivinhadores, chutadores, voyeurs (ops) da atualidade, desses que andam pelos jornais, ou nos programas populares anunciando catástrofes (eventualmente benesses também), mortes de artistas e de políticos, alguma melhora aqui, outra piora acolá, para a satisfação de alguns, o desespero de outros, e o divertimento democrático de todos os que se deixam levar pelo besteirol anual.

À diferença, porém, das previsões "normais" -- quero dizer, essas que costumam dar certo -- as minhas são feitas justamente para não acertar, pois elas apostam na natural capacidade dos seres humanos de sempre desmentir aquilo que de melhor podemos esperar deles, ou seja, sensatez, equilíbrio, sentido da medida, desejo de fazer o bem, não mentir, não gastar demais o dinheiro dos outros, enfim, essas coisas que acontecem invariavelmente, a despeito do otimismo dos astrólogos, dos videntes, dos adivinhadores, etc.

As minhas previsões não: elas têm isso de certo que só funcionam se derem errado, ou seja, se eu não acertar uma só, no que eu terei sucesso total.

Fazem dez anos que eu persigo os desacertos, mas devo dizer que nisso sou ajudado enormemente pelo governo dos companheiros: eles sempre se esforçam para desmentir as nossas previsões mais prosaicas, as mais sensatas, as medidas mais adequadas para consertar este país no plano econômico, no campo político, e sobretudo no plano ético. Eles nunca falham os companheiros: sempre erram, e com isso me ajudam a acertar as minhas previsões ao contrário.
Como já se passaram dez anos de desacertos corretos, vou revisar as previsões de cada um dos dez anos passados, fazer o balanço de meus desacertos (espero sucesso total, triunfo pleno nos enganos) e, para persistir nesse hábito malsão, preparar novas para 2015, com a ajuda dos companheiros, obviamente. Conto com eles para me ajudar a não acertar nenhuma das novas previsões, ou seja, para errar completamente, no que eu terei sucesso pleno nas minhas novas previsões imprevidentes.
Antes de começar, porém, um novo exercício, vou postar aqui a primeira da série, que ainda não tinha todo o arcabouço epistemológico e a profundidade conceitual das "previsões imprevidentes", que começaram um pouco mais adiante, como vocês terão a oportunidade de conhecer, se ainda não o fizeram.
Esta que vai abaixo não passa de uma mera astrologia diplomática, isto é, uma mal concebida trapaça internacionalista, que não deveria dar certo em qualquer hipótese. E não é que eu acertei todas? Os mesmos problemas se eternizam no plano internacional, o que prova que se o mundo gira, os problemas sempre ficam onde estão, se é que eles não ficam piores.
Esta astrologia foi feita no início de 2004, e deveria valer para os doze meses seguintes apenas.
Mas, como vocês que trabalham nas relações internacionais já perceberam, certas coisas se eternizam e se mantêm intocáveis. Por isso acho que o meu exercício de astrologia serve igualmente para agora e para os dez anos seguintes.
A conferir.
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 22 de dezembro de 2014


Astrologia diplomática
Especulações sobre a política internacional em 2004 (e além)

Paulo Roberto de Almeida
Brasília: 11 de janeiro de 2004

Todo final ou todo começo de ano é a mesma história: os jornais e revistas trazem aquelas previsões dos astrólogos para o começo do próximo ano, e tome promessa de catástrofes, mortes, assassinatos, traições, acidentes terríveis e outras pragas anunciadas previamente. O problema, atualmente, é que esses “astrólogos de carteirinha” já não se contentam mais com o menu habitual dos ricos e famosos, dos artistas de Hollywood (ou de novela) e um ou outro político. Não: eles já deixaram a seara das catástrofes naturais, dos acidentes de avião e das mortes das vedetes, para enveredar pelos arcanos da alta política e da política econômica oficial. Eles se profissionalizaram e se especializaram, como convém a toda economia moderna funcionando a plena carga da divisão social do trabalho (Durkheim que me perdoe, mas os astrólogos contribuem para reduzir o grau de “anomia” social).
Deve ter gente que coleciona as previsões mais picantes para conferir até o final do ano, mas confesso que eu sempre perco os recortes no meio do caminho. Quando a pilha geológica dos meus materiais “para ler depois” deixa o pré-cambriano de janeiro para o jurássico de maio a memória enfraquece; quando chega então no pleistoceno de novembro, já não há jeito de encontrar mais nada: tudo está soterrado e será descartado na próxima mudança.
Por isso, desta vez resolvi fazer diferente: vou criar minhas próprias previsões, num terreno que é o meu, obviamente, pois que eu não tenho permissão do sindicato dos astrólogos para invadir sua reserva de mercado e fazer previsões estapafúrdias sobre os temas que lhes são caros. Vou ficar na minha própria selva, que é muito mais complicada do que o mundo de Hollywood e dos cenários de novelas, e vou fazer mais: vou deixar minha lista postada na minha página (www.pralmeida.org) o ano inteiro, mas sem qualquer garantia de satisfação ou seu dinheiro de volta. Fica valendo apenas como exercício de imaginação criadora, num mundo que se repete a cada ano.
Aqui está, portanto, minha astrologia diplomática para o ano de 2004 (e além), com a ressalva de que eu não consultei as entranhas de nenhum animal, não tracei mapas astrais de nenhum líder da política mundial, não segui o curso zodiacal de países ou organizações. Tudo é resultado da mais pura e anárquica especulação, sem compromisso de cumprimento. Como se trata da primeira tentativa, a margem de erro supera 60%, mas prometo melhorar o grau de acerto antes do Brasil ingressar no Conselho de Segurança, o que deve me dar uns vinte anos de aperfeiçoamento. Sem mais delongas, eis minha lista:

ONU:
Enfrentará uma nova crise financeira em 2004 e não terá recursos para mais de duas missões e meia de paz e é só. Convocará uma conferência de chefes de Estado para discutir o problema da fome e das epidemias que atingem os países mais pobres: todos prometerão ajudar e o mundo continuará igual ao que sempre foi. Haverá discussões (intermináveis) sobre a reforma da Carta e a ampliação do Conselho de Segurança, sem conclusões firmes, porém. Aprovará um sem número de resoluções para resolver os mais variados problemas da humanidade: metade delas terá os Estados Unidos como único opositor (por vezes acompanhados de Israel e do Reino Unido). O Brasil abrirá o debate anual na Assembleia Geral, com um discurso no qual defenderá o multilateralismo.

Império:
Aprofundará o seu comportamento imperial, mas com algumas sutilezas, em um ano eleitoral. Continuará a não ligar para o mundo, mas fará de conta que está realmente interessado na paz e na cooperação internacionais. Continuará caçando terroristas durante o ano e alternando os alarmes amarelo e laranja. Vai legalizar imigrantes ilegais, mas um número ainda maior de candidatos passará a demandar fronteiras muito mais vigiadas. Algumas centenas de brasileiros serão deportados, gentilmente, e outros milhares continuarão tentando entrar, de forma pouco gentil. O presidente republicano será reeleito, ou então tomará seu lugar um candidato democrata. O Congresso confirmará que deseja a Alca mas que não pretende fazer nenhum esforço para abrir suas fronteiras agrícolas ou desmantelar os protecionismos setoriais. Aumentará a exportação de enlatados de Hollywood e a importação de cérebros do resto do mundo.

Europa:
Continuará tendo problemas de formação de maiorias para decidir a introdução do décimo-quinto tratado de reforço de uma união cada vez mais estreita entre seus povos, desta vez em número de 45 (contando as minorias), o que deve dar algo como 82 traduções cruzadas na Comissão, inclusive do grego para o finlandês e do sueco para o esloveno. Suas famílias continuarão não fazendo filhos, e por isso recorrerão aos imigrantes para manter a oferta de mão-de-obra barata. Continuarão enchendo a paciência do resto do mundo para que este reconheça exclusividade de apelações de origem (em queijos, bebidas e outras especialidades) que eles mesmos exportaram para o resto do mundo, com os seus emigrantes, cem anos atrás. Continuarão a manter vacas com contas em banco, porcos com talão de cheques e agricultores com cartões de crédito da própria Comissão, esperando que agricultores do Terceiro Mundo se contentem com algumas migalhas que vão jogar pela janela. Ainda assim, será um ótimo lugar para se fazer turismo cultural e gastronômico.

África:
Terá cessado duas guerras, mas começado outras três, com combatentes cada vez mais jovens (alguns empunharão a AK-47 com uma mão e a mamadeira com a outra). A entrada de recursos públicos para combater a Aids será compensada pela exportação de capitais privatizados para aumentar contas nos bancos off shore. Continuará fornecendo candidatos à imigração nos países europeus. Trapaceiros nigerianos continuarão enviando milhões de mensagens eletrônicas para confirmar que o tio ex-presidente ou o ministro da construção desejam lhe transferir 25% do seu patrimônio desde que você consinta em lhes passar o número de sua conta em banco: será a contribuição africana para resolver em parte o problema da má distribuição de renda no mundo.

Brasil:
Apesar da reforma ministerial, a imprensa continuará especulando sobre a entrada de novos ministros na equipe de assessores do presidente. Também se discutirá muito o crescimento da economia, o aumento da oferta de empregos, a reforma trabalhista, a política e a crise das universidades, a redução dos impostos e o aumento das prestações sociais, bem como dos investimentos do governo em obras de infraestrutura. Haverá troca-troca partidário logo depois das eleições municipais e nova mudança de regras para as eleições de 2006. A próxima novela do horário nobre se espelhará na vida política do País, o que fará, pela primeira vez na história, decrescer o nível de audiência desse tipo de programa. Os discursos ainda serão superiores ao número de medidas-provisórias, com previsão de equilíbrio em 2005. Continuará em seu esforço para ingressar no Conselho de Segurança e para liderar a América do Sul, com progressos sensíveis nas duas frentes.

Mercosul:
A união aduaneira se reforçará, mas antes haverá um curto estágio de cinco anos por um espaço de preferências tarifárias e mais três numa zona de livre comércio. Sua expansão recomendará reuniões de cúpula de dois dias, para dar tempo a todos os discursos, mas a Secretária Administrativa comprará um avião próprio para seguir todas as reuniões de todos os subgrupos técnicos do mercado comum (em preparação). O grupo de educação começará a redação de um manual de portunhol e a própria Secretária Administrativa de um Mercosur for beginners ou de um Idiot’s Guide to Mercosur.

Antiglobalizadores:
Continuarão com suas ruidosas reuniões, mas cada vez mais globalizadas e mais capitalizadas. Com isso conseguirão prolongar a vida útil do Fórum de Davos, que já vinha cansando empresários e acadêmicos. Também estimularão o turismo alternativo, as edições alternativas e os discursos alternativos, criando uma pujante economia de iniciativas antiglobalização que conseguirá, finalmente, salvar o capitalismo de sua atual fase de estagnação econômica e de baixo crescimento. Serão lançados derivativos financeiros do Fórum Social Mundial, para os que desejam aplicações alternativas, com dinheiro não contaminado pelo desejo de lucro e pelo vício da exploração do homem pelo homem. Serão os únicos fluxos financeiros a recolher a Tobin Tax, num esquema administrado pela ONU, que vai reverter em benefício de organizações alternativas do Terceiro Mundo, isto é, para eles mesmos.

Comércio internacional:
Continuará sendo uma guerra por outros meios, ou continuará tendo mais a ver com a política do que com a economia. As vantagens comparativas ricardianas terão uma nova interpretação, patrocinada pela Comissão Europeia e pelo Congresso americano, que tentarão modificar simultaneamente todos os livros textos de economia. Seus autores se refugiarão numa ilha deserta, reproduzindo a simulação do Robinson Crusoé que figura nesses livros textos, como exemplo de economia fechada e sem trocas. A despeito disso, as trocas se farão cada vez mais entre multinacionais, que serão em sua maioria ocidentais intercambiando produtos chineses. Indianos também vão começar a exportar uma parte de sua mão-de-obra para a Rússia, que padece de demografia declinante. Haverá dumping de ministros socialdemocratas, numa primeira antecipação da aplicação da cláusula social em escala universal.

Meio Ambiente:
Cada vez mais protegido, por discursos, de dirigentes políticos, e na prática, por barcos e aviões armados de radares e mísseis das organizações não-governamentais mais agressivas. Povos indígenas, por sua vez, contarão com dirigíveis não-poluentes para supervisionar suas explorações minerais e agrícolas (sustentáveis). Técnicas de clonagem ressuscitarão espécies desaparecidas, mas as ONGs ecológicas alertarão para os desequilíbrios para o meio ambiente do século 21, não acostumado com predadores do passado. Desaparecerá a agricultura tradicional e os supermercados serão divididos em seções de transgênicos e de orgânicos, com filas separadas nos caixas para evitar contaminação recíproca.

Direitos Humanos:
Serão inclusivos, com os aspectos psicológicos contemplados em nova convenção da ONU. Animais clonados também serão incluídos na categoria. O direito à democracia derrubará o último ditador asiático, mas uma ilha do Caribe continuará resistindo aos ditames do Império. Todos os habitantes do planeta terão direito a uma renda mínima, cujo programa será universalizado graças aos esforços de um senador brasileiro, e a ONU supervisionará sua aplicação até o ano de 2075, quando se espera que o último pobre poderá adquirir uma bicicleta chinesa movida a hidrogênio.

Astrólogos diplomáticos:
Serão uma categoria reconhecida e cada vez mais disseminada, antes mesmo da formalização da profissão de “internacionalista”. Terão seu próprio sindicato e sua colônia de férias e farão congressos anuais para trocar previsões sobre os países em que vivem. O mundo será muito mais divertido e feliz com eles, pois eles poderão abolir completamente as guerras e as epidemias de suas previsões, aproveitando para abater o preço dos manufaturados e para elevar os das commodities. Ou não?

A conferir no começo de 2005.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília: 1177, 11 de janeiro de 2004

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Russia e Brasil: ah, essas vibrantes potencias economicas emergentes...

Onde foi parar o meu PIB?
O gato comeu?
O dólar comeu, para ser mais exato...
Toda essa exaltação com grande números de PIB, ficar entre as dez maiores economias do planeta, se pavonear que somos maiores que essas economiazinhas da Europa, enfim, tudo isso é feito à base de muito anabolizante, ou seja, valorização cambial.
Basta o dólar dar uns pulinhos, ou melhor, basta a moeda nacional dar uns saltinhos para baixo, feito de baixo crescimento do PIB, perda de competitividade nas exportações (que seja de matérias primas ou de manufaturados, não importa muito), desequilíbrio nas transações correntes, e zut, lá vai a economia deslizando ladeira abaixo, e com ela o nosso PIB per capita.
A Rússia e o Brasil tinham uma economia mais ou menos equivalentes em peso, eles com uma população um quarto menor e um PIB per capita proporcionalmente mais elevado.
Pronto: bastou o Putin fazer o diabo na Ucrânia, e o petróleo vir abaixo, que acabou a alegria dos magnatas russos e também da classe média alta. Já não vai dar mais para esquiar na Suíça, vão ter de se contentar com as montanhas da Chechênia mesmo...
Os brasileiros ainda continuam indo a Paris, Orlando, Miami e Nova York, mas se o deslizar do câmbio continuar, vai ficar mais caro, assim como para os russos.
Eles chegaram a ficar mais pobres do que os brasileiros, mas depois se recuperaram um pouco, assim como os brasileiros, com as fortes intervenções dos dois bancos centrais nos mercados de câmbio.
Mas, se as notícias continuarem ruins, nem os bancos centrais vão aguentar o tranco.
Compilei estatísticas de conjuntura, para mostrar essa desgraça toda...
Paulo Roberto de Almeida


Rússia e Brasil comparados, 2013 e 2014:

Russia in 2013:
GDP (Current Prices, National Currency):  RUB 68,144.52 Billion
GDP (Current Prices, US Dollars): US$ 2,213.57 Billion
Population in 2013: 141.439 Million
GDP Per Capita (Current Prices, National Currency): RUB 481,795
GDP Per Capita (Current Prices, US Dollars): US$ 15,650.35
GDP Per Capita (PPP), US Dollars: US$ 18,670.53
Câmbio médio em 2013: RUB 30,78 = US$ 1

Russia in 2014:
Taxa de câmbio em 16 de dezembro de 2014: 68 R/US$
Taxa de câmbio em 22 de dezembro: 55 R/US$
PIB em dólares em 16/12: US$ 1,029.41 Billion
PIB per capita em 16/12: US$ 7,278
PIB per capita em 22/12: US$ 12,272

Brazil em 2013:
GDP (Current Prices, National Currency): R$ 4,795.95 Billion
GDP (Current Prices, US Dollars): US$ 2,456.66 Billion
Population in 2013: 199.881 Million
GDP Per Capita (Current Prices, National Currency): R$ 23,994.04
GDP Per Capita (Current Prices, US Dollars): US$ 12,290.64
GDP Per Capita (PPP), US Dollars: US$ 12,340.18
Câmbio médio em 2013: 1,95 = US$ 1

Brazil in 2014:
Taxa de câmbio em 16 de dezembro de 2014: R$ 2,73/US$ 1
Taxa de câmbio em 22 de dezembro: R$ 2,66/US$
PIB em dólares em 16/12: 1,756.75 US$ Billion
PIB per capita em 16/12: US$ 8,789
PIB per capita em 22/12: US$ 9,020

Fontes: indicadores: Economy Watch: http://www.economywatch.com/economic-statistics/country/ ; Câmbio: Bloomberg: http://www.bloomberg.com/

A liberdade de destruir a liberdade: um aviso preventivo de Norberto Bobbio

Elaborei o texto abaixo em 2009, quando Norberto Bobbio estaria completando 100 anos, como uma espécie de homenagem a ele.
Poderia ter escolhido outro trecho ou passagem de sua obra, mas escolhi essa deliberadamente porque já naquele entonces eu temia pelas liberdades no Brasil.
Agora então, nem falar.
Segue o repeteco, pois a advertência continua mais válida do que nunca...
Paulo Roberto de Almeida


A liberdade de destruir a liberdade: um aviso preventivo vindo do passado
Minha homenagem a Norberto Bobbio nos seus 100 anos de nascimento

Paulo Roberto de Almeida

Norberto Bobbio, o maior intelectual italiano do século 20, nasceu em Torino no dia 18 de outubro de 1909, e teria, portanto, neste dia 18 de outubro de 2009, exatamente cem anos, o que ele ‘falhou’ em completar em aproximadamente cinco anos, tendo falecido em Torino em 9 de janeiro de 2004. Retomo esses dados da excelente cronologia elaborada sobre sua vida e obra por Marco Revelli, no volume que adquiri recentemente em Veneza tão pronto ele foi publicado:

Norberto Bobbio
Etica e Politica: Scritti di impegno civile
Progetto editoriale e saggio introduttivo di Marco Revelli
(Milano: Arnoldo Mondadori Editore, 2009, 1718 p.; ISBN: 978-04-57314-2)
(Paguei 55 euros, o que representa 3 centavos de euro por página, cada uma bem mais valiosa em sabedoria e conhecimento do que o seu estrito valor monetário)

O volume é uma compilação de seus escritos mais importantes, divididos em cinco partes, começando por sua Autobiografia intellettuale: Compagni e Maestri (seus colegas de colégio, de universidade e de lutas políticas, sobretudo antifascistas e pela liberdade e democracia na Itália republicana do pós-guerra); Valori Politici e Dilemmi Etici (escritos e conferências sobre a ética e a política, sobre a liberdade e a igualdade, sobre a paz e a guerra); Le Forme della Politica (seus textos mais famosos de polêmica: Democrazia e dittatura, Socialismo e comunismo e Destra e sinistra); e, ao final, Congedo (seus escritos da idade senil: De senectute e A me stesso).
O livro é precedido por uma introdução magistral de Marco Revelli (Nel labirinto del Novecento), de uma cronologia e notas a esta edição, do mesmo autor, que também complementa o livro por notas sobre os textos, por uma bibliografia completíssima e por um índice dos nomes (não, infelizmente não existe um índice de ideias, que teria sido um instrumento muito útil ao pesquisador).

O livro é um tesouro de trouvailles (como os textos sobre os amigos, homenagens publicadas em revistas, para nós obscuras, geralmente por ocasião da morte de cada um deles; e Bobbio sobreviveu à maior parte dei suoi compagni), assim como um instrumento poderoso de referências sobre todos os seus trabalhos publicados, aqui apenas selecionados. Bobbio tem, segundo Revelli, 4.803 escritos catalogados, em todas as categorias – livros, artigos, conferências, entrevistas – o que daria 128 volumes, com 944 artigos, 1.452 ensaios, 457 entrevistas, 316 palestras). Ufa!: vai ser preciso algum tempo para ler tudo, por isso mesmo este volume é um achado.

Na impossibilidade de falar aqui de todos, ou sequer dos mais importantes textos selecionados neste volume, prefiro fazer uma transcrição de um dos escritos compilados por Revelli, que talvez guarde alguma similaridade com a situação política do Brasil atual. Ele foi escrito por Norberto Bobbio em 1969 e fazia parte de uma homenagem prestada ao seu colega de colégio Leone Ginzburg, intelectual de origem russa, judeu, lutador antifascista, assassinado pela Gestapo em Roma, em 1944. No 25o. aniversário de sua morte, Bobbio publicou uma carta numa edição especial, Dialogo con Leone Ginzburg, na revista Resistenza (a. XXXIII, n. 4, aprile 1969), na qual dizia o seguinte (transcrevo o original italiano, e depois tento a minha tradução improvisada):

Oggi, sappiamo che la libertà si può usare per il bene e per il male. Si può usare non per educare ma per corrompere, non per accrescere il proprio patrimonio ideale ma per dilapidarlo, non per rendere gli uomini più saggi e nobili, ma per renderli più ignoranti e volgari. La libertà si può anche sprecare. Si può sprecarla fino al punto di farla apparire inutile, un bene non necessario, anzi dannoso. E a furia di sprecarla, un giorno o l’altro (vicino? lontano?) la perderemo. Ce la toglieranno. Non sappiamo ancora chi: se coloro che abbiamo lasciato prosperare alla nostra destra, o coloro che stanno crescendo tumultuosamente alla nostra sinistra. Abbiamo comunque il sospetto, alimentato da una continua severa lezione durata mezzo secolo, che la differenza non sarà molto grande. (p. cviii-cix)

(tradução não autorizada, e sobretudo não competente, de Paulo R. de Almeida:)
Hoje, sabemos que a liberdade pode ser usada para o bem e para o mal. Ela pode ser usada não para educar, mas para corromper, não para aumentar o próprio patrimônio ideal [mental], mas para dilapidá-lo, não para tornar os homens mais sábios e nobres, mas para torná-los mais ignorantes e vulgares. A liberdade pode inclusive ser desperdiçada. Pode-se desperdiçá-la até o limite de fazê-la parecer inútil, um bem não necessário, aliás prejudicial. E nessa fúria de desperdiçá-la, um dia ou outro (próximo? longínquo?) nós a perderemos. Vão tirá-la de nós. Não sabemos ainda quem: se aqueles que deixamos prosperar à nossa direita, ou aqueles que estão crescendo tumultuosamente à nossa esquerda. Temos de toda forma a suspeita, alimentada por uma contínua e grave lição que perdurou por meio século, que a diferença não será muito grande.

Acredito, pessoalmente, que esta advertência de Bobbio, feita no seguimento das convulsões estudantis que agitaram a Europa, e um pouco todo o mundo, a partir de 1968, com seu cortejo de atos libertários, bastante criatividade e espontaneidade, mas também com muitas exibições de irracionalidade anticapitalista e de comportamentos antidemocráticos – basta dizer que a Revolução Cultural chinesa, um exemplo extremo de irracionalidade obscurantista, era saudada pelos revoltosos de “maio de 1968” como se fosse a libertação final da exploração capitalista e da democracia burguesa –, se aplica inteiramente à conjuntura presente no Brasil, com seu cortejo de ataques velados à liberdade de imprensa, seu festival de banalidades políticas e de irracionalidades econômicas, enfim suas ameaças latentes a uma liberdade duramente conquistada em algumas décadas de lutas democráticas (hoje enganosamente apropriadas por aqueles mesmos que queriam esmagar a liberdade no altar de suas crenças ultrapassadas).
Bobbio nasceu numa Itália pré-fascista, cresceu na crise política do pós-primeira guerra, atravessou todo o período de totalitarismo mussoliniano (tendo inclusive, por razões familiares, flertado com o movimento em sua juventude), se fez homem na luta antifascista dos anos 1930 e 40, participou da construção constitucional da Itália liberada e republicana do pós-segunda guerra, e deu sua imensa contribuição intelectual para os debates do seu tempo: as difíceis escolhas entre liberdade e igualdade, entre democracia representativa e seus simulacros pela via direta ou plebiscitária – um cenário que infelizmente ressurge de maneira irracional na América Latina – e faleceu sem ter visto o sistema político italiano expurgado das pragas da corrupção e do loteamento das instituições estatais por políticos fisiológicos.
A sua Itália era – e é – muito parecida com o Brasil em seus “costumes” políticos. Pena que não ostentemos (ainda?) nenhum Norberto Bobbio entre nós.
Minhas homenagens a Norberto Bobbio em seus ‘100’ anos de vida...

Brasília, 2051: 17.10.2009