O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Acordo Ortografico do Bom Senso: bastam duas linhas - Francisco Seixas da Costa, Joao Costa

Absolutamente sensato o João Costa. Em lugar de procurar sarna para se coçar -- ou talvez procurando, e deixando os lucros da operação com as editoras, que teriam de reimprimir e publicar todos os livros adotados oficialmente nas escolas, com despesas incomensuráveis para os governos (talvez tenha sido intencional) -- os países da CPLP, essa construção genial da civilização lusitana, poderiam adotar a proposta de acordo sugerida pelo João Costa: basta que todos os países membros desse conclave intelectual, literário e cultural, aceitem reciprocamente as respectivas ortografias para que os livros circulem livremente entre eles. E que as pessoas sejam livres para aceitar a ortografia que desejarem, desde que não ofenda regras mínimas de gramática e de construção estilística, todo o resto seria aceitável.
Não seria mais prático assim?
Paulo Roberto de Almeida

O Acordo poderia ter duas linhas...
Francisco Seixas da Costa
Blog duas ou três coisas, 18/05/2015

Um amigo que muito prezo, escreveu um texto delicioso sobre o Acordo Ortográfico, sob o título em epígrafe, que lhe pedi que me deixasse publicar por aqui. Ele aí vai:

"Para que fique bem clara a minha posição sobre o Acordo Ortográfico: percebo que este dispositivo interesse aos Ministérios dos Negócios Estrangeiros para dar uma imagem de cooperação entre os países de língua portuguesa. Se tivesse sido eu a escrevê-lo, teria a seguinte formulação:

Artigo único:

Reconheçam-se como válidas, em todos os países da CPLP, as normas ortográficas em vigor nos restantes países.


Esta formulação permitiria que o uso de qualquer variante ortográfica não pudesse ser penalizado ou considerado ilegítimo em qualquer país de língua oficial portuguesa ou em qualquer contexto de uso da língua.

Esta não foi a opção de quem negociou o Acordo Ortográfico, tendo sido preferida uma versão que tenta unificar a ortografia.

Quem me conhece sabe que não consegue arrancar de mim nenhuma posição inflamada a favor ou contra o Acordo Ortográfico. Sei que a ortografia é uma mera convenção, que nenhuma versão da nossa ortografia foi coerente entre transparência ou etimologia e que esta e outras versões de instrumentos de normalização ortográfica têm problemas técnicos já assinalados por vários. Não me parece que a versão 1990 seja pior ou melhor do que a versão 1945 – basta pensar no uso do hífen. É apenas uma convenção – o facto de “hospital” se escrever com h.

Muito do debate em torno do Acordo Ortográfico rasa o absurdo e descreve as consequências da sua aplicação como algo próximo do Armagedão. Há dados que me fazem manter-me longe deste debate.

Sempre que sai uma notícia num jornal sobre o Acordo Ortográfico, surgem centenas de comentários de leitores que, horrorizados, listam os horrores do Acordo Ortográfico em mensagens pejadas de erros ortográficos.

Ouvia, há tempos, alguém que tinha escrito “nada a opôr [sic]” vociferando que não retirava o acento circunflexo, porque se recusa a escrever com o Acordo Ortográfico, que sempre escreveu assim e não vai mudar!

O mesmo, tal e qual, ouvi de alguém que, num programa de rádio, dizia: “não é por causa dos brasileiros que vou tirar a cedilha de vocês”!

A obsessão com a ortografia e tudo o que se diz sobre o seu impacto no mundo é a consequência de uma escolarização em que as produções escritas são, tradicionalmente, corrigidas em função de desempenhos temáticos e ortográficos. Coesão e coerência, conformidade com sequências textuais ou explicitação de regras de pontuação são dimensões da escrita a que a escola nunca prestou a devida atenção, que justificam muitos problemas de escrita (e leitura) e que explicam que se dê tanta importância à ortografia.

Tratando-se apenas de uma convenção, a ortografia não gera penalizações. Se eu escrever a minha lista de compras para o supermercado com inúmeros erros, ninguém saberá e, mesmo que saiba, nada acontece. Só no sistema educativo é que há penalização do erro e é interessante verificar que a introdução do Acordo Ortográfico no sistema educativo se deu sem problemas.

Se é verdade que a ortografia é uma mera convenção e que quem redigiu o Acordo visou uma unificação da ortografia, também é verdade que qualquer pessoa minimamente informada sobre as variantes do português deveria saber que as diferenças fundamentais entre o português usado em Portugal, no Brasil, Angola, Moçambique não estão na ortografia. Tente-se escrever um texto em conjunto com um colega brasileiro e veja-se como se tropeça em cada linha. Há um evidente desconhecimento da língua portuguesa na génese de algumas decisões políticas, o que é confrangedor.

Passados vinte anos sobre a criação deste Acordo, não são ainda evidentes os passos claros que a CPLP está a dar para uma eficiente política de língua. Para dar apenas um exemplo, ainda não se vislumbra uma política comum sobre o ensino de português no estrangeiro.

Dito tudo isto, alguns amigos que conhecem esta minha posição (ou ausência de posição), perguntam-me se uso ou não o Acordo Ortográfico. Comecei a usar no dia em que li um arrazoado de argumentos nacionalistas e de comentários racistas sobre os restantes países da CPLP a propósito do Acordo Ortográfico. Pensei que não queria ser identificado com aquele tipo de argumentação e nesse mesmo dia passei a utilizar, sem grande dificuldade, a nova convenção ortográfica (nunca senti aquela insegurança de que alguns falam, dizendo “Agora não sei como se escreve”).

Passados alguns meses, participei numa reunião em que, em defesa do Acordo Ortográfico, ouvi um eminente académico tecer comentários absolutamente nacionalistas e a rasar o racismo... Fiquei sem saber o que fazer e, pela primeira vez, me deparei com a hesitação de não saber como escrever.

Cresce em mim a vontade de reagir de forma adolescente e não usar o Acordo quando escrevo àqueles que o defendem ferozmente e usar quando escrevo aos que são violentamente contra. Mas, por vezes, tenho de escrever a ambos e, nessa altura, penso: isto é apenas uma convenção, para quê gastar tempo a pensar no assunto?

Se se tivessem ficado pelas minhas duas linhas, ter-se-ia poupado muito tempo...

João Costa

PS: Ao reler o texto, apercebo-me de que, por vezes, o Acordo Ortográfico não tem mesmo importância nenhuma na forma como se escreve. E garanto que não foi intencional.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

A moral dos coitadinhos - Luiz Felipe Ponde (FSP)

Na verdade, o Brasil foi muito além disso, pois além de criar uma moral -- e uma política -- dos coitadinhos, a constituinte congressual criou uma Constituição de todos os direitos e nenhum dever, instalando as bases de uma sociedade economicamente inviável, uma vez que a esquizofrenia econômica dos constituintes -- que continua com os congressistas desde então, com o PT e boa parte da esquerda e da própria sociedade -- faz com que mais e mais deveres são colocados nas "costas" do Estado, e mais e direitos são atribuídos a todos e a qualquer um, especialmente a grupos peculiares, e bizarros, que se acham oprimidos e reivindicam tratamento especial.
O Brasil é um país condenado a involuir, a não crescer, a regredir na escala civilizatória, em função de uma organização social e política inviável, totalmente incapaz de acumular riqueza para fins sociais, unicamente dedicada a carrear riquezas para os mais espertos (políticos e mandarins, em primeiro lugar, capitalistas promíscuos em segundo lugar, coitadinhos oprimidos em terceiro), tudo isso sendo pago pelo conjunto de trabalhadores e empresários, os únicos a criar riquezas que estão sendo dilapidadas por todos os demais.
Paulo Roberto de Almeida

A moral dos coitadinhos
Luiz Felipe Pondé
Folha de S.Paulo, Segunda-feira, 18 de maio de 2015

Penso como os britânicos: se dissociarmos direitos de deveres, viramos bebês que só sabem exigir direitos

A democracia contemporânea tem como um dos seus eixos a crença num contrato social baseado numa contabilidade de direitos. Todos querem direitos. Existe uma fé muito clara de que o direito a qualquer coisa que seja "é por si só um direito".

Filósofos britânicos dos séculos 18 e 19, entre eles Edmund Burke e Jeremy Bentham, integrantes do que a historiadora americana Gertrude Himmelfarb chama de iluminismo britânico, suspeitavam que uma democracia de direitos poderia levar à dissolução da relação entre direitos e deveres. E, por aí, a uma dissolução da noção de responsabilidade moral. Em termos contemporâneos, uma democracia de coitadinhos que pedem direito a tudo.

Os britânicos colocavam essa separação entre direitos e deveres na conta do delírio jacobino. A ideia dos britânicos era que se você trabalha muito (dever), você tem direito ao descanso. Se você é corajoso (dever), você tem direito à reverência daqueles que gozam da vida graças à sua coragem. Se você cuida bem de sua família (dever), você tem direito ao reconhecimento por parte daqueles cuidados por você.

Esses britânicos, que segundo Himmelfarb faziam uma sociologia das virtudes, entendiam que direitos e deveres são objetos da moral e jamais da política. Os jacobinos achavam que a política é que devia gerir os direitos. Para os britânicos, ao tornar isso objeto da política, os franceses eliminavam o fator esforço (dever) do ganho (direito).

Os franceses teriam inventado a ideia de que existem direitos "inalienáveis" do homem, pelo simples fato de que são homens. Acho a ideia fofa, mas continuo pensando como os britânicos: se dissociarmos direitos de deveres, viramos bebês chorões que só sabem exigir direitos.

Dito isso, vamos ao caso dos coitadinhos de hoje, no espírito de uma antropologia do ressentimento, a melhor ciência para compreendermos o espírito contemporâneo.

Vejamos o caso dos homens (gênero, não espécie) que estão começando a reclamar dos deveres masculinos. Na base dessa queixa está o bom e velho ressentimento.

Uma das demandas desses homens é o direito ao "aborto social". O termo é derivado de coisas como "nome social" para se referir a nomes transgêneros (ou seja, aceitos pela sociedade, mas sem referência ao sexo biológico, como uma menina que quer ser homem e passa a se chamar Roberto em vez de Alice, seu nome de nascimento).

"Aborto social" refere-se ao direito dos homens recusarem legalmente a paternidade de uma criança. Se o direito pega, o chamado "golpe da barriga" acaba. Nem a mãe nem a criança podem pedir grana (que é o que se pede, normalmente, em casos como esse, apesar de dinheiro não ser a coisa mais importante do mundo...).

A verdade é que, hoje, muitos homens mais jovens se sentem coitadinhos diante de mulheres superpoderosas. E já que as mulheres podem abortar os filhos, biologicamente (poder único da mulher), os homens reclamantes exigem o direito de abortar "socialmente" o feto. Sinto cheiro de ressentimento e vingança nessa, você não?

Mas existem fenômenos mais "sofisticados". Logo uma namorada vai ouvir do parceiro: "Você deve buscar funções que remunerem bem porque eu não estou disposto a arcar com o peso da obrigação de ser o provedor".

E aí, meninas superpoderosas, o que fazer com esses coitadinhos que não aguentam o peso e a solidão das obrigações? Nada a fazer, pois cobrar do homem o papel de provedor é "opressão", não?

Nada de ser professora de criança, nem de fazer artes plásticas, nem de trabalhar meio período, nem de trabalho "como escolha". Apenas a dura obrigação de prover. O trabalho deixa de ser uma opção existencial e se torna maldição cotidiana.

Claro que muitas meninas já vivem isso. Resta saber se estão confortáveis nesse lugar. Sendo a mentira a base de grande parte do pensamento público hoje, pouca gente tem a coragem de reconhecer a fria em que se meteu.

Ninguém quer deveres, só direitos. Mas são os deveres que sustentam a formação de vínculos; os direitos apenas geram demandas, por isso servem para políticos e embusteiros.

Mais crimes economicos do lulo-petismo: dependencia em nutrientes agricolas - Chico Graziano (OESP)

Muita suspeita a venda das jazidas de silvinita da Amazônia, que pertenciam à Petrobras, a uma multinacional canadense, um negócio que nem se sabe se foi aprovado pelo Conselho de Administração. O fato é que a presidente desse Conselho, atual mandatária, se irritou com o presidente da Petrobras por essa decisão. Pode indicar, como no caso de Pasadena, uma operação deliberada no exterior para obter "faturamento" em dólar, livre de controles no Brasil.
Assim são os petralhas, assim procedem os mafiosos, e vamos computando mais um crime econômico dos companheiros.
Paulo Roberto de Almeida

NPK: soberania roubada
Chico Graziano
 O Estado de S. Paulo, sábado 16 de maio de 2015
(www.xicograziano.com.br)
O Brasil importa 75% dos adubos químicos utilizados na agricultura. E  essa dependência externa, lamentavelmente, está crescendo. Em 2014, a  produção nacional de fertilizantes encolheu 5,2%. Uma prova da falta de  planejamento estratégico sobre o desenvolvimento nacional. Inexiste visão  de longo prazo na política agrícola.

Adubos químicos fornecem a nutrição básica das plantas. Resumem-se na famosa composição NPK: nitrogênio, fósforo e potássio. Quem descobriu que os vegetais requerem elementos minerais para crescer foi Justus von Liebig. Aos 19 anos, o genial químico alemão apresentou, em 1822, sua tese intitulada “Como os corpos minerais se relacionam com os corpos vegetais”. Nela comprovava que as plantas não “comiam” matéria  orgânica, conforme se pensava, mas apenas necessitavam das moléculas liberadas no húmus do solo.

A agricultura primitiva surgiu nos deltas – as várzeas dos rios – onde as  enchentes cuidam de repor a riqueza da terra. Valia apenas a fertilidade  própria do solo. Quando as lavouras avançaram para as florestas, terras “gordas”, ricas em matéria orgânica, se esgotavam e eram deixadas para descanso – o pousio - abrindo-se novas áreas. Nesse processo, estercos animais serviram de principal fonte de nutrientes. Depósitos naturais, como  dejetos de aves (guano) encontrados nas ilhas do Pacífico, na costa  peruana, se tornaram preciosos no século 19.

Após a Primeira Guerra Mundial a indústria de fertilizantes químicos se  estruturou nos EUA e na Europa, tornando-se capaz de atender a expansão agrícola exigida pelo aumento populacional. No Brasil, somente a partir de 1950 se firmaram as empresas do ramo. Surgiu em 1974 o Programa Nacional de Fertilizantes e Calcário Agrícola, fortalecendo o setor.  Resultado: no início dos anos 1980 o Brasil quase se tornou  autossuficiente.

Entre 1976 e 2013, a produção brasileira de grãos se expandiu em 306%, passando de 47 milhões para 191 milhões de toneladas.  Crescimento espetacular, ainda mais quando se verifica que a área cultivada aumentou apenas 51%, passando de 37 milhões para 56 milhões de hectares. Conclusão: houve forte elevação da produtividade física da terra, o dobro  da observada, no mesmo período, na agricultura norte-americana.

O feito, sensacional, não teria ocorrido sem a intensificação no uso de NPK. Nos últimos 25 anos o consumo agrícola de fertilizantes se multiplicou por dez, ou seja, cresceu 1000%. Essa curva ascendente na  demanda se destaca especialmente a partir de 1996, logo após a estabilização da economia. Sem a bagunça inflacionária, o crédito rural se tornou mais eficiente. Retornaram os investimentos. Deslanchou a  agricultura. Mas o país deixou de acreditar na indústria nacional, ampliando as compras de fertilizantes no exterior. Bom para as multinacionais.

Os adubos nitrogenados se fabricam a partir de derivados do petróleo, e o Brasil poderia neles ter autossuficiência. Já os fosfatados se obtêm de depósitos de rochas ricas desse elemento. Encontrados em todo o mundo, no Brasil as maiores jazidas se encontram em Minas Gerais, Goiás e São Paulo, atendendo hoje a metade do consumo das lavouras. Poderia crescer. Quanto aos adubos potássicos, extraídos de rochas sedimentares, a situação é mais difícil, pois a dependência externa atinge 90%.

Através da Vale do Rio Doce, explora-se aqui apenas uma mina de potássio, no complexo Taquari-Vassouras, situado em Sergipe. Sabe-se existir reservas submarinas de potássio na costa brasileira, em depósitos semelhantes aos salinos. Jamais se tentou explorá-los. Localizam-se na Amazônia, porém, as melhores possibilidades. Por debaixo da selva se localiza, a 650 metros de profundidade, grande reserva natural de silvinita, sedimento que se espalha por vasta região entre o Amazonas e o Pará. Tais riquezas do subsolo se conhecem há décadas e, bem exploradas, poderiam  atender até em 30% a demanda nacional.

Somente agora, porém, um projeto minerador, volumoso, se executa no município de Autazes (AM). Trata-se de um empreendimento dominado pela empresa canadense Falcon, que ainda aguarda as licenças ambientais e de lavra para iniciar sua exploração, prevendo começar a venda de fertilizante em 2018. Tudo demorado. Mais intrigante é saber que essas jazidas pertenceram à Petrobras até 2008, quando foram vendidas para a  multinacional do Canadá.  Quem realizou o negócio foi o então presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.

Na época, o Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, estava  elaborando um “plano nacional de fertilizantes” que, lançado, jamais saiu do papel. Dilma Roussef, então ministra da Energia, ficou sabendo a posteriori que a Petrobrás havia vendido os direitos de exploração do  potássio amazônico para a Falcon. “Ela deu um esporro no Gabrielli pela venda”, conta Stephanes em entrevista publicada fevereiro passado no Boletim Informativo nº 1290, da Federação da Agricultura do Paraná (FAEP).

Hoje, depois da corrupção descoberta pela operação Lava Jato, certos dirigentes da Petrobras se tornaram figuras suspeitas na malversação de dinheiro público. Teria sido respeitado o interesse público nessa venda das minas de potássio da Amazônia? Qual terá sido o real motivo da bronca da  Dilma no Gabrielli? Quem testemunhou essa negociação? Teve propina nesse negócio também? Eu não coloco minha mão no fogo.

Por essas e outras a agricultura nacional, que espanta o mundo com a pujança de suas safras, padece da crescente dependência externa na compra de seus fertilizantes. Uma perda de soberania roubada pelo descaso governamental. Falta planejamento sobre o futuro do nosso país.

domingo, 17 de maio de 2015

Voce ja viu uma explosao nuclear? Entao veja algumas - Delanceyplace

Today's selection -- from Area 51 by Annie Jacobsen. In the summer of 1946, Alfred O'Donnell witnessed Operation Crossroads, a series of two nuclear weapon tests conducted by the United States on the Bikini Atoll -- which at that point was the most powerful explosion in the history of humanity. O'Donnell was a member of the arming party that would wire and fire the atomic bombs during the operation. The maximum yield in Operation Crossroads was 21 kilotons (or 0.021 megatons). This was followed in 1954 by the detonation of Castle Bravo at 15 megatons -- the largest device ever detonated in atmospheric testing by the United States. In 1961, the Soviet Union detonated Tsar Bomba, at 50 megatons the largest man-made explosion in history, destroying everything in a 22 mile radius and causing damage to houses in Scandinavia thousands of miles from the test:

"Forty miles west of the lagoon, Alfred O'Donnell stood below deck in the control room of an observation ship watching the control bay. Above him, on deck, Los Alamos scientists, generals, admirals, and dignitaries waited in great anticipation for the bomb. Shielding their eyes were dark, 4.5-density goggles, necessary measures to prevent anyone from being blinded by the nuclear flash. O'Donnell worked the instrument panel in front of him. There were sixty seconds to go. He watched the auto sequence timer perform its function. With less than a minute remaining, the firing system moved into automation. The bars on the oscilloscopes moved from left to right as the signals passed down through the DN-11 relay system. There were ten seconds left. Then five seconds. The light for the arming signal blinked on. Two seconds. The firing signal flashed. 

"O'Donnell kept his eyes on the control panel down to the last second, as was his job. In the event of a malfunction, it would be up to him to let the commander know. But the signal had been sent without a problem, and now it was moving down the underwater wires, racing toward the Baker bomb. If O'Donnell moved fast, he could make it onto the ship's deck in time to see the nuclear blast. Racing out of the control room, he pulled his goggles over his eyes. Up on the ship's deck he took a deep breath of sea air. There was nothing to see. The world in front of him was pitchblack viewed through the goggles. He stared into the blackness; it was quiet and still. He could have heard a pin drop. He listened to people breathing in the silence. Facing the lagoon, O'Donnell let go of the ship's railing and walked out farther on the deck. He knew the distance from the button to the bomb and the time it took for the signal to get there. In a matter of seconds, the signal would reach its destination. 

"There was a blinding flash and things were not black anymore. Then there was a white-orange light that seemed brighter than the sun as the world in front of O'Donnell transformed again, this time to a fiery red. He watched a massive, megaton column of water rise up out of the lagoon. The mushroom cloud began to form. 'Monstrous! Terrifying! It kept getting bigger and bigger,' O'Donnell recalls. 'It was huge. The cloud. The mushroom cap. Like watching huge petals unfold on a giant flower. Up and out, the petals curled around and came back down under the bottom of the cap of the mushroom cloud.' Next came the wind. O'Donnell says, 'I watched the column as it started to bend. My eyes went back to the top of the mushroom cloud where ice was starting to form. The ice fell off and started to float down. Then it all disappeared into the fireball. Watching your first nuclear bomb go off is not something you ever forget.'


"Mesmerized by the Baker bomb's power, O'Donnell stood staring out over the sea from the ship's deck. He was so overwhelmed by what he'd witnessed, he forgot all about the shock blast that would come his way next. The wave of a nuclear bomb travels at approximately one hundred miles per hour, which means it would reach the ship four minutes after the initial blast. 'I forgot to hold on to the rail,' O'Donnell explains. 'When the shock wave came it picked me up and threw me ten feet back against the bulkhead.' Lying on the ship's deck, his body badly bruised, O'Donnell thought to himself: You damn fool! You had been forewarned."

Video of Castle Bravo:



Video of Tsar Bomba:  





Area 51: An Uncensored History of America's Top Secret Military Base
Author: Annie Jacobsen
Publisher: Little, Brown and Company
Copyright: 2011 by Anne M. Jacobson
Pages: 28-29

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Banco do Brasil, internacional, mas usando misteriosos bancos intermediarios... para atrasar transferencias...

Já não é a primeira vez que sou vítima dos péssimos serviços do Banco do Brasil, que talvez devesse se chamar "banquinho do braziu", tal a degradação constatada no nível de seus serviços ultimamente. Nas duas últimas vezes (deve ter ocorrido igualmente antes, mas não registrei exatamente a distância no tempo entre uma ponta e outra do serviço), o débito foi imediatamente efetuado na minha conta do BB-Miami (o que indica que os computadores do banco não dormem em serviço), mas o crédito ultrapassou em muito a data fixada por mim mesmo para ser materializado em minha conta de Brasília, e isso só ocorreu depois que eu reclamei diretamente com os gerentes para saber o que tinha ocorrido.
Da primeira vez demorou uma semana inteira para que alguém me respondesse, com a desculpa que esse tipo de "investigação" demora normalmente "sete dias úteis" (sic, resic, trisic), mas a indicação era a de que eu me informasse com o gerente da agência de destino. Agradeci a informação, que eu mesmo já tinha tido a inaciativa de tomar...
Desta vez, fui objeto de uma resposta mais circunstanciada, que transcrevo a seguir, fazendo-a imediatamente seguir da transcrição de minha própria mensagem de resposta.
Tenho realmente a intenção de desistir do BB, uma vez que ele parece ter desistido de seus clientes, que são aliás os que o abastecem com o seu dinheiro.
Como disse em minha mensagem, vou refluir para bancos mais crueis, que não levem em contra os direitos humanos e laborais de seus computadores...
Paulo Roberto de Almeida

Mensagem do BB-Miami: 

 Prezado Sr. Paulo,
Seu e-mail foi encaminhado para sua gerente de relacionamento -
[Nome] - que está acompanhando sua solicitação de transferência programada para a data de 14/05/2015.
Acredito que seja mais esclarecedor um contato via telefone, para que fique esclarecida a questão do "booking date" nas solicitações de transferências via internet banking. O portal do BB Miami permite programação de transferências para uma data futura (que é a data do débito em sua conta no BB Miami). A partir da data do débito em conta, a mensagem de transferência passa por bancos intermediários até ser transmitida para a agência/conta do beneficiário. Esse trâmite pode demorar mais do que 1 dia útil, especialmente em transferências internacionais.

Assim que ela tiver o número da Ordem de Pagamento no Brasil ela entrará em contato. Por gentileza nos confirme se podemos tentar contato no tel.
[meu número de telefone].

Também nos colocamos à disposição em nossa central de atendimento ao cliente, que funciona de segunda a sexta das 9:00-16:00hs horário de Miami, nos números abaixo da assinatura desse e-mail.
Atenciosamente,
[Nome]
Customer Service Representative


================

Minha resposta:

Agradeço novamente pela sua cordial mensagem a respeito de minha transferência, efetuada no dia 13, para ser creditada no dia 14, na minha conta do BB-Brasília.
    Em primeiro lugar, tenho uma exata noção do que seja o booking date, e tenho utilizado o sistema regularmente, desde vários meses, ou até pelos dois últimos dois anos.
    Ocorre que simplesmente fixei o booking date para o dia 14, e sendo uma simples operação eletrônica, feita por computador, imagino que deva demorar menos de um segundo para ser feita. Aliás, a confirmação que enviei em anexo à minha mensagem anterior, já dizia que a transferência tinha sido um sucesso, ou seja, sem a interferência de nenhum ser humano.
    Imaginando que os computadores não tenham direitos humanos, nem direitos laborais, imagino que eles trabalhem 24 hs por dia, inclusive feriados e fins de semana, o que não deveria impedir computadores de trabalharem nesse ritmo, desumano.
    Tenho reparado, porém, que os bancos brasieiros costumam respeitar direitos trabalhistas dos computadores, e os impedem de trabalhar nos fins de semana e nos feriados, bloqueando qualquer tranferência, depósito ou pagamentos nessas datas, o que talvez seja justo, pois afinal de contas computadores também precisam descansar.
    Imagino, também, que o Banco do Brasil em Miami não seja minimamente responsável pelos atrasos nos depósitos em minha conta de Brasília, e cumpre plenamente seu papel, expedindo o dinheiro no mesmo segundo em que efetuei a transação, mesmo de noite, e mesmo programando para dali um dia ou dois, chegando até a ter a presciência de indicar a taxa de câmbio da operação e até os extorsivos 100 reais por cada transação, e mais 20 e poucos reais de misteriosas taxas que caberia elucidar (não sei se correspondem ao famoso IOF manipulado a seu bel prazer pelo governo, ou alguma outra taxa determinada pelo próprio banco).
    Mas, fiquei extremamente curioso em saber que, sendo o BB-Miami dependente do BB-Brasil, ele ainda se vê obrigado a recorrer a outros misteriosos “bancos intermediários”, o que pode levar mais de um dia, uma vez que se trata de “transferências internacionais”.
    Estupefaciente saber que as duas pontas, duas agências do mesmo BB, recorram a indeterminados “bancos intermediários” para efetuar uma simples “transferência internacional”. Mais surpreendente ainda é constatar que a operação pode levar, de verdade, mais de um dia, uma vez que esta minha última, tendo sido feita no dia 13, programada para o dia 14, não tinha sido concretizada sequer nos dias 15, 16 e 17, e meu saldo pré-informado para o dia 18 sequer se dignava a mostrar o crédito em reais que já tinha sido apontado desde o dia 13 numa determinada taxa de câmbio fixada preventivamente pelo BB-Miami.
    Minha única solicitação, neste momento, em que aponto mais um atraso injustificado e injustificável do BB-Brasília, na concretização de uma simples transferência que sequer atinge valores apontados nas recentes transações fabulosas que estamos assistindo no Brasil, seria solicitar a identidade desses “bancos intermediários” utilizados pelo BB-Miami para concretizar tantas operações de “transferência internacional”.
    Talvez eu devesse recorrer diretamente a eles, com o objetivo de pelo menos poupar um dia, e custos de transação, de minha operação.
    Como o BB-Brasília insiste em proteger os direitos humanos e laborais de seus computadores, também pretendo usar algum outro banco desumano, para pelo menos tentar minimizar o tempo de espera de minhas operações bancárias.
    Cordialmente...
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Paulo Roberto de Almeida
Em 17/05/2015

sábado, 16 de maio de 2015

Os tremeliques de um departamento de filosofia: solidariedade ou pesames aos alunos?

Caro Leitor,
Você que é uma pessoa culta, ou pelo menos medianamente bem informada -- do contrário não estaria lendo este post agora -- sabe distinguir algo compreensível de outro algo meio arrevesado, digamos assim, ou então muito estranho, bizarro, ou diretamente imcompreensível.
Pois bem, sendo uma pessoa racional, tente entender o que pretende o autor desta peça filosófica cujo resumo apresento a seguir:

Trata-se de discutir a centralidade do trabalho como categoria de reconhecimento através da problematização de sua natureza disciplinar. Isto nos levará a um duplo movimento: primeiro, a categoria de trabalho em Marx será relida à luz não apenas da temática da espoliação econômica da mais-valia, mas também da espoliação psíquica das relações de estranhamento (unheimlichkeit) entre sujeito e objeto; segundo, as modificações recentes no mundo do trabalho e as modalidades de sofrimento psíquico a elas associadas serão interpretadas a partir do impacto social de tal forma de espoliação.

Entendeu?
Não entendeu?

Quem sabe pelo título, e pelas palavras chave você poderá penetrar nos arcanos do pensamento do seu autor:

O trabalho do impróprio e os afetos da flexibilização

Não entendeu ainda?
Deixe-me ajudá-lo. Vou colocar o título em inglês, pelo meno no inglês do autor, e quem sabe você agora descobre o que está tentando nos dizer esse autor tão profundo:

The Labor of Improper and the Affections of Flexibilization

E com as palavras-chave, dá para entender?

Depressão. Flexibilização. Trabalho. Reconhecimento. Marx.

Não deu ainda, mas não se preocupe, o problema não está com você, mas com quem tortura os seus alunos com coisas como essa aí.
Pois é, eu entendi o que quer dizer o autor, mas o que ele quer dizer é tão confuso, apenas um amálgama de palavras, que simplesmente não significa absolutamente nada.

Minha solidariedade, e ao mesmo tempo meus pêsames aos alunos do professor em questão. Sua disciplina já tinha falecido há muito tempo, mas esqueceram de enterrar.
Um dia isso acontece...
Paulo Roberto de Almeida

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Petrolao: Petrobras e Partido Totalitario se fazem de inocentes

Pois eu acho que as empresas, que foram de fato extorquidas pelo partido mafioso, deveriam ir à Justiça processar de volta a vaca petrolífera e o partido bandido, pois elas sabem onde o dinheiro foi parar. Até o último centavo. 
Paulo Roberto de Almeida 

O Ministério Público Federal (MPF) pediu e Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 544 milhões das construtoras Camargo Corrêa (R$ 242 milhões) e Galvão Engenharia (R$ 302 milhões). O montante será usado para restituir parte do dinheiro desviado em propina da Petrobras. A estimativa do MPF é de que R$ 6,194 bilhões sejam restituídos. O procurador da República Deltan Dallagnol, que coordena as investigações, criticou a demora para a aprovação de uma reforma política:
“Nós precisamos de uma reforma política, precisamos de aprovação de medidas contra a corrupção a impunidade. A sociedade, nós todos, precisamos esperar e cobrar isso dos nossos representes e daquelas pessoas que têm poder de promover reformas estruturais e sistêmicas.”

Deltan cobrou ainda uma mudança no sistema penal:
“O total efetivamente devolvido (foi por meio) de colaboração, dependendo sempre do final dos processos criminais. A devolução dos valores pode levar, 10, 15 20 anos ou mais. Enquanto não tivermos uma reforma do sistema recursal, teremos períodos (para recuperação de dinheiro desviado) tão grandes como esse.”

O MPF pede o bloqueio do montante através de uma ação de improbidade administrativa contra as construtoras. O anúncio foi feito na tarde desta quinta-feira, durante coletiva que apresentou denúncia contra quatro ex-deputados: André Vargas (ex-PT-PR), Pedro Corrêa (PP-PE), Aline Corrêa (PP-SP) e Luiz Argôlo (SD-BA).

A Procuradoria dividiu a denúncia em três núcleos. O primeiro era comandado pelo ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados, o ex-petista André Vargas. Além dele, foram denunciados os irmãos dele Leon Vargas e Milton Vargas, e o publicitário Ricardo Hoffmann. Os investigadores afirmaram que o publicitário montou um esquema análogo ao mensalão.

O segundo núcleo ligado ao Partido Progressista (PP) era comandado pelo ex-deputado Pedro Corrêa. Além dele, foram denunciados a ex-deputada Aline Corrêa, filha de Corrêa, os delatores Alberto Youssef e Rafael Ângulo Lopes, Ivan Vernon, Márcia Danzi e Fábio Corrêa. O último núcleo denunciado envolve o ex-deputado baiano Luiz Argôlo. Junto com ele, foram denunciados novamente Youssef e Ângulo, além do advogado e laranja Carlos Alberto Costa, também delator do esquema.

Fiasco da Pátria Educadora - Celso Ming

A situação, na verdade, é muito pior, mas muito mais pior, como diria o grande apedeuta, do que vocês sequer podem imaginar. Estar nos últimos lugares do Pisa é apenas uma tragédia menor, comparada à catástrofe que é saber que essa situação não vai melhorar, e sim piorar, pois nenhuma, repito NENHUMA política correta está sendo implementada para corrigir os incontáveis equívocos cometidos pelos companheiros, que nesse setor foram muito mais danosos e prejudiciais à nação do que os bilhões roubados pelos gatunos do partido totalitário. Dinheiro roubado se repõe ou se faz novamente, mas educação roubada e destruída isso não tem volta e vai durar anos e décadas para consertar, e isso IF AND WHEN começarem a fazer as coisas certas, o que é amplamente duvidoso.
Paulo Roberto de Almeida


Fiasco da Pátria Educadora

O aumento da produtividade do trabalho que o ministro Joaquim Levy reclama não vai acontecer espontaneamente, sem políticas específicas para isso

Celso Ming
O Estado de S. Paulo, 13 Maio 2015 | 21h 00
 O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, advertiu nesta quarta-feira, em Londres, que, “sem forte ganho em produtividade, não podemos apoiar salários mais altos”.
O assunto é objeto de reiteradas advertências do Banco Central por seu impacto sobre a inflação. Quando os salários crescem mais do que a produtividade do trabalho, o resultado é a alta de preços, pelo efeito demanda. Aumentos de salário produzem mais procura por bens e serviços e, quando isso acontece acima do aumento da oferta, é inevitável a inflação, que é o mecanismo natural, digamos assim, de ajuste de uma distorção.
No depoimento que fez dia 29 de abril no Congresso, o ministro Joaquim Levy apresentou a tabela e o gráfico que vão reproduzidos aí acima. Mostram que o rendimento médio do brasileiro (portanto os salários) cresceu substancialmente mais do que a produtividade da economia, a produtividade do trabalho e a produtividade do capital.
É um equívoco afirmar que os salários aumentaram demais apenas por pressão dos sindicatos e das bancadas trabalhistas no Congresso. Os salários aumentaram consideravelmente mais do que o ritmo da economia porque a política econômica criou aumento da demanda por mão de obra. Tanto isso é verdade que, ao longo dos dois últimos anos, o mercado de trabalho operou praticamente em regime de pleno-emprego.
Agora os indicadores mostram avanço do desemprego, o que tende a derrubar, também, a renda média do trabalhador, uma vez que a economia brasileira, que já andava devagar quase parando, entrou em recessão. O fator que começou a agir para derrubar os salários é, portanto, o esfriamento do mercado de trabalho e não alguma coisa ligada à eficácia da mão de obra.
A produtividade do trabalho muito baixa no Brasil é também uma consequência da falta de políticas que procurem melhorar o desempenho da mão de obra no País. Isso se faz com melhora da qualidade de ensino e de treinamento.
A Pátria Educadora é um enorme fiasco nesses misteres. O mau desempenho dos estudantes brasileiros nas avaliações internacionais e os movimentos generalizados de greves de professores mostram a situação crítica do ensino no Brasil, apenas o 60.º colocado, na avaliação da qualidade do ensino feita em 76 países pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), como está no Confira.
Embora pareça ter entendido o atraso do desenvolvimento econômico e social produzido por esses fracassos, o governo Dilma só consegue apontar soluções a longo prazo, quando o regime de partilha do pré-sal tiver proporcionado rendimentos da produção de petróleo.
O aumento da produtividade do trabalho que o ministro Joaquim Levy reclama não vai acontecer espontaneamente, sem políticas específicas para isso. 

O Governo Goulart tinha deixado de funcionar meses antes do golpe de 1964 - Depoimento de um observador

Recomendo a todos os interessados na historia das relações do Brasil com os Estados Unidos a leitura dos muitos depoimentos recolhidos no programa de história oral da: 


Association for Diplomatic Studies and Training (http://adst.org/)
 
The more than 1800 oral histories completed over the past quarter century stem from the contributions of many individuals who gladly provided their expertise and numerous insights regarding U.S. diplomatic history and several others who selflessly volunteered their time to help edit the interviews. If you would like to volunteer to be interviewed or help with the interview and editing process, please complete this form.

Selecionei aqui o depoimento de um observador do golpe de 1964, a posteriori: 

As far as I could see, from my commercial point of view, that government  [isto é, o de Goulart] ceased to exist about four or five months before the revolution. We, in the embassy, going to the Foreign Office to explain positions, and trying to seek agreements on things, found we were talking to people who were shell-shocked by what was happening in Brazil, and could not make decisions. Government decisions were being made by Joao Goulart in public squares without any preparation of his own bureaucracy. There was nobody to make any kind of decisions in the country except these pronouncements in public squares. 

Pois é, a história é sempre um pouco diferente daquela que andam contando por aí.
Mas como a própria ADST diz, em seu moto símbolo: 

The past is never dead. It’s not even past.”  — William Faulkner

The Association for Diplomatic Studies and Training (ADST) is an independent nonprofit organization founded in 1986. Located at the State Department’s George P. Shultz National Foreign Affairs Training Center in Arlington, Virginia, ADST advances understanding of American diplomacy and supports training of foreign affairs personnel through a variety of programs and activities.
Over the past quarter century ADST has conducted more than 1800 oral histories, which are also posted on the Library of Congress website, with more to come. Interviewees include such fascinating people as Prudence Bushnell, who describes her harrowing experiences during the bombing of U.S. Embassy Nairobi, Julia Child, Philip Habib, Dean Rusk, George Ball, Kathleen Turner, and many others. Excerpts from our oral history collections highlight the horrifying, the thought-provoking, and the absurd. In other words, they reflect the reality of diplomacy, warts and all.

As capas da New Yorker? Fabulosas! E os cartoons com cachorros?

Acho que eu assinei a New Yorker mais pelas capas do que pelo conteúdo. Elas são um prazer visual, e o conteúdo é um pouco angustiante, pois tem tanta coisa para fazer, ouvir, assistir, comer, divertir-se em Nova York, e não poder fazer tudo o que é anunciado a cada semana.
Os cartoons com cachorros, então, são de uma filosofia toda especial, pois esses animais conseguem ser mais inteligentes do que certas pessoas, pelo menos nesses cartoons.
Mas, hoje, acabo de receber a New Yorker desta semana, com esta capa fabulosa, que se desdobra em três partes.
Reproduzo aqui a capa inteira, e para melhor visualizar, cada uma delas em tamanho maior, seguida da ficha do desenhista.
Tem um app da New Yorker no site da Apple Store, aproveitem...
Paulo Roberto de Almeida






Uma polemica equivocada: mulheres ganham menos do que os homens, certo? Os mercados, ou os capitalistas, discriminam as mulheres?

Essas polêmicas, quando não são instruídas por informações fiáveis, e por raciocínios embasados na lógica mais elementar, são constrangedoras para a inteligência nacional.
Paulo Roberto de Almeida

Mulheres Ganham 30% a Menos do Que os Homens?
Stephem Kanitz
Via Ricardo Bergamini, 14/05/2015

Por que as empresas pagariam 42% a mais para contratar um homem, quando uma mulher faria a mesma coisa por um preço bem menor?

Corre de tempos em tempos uma lenda urbana de que empresas, “corporações” e empresários deliberadamente discriminam mulheres e pagam 30% a menos pelo mesmo trabalho feito por uma mulher do que pagam para um homem.

São pesquisas feitas por Universidades sérias e o que impressiona é como estas pesquisas são aceitas sem pestanejar.

A pergunta que todos deveriam fazer é: Por que as empresas pagariam 42% a mais para contratar um homem, quando uma mulher faria a mesma coisa por um preço bem menor?

Um salário de R$ 1.000 dividido por R$ 700 é igual a 42% minha gente, muito mais chamativo do que R$ 700 dividido por R$ 1.000 – 1, que é menos 30%.

Se quiserem propagar esta lenda urbana pelo menos usem a manchete mais chamativa, Homens Ganham 42% a Mais do Que Mulheres.

Voltando à questão.

Por que empresários gananciosos, ávidos de lucros e imbuídos de espírito animal, segundo estes acadêmicos, contratariam só homens pagando 42% a mais?

Se existisse este tal espírito animal, administradores prefeririam ser rodeados somente de lindas mulheres e não homens, evitando 42% de custos adicionais.

Fico muito assustado quando vejo um Obama e um Congresso Brasileiro passarem leis baseados em pesquisas como estas que não tem nem pé nem cabeça.

O que está de fato acontecendo?

Vejamos a profissão de taxista.

Mesma profissão, mesmas ruas, mesmas horas de trabalho, e de fato mulheres ganham 15% a menos do que homens.

Isto porque mulheres preferem não fazer o período noturno com a bandeira 2 suplementar que varia de cidade em cidade.

Engenheiras da Petrobras ganham menos do que seus companheiros, porque elas preferem não trabalhar nas plataformas marítimas, onde se ganha várias vantagens extras, em troca de ficar longe da família.

Mulheres tendem a evitar posições de risco, homens solteiros são mais atirados assumem riscos e ganham mais. E são mais estressados, por sinal.

Em contrapartida, mulheres vivem 9% mais do que homens o que inclusive aumenta o custo atuarial de se contratar uma mulher.

Mulheres possuem várias vantagens trabalhistas devido à gravidez, meses onde ela recebe mas não trabalha.

Isto aumenta o custo de se contratar uma mulher.

Uma mulher que tenha de 3 a 4 filhos pode custar 9% a mais do que um homem, por meses trabalhados.

Do ponto de vista econômico, o consumidor não está disposto a pagar 9% a mais pelos produtos da empresa X, só porque as funcionárias decidiram ter mais filhos do que as funcionárias de uma empresa chinesa.

Em 2007, a Academia de Administração americana publicou uma pesquisa de Francine Blau, onde ajustando por anos de estudo, cargo, raça, indústria e ocupação, mulheres ganhavam 91% do que ganhavam os homens. Ou seja, 9% a menos e não 30%.

Empresas americanas pagam sim 10% a mais para contratar um homem do que uma mulher, porque assim evitam pagar maiores custos atuariais, custos com gravidez, creches obrigatórias e assim por diante.

Portanto, acredito que o mercado ajusta o preço entre mulheres e homens segundo estas diferenças de custos, e não por machismo corporativo.

Na realidade, os 9% de diferença de salários são custos adicionais impostos por leis, como adicional de periculosidade, adicional noturno, e assim por diante.

Mas isto ninguém pensa antes de publicar.

Stephen Charles Kanitz (São Paulo, 31 de janeiro de 1946) é um consultor de empresas e conferencista brasileiro, mestre em Administração de Empresas da Harvard Business School e bacharel em Contabilidade pela Universidade de São Paulo.

Em 1974 foi um dos precursores de análise de risco e crédito com seu artigo "Como Prever Falências", na Revista Exame 12/1974 que ficou conhecido como o Termômetro de Kanitz. Análise de risco abriu a possibilidade de crédito a pequenos empresários e pessoas mais pobres, antes dispensada somente àqueles mais ricos da população.

Em 1975 criou a edição anual Melhores e Maiores da revista Exame, determinando as empresas com melhor desempenho global de cada ano, iniciando no Brasil o movimento conhecido como benchmarking, seis anos antes de Tom Peters fazer o mesmo nos Estados Unidos em 1981, com o seu livro Em busca da Excelência.

Em 1992 foi um dos líderes que disseminou o conceito de Responsabilidade Social das Empresas, criando o primeiro site de voluntariado, www.voluntarios.com.br, e o primeiro site de doações on line na internet, o www.filantropia.org.

Em 1995 criou o Prêmio Bem Eficiente, que anualmente premia as 50 melhores entidades beneficentes do Brasil, e ajudou a colocar o terceiro setor na agenda jornalística do país.

Em 1994 publicou O Brasil que Dá Certo, que chegou a 32a. edição e lhe deu o Prêmio Jabuti de 1995. Foi um dos poucos que previu o sucesso do Plano Real, que iria erradicar definitamente a inflação no país, que a bolsa cresceria 10 vezes nos 10 anos seguintes e que o futuro empresarial seria fornecer produtos populares para os mercados de baixa renda.1

Tornou-se conhecido no Brasil principalmente por sua coluna na revista Veja, na qual foi colunista entre 1998 e 2009, na seção Ponto de Vista.

Escreveu em parceria: com Cecilia Akemi, Edison Castilho, Eliseu Martins, Lázaro Plácido Lisboa, Luiz Benatti, Nena Gerusa Cei, Sérgio de Iudícibus, Contabilidade introdutória (livro texto e livro-exercício) - Editora Atlas

Ricardo Bergamini
www.ricardobergamini.com.br

Os olhos (e ouvidos) do Imperio: NSA continua seu pequeno trabalho de escuta

House authorizes NSA mass surveillance program
By Robert Romano
Americans for a Limited Government, 14/05/2015

On May 13, the U.S. House of Representatives voted overwhelmingly, 338 to 88, to adopt H.R. 2048, the so-called "USA Freedom Act," that promises, in section 501, to include a "Prohibition on bulk collection" by the National Security Agency (NSA).

Ahead of the vote, the White House — a strong supporter of the agency's mass surveillance program it has said is vital to security — issued a statement in favor of the legislation, promising that it would "enhance privacy and better safeguard our civil liberties, while keeping our nation safe."

There is only one problem.

In truly Orwellian fashion, the bill does exactly the opposite, Rep. Justin Amash (R-Mich.) warned in a Facebook post to his constituents.

"H.R. 2048 actually expands the statutory basis for the large-scale collection of most data," Amash wrote in opposition to the bill hours before the vote.

Amash explained, "H.R. 2048 does this by authorizing the government to order the production of records based upon a "specific selection term" (i.e., like a search term used in a search engine)… A 'specific selection term' may be a specific person (including a corporation, such as Western Union), account, address, or personal device, but it also may be "any other specific identifier," and the bill expressly contemplates using geographic regions or communication service providers (such as Verizon) to define the records sought, so long as it's not the only identifier used as part of the specific selection term. In other words, the bill doesn't let the government require Verizon to turn over all its records without limitation, but nothing appears to prevent the government from requiring Verizon to turn over all its records for all its customers in the state of New York."

"Only a politician or bureaucrat wouldn't call that 'bulk,'" Amash added.

But it gets worse, as the legislation, if it becomes law, may undermine pending lawsuits against the agency, Amash warns, "H.R. 2048 gives our intelligence agencies, for the first time, statutory authority to collect Americans' data in bulk. In light of the Second Circuit's opinion that the NSA has been collecting our information in bulk without statutory authority for all this time, it would be a devastating misstep for Congress to pass a bill that codifies that bulk collection and likely ensures no future court will ever again be positioned to rule against the government for over-collecting on statutory grounds."

Meaning, the only remaining recourse would be to sue on constitutional grounds, leaving it to chance how courts might rule on the basis of the Fourth Amendment's protections against warrantless surveillance.

Congress would be better off doing nothing, since that would increase the odds of the warrantless surveillance being overturned in federal court. Instead, now members are giving their imprimatur to the program.

"The U.S. House is missing an historic opportunity to rein in the NSA mass surveillance program," Americans for Limited Government President Rick Manning said, instead urging Congress to "return to real reform that protects Americans from government surveillance in violation of the Fourth Amendment."

The legislation now heads to the U.S. Senate, and in the meantime, almost everyone in the House will pretend they voted to end the program. But don't be fooled.

All they did was provide political cover and a legal basis to Big Brother to download and store your phone records. That's not called ending the program; it's called authorizing it.

Robert Romano is the senior editor of Americans for Limited Government.

Retorno ao Futuro, Parte III: Agonia e Queda do Socialismo Real - Paulo Roberto de Almeida

Trabalho revisto e corrigido em função de pequenos erros de digitação, e de reformatação com notas de rodapé no rodapé, em lugar de serem colocadas no final, o que eu também detesto.

Alguém me solicitou um antigo trabalho, publicado numa fase pré-informatização da Revista 
Brasileira de Política Internacional, e que eu não havia ainda carregado na plataforma Academia.edu.
Voilà, c'est fait.
Os dois anteriores já tinham sido carregados nessa plataforma e disponibilizados neste blog:
1) http://diplomatizzando.blogspot.com/2015/05/retorno-ao-futuro-parte-i-ordem.html
2) http://diplomatizzando.blogspot.com/2015/05/retorno-ao-futuro-parte-ii-paulo.html
Paulo Roberto de Almeida


Retorno ao Futuro, Parte III: Agonia e Queda do Socialismo Real 
Revista Brasileira de Política Internacional  
(Rio de Janeiro: ano XXXV, nº 137-138, 1992/1, p. 51-71). 
Inserido no Academia.edu (14/05/2015) 
Sumário:
1. O exterminador de futuros
2. A maior “invenção” da humanidade?
3. Uma contradição insanável
4. O socialismo contra o mercado
5. Um modo de produção “inventivo”
6. O fim do socialismo e o laboratório da história
Bibliografia citada

Resumo:
Ensaio de caráter histórico-conceitual sobre o processo de “transição ao capitalismo” nas sociedades do ex-socialismo real. São enfatizados os impedimentos de natureza estrutural que bloquearam o modo de funcionamento da organização social da produção naquelas sociedades; eles podem ser explicados, em termos marxistas, pela inadequação fundamental das relações socialistas de produção para os fins de acumulação do sistema. Não apenas a base social e política do socialismo real era profundamente reacionária — daí a crise de legitimidade política do socialismo autoritário — como também sua base técnica era essencialmente conservadora, provocando uma crise estrutural em sua forma de organização econômica. Os impedimentos fundamentais se situavam ao nível do funcionamento do mercado e na incapacidade de difundir socialmente as inovações técnicas. Uma avaliação de tipo histórico-comparativo evidencia os paralelos da atual ruptura com outros processos de transformação social e política.

Ajuste Fiscal em cima da gente, para sobrar dinheiro para quem ja' e' rico - Adolfo Sachsida

Blg do Adolfo Sachsida

QUARTA-FEIRA, 13 DE MAIO DE 2015

Como Levar a Sério o Ajuste Fiscal??? Governo Coloca mais R$ 50 bilhões do Contribuinte no BNDES


O governo federal tem tentado convencer a sociedade de que o ajuste fiscal é pra valer. O governo petista jura que é necessário cortar direitos trabalhistas e previdenciários. O ministro da Fazenda diz em alto e bom som que precisa aumentar impostos. Tudo porque não há mais dinheiro em caixa...

Aí você abre o jornal e se depara com a seguinte notícia: GOVERNO VAI REPASSAR MAIS R$ 50 BILHÕES PARA O BNDES. Isso mesmo, o governo vai pegar o dinheiro do contribuinte brasileiro e repassar aos amigos do rei.

Em resumo, o governo pede sacrifícios cada vez maiores a população apenas para ter mais dinheiro para emprestar aos amigos do rei. Os cortes de direitos trabalhistas e previdenciários irão gerar uma economia MÁXIMA de R$ 20 bilhões. Os aumentos de impostos irão tirar outras dezenas de bilhões de reais do bolso do combalido contribuinte brasileiro. A inflação vem punindo cada vez mais nossa sociedade. Tudo isso para sobrar dinheiro para o governo brincar de fazer caridade com o chapéu alheio.

Como levar a sério um ajuste fiscal que, ao mesmo tempo em que aumenta impostos e corta direitos, repassa R$ 50 bilhões para os amigos da rainha?