O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

O fracasso da politica externa lulopetista - Fabio Zanini (Contexto)

O livro ainda não está disponível, mas já estou encomendando...


EUFORIA E FRACASSO DO BRASIL GRANDE

política externa e multinacionais brasileiras da Era Lula

Autor: Fábio Zanini
São Paulo: Editora Contexto, 2017; R$ 39,00
  • ISBN 978-85-7244-988-5
  • Formato 16 x 23
  • Peso 0.500 kg
  • Acabamento Brochura
  • Páginas 224
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  • Leia um trecho: 
  • http://editoracontexto.com.br/downloads/dl/file/id/1828/euforia_e_fracasso_do_brasil_grande_leia_um_trecho.pdf 
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  • Na era Lula, quase 50 novas embaixadas foram abertas.
    O projeto de poder do presidente no exterior incluiu também empreendedores e aproveitadores na construção civil, no agronegócio e no setor petrolífero. Para tanto, o dinheiro público rolou solto: entre 2003 e 2015, o BNDES liberou US$ 14 bilhões para 575 projetos no exterior, em 11 países da África e América Latina.
    Uma década depois da eleição de Lula, as rachaduras causadas por essa euforia desmedida se tornaram evidentes.
    O financiamento público a obras de infraestrutura no exterior passou a ser investigado por integrar um esquema de tráfico de influência e pagamento de propina. E o Brasil ainda ganhou fama de imperialista. É essa história de euforia e fracasso que o experiente jornalista Fábio Zanini nos conta. 
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  • Video com entrevista do autor: 
  • https://editoracontexto.com.br/euforia-e-fracasso-do-brasil-grande.html?euforia%20e%20fracasso  
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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Brasil e Argentina na Grande Guerra - Olivier Compagnon (livro)

Acabo de comprar este livro em Buenos Aires, na edição em espanhol, sem saber (porque estava fora do Brasil até recentemente) que ele já tinha sido traduzido e publicado no Brasil mais de dois anos atrás. Seria o caso de convidar o autor para um debate em torno do Brasil na Grande Guerra, justamente.
Paulo Roberto de Almeida

O ADEUS À EUROPA

por Maria Helena Rolim Capelato6 de agosto de 2014

primeira guerra_odette
Soldados da artilharia francesa. [Fotografia de autor desconhecido.]
No ano do centenário da Primeira Guerra Mundial, o historiador francês Olivier Compagnon propõe, no lançamento O adeus à Europa uma nova reflexão sobre a importância do conflito para a América Latina, tópico pouco explorado pela historiografia tradicional. Baseado em extensa pesquisa, incluindo fontes como romances, canções e manifestos da época, o professor da Universidade Sorbonne-Nouvelle demonstra como a Grande Guerra  impactou especialmente a vida política e cultural do Brasil e da Argentina.
A historiadora Maria Helena Rolim Capelato introduz, no prefácio de O adeus à Europa aqui reproduzido, os temas explorados no livro e destaca a importância de Compagnon para o desenvolvimento da historiografia latino-americana:
O adeus a Europa“Além de poético, o título deste livro indica a abrangência da pesquisa realizada pelo historiador francês Olivier Compagnon.* Transitando entre América Latina e Europa, o autor aborda um tema de especial relevância para a historiografia latino-americana, mas pouco estudado entre nós. Analisa o impacto da Primeira Guerra no Brasil e na Argentina e as transformações que ocorreram nesses países no entreguerras.
Optando pela história comparada, por si só de difícil abordagem, o autor ampliou seu voo de análise adentrando o campo da “história transnacional” e das “histórias conectadas”: dedicou-se ao estudo das relações econômicas, políticas, diplomáticas entre os dois países e a Europa e se empenhou na reconstituição de “redes de contato” entre intelectuais e produtores culturais brasileiros, argentinos e europeus ao longo de todo o período em foco.
Antes de apresentar os resultados de sua pesquisa, Olivier Compagnon se refere ao contexto que deu origem à Primeira Grande Guerra na Europa. Também menciona aspectos importantes do passado brasileiro e argentino que revelam momentos de rivalidades e cooperação mútua ocorridos a partir das independências nacionais. Essas referências históricas são importantes para que o leitor possa acompanhar as análises comparativas sobre os períodos subsequentes.
Valendo-se de fontes muito diversificadas, o autor reconstituiu os intensos debates que ocorreram nos dois países acerca da neutralidade ou adesão à guerra, mostrando os efeitos econômicos dessas decisões e também os transtornos provocados pela guerra no cotidiano das pessoas. São apresentadas ao leitor manifestações sobre a guerra expressas em canções, poemas, literatura de cordel, letras de tango, jogos de guerra para crianças, dados sobre as doações à Cruz Vermelha Francesa, pedidos de alistamento de voluntários que queriam “vencer o Kaiser” ou enfrentar o “perigo alemão”. Além dessas referências, são analisadas na obra a participação de grupos “neutralistas”, “pacifistas”, aliadófilos e germanófilos que entraram em conflito provocados pelas posições antagônicas.
Nas passagens em que analisa as condições que propiciaram a entrada do Brasil na guerra, o autor apresenta dados e fatos que elucidam a decisão de quebra da neutralidade, mostrando a seguir suas consequências. Também elucidativas são as análises referentes às propagandas de apoio à causa da Entente, que atestam a força dos imaginários sociais expressos a partir de visões dicotômicas do conflito. Em relação a este aspecto, são mencionados, como exemplo, mensagens que se referiam à França e à Inglaterra como defensoras do direito e da liberdade e à Alemanha como expressão da barbárie.
Com o desenrolar do conflito, segundo Olivier Compagnon, ocorreu uma paulatina rejeição a esse imaginário que resultou numa crise de identidade nacional no Brasil, na Argentina e em outros países latinoamericanos. A discussão deste tema é privilegiada pelo autor.
jornal do brasil_primeira guerraNa introdução do livro fica explicitada a preocupação central da pesquisa: ela consiste em averiguar em que medida o conflito contribuiu para a renovação dos debates sobre a Europa como modelo para as Américas e em que medida o “suicídio da Europa” provocou questionamentos sobre a identidade nacional predominante na primeira metade do século XX na América Latina. O autor partiu da hipótese, consistentemente demonstrada, de que o conflito concorreu para a cristalização de um nacionalismo político e cultural específico, fruto das crises de identidade afloradas no subcontinente em decorrência da percepção dos “Horrores da Guerra” que ocorreu no âmago da Civilização Europeia.
O autor procura mostrar que novas formas identitárias foram sendo construídas a partir de uma crítica à cultura cosmopolita que orientara as elites latino-americanas desde o século XIX. Para fazer frente a essa perspectiva era preciso que ocorresse a emancipação do “modelo” europeu.
A análise sobre as transformações que ocorreram nos dois países em relação à imagem da Europa nesse contexto é surpreendente: o leitor acompanha, com perplexidade, a passagem radical do culto cego à Europa ao sentimento de desilusão profunda com relação ao “Velho Mundo”. O desmoronamento da imagem da “civilização europeia” que orientara a configuração da modernidade nos países da América Latina provocou, como mostra o autor, uma redefinição do sentido das nacionalidades no “Novo Mundo”. As referências a intelectuais que desenvolveram ideias sobre o declínio da Europa, sobretudo as que foram expressas na obra de Spengler sobre a Decadência do Ocidente, permitem aquilatar a grande repercussão dessas teses nos países latino-americanos.
O capítulo intitulado “Noturno europeu” interpreta a reação de intelectuais argentinos e brasileiros frente a uma Europa que fracassara. Ao discorrer sobre este tema, o autor chama a atenção para o contraste entre a decepção dos latino-americanos em relação à guerra que explicitou o fim da “civilização europeia” e a crença nas possibilidades positivas que esse declínio oferecia para o Novo Mundo: a América.
primeira guerra_daily mail
Tropas britânicas [Foto dos arquivos da AP; Hulton-Deutsch Collection; CORB; Alamy]
Ao término da leitura dessa obra tão instigante, constatamos que as preocupações de Olivier Compagnon em se distanciar das visões sobre a América Latina como um todo homogêneo e das concepções “essencialistas” sobre as identidades nacionais contribuíram para a realização de uma análise comparativa modelar. Além desse mérito, cabe salientar que o autor se preocupou em dar visibilidade à atuação de atores brasileiros e argentinos que, durante um período de transformações profundas resultantes do conflito mundial, conseguiram modificar a percepção que tinham sobre seu lugar no mundo. Essa mudança de perspectiva, como indica a análise, incentivou revisões profundas sobre as identidades nacionais por parte dos atores que se empenharam na construção de um “Novo Mundo” americano distante do modelo da civilização europeia que servira como guia para os construtores da modernidade latino-americana no período anterior.
Mas, como se constata a partir das indicações do autor, a busca de uma nacionalidade autêntica, original não significou a interrupção dos contatos com a Europa. Naquele passado, como nos dias de hoje, pessoas, ideias e mercadorias continuaram circulando entre os dois lados do Atlântico: a tradução deste livro constitui um exemplo muito positivo dessa possibilidade de trânsito.
* Não poderia deixar de mencionar, na apresentação deste livro, as contribuições do autor para o desenvolvimento da historiografia latino-americana na França. Professor e pesquisador do Institut des hautes études de l’Amérique latine (Université Sorbonne Nouvelle), suas pesquisas demonstram grande sensibilidade e competência na abordagem de temas relacionados à história da América Latina. Seus pares “americanos” reconhecem não apenas a qualidade de seus trabalhos, mas também seus esforços para o estabelecimento de “redes de contato” entre historiadores franceses e latino-americanos.”
Maria Helena Rolim Capelato é doutora em História Social pela Universidade de São Paulo e especialista na área de História da América. Atualmente é professora titular do Departamento de História da USP.

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Democracia e política externa: o período lulopetista - Paulo Roberto de Almeida

De volta de viagem de férias, encontro me aguardando na caixa de correspondência dois exemplares deste livro, resultado do IV Simpósio Internacional de Ciências sociais, realizado na Universidade Federal de Goiás, em Goiania, de que participei em novembro de 2015, cujas intervenções foram finalmente publicadas no final de 2016:

A ficha de meu trabalho, já com os dados editoriais do livro está aqui:
“Democracia e Política Externa: considerações sobre o caso brasileiro”, in: Pedro Célio Borges et al. (org.), Democracia e ciências sociais : memória, políticas e desigualdades. Goiânia: Gráfica UFG, 2016, 285 p.; ISBN 978-85-495-0035-9; pp. 93-116. Relação de Originais n. 2892. Relação de Publicados n. 1247.

Por algum motivo que desconheço, no momento da impressão gráfica do livro, a composição editorial alterou a ordem da minha bibliografia, misturando títulos meus com os de outros autores.
O trabalho original está disponível na plataforma Academia.edu, neste link:
http://www.academia.edu/26619963/Democracia_e_Politica_Externa_consideracoes_sobre_o_caso_brasileiro_2015_

 A parte inicial do meu texto vai aqui reproduzida: 


Democracia e política externa: considerações conceituais preliminares
As relações entre a democracia e a política externa, tal como propostas como temática para esta mesa redonda, serão aqui considerada no sentido estrito dos conceitos expressos. Não se trata, portanto, de examinar, em geral, as conexões entre os regimes democráticos e as relações interestatais no sistema internacional, nem de saber como este funciona no plano de sua organização política em função de critérios mais ou menos democráticos, que são aqueles simbolizados pelo princípio da representação eleita, por debates de tipo parlamentar, pelo controle e pela responsabilização dos poderes, e pelos demais elementos inerentes a uma organização política de tipo democrático. Uma abordagem a esse nível de generalidade integraria, mais bem, estudos de sociologia das relações internacionais, tais como os propostos, por exemplo, por um especialista como Marcel Merle (1974; 1981; 1984).
O objetivo aqui é o de considerar como determinados países membros da comunidade internacional refletem, ou não, princípios ou valores democráticos em sua política externa, uma das mais importantes políticas públicas de qualquer Estado contemporâneo. Ao empreender este tipo de exercício, nas condições objetivas do Brasil atual, parece natural dedicar maior atenção ao caso do Brasil, tanto no plano histórico quanto no atual governo, com ênfase nas difíceis e ambíguas relações que o partido hegemônico na última década e meia, o Partido dos Trabalhadores (PT), mantém com o princípio democrático, a começar pelas relações entre Estado e partido, uma relação clássica no campo do marxismo, universo político e referência conceituais às quais o PT está ideologicamente associado, tal como expressamente reconhecido por alguns de seus dirigentes e por diversas de suas correntes internas (Almeida, 2003).
Uma consideração de ordem prática, vinculada tanto à temática proposta quanto à ênfase acima indicada, poderia ser formulada sob a forma de uma pergunta inicial: pode um país que se pretende democrático apoiar, em sua política externa, ditaduras reconhecidas? Registre-se que não se está falando, neste caso, de relações diplomáticas interestatais, que países de diferentes regimes políticos mantém entre si, desde que respeitados padrões mínimos de comportamento, que estão basicamente expressos na Convenção de Viena de 1961 sobre Relações Diplomáticas e, de modo mais amplo, na Carta ONU (1945). Trata-se, mais objetivamente, de apoio político deliberado, de suporte financeiro concreto – como, por exemplo, financiamentos concedidos por vias não transparentes e não controladas pelo parlamento nacional – e até de solidariedade moral, que um país que se pretende democrático pode vir a conceder a regimes políticos que nitidamente não se pautam pelos mesmos valores e princípios das democracias reconhecidas. O que impeliria a política externa de um país tido por democrático a emprestar esses tipos de apoios a ditaduras abertas, quando não tiranias consolidadas?
É o caso do Brasil atual, sem qualquer hipocrisia na afirmação: os governos do PT, desde o início de seu exercício legítimo à frente do Estado brasileiro, em 2003, apoiam ditaduras reconhecidas e parecem não ver nenhum problema nisso. Para ser mais concreto ainda: o governo do PT tem um caso de amor explícito com Cuba, derivado, provavelmente, de relações não reveladas e não sabidas pela maior parte dos cidadãos que se exercem como eleitores e participantes do sistema político, ou até mesmo dos próprios diplomatas, categoria da qual faz parte o autor deste texto. Esse governo, como já foi amplamente evidenciado pela crônica dos eventos correntes, também tem manifestas simpatias por outras ditaduras, mas o seu caso de amor com Cuba é mais longo, mais durável, mais consistente, simbolizado inclusive nos milhões de dólares transferidos para a mais longeva ditadura do continente e uma das mais antigas do planeta, só superada pela da família Kim, da infeliz Coreia do Norte. Uma associação de tal forma explícita, num contexto histórico caracterizado pela aparente ascensão e disseminação dos regimes democrático e pelo isolamento crescente dos regimes de força ou abertamente ditatoriais, deveria chamar a atenção dos cientistas políticos e dos analistas de relações internacionais; no entanto, essas simpatias não estão sendo suficientemente analisadas pelos especialistas que se ocupam dessa área no Brasil.
Antes, contudo, de nos ocuparmos do caso brasileiro, no contexto atual – ou seja, o dos governos petistas exercendo o poder político desde 2003 –, caberia efetuar considerações iniciais sobre a relação altamente ambígua entre a democracia e a política externa, em suas conexões nos planos metodológico e conceitual, temática de que se ocupará a seção seguinte; as seções subsequentes serão dedicadas a considerações do ponto de vista da prática, ou seja, ao exame dessas conexões a partir de exemplos retirados da experiência brasileira da última década e meia do reino companheiro.

Leia a íntegra no link a seguir: 
http://www.academia.edu/26619963/Democracia_e_Politica_Externa_consideracoes_sobre_o_caso_brasileiro_2015_

A China, quem diria?, combate a corrupcao em tom mais vigoroso

Em 2001, o eterno candidato à presidência da República, chefe também eterno do PT, que ele trata como seu feudo particular, visitou a China, sendo recebido quase como chefe de Estado.
Na ocasião, o PT e o PCC (Partido Comunista da China), que domina o governo, o Estado, o país, a nação, toda a sociedade naquele imenso território asiático, assinaram um protocolo de cooperação, que sempre envolve a troca de informações e de experiências práticas em todos os terrenos da vida partidária, da administração pública, da governança.
Parece que o PT faltou às aulas de combate à corrupção, como evidenciado por esta matéria do Observatório da Política China sobre o endurecimento das penalidades contra delitos econômicos:
Paulo Roberto de Almeida

Fiscalía suprema china anuncia castigos más duros contra delitos económicos

05/02/2017
BEIJING, 5 feb (Xinhua) -- La Fiscalía Popular Suprema (FPS) de China se ha comprometido a imponer castigos más severos a los responsables de delitos económicos que afecten los intereses de grandes comunidades, entre ellos la absorción ilegal de depósitos públicos y la recolección fraudulenta de fondos.
BEIJING, 5 feb (Xinhua) -- La Fiscalía Popular Suprema (FPS) de China se ha comprometido a imponer castigos más severos a los responsables de delitos económicos que afecten los intereses de grandes comunidades, entre ellos la absorción ilegal de depósitos públicos y la recolección fraudulenta de fondos.
El ente acusador también urgió a las fiscalías locales a dar más prioridad a la prevención de los riesgos financieros, luchando contra delitos como el blanqueo de dinero y la banca clandestina, así como a tomar parte activa en el manejo de los riesgos financieros en Internet, de acuerdo con un comunicado de la FPS.
Igualmente, la fiscalía se comprometió a fortalecer la labor contra la manipulación y el tráfico de información privilegiada en los mercados de títulos y futuros, y también en la supervisión de los mercados inmobiliarios.
En los últimos años se han registrado en China varios casos de delitos financieros con amplio despliegue mediático, entre ellos las actividades ilegales de recolección de fondos de Ezubao y el caso de Xu Xiang, gerente general de una compañía de inversiones con sede en Shanghai, quien fue acusado por presuntamente haber manipulado el mercado de valores.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Os "bad hombres" mexicanos que Trump vai reprimir... no México!

Em 1912, o Big Stick Theodore Roosevelt (tio de FDR) mandou invadir Vera Cruz por motivos equivalentes (não semelhantes, sequer similares). O Brasil ficou dois anos representando os interesses americanos depois da ruptura de relações diplomáticas. Será que o Brasil vai exercer o mesmo papel depois que Mister Trump invadir novamente o México?
Porfírio Diaz tinha razão?
Paulo Roberto de Almeida 

O Estado de S. Paulo – Governo do México nega ameaça de Trump a ‘homens maus’

 

Chancelaria mexicana divulgou nota repudiando o que chamou de 'informações falsas' publicadas pela imprensa

 

CIDADE DO MÉXICO - O governo do México desmentiu nesta quarta-feira, 1º, reportagens sobre "humilhações e ameaças" do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao seu homólogo mexicano, Enrique Peña Nieto, supostamente feitas durante uma conversa telefônica.

 

A diretora de Comunicação da Secretaria de Relações Exteriores mexicana, Claudia Algorri, assegurou em um texto publicado no Twitter que as reportagens carecem de sustentação e que o tom das conversas entre os presidentes na sexta-feira, 27, foi "construtivo".

 

No documento, a funcionária assegurou que a informação publicada "está baseada em absolutas falsidades e com evidente má intenção".

 

"Durante a ligação, o presidente Peña Nieto foi claro e enfático em assinalar as diferenças de posições a respeito de algumas informações feitas pelo presidente Trump em público e que foram repetidas durante seu diálogo", escreveu a chefe da comunicação da chancelaria mexicana.

 

"O tom foi construtivo, se chegou a um acordo entre os presidentes de seguir trabalhando e foi assegurado que as equipes dos países se reúnam de maneira frequente para construir um acordo que seja positivo para o México e os Estados Unidos."

 

As reportagens, que foram publicadas em diversos veículos de imprensa norte-americanos, indicam que Trump ameaçou na conversa telefônica enviar soldados americanos para conter os "bad hombres" (homens maus), a menos que o Exército mexicano tome mais medidas para controlá-los. "Vamos construir o muro e vocês vão pagar, gostem ou não", teria falado o presidente dos Estados Unidos.

 

O porta-voz da Presidência do México, Eduardo Sánchez, também negou a ameaça de Trump a Peña Nieto. "Isto é absolutamente falso", afirmou, em entrevista ao canal mexicano Milenio Televisión.

 

De acordo com Sánchez, Peña Nieto sublinhou durante sua conversa com Trump que "a capacidade dos grupos de narcotraficantes em nosso país está alimentada pela introdução ilegal de armas e dinheiro vivo a partir dos Estados Unidos". / EFE

 

O Estado de S. Paulo – Trump diz a México que detenha seus ‘homens maus’

 

Segundo transcrições de telefonema a presidente mexicano, novo líder americano ameaça enviar Exército ao país vizinho para resolver situação; governo do México nega declarações       

 

WASHINGTON – Em um telefonema ao presidente do México, Enrique Peña Nieto, na sexta-feira, Donald Trump ameaçou enviar soldados americanos para conter os “bad hombres” (homens maus), a menos que o Exército mexicano tome mais medidas para controlá-los, revelou uma transcrição da conversa obtida pela agência Associated Press.

 

A jornalista mexicana Dolia Estevez, que vive em Washington e escreve para a revista Forbes, confirmou a ameaça em entrevista à âncora de um programa no México, Carmen Aristegui. Citando fontes confidenciais, Estevez disse que Trump humilhou Peña Nieto.

 

“Não preciso dos mexicanos. Não preciso do México”, disse Trump a Peña Nieto, segundo Estevez. “Nós vamos construir o muro e vocês pagarão por ele, queiram ou não queiram”, disse o americano, ainda de acordo com a jornalista mexicana.

 

As transcrições entregues à Associated Press por um funcionário com acesso ao material, não contêm a resposta de Peña Nieto às declarações de Trump. “Você tem um bando de homens maus aí. Você não está fazendo o suficiente para detê-los. Acho que seus soldados estão assustados. Nossos militares não, então eu poderia enviá-los aí para lidar com isso”, declarou Trump ao mexicano, segundo as transcrições.

 

O texto não deixa claro quem exatamente Trump considera “bad hombres” – se narcotraficantes, imigrantes ou ambos –, mas a conversa é um exemplo de como o novo presidente conduz sua diplomacia nos bastidores. As declarações de Trump também sugerem que ele está usando com os líderes mundiais o mesmo tom agressivo que usou durante os atos de campanha.

 

Segundo a AP, a Casa Branca não respondeu ao pedido de comentário. Já o Departamento de Relações Exteriores do México negou as ameaças, dizendo que a notícia tinha como base “absolutas falsidades”.

 

“As declarações não correspondem à realidade. O tom (do telefonema) foi construtivo e os dois presidentes concordaram em continuar trabalhando. As equipes continuarão se reunindo com frequência para chegar a um acordo que seja positivo para o México e os EUA”, disse a chancelaria mexicana em comunicado.

 

Tanto o governo mexicano quanto o americano divulgaram o telefonema, que ambos qualificaram de “amigável”, mas nenhum dos dois lados revelou sobre o que os dois presidentes conversaram. Peña Nieto cancelou uma visita que realizaria esta semana aos EUA em meio à polêmica sobre a construção do muro na fronteira com o México.

 

Trump já usou a expressão “bad hombres” antes. Em outubro, durante debate presidencial, ele prometeu livrar os EUA dos “barões das drogas” e dos “bad hombres”. / AP

Diplomatas reagem a diretivas imorais do Chefe de Estado

Diplomatas não precisam ser passivos (com perdão da expressão), ou submissos. Eles podem, em determinadas circunstâncias devem, dizer claramente de que lado está o direito, a conduta correta, a ética profissional e a moral pessoal. 

Paulo Roberto de Almeida 


NYTimes: State Dept. Dissent Cable on Trump’s Ban Draws 1,000 Signatures

https://www.nytimes.com/2017/01/31/world/americas/state-dept-dissent-cable-trump-immigration-order.html?smprod=nytcore-iphone&smid=nytcore-iphone-share

The cable, asserting that the president’s order on immigration will not make the nation safer, has wended through dozens of embassies and is still spreading.


NAIROBI, Kenya — It started out in Washington.

Then it went to Jakarta. Then across Africa.

One version even showed up on Facebook.

Within hours, a State Department dissent cable, asserting that President Trump’s executive order to temporarily bar citizens from seven Muslim-majority countries would not make the nation safer, traveled like a chain letter — or a viral video.

The cable wended its way through dozens of American embassies around the world, quickly emerging as one of the broadest protests by American officials against their president’s policies. And it is not over yet.

By 4 p.m. on Tuesday, the letter had attracted around 1,000 signatures, State Department officials said, far more than any dissent cable in recent years. It was being delivered to management, and department officials said more diplomats wanted to add their names to it.

The State Department has 7,600 Foreign Service officers and 11,000 civil servants.

The letter had been evolving since this weekend, when the first draft emerged. It was edited as it moved along, with some diplomats adding words and others striking out passages.

For example, one diplomat suggested this sentence should simply end on “lasting shame”: “The decision to restrict the freedom of Japanese-Americans in the United States and foreign nationals who wanted to travel to or settle in the United States during the 1940s has been a source of lasting shame for many in our country.”

Some officials who were trying to sign the document on Tuesday said it was not clear who was in charge or who was collecting signatures. The letter was passed through official State Department email accounts and on government time — several diplomats said union rules allowed them to work on dissent memos on the clock.

“Policy dissent is in our culture,” said one diplomat in Africa, who did not want to speak publicly before the letter was released. “We even have awards for it.”

The letter, which harshly took apart the executive order, said the visa ban would “alienate allies” and “hurt America economically.” Foreign travelers inject nearly $250 billion into the American economy, the letter said, supporting more than one million jobs.

Some diplomats said they joined the dissent by sending an email saying “I’m in” or “Please add my name as a signer” along with their full name, title, position and post.

The letter was apparently circulated through informal networks of diplomats and not through any State Department-wide email list. One diplomat on vacation in the United States said he received the letter from a colleague in another part of the world who was not connected to the drafters and was simply passing it along.

The diplomat predicted that hundreds of other diplomats would be eager to sign it if they could, but because of the complications of figuring out where the dissent memo originally came from, he was not sure how many would actually sign it.

Most people in the State Department have never seen anything like this, the diplomat said. He said dissent memos were reserved for major policy issues, not for little grumbles like bad food in the embassy cafeteria.

That diplomat also requested anonymity, saying that Foreign Service officers were not supposed to criticize American policy publicly and that he did not want to open himself up to accusations that he had violated the rules. That could threaten his job, he said, especially in such a polarized environment.

This is exactly what the dissent channel, as it is called, was intended for.

Starting in 1971 during the Vietnam War, the channel encourages department officials to voice their criticisms internally through a process of sending a memo or a cable to the secretary of state expressing their concerns and suggesting solutions. The final part of the visa ban memo lays out detailed alternatives, including increased vetting for specific nationalities.

State Department rules are supposed to protect dissenters from being retaliated against, and last year several dozen diplomats signed a dissent memo criticizing American policy on Syria.

But however officially tolerated, several veteran diplomats said dissent was still risky. When it comes to ambassadorships, the selection process is highly competitive — and highly subjective — and the diplomats said it would be impossible to prove why someone had been blocked from a coveted post. Previous dissent could easily be used against the person.

Some State Department officials said on Tuesday that they would not sign the letter because of those risks. While one said he disagreed with the visa ban, he considered it his job to enforce American government policies whether or not he agreed with them.

Other diplomats said the letter did not mean that dissenters would disobey the visa ban. The intent was to try to change the policy so the ban would be lifted, they said.

The diplomat who said he would not use a dissent memo to complain about cafeteria food said that he had been torn when the United States invaded Iraq because he was strongly against the war, but that he did not know how to express his concern.

He said he was just starting out at the time.

The visa ban, he said, “was such obviously bad policy” that he was trying to find a way to sign the dissent letter.

He also said that many diplomats were using the letter as a vehicle to express broader concerns about the way the Trump administration has appeared to sideline the State Department.

The diplomat spoke in defense of refugees, saying that the tiny percentage from, say, Somalia who had been approved for resettlement in the United States had been scrutinized by several agencies and were among the most vulnerable of very vulnerable people. Now, many are stuck in limbo in transit centers.

The diplomat also criticized Mr. Trump’s press secretary, Sean Spicer, who said on Monday that State Department officials who did not agree with Mr. Trump’s agenda “should either get with the program or they can go.”

He called that “bullying at the highest levels.”

Follow Jeffrey Gettleman on Twitter @gettleman.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

James Steuart merece um coloquio, 250 anos depois? Em Sevilha, certamente...

Please note that the deadline for abstract submission for the conference,
JAMES STEUART AND AN ECONOMY WITHOUT INVISIBLE HANDS
Seville, 26-27 October 2017
has been extended to 15 February 2017.
https://www.upo.es/econ/Steuart/

Abstract submission is now open for a conference to be held in Seville on the 26-27 October 2017, to commemorate the 250th anniversary of the publication of An Inquiry into the Principles of Political Œconomy (1767). Please send an abstract of no more than 500 words to José Manuel Menudo, at jmmenpac@upo.es no later than 15 February 2017 (extended deadline).

The decision on acceptances will be sent to authors by 15 March 2017. The deadline for submission of full papers is 15 September 2017. Papers may be written in English, in Spanish or in French. The scientific committee offers a number of grants to young scholars interested in participating at the Conference.

James Steuart (1713 -1780) published An Inquiry into the Principles of Political Œconomy in 1767, the first systematic treatise on economics as a science, nine years before Adam Smith’s Wealth of Nations.  The conference aims at discussing different approaches to the analysis of Steuart’s oeuvre within the context of the writings of other 18th-century authors (1680 to 1830). Steuart’s economic thought will be presented as an alternative approach to many key developments in economic theory.

Authors are invited to examine various aspects of the life, works and influence of James Steuart, including his links to other authors who conceive – as Steuart did – the economic system of “natural liberty” as an artificial creation.  Submissions are welcome in areas such as:
−    James Steuart and the World of the Enlightenment. The bank of Amsterdam, the East India Company, the Scottish parliament or the House of Stuart.
−    James Steuart and the physiocrats. Similarities and contrasts or the relationship between Steuart and the members of Quesnay's group/movement.
−    The diffusion of James Steuart’s works around the world. The reception of Steuart’s ideas and the translation of his works.
−    The authors opposed to Adam Smith's apologetic stance (in particular the theorists of the 18th and 19th centuries), that there is an invisible hand which coordinates needs and which underpins the unintended social benefits of individual actions.
−    James Steuart and Money. Real price and money price, the anti-quantity theory of money, fiat money and payment systems.
−    James Steuart's statesman. Subordination and dependence in hierarchical societies, response to social relations that are in continual flux, the duties of an active statesman, the imbalance between supply and demand, and the plan of political economy.

Scientific Committee: Manuela Albertone (Università di Torino), Christopher Berry (University of Glasgow), Jean Cartelier (Université de Paris X), Yutaka Furuya (Tohoku University), Rebeca Gomez Betancourt (Université Lyon 2), Claudia Jefferies (City, University of London), Alexandre Mendes Cunha (Universidade Federal de Minas Gerais), José M. Menudo (Universidad Pablo de Olavide), Bertram Schefold (Goethe University), Claire Silvant (Université Lyon 2), André Tiran (Université Lyon 2), Keith Tribe (Independent Scholar) and Ramón Tortajada (Université Grenoble-Alpes)

Meridiano 47: numero especial sobre pesquisa e extensao em RI - ABRI 2017

Meridiano 47 – Journal of Global Studies
Dossiê especial sobre Ensino, Pesquisa e Extensão em RI no Brasil

Permanece aberta até 30/03 a chamada de contribuições para o Dossiê Especial sobre Desafios e Caminhos do Ensino, Pesquisa e Extensão em Relações Internacionais no Brasil, em organização em Meridiano 47 – Journal of Global Studies.

A ampliação dos cursos de graduação e de pós-graduação, a diversidade das atividades com interface internacional, assim como os avanços teóricos e empíricos da disciplina nos últimos anos evidenciam a consolidação do campo das Relações Internacionais no Brasil. Ao mesmo tempo, as mudanças nas tecnologias da informação, as novas possibilidades de atuação profissional e os desdobramentos interdisciplinares estimulam a discussão sobre o perfil dos egressos, bem como sobre as expectativas do mercado de trabalho e do Estado em relação ao campo.

A publicação deste Dossiê pretende contribuir para o debate sobre as Relações Internacionais no Brasil, congregando avaliações sobre questões e metodologias que movem o campo nas dimensões do Ensino, da Pesquisa e da Extensão, inclusive nas suas inter-relações. Nessa perspectiva, convidamos a comunidade a submeter trabalhos que abordem, entre outros, os seguintes temas:

- a relação entre o ensino na graduação e na pós-graduação;
- desenvolvimentos recentes de temas substantivos nas agendas de pesquisa e sua inter-relação com o ensino e a extensão;
- formas de aprendizado ativo e experienciais;
- o desenvolvimento da área no Brasil e/ou comparação com a experiência de outros países, o papel das simulações; projetos pedagógicos, conteúdos programáticos e análise de currículos;
- perspectivas e expectativas do mercado de trabalho; modalidades de avaliação, inclusive da área; experiências de integração entre disciplinas; metodologias de pesquisa.

As normas de colaboração da Revista podem ser verificadas aqui e submissões se fazem aqui
O lançamento do dossiê se fará em julho de 2017, no contexto do Encontro Nacional da Associação Brasileira de Relações Internacionais – ABRI.