Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
domingo, 2 de julho de 2023
sexta-feira, 30 de junho de 2023
Duas histórias sobre dois casos: o Foro de S. Paulo e a Stasi - Paulo Roberto de Almeida
Two tales of two cases: sobre o Foro de S. Paulo e a Stasi (ex-RDA)
Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.
Nota sobre as entrelinhas da História.
A maior parte dos jornalistas e das pessoas comuns deve desconhecer os mecanismos pelos quais os comunistas cubanos atuaram para consolidar o Foro de S. Paulo, independentemente da capacidade do PT de supostamente “influenciar” dezenas de partidos e movimentos de esquerda da AL.
Depois da queda repentina do muro de Berlim e da rápida absorção da RDA pela RFA, a Stasi não teve tempo de limpar os arquivos, e daí se soube que mulher vigiava o marido, como se viu na “Vida dos Outros”.
Os comunistas cubanos estão tendo todo o tempo do mundo para fazer o serviço, o que impedirá revelações históricas como se viu no caso da RDA, mas não os impede de controlar, agora e sempre, figuras e entidades para atingir suas finalidades próprias.
A diferença entre os dois casos ainda habilita certas pessoas a posarem de “democratas”, confiando na intangibilidade dos arquivos, ou na contenção segura dos controladores. São os caminhos diversos da história, sobre os quais apenas novelas ao estilo de John Le Carré podem desvendar o que está realmente por trás de certos “fatos”.
Não sou nenhum John Le Carré, mas sei ver o que se esconde atrás de certos cenários, que podem ser de extrema-direita ou de extrema-esquerda. Muitos ignoram que Chávez, ou Fidel Castro, por exemplo, ambos considerados líderes de esquerda pelos ingênuos de sempre, foram o mais próximo que a AL teve de certo DNA fascista ou nazista, o que é característica própria de todas as ditaduras, de esquerda ou direita.
Ditadura é ditadura, de qualquer cor ou ideologia. Mas certa esquerda na AL apoia Putin, um êmulo de Hitler, apenas porque ele é antiamericano, um avatar próprio aos ingênuos ou ignorantes dessa esquerda.
A ingenuidade, ou desconhecimento, de certos fatos, para mim evidentes, impede que jornalistas e pessoas comuns possam reconhecer no papel que o Foro de S. Paulo tem para o PCC um equivalente funcional similar ao que o Cominform tinha para o PCUS no stalinismo tardio, entre os anos 1940 e 50.
Mas, tudo isso não tem mais nada a ver, como quer fazer acreditar a extrema-direita (e seu finado guru ideológico), com um “movimento comunista internacional”, hoje inexistente. Tem mais a ver com a sobrevivência material de regimes ditatoriais como o cubano e o chavista, e a própria sobrevivência política e física de seus dirigentes.
Desse ponto de vista, Lula é um aliado objetivo, ou um “inocente” útil, de autocratas de esquerda e de DIREITA que se opõem atualmente a valores e princípios próprios a democracias liberais.
A História não o absolverá.
Mas é pena que, diferente do caso da Stasi, documentos talvez não sobrevivam ao triste registro do verdadeiro itinerário da contrafação que representaram, no caso do Brasil, um amigo da ditadura militar e elogiador de torturadores, como o Bozo, e um amigo de execráveis ditaduras supostamente de esquerda, como faz hoje Lula, em relação a seus amigos cubanos, venezuelanos ou nicaraguenses.
Dois relatos sobre dois casos, mas existem muitos outros mais…
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4428, 30 junho 2023, 2 p.
PS: Aproveito para indicar um outro pequeno texto sobre o Foro de S. Paulo, para quem possa se interessar pelo assunto:
4285. “As ‘internacionais’ do comunismo”, Brasília, 6 dezembro 2022, 2 p. Nota sobre as diversas associações do movimento comunista internacionais, Comintern, Cominform e Foro de S. Paulo. Postado no blog Diplomatizzando(link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/12/as-internacionais-do-comunismo.html).
quinta-feira, 29 de junho de 2023
Entre literatura oral e escrita: Livros portugueses do século XVI sobre o Brasil e a sua relação com a literatura contemporánea - Franz Obermeier (Academia.edu)
Um grande brasilianista alemão, oferecendo estudos históricos da melhor qualidade sobre o Brasil colonial:
Entre literatura oral e escrita: Livros portugueses do século XVI sobre o Brasil e a sua relação com a literatura contemporânea
Confronting portuguese documents about Brazil in the 16 th century (Soares de Sousa, Noticia do Brasil 1587, Cardim, Tratados, depois de 1583, Pero de Magalhães de Gândavo, Historia da provincia sancta Cruz, Lisboa 1576, with contemporary French (Léry, Thevet, Claude d'Abbeville, Yves d'Évreux) and their iconography (single leaf prints about a sea monster in Brazil, italian version 1565, also German translation), also in one illustration in the Historia da provincia sancta Cruz, Lisboa 1576, we see common features. Also relating to the content (indigenous myths and migrations, we see similarities and differences. The Portuguese tratados are informative texts and are lacking the combination of a personal narrative with an ethnographic part we have in the most important book about Brazil at that time Hans Staden, Warhaftige Historia, Marburgo 1557, and in a limited way in the travel narrative by the English Anthony Knivet (after 1593, published by Purchas 1625). Ao confrontarmos as informações de origem francesa com outros documentos portugueses e alemães da época vemos as diferênças entre eles. As informações adicionais da Cosmographie (1575) e dos manuscritos de Thevet são provavelmente de fontes portuguesas. Os seus relatos da mitologia tupi são únicos na literatura etnológica do tempo. Pelo fato de muitas outras observações do livro terem sido resultante de uma provável tradição oral dos portugueses, há uma clara indicação de que também a parte da mitologia nessas obras foi colecionada por portugueses. Dois exemplos para a diferença das informações etnológicas podem ser suficientes. Na tradição francesa, os Singularitez de Thevet 1557/58 e o livro de Léry Histoire d’un voyage 1578, não vem mencionado em nenhum lugar o novo nome do matador depois do ritual antropofágico ou de outro cerimonial ligado à captura de um prisioneiro. Nem sequer a couvade do pai é mencionada depois do nascimento de uma criança. Thevet descreve primeiramente esse nome honorífico e a couvade na sua Cosmographie ("autant de prisonniers qu’ils tuent, autant prennent ils de noms [...]", 1575, 932 v, Lussagnet 1953, 132, a cou¬vade na página 916 r, 1953, 50/51). Os capuchinhos da colónia do Maranhão de 1612-1615, Claude d’Abbeville e Yves d’Évreux falam....
Ver o texto integral no link acima.
Christian-Albrechts-Universität zu Kiel
Department Member
Most of my articles are on: http://macau.uni-kiel.de/
Here in Academia is only a choice.
Luiz Zottmann: O desenvolvimento econômico e seus segredos: a experiência brasileira - lançamento dia 13/07, Brasília
Este não é um livro convencional sobre economia; é o resultado de anos de estudo, de prática, tanto no domínio acadêmico, quanto na formulação e operação de políticas econômicas, no plano macro e no das políticas setoriais. Cabe conhecer:
Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal: Chamada para artigos
Chamada Pública – Edital de publicação para o N. 13 da Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal
(ISSN 2525-6653)
Período de submissão: os artigos devem ser enviados ao e-mail ihgdfederal@gmail.com, até o dia 31/07/2023
Sobre a Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal:
1) Linha Editorial
A Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal aceita para publicação artigos, ensaios, documentos, resenhas bibliográficas e biográficas, entrevistas e atualidades relacionados às áreas de ciências humanas, sociais aplicadas e linguística, letras e artes, resultantes de estudos teóricos, pesquisas, reflexões sobre práticas atualizadas na área. Os textos em português devem ser inéditos, de autores(as) brasileiros(as) ou estrangeiros(as), conforme padrão da Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal.
2) Periodicidade:
A Revista do IHGDF tem periodicidade semestral.
3) Diretrizes para Autores
1. Os artigos, de preferência inéditos, terão extensão variável, de 15 a 25 páginas, com aproximadamente 36 a 60 mil caracteres.
2. Cada artigo, com título em ponto 14 e corpo do texto em ponto 12, deve vir acompanhado de resumo em português e abstract em inglês, de aproximadamente 80 palavras, bem como palavras-chave e key words. Ao final do artigo, o autor incluirá um breve currículo de até 10 linhas.
3. Na primeira página, abaixo do nome do autor, deve constar uma informação sintética sobre a formação e vinculação institucional do autor, de até duas linhas.
4. Notas de rodapé (ao pé da página) apenas quando indispensáveis; as referências bibliográficas e citações no corpo do texto devem seguir o modelo (Autor, ano: p.); bibliografia, distinguindo entre fontes e literatura secundária, deve vir em ordem alfabética ao final do artigo, observando as normas da ABNT (6023/2018).
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