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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

A China não é um bom exemplo para divulgação de estatísticas pelo IBGE - Simon Schwartzman

Marcio Pochman, o atual presidente maoísta do IBGE, acha que a China, que já foi muito grande e desenvolvida no passado, e que volta a sê-lo agora, e considera que o gigante asiático é um bom exemplo para as estatísticas do IBGE.

O cidadão em questão, que gostaria de voltar para antes de 1500, não passaria por um simples exame de qualificação no Comitê de Estatísticas da ONU. Vai destruir o IBGE? Talvez...

Paulo Roberto de Almeida

“A China não é um bom exemplo para o IBGE”

By Simon on Nov 23, 2023 04:30 pm

O jornal O Estado de São Paulo publicou hoje, 23/11/2023, uma entrevista minha sobre as questões de confiabilidade e divulgação dos dados do IBGE. O texto espelha razoavelmente bem a conversa telefônica que tive com o jornalista, com duas pequenas correções. Primeiro, não sou filho do jornalista Salomão Schwartzman, que era xará de meu pai. Segundo, que eu saiba, a ex-presidente do IBGE Suzana Cordeiro Guerra não foi indicada por Jair Bolsonaro, mas pelo Ministro da Economia Paulo Guedes, que no entanto não lhe deu o apoio que deveria.

Um estudo detalhado sobre a qualidade dos sistemas nacionais de estatística, publicado pelo Banco Mundial em 2019, mostra que os países mais desenvolvidos em relação a isto são a Noruega, Italia, Polônia, Austria, Eslovênia e Estados Unidos, todos com perto de 90 pontos em uma escala de 100. Nesta escala, o Brasil tem 76,8 pontos, a Índia 70,4 e a China 58,2, o que significa que nem China nem India são modelos para nós. O que a Índia tem de notável foi o grande avanço na implantação do governo digital. A China seguramente não está atrás no uso de informações digitais pelo governo, mas não é o melhor exemplo de transparência. 

Transcrevo abaixo o texto da entrevista, tal como publicado:

“A China não é um bom exemplo para o IBGE, diz o ex-presidente do instituto. Simon Schwartzman considera um equívoco o atual gestor, Marcio Pochmann, buscar no país asiático ideias para aplicar no Brasil, quando a Índia seria a melhor referência em digitalização.

O Estado de São PauloPor Carlos Eduardo Valim23/11/2023 | 14h30

O sociólogo Simon Schwartzman, filho do jornalista Salomão Schwartzman, presidiu o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre 1994 e 1998, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Na época, já defendia uma modernização da estrutura da instituição para proteger o corpo técnico da interferência política, algo que voltou a preocupar economistas e quem trabalha com dados populacionais.

A gestão do instituto está sob os holofotes desde o apagão de dados no meio do governo de Jair Bolsonaro, com o adiamento do último Censo, e agora com a escolha do economista Marcio Pochmann, filiado ao PT, para liderar o órgão.

Este último chamou atenção após, em uma palestra para funcionários do IBGE realizada no fim de outubro, defender “modernizar” a forma de divulgação dos dados da instituição e comentou que buscou exemplos de como trabalhar com pesquisas na China. Schwartzman contesta que a possibilidade de país asiático ser uma referência para o Brasil, e que o exemplo precisaria ser buscado na Índia, que digitalizou a coleta de dados de forma inovadora.

Em entrevista ao Estadão, ele também defende que o IBGE deveria receber uma autonomia operacional e administrativa similar à do Banco Central, além ter um conselho técnico que aferisse e cobrasse da instituição a adoção de padrões internacionais.

As declarações e os posicionamentos políticos de Pochmann trazem preocupação sobre a credibilidade do IBGE?

Eu não vi o texto da conferência dele, mas estou acompanhando as notícias de jornais. Claro que existe uma preocupação de algum tempo de que o IBGE precisa garantir que produz dados confiáveis. Uma coisa muito importante da estatística é que ela precisa ser reconhecida como um dado válido. E isso acontece ao se adotar padrões internacionais, como os usados pela ONU (Organização das Nações Unidas), com a mesma qualidade dos principais centros de estatística do mundo. Também é preciso ter gente com reputação técnica adequada coordenando esse processo. Isso tudo é necessário porque a sociedade não tem como aferir o detalhe técnico e se o trabalho foi feito corretamente. Então, é preciso um mecanismo que traga a garantia de aplicação das melhores práticas internacionais, o que traz confiança para investidores e para a população, e dá segurança para que se possa utilizar os dados para fazer políticas públicas.

Historicamente, os dados do IBGE não costumam ser contestados. Ele não tem este arcabouço confiável?

O IBGE sempre buscou fazer um esforço neste sentido, mas não tem uma estrutura suficientemente sólida para garantir isso. Não tem conselho técnico e um mecanismo para garantir que as melhores práticas estão sendo aplicadas. Então, ele depende muito de quem está na presidência, que é um cargo demissível. Não é uma posição protegida. Deveria ser um cargo mais técnico. O problema da credibilidade é que, quando uma pessoa vem com uma marca ideológica muito forte, já se cria um clima de desconfiança que causa muito impacto. A credibilidade é muito fundamental.

Durante sua gestão nos anos 1990, houve esforços para se adotar uma governança modernizada e a falta de apoio para isso teria sido o motivo de sua saída?

Na minha presidência, eu insisti para evoluir nisso e não consegui. Eu tentei, mas não consegui na época implementar as modificações necessárias. Continuo insistindo que é necessária essa estrutura. Nenhum governo posterior levou isso para frente.

Sem isso, a instituição ficou muito exposta a pressões políticas?

Houve situações em que o instituto ficou à mercê de pessoas com posições de ideologias muito marcadas, sem compromisso com a precisão.

O Pochmann disse que se espelhava na coleta de dados digitalizada feita pela China. Esse é um bom exemplo?

O país notável do terceiro mundo é a Índia. E todos os países da Europa Ocidental também fazem isso. A China não é um bom exemplo para o IBGE. Ela é muito fechada. A Índia é mais interessante na digitalização, e tem hoje uma população maior até do que a China. É um desafio altíssimo coletar dados lá na Índia, mas todo mundo tem identidade digital, todo mundo usa comunicação digital. Eles avançaram muitíssimo nisso.

O IBGE está muito atrás? O Pochmann também causou polêmica ao defender que a divulgação pela imprensa não seria mais tão importante se é possível divulgar mais as pesquisas pela internet. Isso faz sentido?

O IBGE já avançou muito na informação disponível na internet. Todos os sistemas são digitais, todos podem acessar. Mas a divulgação pela imprensa é importantíssima, para traduzir os dados mais importantes para a população. Não entendo qual seria a novidade que ele gostaria de trazer em relação a isso.

De todos os presidentes entre 2003 e 2019, só em 10 meses entre 2016 e 2017 não teve alguém que não era funcionário de carreira. Seria importante voltar a isso?

Eu não sei se é fundamental. Eu como presidente vim de fora. Chegar à direção vindo do corpo técnico não é essencial. A questão é que as pessoas escolhidas sejam reconhecidas na área, que entendam do tema, de estatísticas. É até bom vir alguém de fora, com uma perspectiva diferente. O problema atual não é esse. Precisaria haver um mandato e a autonomia do presidente do IBGE, como é no Banco Central. Ou, então, o gestor fica sob influência do ministro ou dependente da indicação do presidente.

Quando a gestão do IBGE perdeu a confiabilidade? A primeira indicada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro, a Susana Cordeiro Guerra, vinha de fora da instituição, mas tinha boas credenciais. Por que isso não teve sequência?

Ela foi indicada pelo Bolsonaro e não recebeu apoio do Ministério da Economia quando se resolveu cortar a verba do Censo. Ela ficou entre dois fogos e não conseguiu permanecer. Ela tinha uma agenda importante de se passar a usar mais informações administrativas, geradas por outras áreas do governo, como a área fiscal e a de dados econômicos. Assim, o Brasil poderia depender menos da pesquisa de opinião e usar mais os dados administrativos de qualidade gerados. Até por causa da pandemia isso ficou mais agudo ainda. Ela queria adotar critérios para os integrar os dados administrativos aos produzidos pelo IBGE, e fez um trabalho neste sentido.

Quem produz dados administrativos relevantes?

Os ministérios da Saúde, da Educação, do Desenvolvimento Social e a Receita Federal, por exemplo. É parte do trabalho de várias áreas produzir essas informações. É preciso, então, desenvolver um processo mais organizado, para usar o que eles produzem como dados oficiais para efeito estatístico. O IBGE ainda tem um formato muito antigo, com agências localizadas em cidades do País, uma coisa dos anos 1930 e 1940, para coletar declarações das pessoas. Hoje não faz mais muito sentido, com os equipamentos de última geração e software modernos.

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Ministros da defesa da América do Sul se reunem em Brasília e decidem que está tudo em paz - Nota do Itamaraty

 Os ministros e ministras de Defesa têm certaza de que está tudo bem? Vejam este parágrafo:

 Em um momento em que outras partes do mundo enfrentam conflitos armados, instabilidade política e crescentes tensões geopolíticas, as Ministras e Ministros recordaram a visão comum, registrada no Consenso de Brasília, de que a América do Sul constitui uma região de paz e cooperação, onde prevalecem o diálogo e o respeito à diversidade, comprometida com a democracia e os direitos humanos, o desenvolvimento sustentável e a justiça social, o Estado de Direito e a estabilidade institucional, a defesa da soberania e da integridade territorial, a não interferência em assuntos internos e a solução pacífica de controvérsias.”

Poxa vida: pensei que certas ameaças pairam no ar…


Ministério das Relações Exteriores

Assessoria Especial de Comunicação Social

 

Nota nº 542

22 de novembro de 2023

 

Primeira Reunião Sul-Americana de Diálogo entre Ministros da Defesa e das Relações Exteriores

 

Aconvite dos Ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, teve lugar, no Palácio Itamaraty, em 22 de novembro, a Primeira Reunião Sul-Americana de Diálogo entre Ministros da Defesa e das Relações Exteriores, ao amparo do Consenso de Brasília, adotado na Reunião de Presidentes da América do Sul, celebrada no dia 30 de maio.

O evento integra o calendário de atividades realizadas no contexto de relançamento da integração sul-americana, conforme estabelecido no Mapa do Caminho para a Integração da América do Sul, aprovado no último dia 5 de outubro.

O encontro teve por objetivo propiciar reflexões a respeito da atual conjuntura de paz e segurança internacional e regional, bem como dos elementos que deverão nortear a retomada do diálogo e da cooperação sul-americana em matéria de defesa.

Na reunião, também foram exploradas possíveis linhas de ação para o estabelecimento de diálogo regular entre os doze países sul-americanos em áreas consideradas prioritárias pelos Ministros de Defesa e Relações Exteriores. Na agenda do evento, foram realizados debates sobre temas de ajuda humanitária, segurança de fronteiras, defesa cibernética e indústria de defesa.

Adotou-se, ao final do encontro, declaração com diretrizes para a retomada do diálogo e da cooperação sul-americana em matéria de defesa, além de declaração especial sobre a questão das ilhas Malvinas. Para dar seguimento às iniciativas, também se decidiu estabelecer Rede de Contato, que permitirá manter espaço de coordenação permanente sobre os temas tratados na ocasião.

 

**********

DECLARAÇÃO DA PRIMEIRA REUNIÃO SUL-AMERICANA DE DIÁLOGO ENTRE MINISTROS DA DEFESA E DAS RELAÇÕES EXTERIORES

1. As Ministras e Ministros da Defesa e das Relações Exteriores e os representantes dos países da América do Sul reuniram-se em Brasília, em 22 de novembro de 2023, com o objetivo de realizar a "Primeira Reunião Sul-Americana de Diálogo entre as Ministras e Ministros da Defesa e das Relações Exteriores", com base no mandato conferido pelos Presidentes da América do Sul no Consenso de Brasília, em 30 de maio, e no Mapa do Caminho para a Integração da América do Sul, adotado em 5 de outubro.

2. Em um momento em que outras partes do mundo enfrentam conflitos armados, instabilidade política e crescentes tensões geopolíticas, as Ministras e Ministros recordaram a visão comum, registrada no Consenso de Brasília, de que a América do Sul constitui uma região de paz e cooperação, onde prevalecem o diálogo e o respeito à diversidade, comprometida com a democracia e os direitos humanos, o desenvolvimento sustentável e a justiça social, o Estado de Direito e a estabilidade institucional, a defesa da soberania e da integridade territorial, a não interferência em assuntos internos e a solução pacífica de controvérsias.

3. Nesse contexto, reafirmaram seu compromisso de retomar o diálogo regular sobre temas de interesse estratégico para a região, com o objetivo de consolidar um espaço de concertação e diálogo que permita fortalecer a confiança mútua e aperfeiçoar a coordenação e a cooperação diante de eventuais desafios e ameaças à segurança enfrentados pela região, baseados no respeito à soberania de cada país e nos princípios de autodeterminação, integridade territorial e não intervenção.

4. Reconhecendo a importância de uma abordagem abrangente para a segurança que leve em conta a natureza multidimensional dos desafios de segurança na região, as Ministras e Ministros mencionaram, como foco inicial de atenção, as seguintes áreas prioritárias: avaliação da conjuntura de paz e segurança internacional e regional; intercâmbio de melhores práticas em defesa cibernética; intercâmbio de experiências em ajuda humanitária, bem como prevenção e resposta a desastres; cooperação em indústrias de defesa; diálogo regular entre as Ministras e Ministros da Defesa e das Relações Exteriores, entre outras.

5. Levando em conta os pontos 8 e 9 do Mapa do Caminho para a Integração da América do Sul, acordaram:

a) realizar edições das Reuniões Sul-Americanas de Diálogo entre Ministras e Ministros da Defesa e das Relações Exteriores pelo menos uma vez por ano;

b) estabelecer uma Rede de Contatos composta por representantes dos Ministérios da Defesa e das Relações Exteriores de cada país para aprofundar a cooperação em áreas de interesse prioritário. Salvo decisão em contrário, a presidência rotativa do Consenso de Brasília atuará como facilitadora da Rede;

c) a Rede de Contatos manterá um diálogo regular e se reunirá, presencial ou virtualmente, quantas vezes sejam necessárias para avançar nas decisões adotadas no contexto das Reuniões Sul-Americanas de Diálogo entre Ministras e Ministros da Defesa e das Relações Exteriores. Grupos de trabalho ad hoc poderão ser criados para tratar temas específicos.


quinta-feira, 23 de novembro de 2023

ADB deve renovar sua diretoria, com a renúncia da presidente - Maria Celina de Azevedo Rodrigues

 Carta aos colegas [de Maria Celina de Azevedo Rodrigues, ex-presidente da ADB]

Representar os interesses de mais de 1.600 afiliados espalhados no território nacional e além-fronteiras foi um extraordinário desafio por mim enfrentado. Tive nessa empreitada a colaboração e a solidariedade de uma excepcional Diretoria, belo exemplo de diversidade, integrada por diplomatas capacitados e generosos que, assim como eu, dedicaram tempo e empreenderam incansáveis esforços para a valorização da carreira e, principalmente, para que melhores condições de trabalho fossem alcançadas para todos.

Por três mandatos consecutivos, busquei cumprir com a promessa lançada quando assumi a liderança da ADB: atuar não somente para solidificar e proteger a nossa carreira e os seus integrantes, mas também para resguardar e promover o Brasil no exterior – funções essenciais do diplomata.

Na minha carreira, superei diversos desafios. Conheci nações e seus povos, vivi e estudei novas culturas e aperfeiçoei meu trabalho como diplomata de forma a defender o nosso país e as necessidades de brasileiros e brasileiras lá fora. Em Bogotá, Cairo e Paris, servi ao Brasil com o mesmo entusiasmo. Foi também com energia e compromisso que, em 2018, encarei como uma nova missão a minha eleição à presidência da Associação dos Diplomatas Brasileiros (ADB/Sindical), entidade que ajudei a criar e da qual fui a primeira presidente, no início dos anos 1990.

Passamos por intempéries nesse período, mas acumulamos muitas vitórias. Atenta a temas de interesse da categoria, a ADB conseguiu fincar um posicionamento coeso em pautas como a PEC 34/21, que prevê que parlamentares possam chefiar missões diplomáticas sem a perda do mandato no Legislativo. 

Explicamos incansavelmente por que o teto salarial constitucional não deve ser aplicado de modo linear em Reais aos servidores em exercício no exterior. Realçamos as peculiaridades de nossa vida funcional nos países mais diversos. Procuramos mostrar as repercussões da opção profissional que escolhemos e os seus impactos para as nossas famílias, filhos e sua educação ao longo dos anos e das mudanças de cultura e de costumes. As adaptações não se restringem ao exterior: são exigidas aqui mesmo, em Brasília. A partir dessa constatação e do imperativo de buscar mitigar esses impactos, temos um Memorandum de Entendimento com a Creche do Ministério da Saúde, que tantos benefícios traz para os nossos servidores.

Lutamos pela concessão de auxílio-educação para servidores com filhos em idade escolar no exterior, em linha com a prática de outras chancelarias e do sistema da ONU, bem como por melhor assistência médica e maior segurança no exercício de nossa missão em defesa dos interesses do Brasil em solo estrangeiro. 

Entre as inúmeras gestões junto à administração, destaca-se a recente e ousada proposta encaminhada à Administração de revisão do nível salarial do diplomata, tanto no Brasil quanto no exterior, que visa corrigir a defasagem salarial dos integrantes da carreira em comparação com outras carreiras típicas de Estado.

Além dos aspectos funcionais, temos procurado também trazer benefícios no dia a dia de todos, como o convênio celebrado com escolas para filhos dos diplomatas no Brasil e com a Fundação Visconde de Cabo Frio que, entre outros serviços, oferece extenso apoio para colegas removidos, tanto na chegada quanto na partida.

Conseguimos avançar igualmente em outras frentes importantíssimas, como o mapeamento do perfil dos diplomatas para o real entendimento da diversidade na carreira, estudo hoje concluído. Vamos entregá-lo à Chefia da Casa e dar acesso aos associados na próxima semana. 

Defendemos o diplomata e o seu papel como funcionário de Estado. Falamos incansavelmente com a imprensa, instituição essencial nas democracias. Procuramos, a diretoria da ADB e eu mesma, informar sobre o que fazemos e defender as posições de interesse da carreira.

Passamos por períodos nos quais valorizar os aspectos democráticos do País foi não só um posicionamento institucional, mas também um imperativo para assegurar à sociedade brasileira sobre os princípios maiores que regem a atuação diplomática.

Situações inesperadas, como guerras e pandemia, exigiram de nós coragem e grandes iniciativas no sentido de dar à sociedade brasileira a confiança de contar inteiramente com nossos serviços. Divulgar nossa atuação de forma clara e desmistificada só nos aproximou da sociedade. Engajamo-nos na resposta ao clamor dos brasileiros mais necessitados mediante distribuição de cestas básicas nos locais mais pobres nos arredores de Brasília. Essa aproximação com a sociedade foi realizada graças ao excelente relacionamento que construímos com o respeitado universo do jornalismo brasileiro.

Resistimos à tormenta e, agora, deixamos uma ADB mais fortalecida e pronta para o que está por vir.  Eu, meus colegas da Diretoria e do Conselho Fiscal entendemos que é hora de dar espaço para o novo, para que novas ideias capazes de galvanizar a energia e inteligência dos que acreditam que o Itamaraty forte é elemento essencial para um Brasil mais justo e soberano.

A Casa, como carinhosamente muitos chamamos a instituição que nos acolhe, deve contar sempre com diplomatas que atuem com excelência e angariem o respeito da sociedade brasileira e da comunidade internacional.

Despeço-me da ADB com um sincero agradecimento a todos, particularmente aos meus colegas – e hoje amigos – das diversas Diretorias com as quais convivi pelo seu incansável apoio e dedicação.

Despeço-me também com a alegria e, sobretudo, a certeza de ter lutado por todos, com os recursos possíveis e sempre estimulando diretores, jovens ingressos na carreira, além dos mais experientes, durante todos os dias de minha atuação à frente da ADB/Sindical.

Levo comigo o bem maior que juntos construímos nesta gestão: 

#ORGULHO DE SER DIPLOMATA.


Maria Celina de Azevedo Rodrigues

Embaixadora

Presidente da ADB/Sindical

Não li, mas não gostei: a mentalidade censória das ditaduras: Izabella Tabarovsky sobre Pasternak e outros (WSJ)

 Vocês conhecem a origem da frase "Não li e não gostei"? Sabem de onde vem?

Pois é da campanha odiosa levada contra o escritor "soviético" Boris Pasternak, que acabava de ser contemplado com o Prêmio Nobel de Literatura, por seu famoso Doutor Jivago (publicado em italiano pela primeira vez em 1958, por ser considerado "anti-soviético" na "pátria do Socialismo") e objeto de recriminações "populares" feita pela União dos Escritores Soviéticos. 

A frase soviética era “ne chital, no osuzhdayu”— ou seja “não li, mas desaprovo”. 

Este meu blog também é cultura. Mas, leiam o artigo desta russa no Tablet, republicado no Wall Street Journal deste domingo, o jornal mais capitalista que existe.

Paulo Roberto de Almeida 

Uma postagem antiga no Diplomatizzando, relembrada por Daniel Pinto.

domingo, 21 de junho de 2020

A mentalidade soviética nos EUA, de Pasternak a George Floyd - Izabella Tabarovsky (Wilson Center, WSJ)






The American Soviet Mentality
Collective demonization invades our culture
BY

THE WALL STREET JOURNAL, JUNE 15, 2020
THE AMERICAN SOVIET MENTALITY

Russians are fond of quoting Sergei Dovlatov, a dissident Soviet writer who emigrated to the United States in 1979: “We continuously curse Comrade Stalin, and, naturally, with good reason. And yet I want to ask: who wrote four million denunciations?” It wasn’t the fearsome heads of Soviet secret police who did that, he said. It was ordinary people.
Collective demonizations of prominent cultural figures were an integral part of the Soviet culture of denunciation that pervaded every workplace and apartment building. Perhaps the most famous such episode began on Oct. 23, 1958, when the Nobel committee informed Soviet writer Boris Pasternak that he had been selected for the Nobel Prize in literature—and plunged the writer’s life into hell. Ever since Pasternak’s Doctor Zhivago had been first published the previous year (in Italy, since the writer could not publish it at home) the Communist Party and the Soviet literary establishment had their knives out for him. To the establishment, the Nobel Prize added insult to grave injury.
Within days, Pasternak was a target of a massive public vilification campaign. The country’s prestigious Literary Newspaper launched the assault with an article titled “Unanimous Condemnation” and an official statement by the Soviet Writers’ Union—a powerful organization whose primary function was to exercise control over its members, including by giving access to exclusive benefits and basic material necessities unavailable to ordinary citizens. The two articles expressed the union’s sense that in view of Pasternak’s hostility and slander of the Soviet people, socialism, world peace, and all progressive and revolutionary movements, he no longer deserved the proud title of Soviet Writer. The union therefore expelled him from its ranks.
A few days later, the paper dedicated an entire page to what it presented as the public outcry over Pasternak’s imputed treachery. Collected under the massive headline “Anger and Indignation: Soviet people condemn the actions of B. Pasternak” were a condemnatory editorial, a denunciation by a group of influential Moscow writers, and outraged letters that the paper claimed to have received from readers.
The campaign against Pasternak went on for months. Having played out in the central press, it moved to local outlets and jumped over into nonmedia institutions, with the writer now castigated at obligatory political meetings at factories, research institutes, universities, and collective farms. None of those who joined the chorus of condemnation, naturally, had read the novel—it would not be formally published in the USSR until 30 years later. But that did not stop them from mouthing the made-up charges leveled against the writer. It was during that campaign that the Soviet catchphrase “ne chital, no osuzhdayu”—“didn’t read, but disapprove”—was born: Pasternak’s accusers had coined it to protect themselves against suspicions of having come in contact with the seditious material. Days after accepting the Nobel Prize, Pasternak was forced to decline it. Yet demonization continued unabated.
Some of the greatest names in Soviet culture became targets of collective condemnations—composers Dmitry Shostakovich and Sergei Prokofiev; writers Anna Akhmatova and Iosif Brodsky; and many others. Bouts of hounding could go on for months and years, destroying people’s lives, health and, undoubtedly, ability to create. (The brutal onslaught undermined Pasternak’s health. He died from lung cancer a year and a half later.) But the practice wasn’t reserved for the greats alone. Factories, universities, schools, and research institutes were all suitable venues for collectively raking over the coals a hapless, ideologically ungrounded colleague who, say, failed to show up for the “voluntary-obligatory,” as a Soviet cliché went, Saturday cleanups at a local park, or a scientist who wanted to emigrate. The system also demanded expressions of collective condemnations with regards to various political matters: machinations of imperialism and reactionary forces, Israeli aggression against peaceful Arab states, the anti-Soviet international Zionist conspiracy. It was simply part of life.
Twitter has been used as a platform for exercises in unanimous condemnation for as long as it has existed. Countless careers and lives have been ruined as outraged mobs have descended on people whose social media gaffes or old teenage behavior were held up to public scorn and judged to be deplorable and unforgivable. But it wasn’t until the past couple of weeks that the similarity of our current culture with the Soviet practice of collective hounding presented itself to me with such stark clarity. Perhaps it was the specific professions and the cultural institutions involved—and the specific acts of writers banding together to abuse and cancel their colleagues—that brought that sordid history back.
On June 3, The New York Times published an opinion piece that much of its progressive staff found offensive and dangerous. (The author, Republican Sen. Tom Cotton, had called to send in the military to curb the violence and looting that accompanied the nationwide protests against the killing of George Floyd.) The targets of their unanimous condemnation, which was gleefully joined by the Twitter proletariat, which took pleasure in helping the once-august newspaper shred itself to pieces in public, were New York Times’ opinion section editor James Bennet, who had ultimate authority for publishing the piece, though he hadn’t supervised its editing, and op-ed staff editor and writer Bari Weiss (a former Tablet staffer).
Weiss had nothing to do with editing or publishing the piece. On June 4, however, she posted a Twitter thread characterizing the internal turmoil at the Times as a “civil war” between the “(mostly young) wokes” who “call themselves liberals and progressives” and the “(mostly 40+) liberals” who adhere to “the principles of civil libertarianism.” She attributed the behavior of the “wokes” to their “safetyism” worldview, in which “the right of people to feel emotionally and psychologically safe trumps what were previously considered core liberal values, like free speech.”
It was just one journalist’s opinion, but to Weiss’ colleagues her semi-unflattering description of the split felt like an intolerable attack against the collective. Although Weiss did not name anyone in either the “woke” or the older “liberal” camp, her younger colleagues felt collectively attacked and slandered. They lashed out. Pretty soon, Weiss was trending on Twitter.
As the mob’s fury kicked into high gear, the language of collective outrage grew increasingly strident, even violent. Goldie Taylor, writer and editor-at-large at The Daily Beast, queried in a since-deleted tweet why Weiss “still got her teeth.” With heads rolling at the Times—James Bennet resigned, and deputy editorial page editor James Dao was reassigned to the newsroom—one member of the staff asked for Weiss to be fired for having bad-mouthed “her younger newsroom colleagues” and insulted “all of our foreign correspondents who have actually reported from civil wars.” (It was unclear how she did that, other than having used the phrase “civil war” as a metaphor.)
Mehdi Hasan, a columnist with the Intercept, opined to his 880,000 Twitter followers that it would be strange if Weiss retained her job now that Bennet had been removed. He suggested that her thread had “mocked” her nonwhite colleagues. (It did not.) In a follow-up tweet Hasan went further, suggesting that to defend Weiss would make one a bad anti-racist—a threat based on a deeply manipulated interpretation of Weiss’ post, yet powerful enough to stop his followers from making the mistake.
All of us who came out of the Soviet system bear scars of the practice of unanimous condemnation, whether we ourselves had been targets or participants in it or not. It is partly why Soviet immigrants are often so averse to any expressions of collectivism: We have seen its ugliest expressions in our own lives and our friends’ and families’ lives. It is impossible to read the chastising remarks of Soviet writers, for whom Pasternak had been a friend and a mentor, without a sense of deep shame. Shame over the perfidy and lack of decency on display. Shame at the misrepresentations and perversions of truth. Shame at the virtue signaling and the closing of rank. Shame over the momentary and, we now know, fleeting triumph of mediocrity over talent.
It is also impossible to read them without the nagging question: How would I have behaved in their shoes? Would I, too, have succumbed to the pressure? Would I, too, have betrayed, condemned, cast a stone? I used to feel grateful that we had left the USSR before Soviet life had put me to that test. How strange and devastating to realize that these moral tests are now before us again in America.
In a collectivist culture, one hoped-for result of group condemnations is control—both over the target of abuse and the broader society. When sufficiently broad levels of society realize that the price of nonconformity is being publicly humiliated, expelled from the community of “people of goodwill” (another Soviet cliché) and cut off from sources of income, the powers that be need to work less hard to enforce the rules.
But while the policy in the USSR was by and large set by the authorities, it would be too simplistic to imagine that those below had no choices, and didn’t often join in these rituals gladly, whether to obtain some real or imagined benefit for themselves, or to salve internal psychic wounds, or to take pleasure in the exercise of cruelty toward a person who had been declared to be a legitimate target of the collective.
According to Olga Ivinskaya, who was Pasternak’s lover and companion during those years, the party brass, headed by Nikita Khrushchev, was only partly to blame for the nonpublication of Doctor Zhivago. The literary establishment played an important role as well. Reading over her recollections of the meetings at the Writers’ Union, it is hard not to suspect that some of its members were motivated not so much by fear of reprisals or ideological fervor but by simple conformity and professional jealousy. Some, I imagine, would have only been too happy to put spokes in the wheels of a writer whose novel—banned at home, but published abroad—was being translated into dozens of languages and who had been awarded the world’s most prestigious literary prize.
For the regular people—those outside prestigious cultural institutions—participation in local versions of collective hounding was not without its benefits, either. It could be an opportunity to eliminate a personal enemy or someone who was more successful and, perhaps, occupied a position you craved. You could join in condemning a neighbor at your cramped communal flat, calculating that once she was gone, you could add some precious extra square meters to your living space.
And yet even among this dismal landscape, there were those who refused to join in this ugly rite. A few writers, for example, refused to participate in demonizing Pasternak. And is it karma or just a coincidence that most of these people—many of them dissidents, who were outside the literary establishment—remain beloved among Russian readers today, while the writings of the insiders, ones who betrayed and condemned, have been forgotten?
The mobs that perform the unanimous condemnation rituals of today do not follow orders from above. But that does not diminish their power to exert pressure on those under their influence. Those of us who came out of the collectivist Soviet culture understand these dynamics instinctively. You invoked the “didn’t read, but disapprove” mantra not only to protect yourself from suspicions about your reading choices but also to communicate an eagerness to be part of the kollektiv—no matter what destructive action was next on the kollektiv’s agenda. You preemptively surrendered your personal agency in order to be in unison with the group. And this is understandable in a way: Merging with the crowd feels much better than standing alone.
Those who remember the Soviet system understand the danger of letting the practice of collective denunciation run amok. But you don’t have to imagine an American Stalin in the White House to see where first the toleration, then the normalization, and now the legitimization and rewarding of this ugly practice is taking us.
Americans have discovered the way in which fear of collective disapproval breeds self-censorship and silence, which impoverish public life and creative work. The double life one ends up leading—one where there is a growing gap between one’s public and private selves—eventually begins to feel oppressive. For a significant portion of Soviet intelligentsia (artists, doctors, scientists), the burden of leading this double life played an important role in their deciding to emigrate.
Those who join in the hounding face their own hazards. The more loyalty you pledge to a group that expects you to participate in rituals of collective demonization, the more it will ask of you and the more you, too, will feel controlled. How much of your own autonomy as a thinking, feeling person are you willing to sacrifice to the collective? What inner compromises are you willing to make for the sake of being part of the group? Which personal relationships are you willing to give up?
From my vantage point, this cultural moment in these United States feels incredibly precarious. The practice of collective condemnation feels like an assertion of a culture that ultimately tramples on the individual and creates an oppressive society. Whether that society looks like Soviet Russia, or Orwell’s Nineteen Eighty-Four, or Castro’s Cuba, or today’s China, or something uniquely 21st-century American, the failure of institutions and individuals to stand up to mob rule is no longer an option we can afford.

Izabella Tabarovsky is a researcher with the Kennan Institute at the Wilson Center focusing on the politics of historical memory in the former Soviet Union.

Guiana: postagens no blog Diplomatizzando (2015-2023) - Compilação seletiva Paulo Roberto de Almeida

 Guiana: postagens no blog Diplomatizzando


Compilação seletiva Paulo Roberto de Almeida

Feita em 22/11/2023, 29 p.

(Muitas outras postagens no Facebook)

Disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/109626883/Guiana_postagens_no_blog_Diplomatizzando_2015_2023_)

 

sábado, 18 de novembro de 2023

Conflito territorial entre Venezuela e Guiana: novidades à luz da convocação ao referendo - Lucas Carlos Lima (Conjur)

 

OPINIÃO

Conflito territorial entre Venezuela e Guiana: novidades à luz da convocação ao referendo

Lucas Carlos Lima

Conjur; Editorias, 17 de novembro de 2023, 17h14

recente convocação de um referendo pelo governo da Venezuela em relação ao reivindicado território de Essequibo — disputado com a Guiana — adiciona uma nova camada de juridicidade à controvérsia territorial entre os dois estados latino-americanos. Trata-se de antiga disputa que surgiu como resultado da alegação venezuelana de nulidade do Laudo Arbitral de 3 de outubro de 1899, que determina a fronteira atual entre as duas partes em virtude de “uma transação política realizada às escondidas da Venezuela e sacrificando seus direitos legítimos”.

À época, a arbitragem ocorreu entre a colônia da Guiana Britânica e a Venezuela,que disputavam uma larga porção de terra (rica em recursos naturais) entre os rios Orinoco e Essequibo. Um tribunal arbitral composto por cinco juristas (dois americanos, dois ingleses e um russo) foi composto para delimitar pacificamente a fronteira em questão. Na atualidade, uma modificação de tal fronteira poderia também ter impacto nos recursos marítimos e energéticos de ambos os países. O presente ensaio analisa o conflito territorial à luz dos procedimentos judiciais perante a Corte Internacional de Justiça, em particular diante do requerimento de medidas provisórias solicitado pela Guiana no fim de outubro diante da convocação do referendo.


(...)


Ler a íntegra e muitas outras postagens, desde 2015, nesta plataforma: 


Academia.edu (link: https://www.academia.edu/109626883/Guiana_postagens_no_blog_Diplomatizzando_2015_2023_

 

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Diplomatas criticam forma de promoção no Itamaraty - Monica Gugliano (OESP)

 Diplomatas criticam forma de promoção no Itamaraty

O Estado de S. Paulo | Política
22 de novembro de 2023

MONICA GUGLIANO

Um grupo de diplomatas cada vez maior tem reclamado dos critérios de promoções e de ascensão na carreira no Itamaraty. As queixas já não dizem mais respeito apenas ao número reduzido de mulheres que atingem osaltos postos. Mas ganharam corpo e se ampliaram atingindo, em especial, os preceitos e normas que determinam a trajetória de cada um.

Há menos de um mês, a insatisfação chegou à mesa da secreária-geral da Casa, Maria Laura da Rocha, em um documento de cinco páginas que arrola discordâncias. "A carreira de diplomata, em sua atual configuração, apresenta distorções no reconhecimento do mérito individual de seus integrantes que prejudicam o desempenho profissional", diz o texto.

A Assembleia-Geral da Associação e Sindicato dos Diplomatas Brasileiros (ADB), organização que conta com mais de 1,6 mil associados, endossou o documento "Fluxo e Reforma da Carreira de Diplomata".



300 diplomatas assinam documento com críticas à gestão do  Itamaraty  e que pede previsibilidade para as promoções diretriz a ser seguida em futuras negociações. Propõe maior transparência das decisões tomadas pela Comissão de Promoções, além de adoção de uma reforma estrutural da carreira, como progressão funcional "previsível, transparente e equânime",ea criação de mecanismos para combater o desequilíbrio de gênero e de raça, entre outras.

Os mais de 300 diplomatas queassinam o documento acreditam que, se houve melhora em relação ao período do chanceler Ernesto Araújo - durante o qual ocorreram perseguições ideológicas -, por outro lado, distorções de diferente natureza passaram a atingir os degraus mais baixos da carreira.

Outros documentos têm circulado argumentando que, apesar de expectativas da classe de que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pudesse revalorizar o Itamaraty, os dois ciclos de promoções de 2023 representaram uma ducha de água fria.



"DIÁLOGO". 


Procurado, o Ministério das Relações Exteriores comentou as críticas aos mecanismos de promoção: "Manifestações e sugestões de mudanças fazem parte de um diálogo institucional iniciado pela atual administração em janeiro deste ano e fazem parte de uma reflexão coletiva sobre oa carreira diplomática e a lei que rege o serviço exterior brasileiro". 

terça-feira, 21 de novembro de 2023

1823: A Constituinte Interrompida: livro de José Theodoro Menck - lançamento no IHG-DF, 21/11/2023 - trabalhos Paulo Roberto de Almeida

Este livro é absolutamente completo sobre a nossa primeira Constituinte, infelizmente abortada pelo autoritarismo liberal (sim, contraditório mas foi assim) do primeiro imperador. Vamos debatê-lo nesta terça-feira 21/11/2023, no IHG-DF, as 19hs.


José Theodoro Mascarenhas Menck, 1823, A Constituinte Interrompida: obra comemorativa dos 200 anos da Assembleia Geral Constituinte e Legislativa do Império do Brasil – a primeira experiência parlamentar nacional. Prefácio de Lafayette de Andrada. 1ª. edição; Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2023; disponível em formatos eletrônico e impresso.

Sumário do livro: 


Para um seminário realizado na Câmara dos Deputados, preparei este trabalho: 


4488. “O legado da Constituição de Cádiz na Constituinte de 1823”, Brasília, 8 outubro 2023, 4 p. Notas para exposição oral no quadro do seminário comemorativo dos 200 anos da Assembleia Constituinte de 1823: Assembleia Constituinte de 1823: Antecedentes e Consequências; Mesa 4: “O ideário Jurídico da Constituinte de 1823”; Câmara dos Deputados, dia 9/11/2023, 9:00hs. Postado no blog Diplomatizzando (8/11/2023; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/11/o-legado-da-constituicao-de-cadiz-na_8.html). 

Na ocasião, o deputado Lafayette de Andrada, presidente da Comissão do Bicentenário na Câmara, apresentou seu livro preparado para a ocasião: 


Permito-me relembrar um outro trabalho sobre o mesmo tema: 

4427. “A Constituinte de 1823 e a questão das liberdades”, Brasília, 28 junho 2023, 9 p. Notas para participar do programa Ponto de Vista, da TV Câmara, sobre os 200 anos do Parlamento brasileiro, configurado pela eleição, instalação e dissolução da Assembleia Nacional Constituinte, em 1823, sob a coordenação de William França. Emissão, episódio 3, “Liberdade de Imprensa e participação popular”, divulgada em 27/07/2023 (link:https://www.youtube.com/watch?v=QC67t21zGl8). Divulgado no blog Diplomatizzando (28/07/2023; link:https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/07/constituinte-de-1823-liberdade-de.html). Relação de Publicados n. 1517. 

 

O estranho caso do país que resolveu suicidar-se: a Argentina - Ranking dos Políticos, Paulo Roberto de Almeida

 Caso raro na História Econômica Mundial: a Argentina que “decide” empobrecer mediante políticas equivocadas durante várias décadas. 

Mas não foi de todo inédito: a China da última dinastia também “escolheu” alhear-se do mundo e decaiu durante mais de dois séculos: falhou a primeira e a segunda revolução industrial, e na terceira vivia sob o maoísmo demencial. Começou a se recuperar na quarta, sob Deng. 

A Argentina precisa de um Deng. Não tenho certeza de que Milei será um. Provavelmente não…

Source: Ranking dos Políticos.

Maths of war in Ukraine are devastating for Russia.- Doktor Klein, Anton Geraschenko

 From Anton Geraschenko:

“ Public figure and volunteer Mariia Berlinska talks about the realities of a full-scale war with the Russian Federation:

◾️"We are at the beginning of a war with a very serious enemy. Russia knows how to play the long game, and they will go all the way. For them, failure in the war will mean that the leader is weak, "the king is not real." Russians can forgive their tsar everything but weakness ... Therefore, now Russia is betting on playing the long game, on exhaustion, because we have much less resources. The logic is that ... Russia has at least 5-6 times greater mobilization potential. It is worth adding to this mathematics that the Russians mobilized tens of thousands of Ukrainians from the occupied territories into the army."

◾️"Equipment on the battlefield is important. But technology is the elephant in the room that we haven't noticed. You can assemble here thousands of weapons from all over the world. But the Russians are already producing tens of thousands of strike systems, from FPV to localized Shahed drones. It is not difficult to guess what will happen next."

◾️"War is always mathematics... For example, a hundred of BMPs, tanks or guns worth hundreds of millions of dollars... the equipment arrives on the battlefield at the cost of an extraordinary effort. And dozens of units are lost in a matter of days. Because Russian attack drones of the type "Lancets" or even the simplest FPVs priced 500-600 dollars burn the equipment worth millions to the ground. It all burns in seconds, along with our people."

◾️"No matter how cruel it sounds, in fact, we trade people for square meters and time. People at war buy us time, time for us to prepare. In fact, at the cost of their lives and health, they preserve the chance of survival for their ‘tribe’. We must honestly admit that we were not ready for a war of such a scale."

Full interview (in Ukrainian): pravda.com.ua/columns/2023/0…

From @Doktor_Klein

Maths of war in Ukraine are devastating for Russia.

It is true that it has more capacity to mobilize personnel, but it has between 40 and 50 times less production capacity than Ukraine's allies. And the quality of their products is not comparable.

The morale given by the survival instinct exponentially multiplies the value of the troops and their capacity for long-term resistance.

Maths also says that for every soldier on the front lines, 10 skilled workers are needed to supply and maintain them. Russia does not have the capacity to maintain that in the long term.

The mathematics of war also applies to economics. Ukraine already has a war economy, further supported by countries that have 65% or more of world GDP.

If Ukraine maintains its willingness to sacrifice and its allies do not betray it, Russia has no chance of winning.

What's more, every day that passes without Russia leaving the Ukraine, the defeat for Russia will be harder.

From Steve:

“ The key phrase ' and its allies do not betray it,'

Many will not UK, Estonia, Latvia, Lithuania etc.

They are able to be long term friends (Russia seems not to have that ability with otrher countries).

So will enough countries stay the course?”


From Doktor Klein:

“ Citizens of those countries, we are here and in many other forums, helping to prevent that from happening and pressing for increase the material support.

Citizens' support for Ukraine is growing and indignation against Russia is increasing every day.

NATO was asleep and has woken up.

The western weaponery industry was asleep and has woken up too.

After the first 3 days, Russia has never had a chance to win this war.

Russian intelligence services were wrong in predicting the reactions in the West.

The longer the Russians take to admit defeat, the worse for them.

But let's never forget that we provide support, but the Ukrainians provide blood, sacrifice, courage and will.”

From Alex Flammant;

“ in addition to this, Poland is changing/upgrading their army with new weaponry. All the old stuff will go to Ukraine… equipment for an entire army…”