quinta-feira, 10 de abril de 2025

O fascismo nosso de cada dia - Paulo Roberto de Almeida

O fascismo nosso de cada dia.

Não é pesquisa, é impressão minha!

Paulo Roberto de Almeida

Existem muitos ignorantes de direita que exibem todos os traços típicos de personalidades fascistas, mas de forma residual e submersa. Basta que um fascistão oportunista consiga capturar a atenção desses fascistas submersos que eles se juntam e dão apoio às mais tenebrosas iniciativas.

Aconteceu na Alemanha. Está acontecendo agora em vários outros paises, inclusive nos EUA e no Brasil.

Repito: de vez em quando eles se aglomeram, e podem fazer um estrago terrível numa sociedade: raiva, ódio, racismo, xenofobia, machismo, intolerância racial, pulsões homicidas contra quem é diferente deles…

Já não é mais impressão: não assisti na Alemanha dos anos 1930-40 (obviamente), mas estou vendo agora, sob os meus olhos.

Não é teoria: eu aprendi a farejar o fascismo observando de pertos as manifestações e slogans deles.

Isso me assusta. A Alemanha dos anos 1930 não está muito longe. 

Ela está logo ali…

Paulo Roberto Almeida

Brasília, 10/04/2025

quarta-feira, 9 de abril de 2025

Putin: eurasiano e antiocidental - Denis Lerrer Rosenfield (O Estado de S. Paulo)

Putin: eurasiano e antiocidental 

Denis Lerrer Rosenfield


O Estado de S. Paulo, segunda-feira, 7 de abril de 2025

Nessa ‘cruzada’, seus companheiros de luta seriam Irã, Venezuela, Síria, Nicarágua, Coreia do Norte, Bielorrússia e, de maneira mais cautelosa, a China

 

Qual seria o limite de Putin, uma vez estabelecido um cessar-fogo, patrocinado pelos EUA? Contentar-se-ia ele com a conquista de 20% do território ucraniano ou com o compromisso de que esse país não ingressaria na Otan?

Considerando a história russa, os comprometimentos de Putin e a ideologia eurasiana à qual adere, a resposta talvez fosse: acordos diplomáticos, por si sós, não limitam um país que se baseia numa concepção de mundo, e europeia em particular, expansionista. Uma conquista territorial, por mais importante que seja, não é suficiente, embora uma contenção possa surgir do fato de que a força militar russa se mostrou incapaz de uma vitória total – conquistando toda a Ucrânia, como era o seu projeto geopolítico. A sua aparência e narrativa não corresponderam à sua atuação no campo de batalha.

A Grande Nação Russa teria pretensões hegemônicas não apenas sobre a Ucrânia, mas também sobre os Países Bálticos e a Polônia, um tal projeto se escalonando no tempo, via preparação meticulosa, sobretudo na indústria de Defesa e no aprimoramento de suas Forças Armadas, aprendendo com seus erros recentes. A instabilidade e a insegurança se instalariam no longo prazo. No caso da Polônia, note-se, a contenção não seria diplomática, mas militar, visto que esse país, em 2024, gastou 4,2% de seu PIB em suas Forças Armadas e em seu rearmamento, já tendo alcançado em 2025 4,9%, o maior da Europa.

Putin oscilou, durante sua carreira política no Kremlin, entre o polo ocidental e o que se denomina eurasiano, tendo sido, num determinado momento, pró-ocidental, aproximando-se de Tony Blair e George W. Bush. Depois, tornou-se um defensor dos valores russos, da Igreja Ortodoxa e da Grande Rússia, que deveria ser resgatada, após o colapso – para ele uma “catástrofe geopolítica” – da União Soviética, quando teria perdido vários países, entre os quais a Ucrânia e os Países Bálticos. Um império colapsou, o outro teria, agora, de ser recriado, e por ele.

Em 2003, durante uma viagem à Escócia, chegou a declarar que a “Rússia é parte da Europa”. Em 2008, declarou a Bush que “a Ucrânia não é sequer um país”, por ela fazer parte da Rússia, em todo caso a Crimeia e as regiões do Leste. No mesmo ano, já estava totalmente convertido à doutrina eurasiana, eslavofista. Numa reunião com o então vice-presidente Joe Biden, teria dito: “Não somente ilusões (...) nós não somos como vocês. Só parecemos com vocês. Mas somos muito diferentes. Os russos e os norte-americanos só se parecem fisicamente, mas nossos valores são muito diferentes”.

Alexander Dugin, seu ideólogo, elaborou essa concepção. Segundo ele, a Rússia não é apenas um país, mas uma nação, leia-se uma civilização, com alma própria, em tudo distinta da ocidental. Sua filosofia seria conservadora, no sentido de conservação de seus valores, enraizados em seu povo ( narod), portador, por sua vez, de um ser próprio, o do camponês russo, em tudo distinto da concepção ocidental do povo, baseada nos direitos universais do cidadão. O homem não é indivíduo livre, mas membro de uma comunidade à qual presta obediência.

O conceito de conservadorismo, assim entendido, inclui em sua significação a noção de algo grandioso, de valores próprios que se alçariam a seu Zenith por meio da noção do homo maximus, tendo como resultado a noção de Império. Império vem a significar uma unidade territorial, um Estado em expansão, conduzido por um grande homem, capaz de encarnar esses valores máximos, levando-os para além de suas fronteiras. E, mais ainda, para seus territórios vizinhos como a Ucrânia, considerado um país artificial, ou os Países Bálticos, o que equivale a dizer que deveriam ser incorporados à Grande Rússia. Logo, Império não é somente uma entidade política, mas “religiosa”, imbuída de uma missão civilizatória.

“Conservadores são raramente pacifistas”, escreve ele.

Eles estão voltados para a guerra, não somente por uma necessidade geopolítica, mas religiosa. Trata-se de uma expansão ideologicamente fundada, uma espécie de necessidade da alma russa, dos valores de seu narod, corretamente interpretados por sua liderança política. Um povo que não se engaja numa guerra é um povo que decai, podendo vir a perder a sua alma. Um povo carente de alma nem mereceria existir.

Em seu antiocidentalismo, Dugin propõe uma guerra sem quartel contra o universalismo ocidental, sua noção de direitos, seu conceito de autodeterminação dos povos e os seus representantes políticos. Seu alvo são os liberais identificados aos inimigos. Comunistas e não comunistas antiocidentais se unem contra o inimigo comum, Putin e Dugin colocando-se em linha de continuidade com a União Soviética, em sua cruzada antidemocrática. Nesta sua cruzada, seus companheiros de luta seriam Irã, Venezuela, Síria (naquele então sob o jugo da família Assad), Nicarágua, Coreia do Norte e Bielorrússia, e, de maneira mais cautelosa, a China.

Eis o mundo reconfigurado na perspectiva russa! 

terça-feira, 8 de abril de 2025

Estudo mostra que, com guerra comercial, no Brasil só a soja ganha - Assis Moreira Valor Econômico

Estudo mostra que, com guerra comercial, no Brasil só a soja ganha 

Assis Moreira

Valor Econômico,  segunda-feira, 7 de abril de 2025


Economistas da UFMG calcularam impacto da alta de tarifas de Trump e da retaliação da China

 

Uma simulação feita por economistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) conclui que o Brasil teria um modesto ganho de US$ 428 milhões (R$ 2,497 bilhões) no rastro do tarifaço imposto por Donald Trump e da retaliação anunciada pela China. O resultado aponta a soja como único ganhador. A indústria perderia significativamente.


(Após tarifas nos EUA e retaliação da China)

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS US$

1.Agricultura................... 4.296

1.1Soja ............................ 4.883

1.2Demais agropecuária.. -587

2.Indústria....................... -3.494

3.Serviços........................ -375

TOTAL................................... 428

Fonte: UFMG/Cedeplar/valores em 2017


O levantamento foi feito pelos economistas Edson Paulo Domingues, João Pedro Revoredo Pereira da Costa e Aline Souza Magalhães, da UFMG usando a metolodogia do "Modelo GTAP (cuja base de dados é mantida pela Universidade de Purdue, EUA). É amplamente utilizado em análises de comércio internacional, e adaptado para essas estimativas pela equipe da UFMG. O modelo assume que os mercados respondem aos choques de tarifas e atingem um novo equilibrio de produção e comércio. Serve como uma indicação, no contexto atual.

Na primeira simulação da equipe, levando em conta apenas as tarifas anunciadas por Trump, incluindo taxação adicional de 10% sobre o Brasil, o país perderia cerca de US$ 7 bilhões de exportações, essencialmente de produtos industriais.

Na segunda simulação, somando a imposição das novas tarifas americanas e a retaliação de 34% da China contra os EUA, o modelo mostra que o Brasil ganha leves oportunidades. Em termos de PIB (Produto Interno Bruto), o Brasil teria um pequeno benefício de US$ 350 milhões.

Do ponto de vista setorial, o único setor brasileiro beneficiado seria o de sementes oleaginosas (soja), o qual destinaria boa parte de sua produção para as exportações e geraria o resultado positivo no PIB.

Enquanto soja ganha nas exportações, todos os outros setores sofreriam perdas significativas. O setor industrial seria o mais afetado, com queda estimada de US$ 3,5 bilhões, demonstrando um impacto adverso considerável na economia brasileira. O segmento de serviços também enfrentaria uma diminuição, com uma perda de US$ 375 milhões.

A soja ganha evidentemente no caso em que vende mais para a China enquanto a retaliação chinesa for mantida contra os EUA. A tendência vai ser, mesmo, de um acordo entre americanos e chineses, incluindo compra de mais produtos agrícolas por Pequim, como ocorreu na guerra comercial no primeiro mandato de Trump. Ou seja, o ganho da soja brasileira seria de curta duração.

A equipe da UFMG nota que a elevada perda de exportações e produção da indústria brasileira sugere efeito de “desindustrialização” na economia. Esse fenômeno teria consequências significativas nas perspetivas de crescimento e geração de empregos mais qualificados e com maior remuneração. Acham que esse processo seria desencadeado por políticas protecionistas de outros países, o que torna mais complexa a elaboração de medidas de ajuste e eventuais compensações para setores prejudicados.

Outras simulações tendem a ser feitas, porque o volume de retaliações e acordos bilaterais certamente vai aumentar proximamente.

No geral, todos os países perdem mais do que ganham com a guerra comercial deflagrada por Donald Trump. Só o prejuízo causado pelas incertezas que ele provoca já são enormes. O que o Brasil tem de fazer, em vez de comemorar suposto ganho, é usar esse tipo de simulação para se preparar visando ser mais resiliente nos tempos duros pela frente.

O Livro branco e a militarização da Europa - Gilberto Lopes

O Livro branco e a militarização da Europa

 

Por GILBERTO LOPES*

 

Se o mundo civilizado não atar as mãos destes selvagens, eles nos conduzirão à Terceira Guerra Mundial

 

Uma ameaça fundamental

A Europa enfrenta uma ameaça aguda e crescente. A única forma de garantir a paz é estar preparados para dissuadir aqueles que querem nos prejudicar. Chegou o momento da Europa rearmar-se. Estas são algumas das conclusões do Livro branco conjunto sobre a preparação da defesa europeia 2030, publicado em Bruxelas em 19 de março passado.

Livro branco apresenta um plano de rearmamento da Europa. Para isso, abriram-se as portas para o endividamento dos países europeus através da chamada “Cláusula de Escape”, que permite aos países ultrapassarem os limites do déficit e da dívida estabelecidos nas regras europeias, caso estejam envolvidos investimentos relacionados com a indústria militar.

Mudanças no entorno estratégico

De acordo com o Livro branco, o equilíbrio político que emergiu após o fim da Segunda Guerra Mundial e a conclusão da Guerra Fria “foi seriamente alterado”. Por um lado, argumentam que os “Estados autoritários”, como a China, procuram impor “sua autoridade e controle sobre nossa economia e sociedade”.

Por outro, destacam que a Rússia “deixou claro que continua em guerra com o Ocidente” e “continuará sendo uma ameaça fundamental para a segurança da Europa num futuro previsível”. Caso se permita que a Rússia atinja seus objetivos na Ucrânia, argumentam, “suas ambições territoriais se estenderão ainda mais”. Afirmações que o presidente russo Vladimir Putin tem rejeitado repetidamente.

Aumentar os gastos com defesa

Os gastos com a defesa dos Estados-membros da União Europeia aumentaram mais de 31% desde 2021, atingindo 326 bilhões de euros em 2024. No início de março, a presidente da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen, anunciou o plano ReArm Europe”, que prevê um gasto de cerca de 800 bilhões de euros para a defesa do bloco.

A proposta não foi acolhida unanimemente. Em 26 de março, Gregorio Sorgi e Giovanna Faggionato publicaram no Politico (uma publicação originalmente sediada na Virgínia, e vendida em 2021 para a alemã Axel Springer) que os países do sul da Europa – França, Itália e Espanha – tinham manifestado preocupação com as consequências econômicas do aumento da dívida, tendo em vista suas já elevadas dívidas e déficits orçamentários.

“Alguns países têm sérias dúvidas sobre a possibilidade de endividar-se nesses níveis”, diz o artigo, citando “um diplomata sênior da União Europeia” em Bruxelas. Em vez de assumirem novas dívidas, propõem a emissão de bônus de defesa, colocados pela UE no mercado de capitais, para financiar estes investimentos. Uma proposta à qual países como a Alemanha e a Holanda tradicionalmente se opuseram.

Apoio militar à Ucrânia

Livro branco não prevê qualquer iniciativa diplomática. Alinhado com a visão militarista da nova Comissão Europeia, na qual os beligerantes países bálticos lideram as comissões de relações exteriores e de defesa, propõe que os Estados-membros cheguem rapidamente a um acordo sobre uma ambiciosa iniciativa de apoio militar à Ucrânia, treinando e equipando suas forças armadas e fornecendo-lhes munição de artilharia e defesa aérea. A Ucrânia tornou-se o principal laboratório mundial de defesa e inovação tecnológica, diz o documento.

Desde fevereiro de 2022, a Europa concedeu à Ucrânia cerca de 50 bilhões de euros em apoio militar e pretende melhorar sua capacidade de defesa através do que chamou de “estratégia porco-espinho”, para dissuadir qualquer possível novo ataque. Mísseis (incluindo os de ataque profundo de precisão), aviões não tripulados e pelo menos dois milhões de projéteis de artilharia de grande calibre por ano são prioridades compartilhadas pela Ucrânia e pelos Estados-membros da União Europeia, que também pretendem treinar e equipar as brigadas ucranianas e apoiar a regeneração de seus batalhões.

Esforços que visam, entre outras coisas, preencher o espaço deixado por uma mudança na política norte-americana, que, desde 2022, tem sustentado a guerra na Ucrânia, como demonstrado pela reportagem do New York Times, “The partnership: the secret history of the war in Ukraine” [“A parceria: a história secreta da guerra na Ucrânia”], publicada em 29 de março. Entretanto, apesar das tensões com Washington, a Europa reconhece que uma forte ligação transatlântica continua sendo crucial para sua defesa. A OTAN é a pedra angular dessa defesa.

Para além da Europa

O documento propõe um compromisso ambicioso em matéria de segurança e defesa “com todos os países europeus afins, os países da ampliação e os países vizinhos (incluindo Albânia, Islândia, Montenegro, República da Moldávia, Macedônia do Norte e Suíça)”, assim como a continuação das conversas sobre uma Associação de Segurança e Defesa com a Índia. A ideia é que a União Europeia explore, além disso, “oportunidades de cooperação industrial no campo da defesa com os parceiros do Indo-Pacífico, em particular o Japão e a República da Coreia, com os quais se concluíram Associações de Segurança e Defesa em novembro passado, além da Austrália e da Nova Zelândia”.

A guerra em grande escala da Rússia contra a Ucrânia tem repercussões para além da Europa, diz o Livro branco. As ameaças híbridas e os ciberataques não respeitam fronteiras. Nem a segurança no espaço ou no mar.

Militarização da indústria, um bom negócio

Um mercado de equipamentos de defesa verdadeiramente funcional em toda a União Europeia seria um dos maiores mercados nacionais de defesa do mundo, defende o Livro branco. O aumento do investimento no setor da defesa teria efeitos positivos em toda a economia. A reativação da indústria da defesa em grande escala exigirá que a indústria atraia e forme muitos talentos, incluindo técnicos, engenheiros e peritos especializados.

A reconstrução da defesa europeia exigirá um investimento massivo durante um período prolongado, tanto público como privado, para repor os equipamentos militares dos Estados-membros e aumentar a capacidade de produção industrial da defesa europeia. O Banco Europeu de Investimento tem um papel decisivo a desempenhar no financiamento destes programas. Seu Plano de Ação de Segurança e Defesa foi um primeiro passo nesta direção, mas sua aplicação deve ser acelerada.

Mas não basta aumentar o investimento público em defesa. As empresas europeias, incluindo as pequenas e médias, devem ter um melhor acesso ao capital. A proposta é que, para o período 2023-2027, o Fundo Europeu de Defesa (EDF) financie as PME com até 840 milhões de euros e que o Programa Europeu para a Indústria da Defesa (EDIP) crie um Fundo para Acelerar a Transformação da Cadeia de Abastecimento da Defesa (FAST).

A Europa prepara-se para as guerras

“A União Europeia é, e continua sendo, um projeto de paz”, podemos ler quase no final do Livro branco. A Europa deve tomar decisões audazes, acrescentam, e construir uma União de Defesa que garanta a paz em nosso continente através da unidade e da força.

Em Bruxelas, diz-se que a Comissão Europeia “se transformou num Ministério da Defesa”, afirma a jornalista Gloria Rodríguez, do jornal espanhol El País, num artigo publicado de Bruxelas. A agenda atual é eloquente, afirma. “O Livro branco, que define as ameaças que a União Europeia enfrenta, complementa o ReArm Europe, o plano mais ambicioso até aqui para reforçar os exércitos e a indústria de defesa da Europa”, apresentado por Ursula von der Layen há duas semanas.

Para Dmitry Peskov, porta-voz da presidência russa, os principais sinais vindos de Bruxelas e das capitais europeias referem-se atualmente a planos para militarizar a Europa. Moscou não recebeu sinais de Bruxelas que indiquem o desejo de procurar uma solução política para o conflito ucraniano, afirmou.(!!!! MD)

Necessitam justificar-se

Os Estados-membros da União Europeia escolheram a ex-primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas – uma das vozes mais beligerantes contra a Rússia ( !!!, Estôniaum país com um milhão e trezentos mil habitantes, beligerante contra seu vizinho e ocupante histórico, uma potência nuclear de 144 milhões de habitantes!!!, conta outra, seu russófilo serviçal de Putin !!! (MD)– como representante de sua política externa porque queriam uma líder para tempos de guerra, afirmam os jornalistas do Politico Niicholas Vinocur e Jacopo Barigazzi, citando fontes europeias. “Se você a ouve”, diz uma voz europeia crítica de Kallas, citada pelo Politico, “parece que estamos em guerra com a Rússia, o que não é a linha oficial da União Europeia”.

Mas outros aprovam, como a primeira-ministra dinamarquesa – outra voz particularmente beligerante – ou um diplomata europeu, não identificado pelos autores do artigo, que está “muito satisfeito” com o estilo de Kaja Kallas.

O ódio aos russos foi expresso pelo presidente ucraniano numa entrevista ao jornal conservador francês Le Figaro. Um “sentimento apropriado” em tempos de guerra, disse ele, que o ajuda a se manter na frente da luta.

Um sentimento que provavelmente contribuiu para o fracasso dos acordos de Minsk, negociados antes da guerra em 2014 e 2015 e boicotados pela Ucrânia, França e Alemanha. Estes acordos pretendiam dar garantias às populações russas das Repúblicas de Donetsk e Lugansk. Os combates no leste da Ucrânia, entre os separatistas e as forças ucranianas, já tinham ceifado cerca de 14 mil vidas antes da invasão russa, segundo a BBC, e deixado mais de um milhão de pessoas deslocadas.

Nesse clima, o ministro espanhol das relações exteriores, José Manuel Albares, pediu para que não alarmassem desnecessariamente as pessoas. “Ninguém está se preparando para a guerra”, disse. Referia-se ao “kit de sobrevivência” proposto por von der Layen, que duraria pelo menos 72 horas em caso de emergência. O mesmo José Manuel Albares que, numa reunião de seis países europeus em Madrid, na segunda-feira, 31 de março, propôs, sem obter apoio, a utilização dos fundos russos congelados em bancos europeus para ajudar a Ucrânia.

“Eles precisam justificar-se”, disse o presidente russo Vladimir Putin, comentando a proposta do kit. “É por isso que assustam sua população com uma hipotética ‘ameaça russa’”. “Dizer que vamos atacar a Europa depois da Ucrânia é um completo disparate. É uma intimidação de sua própria população”.

Guerras do futuro?

O colega de Kaja Kallas na Comissão, o ex-primeiro-ministro lituano Andrius Kubilius, agora responsável pela recém-criada pasta da Defesa, que também é a favor de uma política agressiva em relação a Moscou, disse que “se a Europa quer evitara guerra, tem que estar preparada para ela”. As prioridades do Livro branco, destacou, são aumentar os gastos com defesa, pensando “não apenas nas guerras atuais, mas também nas do futuro”. “Vladimir Putin não se deterá lendo o Livro branco”, acrescentou. Só o fará “se o utilizarmos para criar drones muito reais, tanques, artilharia… para nossa defesa”. Para o presidente finlandês, o também conservador Alexander Stubb, a única forma de deter Moscou é “armar a Ucrânia até os dentes”.

E, pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha envia tropas para o estrangeiro. Trata-se de uma brigada instalada na Lituânia, a 10 km da fronteira com a Bielorrússia. Quando estiver totalmente operacional, em 2027, contará com cerca de 5.000 efetivos militares e civis.

Tanto Kaja Kallas como Andrius Kubilius são cidadãos de dois países bálticos – a Estônia e a Lituânia – que são particularmente agressivos contra a Rússia.(!!! Os países bálticos é que foram ocupados pela União Soviética por décadas, a partir de 1940 !!! (MD). É seguro dizer que foi precisamente por isso que foram nomeados para estes cargos. Acontece que a Estônia, com cerca de 1,4 milhão de habitantes, e a Lituânia, com cerca de 2,9 milhões, são apenas um bairro de qualquer grande cidade da América Latina com tal população. A área metropolitana do México ou de São Paulo tem cerca de 8 milhões de habitantes.

Por isso, não é de estranhar que funcionários europeus, que poderiam ser como que presidentes de bairros destas cidades, tenham em suas mãos a definição de políticas que podem levar o mundo a uma nova guerra de dimensões catastróficas. Se o mundo civilizado não atar as mãos destes selvagens, eles nos conduzirão à Terceira Guerra Mundial.

*Gilberto Lopes é jornalista, doutor em Estudos da Sociedade e da Cultura pela Universidad de Costa Rica (UCR). Autor, entre outros livros, de The end of democracy: a dialogue between Tocqueville and Marx (Editora Dialética) [https://amzn.to/


O tarifaço de Trump e o Brasil - Rubens Barbosa (Estadão)

 Opinião :  

O tarifaço de Trump e o Brasil

Comunicado oficial do Itamaraty está correto. A retórica radical de retaliação deve ser substituída por medidas concretas de reciprocidade, apoiadas na nova lei aprovada pelo Congresso

Por Rubens Barbosa

Estadão, 08/04/2025 


A reciprocidade tarifária anunciada por Donald Trump visa, em especial, a compensar as restrições tarifárias e as medidas não tarifárias que afetam os produtos norte-americanos e que dificultam a implementação de uma política industrial que favoreça os interesses das empresas norte-americanas. Na realidade, a medida poderá representar um dos maiores atos de autossabotagem na história dos EUA.

As tarifas universais são variáveis, oscilando de 10% a 49%, entram em vigor imediatamente e serão acrescentadas às tarifas já em vigor, dependendo do produto e do país, além das aplicadas ao aço e ao alumínio e à importação de carros. Os países agora terão de negociar a redução dessas tarifas variáveis com compensações para os EUA. Vietnã e Israel resolveram, antes do anúncio, eliminar as tarifas para os produtos norte-americanos. México, Canadá e União Europeia já deixaram saber que vão retaliar de forma proporcional. A China retaliou com tarifas no mesmo nível: 34% sobre os produtos norte-americanos. Trump disse que, se isso de fato ocorrer, irá treplicar e impor tarifas ainda mais elevadas. Estaria, assim, declarada uma dura guerra comercial global com impactos imprevisíveis. Com base na experiência passada, em especial nos idos de 1930, com a Lei Smoot-Hawley, que elevou as tarifas e isolou os EUA, pode-se antever a possibilidade de uma recessão global, com inflação, desemprego e crise cambial, ao contrário dos objetivos enunciados por Trump.

Em relação à China, o país com o maior superávit no comércio bilateral com os EUA, Trump tomou uma série de medidas, além das tarifas. Entre elas, decisão de conter investimentos em tecnologia e energia nos EUA, de revisar o acordo para evitar a bitributação de 1984 e de impor, a partir de novembro, taxas pesadas sobre navios chineses que buscam os portos norte-americanos com bens de qualquer outro país, para reduzir o domínio chinês no transporte marítimo. Essa taxação teria um efeito dramático sobre o comércio global pelo aumento no preço do frete e no custo final dos produtos no mercado norte-americano.

A região mais prejudicada foi a Ásia (China, com 34%; Vietnã, com 46%; Tailândia, com 31%; Indonésia, com 32%; Malásia, com 24%; e Taiwan, com 32%). O continente menos afetado foi a América Latina, com 10%, à exceção do México, que foi penalizado com múltiplas tarifas. À Rússia e à Coreia do Norte, zero de tarifa...

O anúncio da decisão causou alívio inicial ao governo brasileiro, visto que o País ficou no nível mais baixo das tarifas, com 10% sobre a exportação de produtos brasileiros. Isso pode ser explicado pelo fato de o Brasil ter um déficit (não um superávit) na balança comercial com os EUA, com poucos produtos com tarifas mais elevadas (etanol 18%, ante 2% dos EUA). As barreiras não tarifárias vigentes, identificadas no documento Barreiras contra o Comércio Exterior, produzido pelo United States Trade Representative (USTR), não foram consideradas. Dependendo da evolução das negociações bilaterais, não se deve descartar a possibilidade de, no futuro, o governo de Washington vir a penalizar as barreiras mencionadas no referido documento, como IPI, impostos sobre serviços audiovisuais, remessas relacionadas com obras audiovisuais, restrições à importação de equipamentos de terraplenagem, importação de bens de consumo usados, regulamentações sobre biocombustíveis, barreiras sanitárias e fitossanitárias, compras governamentais, comércio digital e propriedade intelectual.

O governo brasileiro, no nível mais alto, declarou que essas medidas unilaterais são contrárias às regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e que a primeira reação será levar o caso para a OMC em Genebra, a exemplo do que já anunciaram a China e o Canadá. Além dessa medida, Lula disse que o Brasil poderia retaliar. Altos funcionários em Brasília disseram que o governo “está habilitado a tomar contramedidas que afetem os EUA, como retaliação cruzada, em propriedade intelectual, mas que não sejam um tiro no pé”.

No meio das crescentes incertezas quanto às medidas protecionistas dos EUA, o Brasil deveria negociar a volta de cotas, em vez de tarifas, sobre o aço e o alumínio e formas de reduzir o impacto negativo das medidas anunciadas sobre os produtos nacionais. A curto prazo, com a escalada das medidas protecionistas globais, será importante atentar à possibilidade de desvio de comércio para o mercado brasileiro.

Como ficou no nível mais baixo das tarifas variáveis, o Brasil não tem alternativa senão aguardar as reações ao redor do mundo, em especial do Canadá, do México, da União Europeia, da China e do Japão. A partir daí, apresentar queixa à OMC e avaliar como negociar com os EUA. O comunicado oficial do Itamaraty está correto ao anunciar uma posição de cautela para os próximos passos. A retórica radical de retaliação aos EUA deve ser deixada de lado e substituída por medidas concretas de reciprocidade, apoiadas na nova lei de defesa comercial aprovada pelo Congresso.

O cenário mundial, em rápida transformação e ebulição, exige uma visão estratégica e pragmática da parte do governo brasileiro, acima de ideologia e partidarismo, para a defesa do interesse nacional, aproveitamento das oportunidades e resposta aos desafios que surgirão para o Brasil.

Presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice), foi embaixador do Brasil em Londres (1994-99) e em Washington (1999-2004) oficial do Itamaraty está correto. A retórica radical de retaliação deve ser substituída por medidas concretas de reciprocidade, apoiadas na nova lei aprovada pelo Congresso

Por Rubens Barbosa

Estadão, 08/04/2025 


A reciprocidade tarifária anunciada por Donald Trump visa, em especial, a compensar as restrições tarifárias e as medidas não tarifárias que afetam os produtos norte-americanos e que dificultam a implementação de uma política industrial que favoreça os interesses das empresas norte-americanas. Na realidade, a medida poderá representar um dos maiores atos de autossabotagem na história dos EUA.

As tarifas universais são variáveis, oscilando de 10% a 49%, entram em vigor imediatamente e serão acrescentadas às tarifas já em vigor, dependendo do produto e do país, além das aplicadas ao aço e ao alumínio e à importação de carros. Os países agora terão de negociar a redução dessas tarifas variáveis com compensações para os EUA. Vietnã e Israel resolveram, antes do anúncio, eliminar as tarifas para os produtos norte-americanos. México, Canadá e União Europeia já deixaram saber que vão retaliar de forma proporcional. A China retaliou com tarifas no mesmo nível: 34% sobre os produtos norte-americanos. Trump disse que, se isso de fato ocorrer, irá treplicar e impor tarifas ainda mais elevadas. Estaria, assim, declarada uma dura guerra comercial global com impactos imprevisíveis. Com base na experiência passada, em especial nos idos de 1930, com a Lei Smoot-Hawley, que elevou as tarifas e isolou os EUA, pode-se antever a possibilidade de uma recessão global, com inflação, desemprego e crise cambial, ao contrário dos objetivos enunciados por Trump.

Em relação à China, o país com o maior superávit no comércio bilateral com os EUA, Trump tomou uma série de medidas, além das tarifas. Entre elas, decisão de conter investimentos em tecnologia e energia nos EUA, de revisar o acordo para evitar a bitributação de 1984 e de impor, a partir de novembro, taxas pesadas sobre navios chineses que buscam os portos norte-americanos com bens de qualquer outro país, para reduzir o domínio chinês no transporte marítimo. Essa taxação teria um efeito dramático sobre o comércio global pelo aumento no preço do frete e no custo final dos produtos no mercado norte-americano.

A região mais prejudicada foi a Ásia (China, com 34%; Vietnã, com 46%; Tailândia, com 31%; Indonésia, com 32%; Malásia, com 24%; e Taiwan, com 32%). O continente menos afetado foi a América Latina, com 10%, à exceção do México, que foi penalizado com múltiplas tarifas. À Rússia e à Coreia do Norte, zero de tarifa...

O anúncio da decisão causou alívio inicial ao governo brasileiro, visto que o País ficou no nível mais baixo das tarifas, com 10% sobre a exportação de produtos brasileiros. Isso pode ser explicado pelo fato de o Brasil ter um déficit (não um superávit) na balança comercial com os EUA, com poucos produtos com tarifas mais elevadas (etanol 18%, ante 2% dos EUA). As barreiras não tarifárias vigentes, identificadas no documento Barreiras contra o Comércio Exterior, produzido pelo United States Trade Representative (USTR), não foram consideradas. Dependendo da evolução das negociações bilaterais, não se deve descartar a possibilidade de, no futuro, o governo de Washington vir a penalizar as barreiras mencionadas no referido documento, como IPI, impostos sobre serviços audiovisuais, remessas relacionadas com obras audiovisuais, restrições à importação de equipamentos de terraplenagem, importação de bens de consumo usados, regulamentações sobre biocombustíveis, barreiras sanitárias e fitossanitárias, compras governamentais, comércio digital e propriedade intelectual.

O governo brasileiro, no nível mais alto, declarou que essas medidas unilaterais são contrárias às regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e que a primeira reação será levar o caso para a OMC em Genebra, a exemplo do que já anunciaram a China e o Canadá. Além dessa medida, Lula disse que o Brasil poderia retaliar. Altos funcionários em Brasília disseram que o governo “está habilitado a tomar contramedidas que afetem os EUA, como retaliação cruzada, em propriedade intelectual, mas que não sejam um tiro no pé”.

No meio das crescentes incertezas quanto às medidas protecionistas dos EUA, o Brasil deveria negociar a volta de cotas, em vez de tarifas, sobre o aço e o alumínio e formas de reduzir o impacto negativo das medidas anunciadas sobre os produtos nacionais. A curto prazo, com a escalada das medidas protecionistas globais, será importante atentar à possibilidade de desvio de comércio para o mercado brasileiro.

Como ficou no nível mais baixo das tarifas variáveis, o Brasil não tem alternativa senão aguardar as reações ao redor do mundo, em especial do Canadá, do México, da União Europeia, da China e do Japão. A partir daí, apresentar queixa à OMC e avaliar como negociar com os EUA. O comunicado oficial do Itamaraty está correto ao anunciar uma posição de cautela para os próximos passos. A retórica radical de retaliação aos EUA deve ser deixada de lado e substituída por medidas concretas de reciprocidade, apoiadas na nova lei de defesa comercial aprovada pelo Congresso.

O cenário mundial, em rápida transformação e ebulição, exige uma visão estratégica e pragmática da parte do governo brasileiro, acima de ideologia e partidarismo, para a defesa do interesse nacional, aproveitamento das oportunidades e resposta aos desafios que surgirão para o Brasil.

Presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice), foi embaixador do Brasil em Londres (1994-99) e em Washington (1999-2004)

Palestra na UnB: O Brasil no contexto de um novo cenário internacional: incertezas e opções - Paulo Roberto de Almeida

Texto disponível: 




 

O Brasil no contexto de um novo cenário internacional: incertezas e opções

 

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.

Ensaio para apoiar exposição oral em conferência para alunos de pós-graduação do prof. André Nunes, da UnB, dia 16/04, das 19:00 às 21:00. 

 

Sumário: 

1. A Grande Transformação Revertida: Mister Trump entra em cena

2. O Brasil e a alternância de fases na política internacional do século XX ao XXI

3. O que foi a primeira Guerra Fria e como o Brasil se inseriu no contexto bipolar

4. Mudanças na geopolítica e na geoeconomia mundial desde o início do milênio

5. A segunda Guerra Fria, de caráter econômico-tecnológico, tendente à geopolítica

6. A Rússia retrocede o mundo a um cenário típico da primeira metade do século XX

7. Desafios à ordem global ocidental sob Trump 2 e implicações para o Brasil

8. Brasil, Brics, Sul Global e nova ordem global multipolar: escolhas feitas?

9. O desmantelamento político e econômico dos sistemas multilaterais: qual futuro?

 

Texto será disponibilizado oportunamente.

Banco Central da China anuncia um novo sistema de pagamentos baseado em moeda digital, independente do SWIFT

*BIG BREAKING *

the People's #Bank of #China suddenly announced that the digital RMB (Renminbi, Chinese Yuan) cross-border settlement system will be fully connected to the ten ASEAN countries and six Middle Eastern countries, which means that 38% of the world's #trade volume will bypass the SWIFT system dominated by the US dollar and directly enter the "digital RMB moment". This financial game, which The #Economist called the "Bretton Woods System 2.0 Outpost Battle", is rewriting the underlying code of the global economy with blockchain technology.

While the #SWIFT system is still struggling with the 3-5 day delay in cross-border payments, the #digital #currency bridge developed by China has compressed the clearing speed to 7 seconds. In the first test between Hong Kong and Abu Dhabi, a company paid a Middle Eastern supplier through digital RMB. The funds no longer went through six intermediary banks, but were received in real time through a distributed ledger, and the handling fee dropped by 98%. This "lightning payment" capability makes the traditional clearing system dominated by the US dollar instantly look clumsy.

What makes the West even more frightened is the technical moat of China's digital currency. The blockchain technology used by the digital RMB not only makes transactions traceable, but also automatically enforces anti-money laundering rules. In the China-Indonesia "Two Countries, Two Parks" project, Industrial Bank used digital RMB to complete the first cross-border payment, which took only 8 seconds from order confirmation to funds arrival, 100 times more efficient than traditional methods. This technical advantage has enabled 23 central banks around the world to actively join the digital currency bridge test, among which Middle Eastern energy traders have reduced settlement costs by 75%.

The deep impact of this technological revolution lies in the reconstruction of financial sovereignty. When the United States tried to sanction Iran with SWIFT, China had already built a closed loop of RMB payments in Southeast Asia. Data shows that the cross-border RMB settlement volume of ASEAN countries exceeded 5.8 trillion yuan in 2024, an increase of 120% over 2021. Six countries including Malaysia and Singapore have included RMB in their foreign exchange reserves, and Thailand has completed the first oil settlement with digital RMB. This wave of "de-dollarization" made the Bank for International Settlements exclaim: "China is defining the rules of the game in the era of digital currency."

But what really shocked the world was China's strategic layout. Digital RMB is not only a payment tool, but also a technical carrier of the "Belt and Road" strategy. In projects such as the China-Laos Railway and the Jakarta-Bandung High-Speed ​​Railway, the digital RMB is deeply integrated with Beidou navigation and quantum communication to build a "Digital Silk Road". When European car companies use digital RMB to settle freight through the Arctic route, China is using blockchain technology to increase trade efficiency by 400%. This virtual-real strategy makes the US dollar hegemony feel a systemic threat for the first time.

Today, 87% of countries in the world have completed the adaptation of the digital RMB system, and the scale of cross-border payments has exceeded 1.2 trillion US dollars. While the United States is still debating whether digital currency threatens the status of the #US #dollar, China has quietly built a digital payment network covering 200 countries. This silent financial revolution is not only about monetary sovereignty, but also determines who can control the lifeline of the future global economy!

This is very big news  It means De-dollarisation in a big way. It can completely re-set the world...

segunda-feira, 7 de abril de 2025

Livro: Celso Furtado: trajetória, pensamento e método - Alexandre de Freitas Barbosa e Alexandre Macchione Saes

 Livro novo sobre um dos nossos grandes economistas:

Celso Furtado: trajetória, pensamento e método”, de Alexandre de Freitas Barbosa e Alexandre Macchione Saes

Um dos nomes mais influentes do pensamento econômico brasileiro e latino-americano ganha nova leitura em Celso Furtado: trajetória, pensamento e método, que está sendo lançado agora em abril pela Editora Autêntica. Escrito pelos pesquisadores Alexandre de Freitas Barbosa e Alexandre Macchione Saes, o livro percorre mais de cinquenta anos da produção intelectual e da atuação pública de Celso Furtado, articulando sua biografia, sua obra e o contexto histórico em que foi produzida. O lançamento integra a Coleção Ensaios, coordenada por Ricardo Musse.

Confira abaixo um release do livro.

Novo livro traça perfil panorâmico de Celso Furtado e reafirma atualidade de seu pensamento

Celso Furtado: trajetória, pensamento e método, de Alexandre de Freitas Barbosa e Alexandre Macchione Saes, é um dos lançamentos de abril da Autêntica Editora. O livro percorre mais de cinquenta anos de produção intelectual e atuação pública de Celso Furtado, articulando sua biografia, sua obra e o contexto histórico em que ela foi produzida. 

A proposta dos autores é apresentar um panorama da trajetória de Furtado e, ao mesmo tempo, fornecer ferramentas para compreender seu método de análise “histórico-estrutural”, sem limitar a leitura ao campo da economia. Com uma abordagem interdisciplinar e linguagem pedagógica, o livro revela os “vários Furtados” que se entrelaçam ao longo do século XX: o servidor público, o economista da Cepal, o formulador de políticas no governo federal, o intérprete do Brasil, o exilado intelectual, o crítico do capitalismo global e o interlocutor das novas gerações.

O método histórico-estrutural e a ideia de Brasil

Para Celso Furtado, não havia separação entre teoria e prática. Seu método partia da análise das estruturas econômicas e sociais — em constante transformação — para compreender os limites e as possibilidades de desenvolvimento da periferia do sistema capitalista. No Brasil, isso significava investigar as raízes históricas do subdesenvolvimento e propor caminhos de superação que envolviam o papel ativo do Estado e da cultura na construção de um projeto nacional e a participação da sociedade por meio das reformas de base.

A partir do clássico Formação econômica do Brasil (1959), Furtado consolidou uma leitura que conectava o passado colonial à persistência da desigualdade e à dependência externa. Seus diagnósticos, no entanto, sempre vinham acompanhados de propostas: planejamento, soberania, justiça social e democratização do desenvolvimento.

Um dos destaques do livro é a reconstrução do momento em que Furtado deixa de ser somente um intelectual da Cepal para se tornar um formulador de políticas públicas. À frente da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) no governo JK e depois como ministro do Planejamento de João Goulart, Furtado idealizou planos ousados de transformação estrutural. Com o golpe de 1964, foi lançado ao exílio, onde reformulou suas ideias à luz da nova configuração do capitalismo global.

Mesmo afastado do poder, Furtado seguiu produzindo reflexões originais sobre a economia, o papel da cultura e os limites da civilização industrial. De volta ao Brasil nos anos 1980, participou do processo de redemocratização e foi ministro da Cultura no governo Sarney, defendendo a diversidade cultural como vetor de desenvolvimento. Até seus últimos dias, dialogou com jovens pesquisadores e estudantes, deixando um legado que vai além da economia.

Atualidade e legado

Ao tratar o pensamento de Furtado como uma matriz de leitura ainda válida para compreender os impasses do Brasil contemporâneo, os autores reafirmam sua atualidade. Sua crítica à desigualdade, sua defesa da soberania nacional e sua sensibilidade diante das contradições do capitalismo permanecem inspiradoras.

Em tempos de crise e reconstrução, ler Celso Furtado é um convite à imaginação transformadora. Como afirmam Barbosa e Saes, a proposta do livro não é cultuar o mestre, mas praticá-lo — com ousadia, rigor e esperança.

Sobre os autores

Alexandre de Freitas Barbosa é professor de História Econômica e Economia Brasileira do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB/USP). Também é coordenador do núcleo temático Repensando o Desenvolvimento do LABIEB e Bolsista de Produtividade do CNPq. Publicou pela Alameda Editorial os livros O Brasil desenvolvimentista e a trajetória de Rômulo Almeida: projeto, interpretação e utopia (2021) e A formação do mercado de trabalho no Brasil (2024, 2ª edição).

Alexandre Macchione Saes é professor de História Econômica do Departamento de Economia da Faculdade de Administração, Economia e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), diretor da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM/USP) e Bolsista de Produtividade do CNPq. Publicou os livros Conflitos do capital (Edusc, 2010) e História econômica geral em coautoria com Flávio de Saes (Saraiva, 2013). Organizou, com Alexandre de Freitas Barbosa, o livro Celso Furtado e os 60 anos de Formação econômica do Brasil (Edições Sesc, 2021).


Indignidade diplomática? - Paulo Roberto de Almeida

 Dificil admitir que o chefe de Estado, de governo e da política externa do Brasil — um país que defende a Carta da ONU e tem entre seus principios e valores de relações internacionais a defesa do Direito Internacional — cometerá a indignidade diplomática de apertar efusivamente a mão de um criminoso de guerra no dia 8 de maio em Moscou. 


Clube do Livro do Livres: Capitalismo e Liberdade (1962), de Milton Friedman [Julho] - Paulo Roberto de Almeida

Clube do Livro do Livres:

Capitalismo e Liberdade (1962), de Milton Friedman

24 de Julho de 2015, 19:00 - 20:00

Inscrever-se: https://bit.ly/3RiTl41
https://arealivres.org/participe/

SOBRE O CLUBE
O Clube do Livro é um encontro mensal exclusivo para associados, realizado online, com curadoria do Conselho Acadêmico. A cada edição, um livro selecionado pelo Conselho Acadêmico servirá de base para discussão, contando com material de leitura prévio para embasar o debate.

QUARTO ENCONTRO DO CLUBE
Livro: Capitalismo e Liberdade (1962), de Milton Friedman
Professor: Paulo Roberto de Almeida
No quarto encontro, no dia 24/07, às 19h, exploraremos a obra Capitalismo e Liberdade, de Milton Friedman, um dos pilares do pensamento econômico liberal. Paulo Roberto de Almeida, diplomata e conselheiro acadêmico do Livres, conduzirá a exposição teórica, analisando os argumentos de Friedman sobre a interdependência entre a liberdade econômica e a liberdade política, e como o capitalismo pode ser um fator essencial para a preservação das liberdades individuais.
PRA:
“ Acabo de terminar uma releitura do livro de Milton Friedman, Capitalism and Freedom (1962), na minha série de “clássicos revisitados”, aplicando seus argumentos ao caso do (não) desenvolvimento do Brasil. Friedman morreu em 2006. Se estivesse vivo, assistindo às loucuras tarifárias de Donald Trump, teria vindo imediatamente a público condenar, nos termos mais veementes, o gesto mais insano da história econômica dos EUA, com impacto mundial.”

DINÂMICA DO ENCONTRO
Exposição teórica com Paulo Roberto de Almeida, destacando os principais conceitos do livro.
Debate em grupos nos breakrooms do Zoom, onde os participantes poderão discutir as ideias centrais da obra e sua relevância no cenário atual.
Discussão geral e tira-dúvidas com a reintegração dos grupos.
Sorteio de um exemplar do livro entre os associados adimplentes.

PÚBLICO
O encontro é exclusivo para todos os associados livres.

MATERIAL AUXILIAR
Disponibilizaremos trechos do livro até 21/07 para facilitar o acompanhamento da discussão.

QUANDO ACONTECERÁ?
Os encontros serão mensais, realizados na penúltima quinta-feira de cada mês, a partir das 19h. Confira o calendário completo em arealivres.org/eventos.

LOCAL DO EVENTO
🖥️ Virtualmente pelo Zoom (o link será enviado após a inscrição).
Confirme sua participação
Detalhes
Data: julho 24
Hora: 19:00 - 20:00
Categoria de Evento: Debate
Local: zoom
Área Livres
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domingo, 6 de abril de 2025

Ricardo Bergamini revela o assalto à nação praticado pela aristocracia do Judiciário

 Gastos com pessoal

 

No serviço público existe o crescimento vegetativo dos gastos com pessoal, assim sendo mesmo sem qualquer interferência do governante de plantão, os gastos com pessoal crescem com benefícios imorais existentes (promoções automáticas, quinquênios, licença prêmio, dentre centenas de outras aberrações ainda existentes no Brasil). Além do efeito cascata, qual seja: os aumentos no nível federal são automaticamente concedidos nos níveis estaduais e municipais.

 

Em 2002, os gastos com pessoal consolidado (união, estados e municípios) foi de R$ 198,7 bilhões (13,35% do PIB), representando 41,64% da carga tributária. Em 2023 migrou para R$ 1.576,4 bilhões (14,52% do PIB), representado 43,27% da carga tributária. Crescimento real em relação ao PIB de 8,76% e de 3,91%, em relação à carga tributária.

 

Um grupo de trabalhadores de primeira classe (servidores públicos) composto por 13,5 milhões de brasileiros (ativos, inativos, civis e militares) que representam apenas 6,65% da população brasileira, sendo 2,2 milhões federais, 4,9 milhões estaduais e 6,4 milhões de municipais custaram R$ 1.576,4 bilhões em 2023, correspondentes a 14,52% do PIB. Esse percentual representou 43,27% da carga tributária. 

 

Na história do Brasil a nação sempre foi refém dos seus servidores públicos (trabalhadores de primeira classe), com os seus direitos adquiridos intocáveis, estabilidade de emprego, longas greves remuneradas, acionamento judicial sem perda de emprego, regime próprio de aposentadoria (não usam o INSS), planos de saúde (não usam o SUS), dentre muitos outros privilégios impensáveis para os trabalhadores de segunda classe (empresas privadas). Com certeza nenhum desses trabalhadores de primeira classe concedem aos seus empregados os mesmos direitos imorais. 

A composição da Carga Tributária dos Estados Unidos tem como base 84,11% de sua arrecadação incidindo sobre a Renda, Lucro, Ganho de Capital, Folha Salarial e Propriedade (classes privilegiadas da nação americana), e o Brasil 58,85% e apenas 15,89% incidindo sobre Bens e Serviços (arroz, feijão, remédios, transportes e educação), e o Brasil 41,15%. Com uma Carga Tributária total de apenas 27,7 do PIB, e o Brasil de 33,3% do PIB. 

Ricardo Bergamini

 

Barroso cria novo benefício de R$ 10 mil mensais para juízes auxiliares de ministros do STF

 

Ilustríssimo Privilégio: como juízes criam seu paraíso fiscal para pagar menos Imposto de Renda

 

O Estado de São Paulo

 

06/04/25

 

Até dezembro de 2023, o STF pagava para cada magistrado auxiliar até seis diárias por mês, o equivalente a cerca de R$ 6 mil. O limite fora instituído sob alegação de que seria um gasto muito elevado pagar diárias referentes a um mês inteiro de trabalho em Brasília a juízes de outros Estados. No início do ano passado, o STF...

 

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https://www.estadao.com.br/politica/barroso-cria-novo-beneficio-para-juizes-auxiliares-de-ministros-do-stf/

 

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...