It destroyed kings, kaisers, czars and sultans; it demolished empires; it introduced chemical weapons; it brought millions of women into the work force.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
sexta-feira, 27 de junho de 2014
A Grande Guerra mudou o mundo - Steven Erlanger (NYT)
It destroyed kings, kaisers, czars and sultans; it demolished empires; it introduced chemical weapons; it brought millions of women into the work force.
Brasil 5 x Suecia 2: a Copa de 1958, a primeira de que eu me lembro
Em todo caso, eu me lembro perfeitamente bem dos festejos em torno da Copa: não tínhamos televisão, mas a rádio supria as necessidades. O resto era só emoção.
Depois da humilhação de 1950 (eu tinha poucos meses nessa época), e da frustração em 1954 (em Berna, meu primeiro posto diplomático), a Suécia foi a consagração da genialidade brasileira no futebol.
Paulo Roberto de Almeida
BRASIL 5 x 2 SUÉCIA
Clique aqui para ver.
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/videos/videosoi/1958_brasil_campeao_som_e_imagem
BRASIL 5 x 2 SUÉCIA1958, Brasil campeão: som e imagem
23/06/2014 | 1 comentários
A íntegra, e com narração em português, da partida que deu ao Brasil o primeiro título mundial de sua história no futebol. O responsável pelo resgate histórico foi o engenheiro Carlos Augusto Marconi, 64 anos, um especialista em telecinagem. Para construir a transmissão da vitória brasileira por 5 a 2 diante dos donos da casa, a Suécia, o engenheiro utilizou áudio ambiente retirado de uma película inglesa, com imagens obtidas em 2006 e narradas em russo. Ele as usou como base em vídeo e cobriu as imagens com áudios de rádios brasileiras.
Vocês já ouviram falar em: marcar um tento, retomar a peleja, atrasar o couro, continuar o certame, recuar para o arqueiro, dominar a pelota? Pois é: era assim que se falava antigamente... Povo educado o sueco: cada vez que Garrincha pegava a "pelota", os suecos o aplaudiam... Paulo Roberto de Almeida |
Portugal em crise e as solucoes inovadores - livro de Jack Soifer et alii
Independentemente dessa dúvida, crises tem de ser resolvidas com soluções inovadoras e de fato cabe explorar novos caminhos para a retomada do crescimento e do emprego.
Leiam a matéria de O Jornal Econômico, de Portugal.
Paulo Roberto de Almeida
O racismo ao inverso, um tema controverso - Thomas Sowell
Livros e venda online : a Franca continua sua estrategia suicidaria, anti-Amazon
Comércio eletrônico
França proíbe Amazon de vender livros por preço mais baixo que as livrarias
Medida aprovada nesta quinta-feira impede que empresas de comércio eletrônico ofereçam descontos acima de 5% e impõe restrições ao frete gratuito
Comércio eletrônico movimenta mais US$ 60 bi por ano na América Latina
Liminar mantém regra de ICMS nas compras online
Eleicoes 2014: um candidato diferente, o Pastor Everaldo
Pastor Everaldo: até agora, dizendo as coisas certas e sem temer a patrulha politicamente conveniente
Muito bem! Por que essa introdução? Porque esses mesmos setores estão quebrando a cara com o Pastor Everaldo, candidato do PSC à Presidência da República. É inteligente, articulado, fala coisa com coisa e não tem receio de parecer o que é: um conservador — no melhor sentido, até agora ao menos, que essa palavra possa ter. Conheço, deixo claro, pouco de sua trajetória. Prometo tentar saber mais. Falo sobre o que leio e ouço do credo político que tem externado. Está tudo no lugar. Nos EUA, só para ter uma referência, integraria alguma ala moderada do Partido Republicano. Por aqui, ainda é tratado com certa suspicácia. Sabem como é… O homem é um cristão!!! E isso pode ser muito perigoso, né? Quando veio à luz o escândalo Luiz Moura, o deputado estadual petista que se reuniu com membros do PCC, fui ler as reportagens que haviam saído sobre ele quando apenas candidato. Foi tratado como um exemplo de recuperação! De um cristão, no entanto, convém suspeitar sempre, certo? Se um adepto do consumo de drogas se candidata, isso enriquece a democracia. Se é um pastor, há quem veja nisso grande perigo.
Everaldo esteve nesta quinta em Salvador, na convenção do PSC que oficializou o apoio à candidatura de Paulo Souto (DEM) ao governo da Bahia. Segundo informa Aguirre Talento, na Folha, afirmou:
“Defendemos a vida do ser humano desde a sua concepção, defendemos a família como está na Constituição brasileira, sem discriminar ninguém. A pessoa mais democrática e liberal é Deus, que deu livre arbítrio para o homem fazer o que bem entende de sua vida. Não é o Estado que vai dizer como vai o cidadão se comportar”.
É um repúdio ao aborto — e, em todo o mundo democrático, há partidos plenamente integrados à democracia, é evidente, que têm essa pauta (só no Brasil é que se tenta criminalizar moralmente essa escolha). Deixa claro que defende a manutenção da família nos termos da Constituição, formada por homem, mulher e filhos. Mas condena discriminações ao, com acerto, afirmar que não cabe ao estado definir certos comportamentos e escolhas. Notem: um partido tem o direito de ter uma opinião sobre o que deve ser a família legalmente constituída. Tal tese, de resto, no que concerne ao estado brasileiro (e contra a Constituição), está vencida. Mas só os autoritários, fascistoides mesmo, ambicionariam impedir a expressão de uma opinião.
Gosto da coragem que tem Everaldo de dizer coisas nas quais acredita, sem ligar para a patrulha: “Graças a Deus, estamos numa democracia, e vou repetir sempre isto; aqui não é Cuba nem Venezuela”. Na mosca! Fez, mais uma vez, uma defesa de um estado enxuto, com redirecionamento dos gastos públicos para saúde, educação e segurança pública. Está certo! No programa nacional do partido, no horário político gratuito, enfrentou a “doxa” e mandou ver: defendeu a privatização de estatais. É capaz de falar com propriedade sobre esses assuntos.
Sem máquina, sem governos de estado, dirigente de um partido pequeno, sem aparecer na televisão, sem ter a simpatia de jornalistas (muito pelo contrário), Everaldo surge com 3% ou 4% nas pesquisas de intenção de voto. E pode, escrevo de novo aqui, fazer diferença num segundo turno. Os petistas acompanham com temor a sua candidatura por motivos óbvios.
Sobre a crise na USP: pela meritocracia radical - Carlos de Brito Pereira
Há algum tempo venho negociando com o professor Pereira a publicação de um texto inédito sobre a crise que ocorre na USP, a mais importante universidade de nosso país.
Por conta da extensão do texto, chegou-se a cogitar a possibilidade de dividi-lo em três partes. Mas pedi ao autor para apresentar o artigo na íntegra em uma única postagem, com o objetivo de facilitar o acesso aos leitores deste blog.
A crise financeira e política na USP tem apresentado profundos reflexos na produção intelectual da instituição, uma vez que essa universidade perdeu posições em rankings internacionais das melhores instituições de ensino superior do mundo e até mesmo da América Latina. E, seguindo a política usual deste blog, o texto do professor Pereira promove uma análise honesta e, portanto, incisiva, sobre as raízes da incompetência da instituição que já foi motivo de orgulho de muitos brasileiros. No entanto, não se trata de um mero texto de crítica. Mais importante do que isso, o autor apresenta uma solução viável não apenas para a Universidade de São Paulo, mas para todas as instituições públicas de ensino superior de nosso país.
Desejo a todos uma leitura crítica e insisto para que os leitores encaminhem esta postagem para todos aqueles que exercem cargos de poder e influência. O que sustenta este blog certamente não é o administrador, mas a efetiva ação de seus leitores.
Nos últimos dias a crise na USP tem sido tema recorrente no noticiário e editoriais dos principais jornais de São Paulo, com repercussão em vários outros meios de comunicação em geral e em blogs que discutem ciência e vida acadêmica, como este do professor Adonai Sant'Anna. O debate atual, com variações sobre o tema, parece restringir-se apenas à questão financeira. Notadamente, concentra-se a discussão nos últimos reajustes salariais. A principal causa apontada é a perda de foco no que seria a principal missão da Universidade, e o principal culpado seria o ex-reitor, Prof. Dr. João Grandino Rodas, por incentivar gastos desnecessários e aumentar os salários acima do aumento da receita.
Com a experiência de quem trabalha em uma das mais conturbadas Unidades da USP, posso dizer que essa discussão tem usado aquilo que batizei alhures de “o sujeito oculto da USP”: Os problemas são apontados, eventuais causas e soluções discutidas, mas ninguém aponta para os sujeitos que fizeram isso. Um ou outro artigo trata da “estrutura” da USP, mas parece aquele discurso adolescente de movimento estudantil, quando alguém se refere à culpa do “sistema”. George Orwell escreveu vários ensaios sobre como a linguagem é corrompida no debate público. Isto não é casual: chamar as coisas pelo nome correto e indicar os responsáveis pelas ações não costuma ser bem visto tanto no mundo político quanto na cultura brasileira. Porém, a crise da USP é grave e precisa ser discutida da forma mais honesta, até para evitar que isto aconteça novamente no futuro. Apontar o dedo para o último Reitor é conveniente. O Prof. Dr. João Grandino Rodas é um alvo fácil e talvez tenha responsabilidade sobre a situação, mas ele não estava sozinho e não brotou na Reitoria: foi votado no Conselho Universitário e escolhido pelo Governador do Estado. Aliás, os atuais Reitor e Vice-Reitor foram Pró-Reitores na administração passada.
Assim, como funcionaria o “sistema” da USP? Por princípio, a Universidade seria uma República Platônica, onde os melhores exerceriam os cargos mais importantes (uma “meritocracia”, pois). Logo, o Reitor seria o primus inter pares. Dada a estrutura da carreira, esses melhores seriam os Professores Titulares. Ora, a julgar pelo resultado recente, há que se perguntar: melhores em quê?
(...) (Ler a íntegra da longa, profunda e percuciente análise do Professor Pereira neste link:
Iniciei este ensaio com uma longa paráfrase, mostrando como a atual governança uspianaparece-se de certa forma com o sistema comunista. Nesse livro, Stephen Kotkin e Jan Gross apresentam uma versão para o final dos regimes comunistas, na qual destacam a importância do que chamam de “a sociedade incivil”, ou seja, os membros do Partido Comunista em cargos importantes no regime. A analogia com a situação atual da USP é inevitável: somente se membros do Conselho Universitário fizerem as mudanças necessárias, poderemos sair da crise financeira em que nos encontramos. Não será a sociedade civil que fará isto. Acredito que, se insistirmos no caminho trilhado até aqui, apenas caminharemos para a obsolescência e para a insignificância. Títulos, homenagens, número de publicações apenas mascaram a situação. Em termos práticos, seremos inúteis para a sociedade que nos financia.
Lembremo-nos de uma verdade há muito esquecida: não somos políticos ligados a partidos políticos, burocratas barnabés de caricatura ou geniozinhos admirados por amigos e parentes apenas porque temos o nome “USP” no nosso cartão de visitas. Somos docentes da Universidade de São Paulo. Deveríamos ao menos tentar honrar isto.