Tenho absoluta certeza de que a culpa é da globalização capitalista, assimétrica e destruidora do meio ambiente...
Paulo Roberto de Almeida
As abelhas sumiram!
Carta Maior, 27/04/2011
Primeiro, as abelhas começaram a desaparecer nos Estados Unidos, depois no Canadá e, então, no Brasil. “Nós, em Santa Catarina, tivemos um problema muito sério na primavera passada. Álias, esse problema tem se agravado muito e sempre nesta mesma épóca do ano”, explica o professor Afonso Inácio Orth, um dos principais especialistas em abelhas do país e que tem acompanhado os estudos que buscam respostas para o desaparecimento dos insetos desde que este problema foi detectado.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
sexta-feira, 29 de abril de 2011
Retrocede Brasil (6): ajuste fiscal ilusorio e inexistente (ambos os dois, se me permitem a redundancia)
Simplesmente mentira.
O governo nao fez NENHUM ajuste fiscal.
A redução alegada de despesas se fez com base num orçamento inflado para cima pelos parlamentares, sobre um projeto altamente exagerado do governo, que já previa um crescimento das receitas e despesas maior do que a realidade o permitiria.
Ou seja, o governo anunciou corte de fumaça.
Depois, o governo demorou um mês e meio para detlhar um corte pífio de 50 bilhões de reais, sendo que logo depois ofereceu 55 bilhões ao BNDES, o que é de uma coerência extraordinária.
O governo sofre de transtorno bipolar...
-----------
Paulo Roberto de Almeida
O ajuste fiscal é a melhor arma para o combate à inflação, diz Mantega ao iG
iG, 28/04/2011
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ao iG que o governo está fazendo um forte ajuste fiscal e essa é uma excelente arma que dispõe para ajudar no combate à inflação.
“A consolidação fiscal, que implica em corte de gastos públicos, é uma excelente arma que o governo dispõe para conter a demanda do Estado e que ajuda no combate à inflação”, disse Mantega, em conversa ontem à tarde, em Brasília.
Mantega disse que o governo não possui só esta arma, do ajuste fiscal, mas diversas outras, como a política monetária.
“O governo está atacando em todas as frentes, em todos os lados, tanto do ponto de vista fiscal como monetário”, afirmou Mantega.
O minstro da Fazenda citou, por exemplo, a cobrança de IOF sobre os empréstimos externos com prazo inferior a 320 dias, o que significa uma entrada menor de crédito externo no País.
A enorme liquidez que existe hoje no mundo, que é provocada principalmente pelo longo período de afrou xamento monetário nos Estados Unidos e que deve persistir por mais tempo, é uma das principais responsáveis pela inflação tanto no Brasil como em todos os países.
Em entrevista ontem, Ben Bernanke, presidente do Fed (Banco Central americano), não deu nenhum sinal de que irá interromper essa política de afrouxamento monetário.
O próprio Mantega reconhece que não virá dos Estados Unidos nenhuma ajuda para o combate à inflação.
“Bernanke tem ajudado o País dele”, diz Mantega.
Na opinião do ministro da Fazenda, se hoje os países emergentes estão convivendo com mais inflação é porque também tem apresentado um crescimento maior do que os países ricos.
Mantega diz que o grande responsável por essa inflação de commodities é essa alta liquidez no mundo inteiro, o que ele chamou de tsunami econômico, em referência a um artigo publicado recentemente no New York Times.
O governo nao fez NENHUM ajuste fiscal.
A redução alegada de despesas se fez com base num orçamento inflado para cima pelos parlamentares, sobre um projeto altamente exagerado do governo, que já previa um crescimento das receitas e despesas maior do que a realidade o permitiria.
Ou seja, o governo anunciou corte de fumaça.
Depois, o governo demorou um mês e meio para detlhar um corte pífio de 50 bilhões de reais, sendo que logo depois ofereceu 55 bilhões ao BNDES, o que é de uma coerência extraordinária.
O governo sofre de transtorno bipolar...
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Paulo Roberto de Almeida
O ajuste fiscal é a melhor arma para o combate à inflação, diz Mantega ao iG
iG, 28/04/2011
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ao iG que o governo está fazendo um forte ajuste fiscal e essa é uma excelente arma que dispõe para ajudar no combate à inflação.
“A consolidação fiscal, que implica em corte de gastos públicos, é uma excelente arma que o governo dispõe para conter a demanda do Estado e que ajuda no combate à inflação”, disse Mantega, em conversa ontem à tarde, em Brasília.
Mantega disse que o governo não possui só esta arma, do ajuste fiscal, mas diversas outras, como a política monetária.
“O governo está atacando em todas as frentes, em todos os lados, tanto do ponto de vista fiscal como monetário”, afirmou Mantega.
O minstro da Fazenda citou, por exemplo, a cobrança de IOF sobre os empréstimos externos com prazo inferior a 320 dias, o que significa uma entrada menor de crédito externo no País.
A enorme liquidez que existe hoje no mundo, que é provocada principalmente pelo longo período de afrou xamento monetário nos Estados Unidos e que deve persistir por mais tempo, é uma das principais responsáveis pela inflação tanto no Brasil como em todos os países.
Em entrevista ontem, Ben Bernanke, presidente do Fed (Banco Central americano), não deu nenhum sinal de que irá interromper essa política de afrouxamento monetário.
O próprio Mantega reconhece que não virá dos Estados Unidos nenhuma ajuda para o combate à inflação.
“Bernanke tem ajudado o País dele”, diz Mantega.
Na opinião do ministro da Fazenda, se hoje os países emergentes estão convivendo com mais inflação é porque também tem apresentado um crescimento maior do que os países ricos.
Mantega diz que o grande responsável por essa inflação de commodities é essa alta liquidez no mundo inteiro, o que ele chamou de tsunami econômico, em referência a um artigo publicado recentemente no New York Times.
Retrocede Brasil (5): monopolios e obrigatoriedade nos combustiveis
Insondáveis são os desígnios de deus e as escolhas do governo.
Pelo menos no que se refere a combustíveis.
Quando o petróleo aumentou barbaramente, pela primeira vez, o governo brasileiro, em lugar de fazer um ajuste pelos preços e tratar da recomposição da matriz energética como todo mundo, escolheu fazer dívida externa para continuar importando petróleo. Enfim, pode-se até dizer que foi uma medida "racional", pois sobravam petrodólares e as taxas de juros eram inferiores à inflação da OCDE. Deu no que deu: a dívida saltou três vezes e colocou-nos no buraco quando os juros aumentaram acima mesmo dos níveis históricos reais do capitalismo.
Ao mesmo tempo o governo iniciou um alucinante programa de substiuição de combustível, introduzindo o álcool subsidiado na matriz de combustíveis, financiando a despesa com mais inflação, que todos pagamos, mesmo aqueles que não usavam carro a álcool, ou qualquer tipo de automóvel.
Passou, com os prejuízos de sempre: fim de subsídios, virtual desaparecimento dos motores a álcool e real sucateamento de quem tinha carros idem. Passou, mas a conta ficou.
Depois, o governo (não este) fez a coisa certa: liberalizou o setor e o álcool passou a ser ofertado em bases de mercado, assim cada um podia escolher. A tecnologia (de mercado, não do governo) avançou para fornecer motores híbridos, o que me parece muito bem.
Até que veio um governo maluco e se sentiu ecológico bastante para sair patrocinando combustível de cana mundo afora. Never mind que não deveria ser nossa vocação sair plantando cana para fornecer etanol ao mundo inteiro, e que no meio do caminho o mesmo governo resolveu sujar a nossa matriz energética patrocinando uma aventura petrolífera estatal sem pé nem cabeça.
Enfim, o problema não está em diversificar a matriz. O problema está em que este governo, e um pouco todos os governos, são autoritários e intrusivos a ponto de tornar obrigatória qualquer solução que poderia ser encontrada pelo mercado num sistema de regulação aberta, permissiva, voluntária.
Não, assim como o governo decreta o monopólio da Petrobras para isto e mais aquilo, ele decreta quanto álcool se deve agregar à gasolina, etc. Quando a dinãmica do mercado muda, o consumidor fica à mercê dos monopólios setoriais e das regulações compulsórias.
Mas essa ainda é tradicional. Mais estúpida ainda foi a medida do governo que determinou a inclusão do biodiesel no diesel petróleo, em percentuais obrigatórios na escala do tempo, sem JAMAIS ter perguntado se o mercado se adequaria a isto. Ou seja, sem jamais levar em conta preços relativos, base produtiva, etc.
Agregando à estupidez, o governo pretendeu que o biodiesel seria feito de mamonas assassinas, quero dizer, de óleo de mamona feito por famílias de camponeses pobres do Nordeste. Juntar matriz energética com problema social é a coisa mais estúpida que existe, mas este governo é capaz de fazer estupidezes desse tamanho sem jamais se perguntar o que uma coisa tem a ver com a outra.
Deu no que deu: as mamonas assassinas não se materializaram -- e isso depois de muito dinheiro gasto em projetos e fábricas simplesmente inviáveis e o biodiesel é mesmo feito sem nenhuma mamona assassina, só com a prosaica soja.
Pouca gente neste Brasil, menos ainda jornalistas, se pergunta quanto dinheiro nosso foi gasto em projetos estúpidos do governo.
Parece que eles não se corrigem: tornam tudo obrigatório (no petróleo ainda é o caso): o monopólio de fato da Petrobras é responsável em parte pelo atual desabastecimento e alta dos preços.
Pelo menos tornaram mais aberta a obrigatoriedade do álcool anidro na gasolina: não resolve mas amplia as possibilidades de abastecimento. Sempre me surpreenderei com burrices de certos governos.
Paulo Roberto de Almeida
Governo autoriza menos álcool na mistura para gasolina não subir
Martha Beck, Luiza Damé e Monica Tavares
O Globo, 29/04/2011
O governo deu ontem o primeiro passo numa política permanente para garantir o abastecimento de etanol no mercado e minimizar os impactos da entressafra da cana-de-açúcar nos preços dos combustíveis. Uma medida provisória (MP) que será publicada no Diário Oficial dá à Agência Nacional do Petróleo (ANP) o poder de regular os estoques de etanol no país. Além disso, o texto amplia a margem com a qual a equipe econômica pode trabalhar se tiver que mexer na mistura do álcool anidro na gasolina. Esse intervalo, que hoje varia entre 20% a 25%, passou para 18% a 25%.
Segundo técnicos da área econômica, a ideia no futuro é estabelecer uma regra pela qual o percentual sempre seja reduzido nos primeiros meses de cada ano, quando a oferta do produto cai em razão da entressafra. O novo intervalo torna a calibragem da mistura mais fácil e dá mais margem de manobra ao governo caso os preços do álcool disparem.
No caso da ANP, regular os estoques significará ter mais controle sobre o setor sucroalcooleiro e monitorar indicadores como níveis de produção, estoques e fluxo de comercialização das usinas. A agência será responsável pela comercialização, estocagem, exportação e importação de etanol. Para isso, o etanol ganhou o status de combustível.
Numa ação mais emergencial, o governo também estuda mexer imediatamente na mistura do álcool à gasolina em razão da disparada dos preços do etanol no mercado doméstico, que está pressionando a inflação. Neste caso, no entanto, o martelo ainda não foi batido. Como a entressafra da cana já está chegando ao fim, o etanol tende a cair ao longo das próximas semanas e reduzir as pressões sobre os combustíveis.
— Tudo vai depender do comportamento dos preços — disse um técnico, lembrando que, em alguns dias da semana passada, o álcool chegou a ficar mais caro que a gasolina nas refinarias.
Isso porque, além de estar praticamente sem reserva de etanol, as pequenas distribuidoras tiveram dificuldades de logística para entregar o produto. O comportamento, explicam os técnicos, também foi influenciado pelos feriados da Semana Santa, quando a maioria dos postos elevou pedidos. As distribuidoras, que não dispunham de álcool adicional, subiram preços.
Embora o governo costume alterar a mistura do álcool à gasolina para se preparar para a entressafra, a ação não faz parte de uma política. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que tem observado abusos nos preços dos combustíveis no país:
— Há nove anos o preço da gasolina não tem aumento nas refinarias. Mas ela passa pelas distribuidoras, pelos postos, e o mercado é livre para estabelecer os preços.
Pelo menos no que se refere a combustíveis.
Quando o petróleo aumentou barbaramente, pela primeira vez, o governo brasileiro, em lugar de fazer um ajuste pelos preços e tratar da recomposição da matriz energética como todo mundo, escolheu fazer dívida externa para continuar importando petróleo. Enfim, pode-se até dizer que foi uma medida "racional", pois sobravam petrodólares e as taxas de juros eram inferiores à inflação da OCDE. Deu no que deu: a dívida saltou três vezes e colocou-nos no buraco quando os juros aumentaram acima mesmo dos níveis históricos reais do capitalismo.
Ao mesmo tempo o governo iniciou um alucinante programa de substiuição de combustível, introduzindo o álcool subsidiado na matriz de combustíveis, financiando a despesa com mais inflação, que todos pagamos, mesmo aqueles que não usavam carro a álcool, ou qualquer tipo de automóvel.
Passou, com os prejuízos de sempre: fim de subsídios, virtual desaparecimento dos motores a álcool e real sucateamento de quem tinha carros idem. Passou, mas a conta ficou.
Depois, o governo (não este) fez a coisa certa: liberalizou o setor e o álcool passou a ser ofertado em bases de mercado, assim cada um podia escolher. A tecnologia (de mercado, não do governo) avançou para fornecer motores híbridos, o que me parece muito bem.
Até que veio um governo maluco e se sentiu ecológico bastante para sair patrocinando combustível de cana mundo afora. Never mind que não deveria ser nossa vocação sair plantando cana para fornecer etanol ao mundo inteiro, e que no meio do caminho o mesmo governo resolveu sujar a nossa matriz energética patrocinando uma aventura petrolífera estatal sem pé nem cabeça.
Enfim, o problema não está em diversificar a matriz. O problema está em que este governo, e um pouco todos os governos, são autoritários e intrusivos a ponto de tornar obrigatória qualquer solução que poderia ser encontrada pelo mercado num sistema de regulação aberta, permissiva, voluntária.
Não, assim como o governo decreta o monopólio da Petrobras para isto e mais aquilo, ele decreta quanto álcool se deve agregar à gasolina, etc. Quando a dinãmica do mercado muda, o consumidor fica à mercê dos monopólios setoriais e das regulações compulsórias.
Mas essa ainda é tradicional. Mais estúpida ainda foi a medida do governo que determinou a inclusão do biodiesel no diesel petróleo, em percentuais obrigatórios na escala do tempo, sem JAMAIS ter perguntado se o mercado se adequaria a isto. Ou seja, sem jamais levar em conta preços relativos, base produtiva, etc.
Agregando à estupidez, o governo pretendeu que o biodiesel seria feito de mamonas assassinas, quero dizer, de óleo de mamona feito por famílias de camponeses pobres do Nordeste. Juntar matriz energética com problema social é a coisa mais estúpida que existe, mas este governo é capaz de fazer estupidezes desse tamanho sem jamais se perguntar o que uma coisa tem a ver com a outra.
Deu no que deu: as mamonas assassinas não se materializaram -- e isso depois de muito dinheiro gasto em projetos e fábricas simplesmente inviáveis e o biodiesel é mesmo feito sem nenhuma mamona assassina, só com a prosaica soja.
Pouca gente neste Brasil, menos ainda jornalistas, se pergunta quanto dinheiro nosso foi gasto em projetos estúpidos do governo.
Parece que eles não se corrigem: tornam tudo obrigatório (no petróleo ainda é o caso): o monopólio de fato da Petrobras é responsável em parte pelo atual desabastecimento e alta dos preços.
Pelo menos tornaram mais aberta a obrigatoriedade do álcool anidro na gasolina: não resolve mas amplia as possibilidades de abastecimento. Sempre me surpreenderei com burrices de certos governos.
Paulo Roberto de Almeida
Governo autoriza menos álcool na mistura para gasolina não subir
Martha Beck, Luiza Damé e Monica Tavares
O Globo, 29/04/2011
O governo deu ontem o primeiro passo numa política permanente para garantir o abastecimento de etanol no mercado e minimizar os impactos da entressafra da cana-de-açúcar nos preços dos combustíveis. Uma medida provisória (MP) que será publicada no Diário Oficial dá à Agência Nacional do Petróleo (ANP) o poder de regular os estoques de etanol no país. Além disso, o texto amplia a margem com a qual a equipe econômica pode trabalhar se tiver que mexer na mistura do álcool anidro na gasolina. Esse intervalo, que hoje varia entre 20% a 25%, passou para 18% a 25%.
Segundo técnicos da área econômica, a ideia no futuro é estabelecer uma regra pela qual o percentual sempre seja reduzido nos primeiros meses de cada ano, quando a oferta do produto cai em razão da entressafra. O novo intervalo torna a calibragem da mistura mais fácil e dá mais margem de manobra ao governo caso os preços do álcool disparem.
No caso da ANP, regular os estoques significará ter mais controle sobre o setor sucroalcooleiro e monitorar indicadores como níveis de produção, estoques e fluxo de comercialização das usinas. A agência será responsável pela comercialização, estocagem, exportação e importação de etanol. Para isso, o etanol ganhou o status de combustível.
Numa ação mais emergencial, o governo também estuda mexer imediatamente na mistura do álcool à gasolina em razão da disparada dos preços do etanol no mercado doméstico, que está pressionando a inflação. Neste caso, no entanto, o martelo ainda não foi batido. Como a entressafra da cana já está chegando ao fim, o etanol tende a cair ao longo das próximas semanas e reduzir as pressões sobre os combustíveis.
— Tudo vai depender do comportamento dos preços — disse um técnico, lembrando que, em alguns dias da semana passada, o álcool chegou a ficar mais caro que a gasolina nas refinarias.
Isso porque, além de estar praticamente sem reserva de etanol, as pequenas distribuidoras tiveram dificuldades de logística para entregar o produto. O comportamento, explicam os técnicos, também foi influenciado pelos feriados da Semana Santa, quando a maioria dos postos elevou pedidos. As distribuidoras, que não dispunham de álcool adicional, subiram preços.
Embora o governo costume alterar a mistura do álcool à gasolina para se preparar para a entressafra, a ação não faz parte de uma política. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que tem observado abusos nos preços dos combustíveis no país:
— Há nove anos o preço da gasolina não tem aumento nas refinarias. Mas ela passa pelas distribuidoras, pelos postos, e o mercado é livre para estabelecer os preços.
Pausa para... os misterios da musica: jazz, invariavelmente...
Enfim, não é bem um mistério, pois jazz todo mundo conhece, mas eu também não sei explicar esse fascínio...
TRADITIONAL JAZZ VIDEOS
Franklin Clay Films wants to promote traditional jazz events. Click here and take a look at video taped several classic jazz festivals and dixieland bands.
http://www.tradjazzvideos.com/
LISTEN TO SOME JAZZ / BLUES
Do you like Jazz and Blues ? Would you want to listen to some good music, please feel free to click here and enjoy…
http://resources.bravenet.com/audio_clips/jazz_blues
TRADITIONAL JAZZ VIDEOS
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Do you like Jazz and Blues ? Would you want to listen to some good music, please feel free to click here and enjoy…
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Misterios de Portugal: como se escolhe um doutor honoris causa?
Eu também não sei, mas entendo que seja pelo tal "notório saber", grande especialização e excepcional contribuição às causas beneméritas, da humanidade, do país, por vezes de alguma espécie de minhoca ameaçada de extinção, em todo caso, por relevantes serviços prestados ao bem geral de todos e à felicidade geral da nação.
Enfim, de vez em quando tem gente, alguma universidade, algum país, muito endividado, precisando de algum reforço aqui e ali, que escapa desse roteiro e sai por aí escolhendo algum expediente de ocasião...
Fica a questão, insondável, sobre as motivações dos "escolhedores".
O "escolhido" agradece e diz que não precisou de diploma para chegar lá...
Paulo Roberto de Almeida
Enfim, de vez em quando tem gente, alguma universidade, algum país, muito endividado, precisando de algum reforço aqui e ali, que escapa desse roteiro e sai por aí escolhendo algum expediente de ocasião...
Fica a questão, insondável, sobre as motivações dos "escolhedores".
O "escolhido" agradece e diz que não precisou de diploma para chegar lá...
Paulo Roberto de Almeida
Misterios do Brasil: como se escolhe um paraninfo
Oportunamente lembrado por um correspondente:
O que é paraninfo e como se escolhe?
O paraninfo é uma personalidade destacada no âmbito do corpo científico da área dos formandos; trata-se, em geral, de pessoa de notório saber acadêmico, reconhecida competência e padrão de referência na área específica de conhecimento. Em geral, a escolha é feita por unanimidade ou eleição direta.
Ainda bem que temos aquilo que os franceses chamam de "embarras du choix".
Num caso, ainda recente, o "choix" era tão grande, que os "paraninfandos" se embaralharam, ou se embaraçaram...
Em qualquer hipótese, o paraninfo cabulou a sessão de homenagem.
Geralmente, ele dá uma aula, confirmando sua condição de notório especialista na área em questão, com algumas recomendações aos "paraninfados".
Esperemos que eles tenham aprendido a lição...
Paulo Roberto de Almeida
O que é paraninfo e como se escolhe?
O paraninfo é uma personalidade destacada no âmbito do corpo científico da área dos formandos; trata-se, em geral, de pessoa de notório saber acadêmico, reconhecida competência e padrão de referência na área específica de conhecimento. Em geral, a escolha é feita por unanimidade ou eleição direta.
Ainda bem que temos aquilo que os franceses chamam de "embarras du choix".
Num caso, ainda recente, o "choix" era tão grande, que os "paraninfandos" se embaralharam, ou se embaraçaram...
Em qualquer hipótese, o paraninfo cabulou a sessão de homenagem.
Geralmente, ele dá uma aula, confirmando sua condição de notório especialista na área em questão, com algumas recomendações aos "paraninfados".
Esperemos que eles tenham aprendido a lição...
Paulo Roberto de Almeida
Retrocede Brasil (4): um Banco Central "bonzinho"
Surpresa: o governo encomendou uma inflação de 10% para você, este ano, caro leitor.
Bem, não é tão surpresa assim.
Desde quando a inflação estava controlada, graças aos esforços do BC, colocando-a abaixo da meta em 2007, o Conselho Monetário Nacional poderia ter recuado as metas de inflação para 2008 e 2009 para patamares mais condizentes com a média internacional, de aproximadamente 3% ao ano (inferior a isso nas economias avançadas e um pouco acima nos países emergentes).
Mas não: a despeito da insistência do presidente do BC, o atual ministro da Fazenda, que já o era naquela época, insistiu em manter a meta de 4,5% por um prazo indefinido (lembro-me, aliás, que ele sempre foi amigo da inflação, achando que uma taxa em torno de 5% era "normal" num país como o Brasil).
Depois, em ano eleitoral, forçaram o BC a manter inalterada a taxa durante dois trimestres seguidos, a despeito da nítida aceleração da atividade econômica, em função do enorme aumento do crédito propiciado pelas políticas do governo em várias áreas, num keynesianismo exacerbado que só se viu por aqui.
Mais recentemente, o BC inventou um tal figura de "medidas macroprudenciais" para não ter de aplicar a velha receita do aumento de juros para combater a inflação.
Deu no que deu: a inflação fugiu ao controle e tudo por culpa do governo: nos últimos anos, a oferta monetária tem se elevado consistentemente muito acima do crescimento do PIB, geralmente o dobro da taxa.
Agora, rompeu-se a confiança dos agentes econômicos, do público em geral, nas políticas do governo.
Aguardem: a inflação vai disparar, e não adianta presidenta (ugh!) e ministros dizerem que não vão tolerar a inflação. Esta sempre vai poder dizer: vocês vão ter de me aguentar!
E nós temos de aguentar ministros incompetentes...
Paulo Roberto de Almeida
Surpresa na Ata do Copom
Editorial - O Estado de S.Paulo
29 de abril de 2011
A inflação sobe, há muita insegurança em relação aos preços, o quadro internacional é incerto e, diante disso, o aumento de juros deverá ser "suficientemente prolongado", segundo a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nessa quinta-feira pelo Banco Central (BC). A mensagem é tranquilizadora pelo menos quanto a um ponto: a inflação é reconhecida como um problema preocupante e a autoridade monetária está disposta a elevar os juros até o risco ser controlado. Mas permanece uma dúvida. Segundo o Copom, a situação piorou desde sua reunião anterior, no começo do mês passado. Se esse é o caso, por que a taxa básica subiu apenas 0,25 ponto porcentual, metade da elevação aprovada nas sessões de janeiro e de março?
O aumento de 0,25 ponto foi decidido por 5 votos contra 2. Os diretores vencidos propuseram 0,5 ponto de ajuste. Segundo a ata, a maioria dos membros levou em conta as medidas tomadas anteriormente - elevações de juros e restrições ao crédito. Essas medidas, segundo o julgamento predominante, ainda levariam algum tempo para produzir efeitos sensíveis.
O argumento seria muito razoável, em outras circunstâncias. O efeito de medidas monetárias normalmente só aparece depois de transcorrido algum tempo. Mas o cenário examinado pelos membros do Copom antes da votação continha alguns detalhes especialmente inquietantes. Não houve, desde a reunião anterior, apenas continuação de pressões inflacionárias. Houve uma piora sensível das condições de formação dos preços. A insegurança no quadro internacional foi agravada pela instabilidade no Norte da África e no Oriente Médio. As cotações das commodities continuaram instáveis. A contaminação dos demais preços, no mercado interno, prosseguiu. A demanda no mercado brasileiro continuou - e continua - elevada, pondo em xeque a capacidade de oferta. As medidas tomadas até agora, reconheceram os diretores do BC, foram insuficientes para impedir a expansão do crédito, embora possam ter contido sua velocidade. O nível de ocupação da capacidade instalada continua muito alto nas indústrias - um importante sinal de alerta.
Mesmo com sua linguagem arrevesada, a ata é bastante clara quanto aos motivos de preocupação. Todos os cenários prospectivos - montados pelos técnicos do BC ou por economistas do setor privado - continuam muito ruins. Segundo o texto, o Copom reconhece um "nível de incerteza acima do usual" no ambiente econômico. Além disso, identifica "riscos" para a "concretização de um cenário em que a inflação convirja tempestivamente para o valor central da meta". Ou, traduzindo para linguagem corrente: pelos dados atuais, vai ser muito difícil baixar a inflação para a taxa anual de 4,5% até o fim de 2012.
Em relação às contas públicas, a linguagem é um pouco menos diplomática do que tem sido há vários meses. Segundo a ata, os membros do Copom tomam como pressuposto o alcance das metas fiscais fixadas para este e para o próximo ano, sem ajustes (isto é, sem os descontos usados nos últimos anos para melhorar o resultado). As atas têm registrado normalmente esse pressuposto. É uma espécie de política de boa vizinhança entre o BC e o Ministério da Fazenda. Mas desta vez há alguns acréscimos.
A ata menciona, além da expansão do crédito, os "impulsos fiscais aplicados na economia nos últimos trimestres" como uma das causas da demanda elevada. Além disso, acentua a importância, para a contenção dos preços, da efetiva geração dos superávits primários prometidos pelo Executivo. Há um processo de consolidação fiscal, acrescentam os autores da ata, cautelosamente. Mas o dado importante é o lembrete: o controle da inflação depende também da arrumação das contas do governo.
O quadro apresentado é tao preocupante quanto poderia ser qualquer cenário realista montado por um técnico independente. Além disso, os dirigentes do BC reconhecem, segundo o texto, a gravidade do problema. Falta conferir se agirão de acordo com esse reconhecimento, executando uma política de rigor proporcional à gravidade do desafio.
Bem, não é tão surpresa assim.
Desde quando a inflação estava controlada, graças aos esforços do BC, colocando-a abaixo da meta em 2007, o Conselho Monetário Nacional poderia ter recuado as metas de inflação para 2008 e 2009 para patamares mais condizentes com a média internacional, de aproximadamente 3% ao ano (inferior a isso nas economias avançadas e um pouco acima nos países emergentes).
Mas não: a despeito da insistência do presidente do BC, o atual ministro da Fazenda, que já o era naquela época, insistiu em manter a meta de 4,5% por um prazo indefinido (lembro-me, aliás, que ele sempre foi amigo da inflação, achando que uma taxa em torno de 5% era "normal" num país como o Brasil).
Depois, em ano eleitoral, forçaram o BC a manter inalterada a taxa durante dois trimestres seguidos, a despeito da nítida aceleração da atividade econômica, em função do enorme aumento do crédito propiciado pelas políticas do governo em várias áreas, num keynesianismo exacerbado que só se viu por aqui.
Mais recentemente, o BC inventou um tal figura de "medidas macroprudenciais" para não ter de aplicar a velha receita do aumento de juros para combater a inflação.
Deu no que deu: a inflação fugiu ao controle e tudo por culpa do governo: nos últimos anos, a oferta monetária tem se elevado consistentemente muito acima do crescimento do PIB, geralmente o dobro da taxa.
Agora, rompeu-se a confiança dos agentes econômicos, do público em geral, nas políticas do governo.
Aguardem: a inflação vai disparar, e não adianta presidenta (ugh!) e ministros dizerem que não vão tolerar a inflação. Esta sempre vai poder dizer: vocês vão ter de me aguentar!
E nós temos de aguentar ministros incompetentes...
Paulo Roberto de Almeida
Surpresa na Ata do Copom
Editorial - O Estado de S.Paulo
29 de abril de 2011
A inflação sobe, há muita insegurança em relação aos preços, o quadro internacional é incerto e, diante disso, o aumento de juros deverá ser "suficientemente prolongado", segundo a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nessa quinta-feira pelo Banco Central (BC). A mensagem é tranquilizadora pelo menos quanto a um ponto: a inflação é reconhecida como um problema preocupante e a autoridade monetária está disposta a elevar os juros até o risco ser controlado. Mas permanece uma dúvida. Segundo o Copom, a situação piorou desde sua reunião anterior, no começo do mês passado. Se esse é o caso, por que a taxa básica subiu apenas 0,25 ponto porcentual, metade da elevação aprovada nas sessões de janeiro e de março?
O aumento de 0,25 ponto foi decidido por 5 votos contra 2. Os diretores vencidos propuseram 0,5 ponto de ajuste. Segundo a ata, a maioria dos membros levou em conta as medidas tomadas anteriormente - elevações de juros e restrições ao crédito. Essas medidas, segundo o julgamento predominante, ainda levariam algum tempo para produzir efeitos sensíveis.
O argumento seria muito razoável, em outras circunstâncias. O efeito de medidas monetárias normalmente só aparece depois de transcorrido algum tempo. Mas o cenário examinado pelos membros do Copom antes da votação continha alguns detalhes especialmente inquietantes. Não houve, desde a reunião anterior, apenas continuação de pressões inflacionárias. Houve uma piora sensível das condições de formação dos preços. A insegurança no quadro internacional foi agravada pela instabilidade no Norte da África e no Oriente Médio. As cotações das commodities continuaram instáveis. A contaminação dos demais preços, no mercado interno, prosseguiu. A demanda no mercado brasileiro continuou - e continua - elevada, pondo em xeque a capacidade de oferta. As medidas tomadas até agora, reconheceram os diretores do BC, foram insuficientes para impedir a expansão do crédito, embora possam ter contido sua velocidade. O nível de ocupação da capacidade instalada continua muito alto nas indústrias - um importante sinal de alerta.
Mesmo com sua linguagem arrevesada, a ata é bastante clara quanto aos motivos de preocupação. Todos os cenários prospectivos - montados pelos técnicos do BC ou por economistas do setor privado - continuam muito ruins. Segundo o texto, o Copom reconhece um "nível de incerteza acima do usual" no ambiente econômico. Além disso, identifica "riscos" para a "concretização de um cenário em que a inflação convirja tempestivamente para o valor central da meta". Ou, traduzindo para linguagem corrente: pelos dados atuais, vai ser muito difícil baixar a inflação para a taxa anual de 4,5% até o fim de 2012.
Em relação às contas públicas, a linguagem é um pouco menos diplomática do que tem sido há vários meses. Segundo a ata, os membros do Copom tomam como pressuposto o alcance das metas fiscais fixadas para este e para o próximo ano, sem ajustes (isto é, sem os descontos usados nos últimos anos para melhorar o resultado). As atas têm registrado normalmente esse pressuposto. É uma espécie de política de boa vizinhança entre o BC e o Ministério da Fazenda. Mas desta vez há alguns acréscimos.
A ata menciona, além da expansão do crédito, os "impulsos fiscais aplicados na economia nos últimos trimestres" como uma das causas da demanda elevada. Além disso, acentua a importância, para a contenção dos preços, da efetiva geração dos superávits primários prometidos pelo Executivo. Há um processo de consolidação fiscal, acrescentam os autores da ata, cautelosamente. Mas o dado importante é o lembrete: o controle da inflação depende também da arrumação das contas do governo.
O quadro apresentado é tao preocupante quanto poderia ser qualquer cenário realista montado por um técnico independente. Além disso, os dirigentes do BC reconhecem, segundo o texto, a gravidade do problema. Falta conferir se agirão de acordo com esse reconhecimento, executando uma política de rigor proporcional à gravidade do desafio.
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