Desafios da agenda econômica internacional
Marcelo de Paiva Abreu*
O Estado de São Paulo, segunda-feira, 13.6.2011
Qual é a atual agenda econômica internacional do Brasil? E em que medida se ajusta aos "interesses nacionais", isto é, a interesses que não sejam estritamente associados a determinados grupos econômicos ou classes sociais? No jargão dos economistas, que não reflitam meros "interesses especiais". É claro que sempre existirão interesses especiais beneficiados quando se trata de defender interesses nacionais. Mas o que deve ser encarado criticamente é o triste espetáculo de defesa de "interesses especiais" por representantes das "classes produtoras" enrolados na bandeira nacional e invocando "interesses nacionais". Seria salutar que o chororô cambial fosse pelo menos acompanhado da denúncia de suas causas principais: um governo que insiste em gastar muito e mal.
Não é simples separar a agenda econômica da agenda política. Alguns objetivos de natureza política são justificados, ao menos parcialmente, por suas implicações sobre o poder de barganha do Brasil em foros estritamente econômico-financeiros. Esse é o caso do velho anseio brasileiro por um lugar no Conselho de Segurança (CS) da ONU. No passado recente, a ênfase nesse objetivo foi certamente excessiva, configurando "postulação" do Brasil que, caso rejeitada, poderia levar facilmente à perda de face. Especialmente quando é altamente improvável que os cinco atuais membros permanentes do CS estejam dispostos a compartilhar o seu poder de veto com novos membros. O objetivo do Brasil quanto ao assunto deveria ser envidar esforços para tornar improvável que, no caso de expansão do Conselho de Segurança em termos aceitáveis - algo a definir -, o Brasil seja preterido. Mas a principal justificativa para a prioridade do tema é o fortalecimento da posição negociadora brasileira na Organização Mundial do Comércio (OMC) e no eixo G-20/FMI, pois, em matérias estritamente relacionadas ao tema segurança, o interesse brasileiro é secundário.
No terreno comercial, os interesses brasileiros continuam focados na redução do protecionismo nas negociações da Rodada Doha, a despeito do notável desinteresse dos EUA e da União Europeia e de diversas declarações contritas do G-20. Esse tem sido, de longe, o tema em que a diplomacia brasileira se tem revelado persistentemente mais coerente. A importância do Brasil na OMC é muito maior do que seria justificado pelo peso do Brasil no comércio mundial. Isso é fruto de muitas décadas de envolvimento sério da diplomacia comercial brasileira no assunto, só ocasionalmente marcado por posturas de baixa credibilidade, como foi o caso em meados da década de 1980.
No quadro regional, o governo deverá avaliar se há condições políticas para ou um avanço significativo na consolidação do Mercosul ou um recuo para uma zona de livre comércio, que devolverá preciosos graus de liberdade à formulação da política comercial brasileira, independentemente da Argentina. A situação atual do Brasil é similar à do asno de Buridan, que, faminto e sedento, equidistante do balde d"água e do monte de feno, acabou morrendo de fome e de sede. O custo de estar obrigado a negociar uma tarifa externa comum compatível com as restrições argentinas está ficando proibitivo.
No terreno financeiro, a estratégia cautelosa seria a gradual construção de good will no G-20/FMI, tomando como exemplo o que foi possível fazer em Genebra. A dificuldade aí é que, para isso, seria preciso que de forma persistente e crível as autoridades econômicas demonstrassem efetivo compromisso com políticas macroeconômicas responsáveis. Não há espaço para a construção de credibilidade num ambiente onde predomina a macroeconomia de fundo de quintal. Aquela que não crê, por exemplo, que investimento pressiona preços ou que não há relação entre política de juros e nível de inflação. Nessa área há muito dever de casa interno a fazer.
Finalmente, seria altamente recomendável a redução da notória propensão da diplomacia brasileira recente a considerar "estratégicas" relações com países cuja pauta prioritária pouco tem que ver com os efetivos interesses estratégicos brasileiros. Talvez a França seja o melhor exemplo de "parceiro estratégico" mal escolhido. A cooperação militar bilateral, em amplitude ainda a ser definida, não parece ser compensação suficiente para as notórias diferenças de posições quanto a diversos temas da agenda econômica, especialmente os agrícolas. Mesmo os Brics, com a possível exceção da África do Sul, têm interesses estratégicos bem diferentes dos do Brasil. A parceria estratégica com a China, em particular, que despertou tantas ilusões no passado, se tem revelado de digestão bastante difícil, com a consolidação da posição do Brasil, de um lado, como supridor de matérias-primas à China e, de outro, crescentemente deslocado como exportador de manufaturas pela China tanto em terceiros mercados quanto no mercado brasileiro.
A escolha de parceiros estratégicos que não sejam de mera conveniência passageira deveria ser alicerçada pela análise de quais são os interesses estratégicos do Brasil. E essa não parece ser a vantagem comparativa do atual governo.
*Marcelo de Paiva Abreu, doutor em economia pela Universidade de Cambridge, é professor titular no Departamento de Economia da PUC-Rio.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
terça-feira, 14 de junho de 2011
Nova frase da semana: quadrilhas juninas (and beyond...)
Aproveite junho, único mês em que a formação de quadrilhas é permitida para todos os cidadãos. No resto do ano, é só para aqueles que a gente sabe.
Carlos Brickmann, jornalista
Carlos Brickmann, jornalista
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Penuria de ideias? - os economistas desenvolvimentistas so sabem reclamar...
Interessante esta entrevista com o professor Wilson Cano, da Unicamp. Ele toca nas questões corretas: a falta de competitividade da nossa indústria, a ausência da inovação, o "financeirismo" dos dirigentes industriais e, mais importante, a valorização do real e os juros elevados.
Constato, apenas, que ele fica em geral nas constatações gerais e nas reclamações mais comuns, e não chega a propor alguma política significativa ou medidas substanciais para superar os problemas que ele mesmo detectou.
Desses problemas. ele retira uma grande conclusão de ordem geral, a de que é preciso mudar a política econômica, tese geral dividida em vários elementos subsequentes: controlar o comércio exterior, restringir o ingresso de capitais, desvalorizar a moeda e abaixar os juros.
Em nenhum momento ele diz como fazer isso sem os efeitos negativos que cada uma das medidas assumiria individualmente, caso fossem implementadas.
Ele tampouco toca nas causas reais que causam os problemas detectados.
Quais sejam: o excesso de gastos públicos, o déficit nominal, a despoupança estatal, o baixo investimento causado pelo crowding-out do Estado, a excessiva tributação e os juros elevados causados pelos requerimentos de financiamento do Estado, cujos níveis redundam, obvia e necessariamente, na atração de capitais, quaisquer capitais, de todos os tipos, cores e volumes.
Surpreendente que um economista desenvolvimentista não consiga chegar a uma conclusão tão singela quanto esta...
Deve ser miopia...
Paulo Roberto de Almeida
Entrevista: WILSON CANO, ECONOMISTA
Brasil se desindustrializa e canta como cigarra a música da China
ELEONORA DE LUCENA
Folha de S.Paulo, 12/06/2011
PESSIMISTA, PROFESSOR DA UNICAMP PREVÊ FIM DE "FARRA DAS COMMODITIES" E RECLAMA DA AUSÊNCIA DE UMA ELITE INDUSTRIAL E DE UM GOVERNO MAIS "NACIONALISTA" NO PAÍS
SÃO PAULO - A desindustrialização no Brasil avança. O país está regredindo. Não basta ter uma política industrial. É preciso mexer no câmbio e reduzir muito os juros. O diagnóstico é do economista Wilson Cano, 73.
Nacionalista e admirador de Celso Furtado, Cano tem sua vida acadêmica ligada à história da Unicamp. Doutor e livre-docente em economia, hoje aposentado, ele é professor voluntário na Universidade.
Autor de diversos livros sobre desenvolvimento industrial, Cano está pessimista. Sente falta de empresários com visão estratégica e critica o modelo que "está exterminando o futuro", diz. Prevê o fim da farra dos altos preços das commodities, já que a China constrói novas fontes de abastecimento. Para ele, o Brasil erra como uma cigarra que canta com música chinesa.
Folha - Está ocorrendo desindustrialização?
Wilson Cano - O termo tem dois sentidos. No primeiro é um fenômeno que se vê com naturalidade: é a diminuição da proporção da renda e do produto gerado pela indústria no PIB geral.
Isso ocorre em sociedades que já atingiram um padrão de produção e de consumo, onde a urbanização é praticamente total e a diversificação de serviços é extraordinária. Nesses locais é normal aceitar que o peso da indústria no PIB esteja reduzido a 20%, como se aplica aos países da Europa Ocidental e aos EUA.
No mau sentido da palavra, desindustrialização significa uma precoce diminuição da presença da indústria num país em que ainda há muita coisa a fazer em termos de industrialização, como é o caso do Brasil.
Como explicar isso?
Nos anos 1980 o peso da indústria de transformação no PIB era de 33%. Hoje é de 16%. Tínhamos toda uma frente por desenvolver: espacial, petroquímica, química fina, informática, eletrônica, fármacos.
Entretanto estamos há 31 anos em crise. Nos 80 veio a crise da dívida. Depois o neoliberalismo com um crescimento medíocre, até 2003.
De 2004 para cá estamos vivendo um processo ilusório, em parte, porque estamos crescendo sem investimento. Estamos crescendo pelo consumo, pelo crédito. E a situação no mercado internacional que é excepcional, com os elevados preços de produtos primários.
O sr. escreveu recentemente que as políticas cambial e de juros podem ser exterminadoras do futuro. Como explica essa afirmação?
A relação manufaturados/exportações totais chegou a atingir 59% e hoje está na casa dos 40%. Se olharmos as estruturas produtivas e exportadoras segundo o grau de intensidade tecnológica estamos regredindo. Estamos na contramão da história econômica.
Há a questão do déficit comercial de produtos industrializados.
Ele é enorme e crescente. Principalmente em dois compartimentos: o automobilístico -que paradoxalmente é o que recebe o maior número de favores do Estado- e setor eletrônico, mostrando claramente as perdas que a nossa indústria vem sofrendo.
Quão grave é o processo?
Tínhamos homens como [Abraham] Kasinski, [José] de ponta, moderna. Um Mindlin (1914-2010), que eram dois baluartes da indústria teve que vender a fábrica para os americanos. O outro vendeu e se transformou em montador de motocicletas em Manaus e acabou vendendo para os chineses.
Há coisas que são irreversíveis. Como quando se destrói segmentos da elite industrial brasileira. Eram homens que sabiam o que significa uma indústria nacional.
Onde está a visão estratégica?
A estratégia deles é ganhar dinheiro lá fora pegando o dinheiro do BNDES para matar boi nos EUA. Os empresários estão preocupados em ganhar dinheiro com dólar barato. Fazem negócio lá fora ou simplesmente aplicam no sistema financeiro. Com essa taxa de juros, quem tem o dinheiro aplica no mercado financeiro sem ter que se preocupar com trabalhador, processo produtivo, imposto.
E o que deve ser feito?
O próprio ministro do Desenvolvimento disse a empresários que não tem jeito. Parece ser um governo conformista. O nacionalismo está meio fora de moda.
Isso compromete o futuro?
Sim, porque estamos cantando como uma cigarra. Estamos cantando com a música chinesa. Cantando por exportar galinha e soja e minério de ferro. Mas isso nunca deu futuro a ninguém. As lideranças aceitam que é muito bom ficar exportando essas coisas, mas esquecem da regressão industrial.
A farra das commodities vai acabar?
A China está abrindo frentes de produção na África e na América Latina para a produção de minério e de petróleo, grãos, carne. Estão buscando novas fontes abastecedoras. A China sabe que não pode continuar crescendo a 10% e pagando o preço que está pagando por essas matérias-primas.
Isso vai resultar em queda no preço das commodities no longo prazo?
Sim, sem dúvida.
O governo deveria controlar mais os capitais externos?
Há várias formas de controle sobre o fluxo internacional de capital. Estamos vendo uma anormalidade com esse dólar. O governo não tem feito muita coisa, porque para fazer alguma coisa teria que alterar profundamente esse modelo econômico.
Mas o país não está menos vulnerável?
Estamos cantando que diminuímos a nossa vulnerabilidade externa porque temos reservas internacionais de U$ 300 bilhões e a dívida externa pública diminuiu. Mas a privada aumentou. Temos reservas, mas temos mais de U$ 350 bilhões de investimento estrangeiro em carteira que podem rapidamente se mobilizar e sair do país.
Quais deveriam ser os principais pontos da política industrial que o governo está preparando?
Investir, inclusive em ciência e tecnologia nos setores de ponta que não conseguimos avançar na passagem dos anos 1980, notadamente fármacos e microeletrônica, em especial chips.
Eliminar a guerra fiscal e reformular a Zona Franca de Manaus. Rever profundamente a nossa política de comércio exterior.
Basta ter uma política industrial se câmbio e juros continuarem como estão?
Com a atual política econômica, nenhuma política industrial terá sentido. Não foi assim com as políticas dos países desenvolvidos, em especial todas as asiáticas.
O sr. fala que é preciso investir, inovar, exportar e financiar tudo isso. Qual sua receita para o governo?
Há que ter vontade política e consciência crítica para alterar o modelo macroeconômico. É preciso baixar os juros, mas para isso não podemos conviver com esse câmbio. É uma camisa de força.
Constato, apenas, que ele fica em geral nas constatações gerais e nas reclamações mais comuns, e não chega a propor alguma política significativa ou medidas substanciais para superar os problemas que ele mesmo detectou.
Desses problemas. ele retira uma grande conclusão de ordem geral, a de que é preciso mudar a política econômica, tese geral dividida em vários elementos subsequentes: controlar o comércio exterior, restringir o ingresso de capitais, desvalorizar a moeda e abaixar os juros.
Em nenhum momento ele diz como fazer isso sem os efeitos negativos que cada uma das medidas assumiria individualmente, caso fossem implementadas.
Ele tampouco toca nas causas reais que causam os problemas detectados.
Quais sejam: o excesso de gastos públicos, o déficit nominal, a despoupança estatal, o baixo investimento causado pelo crowding-out do Estado, a excessiva tributação e os juros elevados causados pelos requerimentos de financiamento do Estado, cujos níveis redundam, obvia e necessariamente, na atração de capitais, quaisquer capitais, de todos os tipos, cores e volumes.
Surpreendente que um economista desenvolvimentista não consiga chegar a uma conclusão tão singela quanto esta...
Deve ser miopia...
Paulo Roberto de Almeida
Entrevista: WILSON CANO, ECONOMISTA
Brasil se desindustrializa e canta como cigarra a música da China
ELEONORA DE LUCENA
Folha de S.Paulo, 12/06/2011
PESSIMISTA, PROFESSOR DA UNICAMP PREVÊ FIM DE "FARRA DAS COMMODITIES" E RECLAMA DA AUSÊNCIA DE UMA ELITE INDUSTRIAL E DE UM GOVERNO MAIS "NACIONALISTA" NO PAÍS
SÃO PAULO - A desindustrialização no Brasil avança. O país está regredindo. Não basta ter uma política industrial. É preciso mexer no câmbio e reduzir muito os juros. O diagnóstico é do economista Wilson Cano, 73.
Nacionalista e admirador de Celso Furtado, Cano tem sua vida acadêmica ligada à história da Unicamp. Doutor e livre-docente em economia, hoje aposentado, ele é professor voluntário na Universidade.
Autor de diversos livros sobre desenvolvimento industrial, Cano está pessimista. Sente falta de empresários com visão estratégica e critica o modelo que "está exterminando o futuro", diz. Prevê o fim da farra dos altos preços das commodities, já que a China constrói novas fontes de abastecimento. Para ele, o Brasil erra como uma cigarra que canta com música chinesa.
Folha - Está ocorrendo desindustrialização?
Wilson Cano - O termo tem dois sentidos. No primeiro é um fenômeno que se vê com naturalidade: é a diminuição da proporção da renda e do produto gerado pela indústria no PIB geral.
Isso ocorre em sociedades que já atingiram um padrão de produção e de consumo, onde a urbanização é praticamente total e a diversificação de serviços é extraordinária. Nesses locais é normal aceitar que o peso da indústria no PIB esteja reduzido a 20%, como se aplica aos países da Europa Ocidental e aos EUA.
No mau sentido da palavra, desindustrialização significa uma precoce diminuição da presença da indústria num país em que ainda há muita coisa a fazer em termos de industrialização, como é o caso do Brasil.
Como explicar isso?
Nos anos 1980 o peso da indústria de transformação no PIB era de 33%. Hoje é de 16%. Tínhamos toda uma frente por desenvolver: espacial, petroquímica, química fina, informática, eletrônica, fármacos.
Entretanto estamos há 31 anos em crise. Nos 80 veio a crise da dívida. Depois o neoliberalismo com um crescimento medíocre, até 2003.
De 2004 para cá estamos vivendo um processo ilusório, em parte, porque estamos crescendo sem investimento. Estamos crescendo pelo consumo, pelo crédito. E a situação no mercado internacional que é excepcional, com os elevados preços de produtos primários.
O sr. escreveu recentemente que as políticas cambial e de juros podem ser exterminadoras do futuro. Como explica essa afirmação?
A relação manufaturados/exportações totais chegou a atingir 59% e hoje está na casa dos 40%. Se olharmos as estruturas produtivas e exportadoras segundo o grau de intensidade tecnológica estamos regredindo. Estamos na contramão da história econômica.
Há a questão do déficit comercial de produtos industrializados.
Ele é enorme e crescente. Principalmente em dois compartimentos: o automobilístico -que paradoxalmente é o que recebe o maior número de favores do Estado- e setor eletrônico, mostrando claramente as perdas que a nossa indústria vem sofrendo.
Quão grave é o processo?
Tínhamos homens como [Abraham] Kasinski, [José] de ponta, moderna. Um Mindlin (1914-2010), que eram dois baluartes da indústria teve que vender a fábrica para os americanos. O outro vendeu e se transformou em montador de motocicletas em Manaus e acabou vendendo para os chineses.
Há coisas que são irreversíveis. Como quando se destrói segmentos da elite industrial brasileira. Eram homens que sabiam o que significa uma indústria nacional.
Onde está a visão estratégica?
A estratégia deles é ganhar dinheiro lá fora pegando o dinheiro do BNDES para matar boi nos EUA. Os empresários estão preocupados em ganhar dinheiro com dólar barato. Fazem negócio lá fora ou simplesmente aplicam no sistema financeiro. Com essa taxa de juros, quem tem o dinheiro aplica no mercado financeiro sem ter que se preocupar com trabalhador, processo produtivo, imposto.
E o que deve ser feito?
O próprio ministro do Desenvolvimento disse a empresários que não tem jeito. Parece ser um governo conformista. O nacionalismo está meio fora de moda.
Isso compromete o futuro?
Sim, porque estamos cantando como uma cigarra. Estamos cantando com a música chinesa. Cantando por exportar galinha e soja e minério de ferro. Mas isso nunca deu futuro a ninguém. As lideranças aceitam que é muito bom ficar exportando essas coisas, mas esquecem da regressão industrial.
A farra das commodities vai acabar?
A China está abrindo frentes de produção na África e na América Latina para a produção de minério e de petróleo, grãos, carne. Estão buscando novas fontes abastecedoras. A China sabe que não pode continuar crescendo a 10% e pagando o preço que está pagando por essas matérias-primas.
Isso vai resultar em queda no preço das commodities no longo prazo?
Sim, sem dúvida.
O governo deveria controlar mais os capitais externos?
Há várias formas de controle sobre o fluxo internacional de capital. Estamos vendo uma anormalidade com esse dólar. O governo não tem feito muita coisa, porque para fazer alguma coisa teria que alterar profundamente esse modelo econômico.
Mas o país não está menos vulnerável?
Estamos cantando que diminuímos a nossa vulnerabilidade externa porque temos reservas internacionais de U$ 300 bilhões e a dívida externa pública diminuiu. Mas a privada aumentou. Temos reservas, mas temos mais de U$ 350 bilhões de investimento estrangeiro em carteira que podem rapidamente se mobilizar e sair do país.
Quais deveriam ser os principais pontos da política industrial que o governo está preparando?
Investir, inclusive em ciência e tecnologia nos setores de ponta que não conseguimos avançar na passagem dos anos 1980, notadamente fármacos e microeletrônica, em especial chips.
Eliminar a guerra fiscal e reformular a Zona Franca de Manaus. Rever profundamente a nossa política de comércio exterior.
Basta ter uma política industrial se câmbio e juros continuarem como estão?
Com a atual política econômica, nenhuma política industrial terá sentido. Não foi assim com as políticas dos países desenvolvidos, em especial todas as asiáticas.
O sr. fala que é preciso investir, inovar, exportar e financiar tudo isso. Qual sua receita para o governo?
Há que ter vontade política e consciência crítica para alterar o modelo macroeconômico. É preciso baixar os juros, mas para isso não podemos conviver com esse câmbio. É uma camisa de força.
A frase da semana - Ideli Salvatti sobre as diferencas entre homens e mulheres
Estou plenamente satisfeito com as definições da preclara nova ministra das relações institucionais. Agora eu sei, de fato, quais são as diferenças de gênero, e sei que as mulheres são superiores aos homens, em qualquer quesito que pudermos conceber...
Agora eu sei, por exemplo, que os homens não conseguem fazer coisas diferentes ao mesmo tempo (só fazemos coisas iguais em tempos diferentes), como tampouco sabemos fazer várias coisas de forma diferente: fazemos tudo igual.
O homem é um ser repetitivo e invariável.
Ufa, isso me deixa mais tranquilo.
Eu pensava que fosse um retardado ou coisa assim, já que não consigo acompanhar o desempenho de todas as mulheres que conheço.
Ainda bem que a ministra me esclareceu que isso é de nascença...
Paulo Roberto de Almeida
Os homens não têm o direito de se assustar com mulher (risos). Eles sabem muito bem, até porque todos eles respeitam suas respectivas mães, que mulher tem essa sensibilidade, quando precisa ser dura é dura, quando precisa ser carinhosa é carinhosa. Diferentemente de boa parte dos homens, conseguimos não só fazer várias coisas diferentes ao mesmo tempo, como também fazemos de forma diferente várias coisas.
Ideli Salvatti, ministra das relações institucionais (deveria ser ministro das relações entre gêneros)
Agora eu sei, por exemplo, que os homens não conseguem fazer coisas diferentes ao mesmo tempo (só fazemos coisas iguais em tempos diferentes), como tampouco sabemos fazer várias coisas de forma diferente: fazemos tudo igual.
O homem é um ser repetitivo e invariável.
Ufa, isso me deixa mais tranquilo.
Eu pensava que fosse um retardado ou coisa assim, já que não consigo acompanhar o desempenho de todas as mulheres que conheço.
Ainda bem que a ministra me esclareceu que isso é de nascença...
Paulo Roberto de Almeida
Os homens não têm o direito de se assustar com mulher (risos). Eles sabem muito bem, até porque todos eles respeitam suas respectivas mães, que mulher tem essa sensibilidade, quando precisa ser dura é dura, quando precisa ser carinhosa é carinhosa. Diferentemente de boa parte dos homens, conseguimos não só fazer várias coisas diferentes ao mesmo tempo, como também fazemos de forma diferente várias coisas.
Ideli Salvatti, ministra das relações institucionais (deveria ser ministro das relações entre gêneros)
A cigarra e o gafanhoto: a versao classica e a brasileira...
Um leitor de posts antigos, recuperou esta história, que ainda tem o seu sabor, a despeito de ser de cinco anos atrás.
Acho que nada mudou, o que vocês acham?
Segue a história e os comentários...
10 MARÇO 2006
254) Fábulas fabulosas: a versão clássica e a brasileira...
Uma variação da célebre fábula da cigarra e da formiga, adaptada para o nosso ambiente, trocando cigarra por gafonhoto e contrastando a versão clássica com uma outra, mais adaptada às circunstâncias atuais do Brasil...
A FORMIGA E O GAFANHOTO
A Versão Clássica:
Era uma vez, uma formiga que trabalhava duro, de sol a sol. Construindo sua toca e acumulando suprimentos para o longo inverno que se aproximava.
O gafanhoto viu aquilo e pensou: -Que idiota!
E passava o tempo todo dando gargalhadas, cantando e dançando. Assim passou todo verão... Ao chegar o inverno, enquanto a formiga estava aquecida e bem alimentada,o gafanhoto, que não tinha abrigo nem comida, morreu de fome.
MORAL DA ESTÓRIA:
Trabalhe duro! Seja previdente e responsável.
Versão Brasileira:
Era uma vez, uma formiga que trabalhava duro, no sol escaldante de verão, construindo sua toca e acumulando suprimentos para o longo inverno que se aproximava.
O gafanhoto pensou:
-Que idiota! E passou o verão dando gargalhadas, cantando e dançando como nunca.
Ao chegar o inverno, o gafanhoto, tremendo de frio, armou uma barraca de lona na entrada da toca da formiga e convocou toda a imprensa para uma entrevista e exigiu explicações!
- Por que é permitido à formiga, uma toca aquecida e boa alimentação, enquanto os gafanhotos estão expostos ao frio e morrendo de fome ?
Todos da imprensa compareceram à entrevista : (SBT, BAND, ZERO HORA,JORNAL DO BRASIL, ESTADÃO, REDE GLOBO, CBN e outros).
Tiraram muitas fotos do gafanhoto trêmulo de frio e com sinais de desnutrição!
As imagens dramáticas na televisão, mostraram um gafanhoto em deplorável condição, sentado num banquinho, debaixo de uma barraca plástico preto...
E, mais adiante, mostraram a formiga, em sua toca confortável, com uma mesa farta e variada!
O canalha do Datena apresentou um quadro de 15 minutos, mostrando o gafanhoto cambaleante!
O povo brasileiro fica perplexo e chocado com o contraste!
A BBC de Londres, manda ao Brasil, uma equipe para fazer uma reportagem especial a ser distribuída em rede para toda a Europa!
A CBS, nos EUA, interrompe uma entrevista coletiva sobre as ações no Iraque, antes da entrega do Oscar, para mostrar como anda a cidadania dos gafanhotos brasileiros...
A notícia recebe apoio imediato do PT, com a ressalva de que os recursos devem ser dirigidos ao programa Fome Zero do governo Lula...
E, cogita uma Emenda Constitucional, que se aumente os impostos para as formigas e ainda obriga as comunidades a promoverem a integração social dos gafanhotos.
A formiga, multada por supostamente não entregar sua quota de folhas verdes ao Ministério das Folhas e não tendo como pagar todos os impostos e contribuições que foram apurados retroativamente, pede falência!
A Câmara Federal instala uma comissão de inquérito para investigar a falência fraudulenta de inúmeras formigas abastadas.
O Ministério das Folhas nomeia uma comissão de auditores fiscais, suspeitando que as formigas tenham desviado recursos do FF5( folhas frescas nº 5 do Banco Central ) e suspeitas de lavar folhas.
O gafanhoto decide invadir a toca da formiga e lá acampa!
A formiga, pede ajuda da polícia e esta informa que não dispõe de efetivo para atender ocorrências desta natureza, e, que também por orientação do Secretário de Segurança que deseja evitar confronto com os SEM TOCAS, não pode atuar.
A formiga entra na justiça para obter a reintegração da toca, mas,o pedido é negado! O juiz invocou um novo ramo do direito, "O ECONÔMICO“, e sentencia que a formiga não provou a produtividade da Toca!
O Ministério da Reforma Agrária desapropria a Toca da Formiga, por não cumprir sua função social e a entrega ao friorento e desnutrido gafanhoto...
O Ministério da Justiça examinando exemplares do Jornal Última Hora, descobriu que o gafanhoto foi preso no passado, por promover algumas greves, assaltos e seqüestros (crimes políticos)...
e conseguiu sua inclusão no grupo dos perseguidos políticos com direito à indenização federal e pensão vitalícia!
Agora, começa novamente o verão, as formigas trabalham e os gafanhotos cantam e dançam...
MORAL?
Você decide!
POSTED BY PAULO R. DE ALMEIDA AT 3:57 PM
3 COMMENTS:
André Gomes said...
Hehe, essa é muito boa. De fato, nenhuma fábula clássica poderia se adequar ao Brasil...
SÁBADO, MARÇO 11, 2006 8:18:00 PM
JM said...
É fábula brasileira? Então as formigas e os gafanhotos viveram séculos de abismo sócio-econômico, não é?
DOMINGO, MARÇO 12, 2006 8:40:00 PM
Encontro Literário said...
Que besteira! No Brasil quem trabalha é que não tem nada, ou o minimo. o trabalho acaba com a essência do homem, que vive sua vida em função de enriquecer o patrão que te tempo para dançar e rir da cara dos outros.
Acorda!
E olha o mundo de frente, pq senso comum é veneno.
Acho que nada mudou, o que vocês acham?
Segue a história e os comentários...
10 MARÇO 2006
254) Fábulas fabulosas: a versão clássica e a brasileira...
Uma variação da célebre fábula da cigarra e da formiga, adaptada para o nosso ambiente, trocando cigarra por gafonhoto e contrastando a versão clássica com uma outra, mais adaptada às circunstâncias atuais do Brasil...
A FORMIGA E O GAFANHOTO
A Versão Clássica:
Era uma vez, uma formiga que trabalhava duro, de sol a sol. Construindo sua toca e acumulando suprimentos para o longo inverno que se aproximava.
O gafanhoto viu aquilo e pensou: -Que idiota!
E passava o tempo todo dando gargalhadas, cantando e dançando. Assim passou todo verão... Ao chegar o inverno, enquanto a formiga estava aquecida e bem alimentada,o gafanhoto, que não tinha abrigo nem comida, morreu de fome.
MORAL DA ESTÓRIA:
Trabalhe duro! Seja previdente e responsável.
Versão Brasileira:
Era uma vez, uma formiga que trabalhava duro, no sol escaldante de verão, construindo sua toca e acumulando suprimentos para o longo inverno que se aproximava.
O gafanhoto pensou:
-Que idiota! E passou o verão dando gargalhadas, cantando e dançando como nunca.
Ao chegar o inverno, o gafanhoto, tremendo de frio, armou uma barraca de lona na entrada da toca da formiga e convocou toda a imprensa para uma entrevista e exigiu explicações!
- Por que é permitido à formiga, uma toca aquecida e boa alimentação, enquanto os gafanhotos estão expostos ao frio e morrendo de fome ?
Todos da imprensa compareceram à entrevista : (SBT, BAND, ZERO HORA,JORNAL DO BRASIL, ESTADÃO, REDE GLOBO, CBN e outros).
Tiraram muitas fotos do gafanhoto trêmulo de frio e com sinais de desnutrição!
As imagens dramáticas na televisão, mostraram um gafanhoto em deplorável condição, sentado num banquinho, debaixo de uma barraca plástico preto...
E, mais adiante, mostraram a formiga, em sua toca confortável, com uma mesa farta e variada!
O canalha do Datena apresentou um quadro de 15 minutos, mostrando o gafanhoto cambaleante!
O povo brasileiro fica perplexo e chocado com o contraste!
A BBC de Londres, manda ao Brasil, uma equipe para fazer uma reportagem especial a ser distribuída em rede para toda a Europa!
A CBS, nos EUA, interrompe uma entrevista coletiva sobre as ações no Iraque, antes da entrega do Oscar, para mostrar como anda a cidadania dos gafanhotos brasileiros...
A notícia recebe apoio imediato do PT, com a ressalva de que os recursos devem ser dirigidos ao programa Fome Zero do governo Lula...
E, cogita uma Emenda Constitucional, que se aumente os impostos para as formigas e ainda obriga as comunidades a promoverem a integração social dos gafanhotos.
A formiga, multada por supostamente não entregar sua quota de folhas verdes ao Ministério das Folhas e não tendo como pagar todos os impostos e contribuições que foram apurados retroativamente, pede falência!
A Câmara Federal instala uma comissão de inquérito para investigar a falência fraudulenta de inúmeras formigas abastadas.
O Ministério das Folhas nomeia uma comissão de auditores fiscais, suspeitando que as formigas tenham desviado recursos do FF5( folhas frescas nº 5 do Banco Central ) e suspeitas de lavar folhas.
O gafanhoto decide invadir a toca da formiga e lá acampa!
A formiga, pede ajuda da polícia e esta informa que não dispõe de efetivo para atender ocorrências desta natureza, e, que também por orientação do Secretário de Segurança que deseja evitar confronto com os SEM TOCAS, não pode atuar.
A formiga entra na justiça para obter a reintegração da toca, mas,o pedido é negado! O juiz invocou um novo ramo do direito, "O ECONÔMICO“, e sentencia que a formiga não provou a produtividade da Toca!
O Ministério da Reforma Agrária desapropria a Toca da Formiga, por não cumprir sua função social e a entrega ao friorento e desnutrido gafanhoto...
O Ministério da Justiça examinando exemplares do Jornal Última Hora, descobriu que o gafanhoto foi preso no passado, por promover algumas greves, assaltos e seqüestros (crimes políticos)...
e conseguiu sua inclusão no grupo dos perseguidos políticos com direito à indenização federal e pensão vitalícia!
Agora, começa novamente o verão, as formigas trabalham e os gafanhotos cantam e dançam...
MORAL?
Você decide!
POSTED BY PAULO R. DE ALMEIDA AT 3:57 PM
3 COMMENTS:
André Gomes said...
Hehe, essa é muito boa. De fato, nenhuma fábula clássica poderia se adequar ao Brasil...
SÁBADO, MARÇO 11, 2006 8:18:00 PM
JM said...
É fábula brasileira? Então as formigas e os gafanhotos viveram séculos de abismo sócio-econômico, não é?
DOMINGO, MARÇO 12, 2006 8:40:00 PM
Encontro Literário said...
Que besteira! No Brasil quem trabalha é que não tem nada, ou o minimo. o trabalho acaba com a essência do homem, que vive sua vida em função de enriquecer o patrão que te tempo para dançar e rir da cara dos outros.
Acorda!
E olha o mundo de frente, pq senso comum é veneno.
domingo, 12 de junho de 2011
Caso Battisti: desconformidade expressa em mensagem a Embaixada da Italia no Brasil
Ratifico, concordo e subscrevo (não poderia ser mais enfático, não é mesmo?) inteiramente, integralmente, totalmente (agora estou sendo redundante, mas acho que é preciso) as palavras deste manifestante solitário que se solidariza com a Itália num momento de inadimplência oficial do Brasil em relação ao tratado solenemente firmado no plano bilateral para extradição.
Mensagem à Embaixada Italiana
Posted Blog do Klauber, 12 Jun 2011 07:42 AM PDT
Exmo Sr. Embaixador
Como cidadão brasileiro, venho ao Sr manifestar minha total inconformidade e minhas extremas vergonha e tristeza com o que as autoridades brasileira têm protagonizado com relação ao caso Cesare Battisti, consciente de que a cumplicidade ideológica tem se sobrepujado ao império das leis, da justiça, do direito, da dor dos familiares das vítimas deste assassino cruel e da indignação legítima do povo italiano e até mesmo dos brasileiros de bem.
Seria uma benevolente concessão desta instituição que se dignasse a transmitir à nação italiana as vozes de repúdio que afloram deste solo, tal como esta que envio.
Respeitosamente,
Klauber Cristofen Pires
Mande a sua para o e-Email: ambasciata.brasilia@esteri.it
Mensagem à Embaixada Italiana
Posted Blog do Klauber, 12 Jun 2011 07:42 AM PDT
Exmo Sr. Embaixador
Como cidadão brasileiro, venho ao Sr manifestar minha total inconformidade e minhas extremas vergonha e tristeza com o que as autoridades brasileira têm protagonizado com relação ao caso Cesare Battisti, consciente de que a cumplicidade ideológica tem se sobrepujado ao império das leis, da justiça, do direito, da dor dos familiares das vítimas deste assassino cruel e da indignação legítima do povo italiano e até mesmo dos brasileiros de bem.
Seria uma benevolente concessão desta instituição que se dignasse a transmitir à nação italiana as vozes de repúdio que afloram deste solo, tal como esta que envio.
Respeitosamente,
Klauber Cristofen Pires
Mande a sua para o e-Email: ambasciata.brasilia@esteri.it
sábado, 11 de junho de 2011
Governo (des)controla ingresso de capital estrangeiro...
E vai continuar tentando...
Incrível esse governo: ele precisa de dinheiro, já que gasta mais do que arrecada.
Para isso paga juros mais elevados do que os existentes no mercado, em qualquer mercado, em qualquer lugar do mundo.
Depois ele reclama que está entrando dinheiro demais.
Para reduzir um pouco o ingresso desse dinheiro "estrangeiro" -- mas muito pode ser dinheiro brasileiro depositado no exterior, também -- ele introduziu (esse é o termo) um imposto de 6% de IOF sobre os capitais de curto prazo, mas isentou o IED (investimento estrangeiro direto), pois se trata de um capital a rigor bem vindo, já que dirigido aos setores produtivos.
Agora o governo descobre que parte desse IED pode não ser IED e sim "capital especulativo".
Não seria mais fácil o governo reduzir os juros?
Os empresários parariam de reclamar, e os investidores externos viriam em menor número, só IED mesmo, pois os capitais "especulativos" procurariam paragens mais benéficas.
Por que o governo não reduz os juros?
Ah, vão dizer que com juros mais baixos, ele não conseguiria se financiar no mercado e aí ficaria sem dinheiro para pagar suas obrigações.
Ué, uai, por que o governo não reduz os seus gastos?
Não seria tudo mais simples se o governo fizesse como cada um de nós? Quando estamos sem dinheiro, deixamos de ir a restaurantes, trocar de carro, comprar roupas, sapatos, bolsas, etc...
Por que o governo não faz o mesmo?
Essa é a pergunta de UM MILHÃO DE DÓLARES...
A resposta não vale um centavo de dólar...
Paulo Roberto de Almeida
Governo faz pente-fino sobre aplicação externa
O Estado de S. Paulo, 11 de junho de 2011
SÃO PAULO - O governo resolveu olhar com lupa o ingresso de investimentos estrangeiros diretos (IED) diante das suspeitas de que investidores poderiam estar usando essa porta de entrada para fazer outras aplicações e fugir do pagamento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A preocupação já existia desde o início do ano, quando a alíquota do tributo foi elevada. Mas a equipe econômica resolveu desenvolver mecanismos mais fortes de rastreamento, para saber para onde, efetivamente, o dinheiro está indo.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, está empenhado em acompanhar esses movimentos de perto para fechar as brechas para ingresso de capitais de curto prazo, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo. Para isso, ele escalou alguns técnicos para olharem com muita atenção os dados do IED.
A Receita Federal e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) devem participar do esforço. A avaliação interna é que as portas de entrada de capital especulativo estão diminuindo, mas o mercado acaba criando mecanismos para burlar a tributação. "O jogo é esse. Vamos continuar fechando as brechas. Ninguém está dormindo", disse uma fonte do governo.
Embora o Banco Central (BC) negue publicamente que tenha identificado que a conta de IED esteja sendo usada para fazer investimento em renda fixa e variável, a área técnica do banco também está reforçando os controles e o monitoramento.
Incrível esse governo: ele precisa de dinheiro, já que gasta mais do que arrecada.
Para isso paga juros mais elevados do que os existentes no mercado, em qualquer mercado, em qualquer lugar do mundo.
Depois ele reclama que está entrando dinheiro demais.
Para reduzir um pouco o ingresso desse dinheiro "estrangeiro" -- mas muito pode ser dinheiro brasileiro depositado no exterior, também -- ele introduziu (esse é o termo) um imposto de 6% de IOF sobre os capitais de curto prazo, mas isentou o IED (investimento estrangeiro direto), pois se trata de um capital a rigor bem vindo, já que dirigido aos setores produtivos.
Agora o governo descobre que parte desse IED pode não ser IED e sim "capital especulativo".
Não seria mais fácil o governo reduzir os juros?
Os empresários parariam de reclamar, e os investidores externos viriam em menor número, só IED mesmo, pois os capitais "especulativos" procurariam paragens mais benéficas.
Por que o governo não reduz os juros?
Ah, vão dizer que com juros mais baixos, ele não conseguiria se financiar no mercado e aí ficaria sem dinheiro para pagar suas obrigações.
Ué, uai, por que o governo não reduz os seus gastos?
Não seria tudo mais simples se o governo fizesse como cada um de nós? Quando estamos sem dinheiro, deixamos de ir a restaurantes, trocar de carro, comprar roupas, sapatos, bolsas, etc...
Por que o governo não faz o mesmo?
Essa é a pergunta de UM MILHÃO DE DÓLARES...
A resposta não vale um centavo de dólar...
Paulo Roberto de Almeida
Governo faz pente-fino sobre aplicação externa
O Estado de S. Paulo, 11 de junho de 2011
SÃO PAULO - O governo resolveu olhar com lupa o ingresso de investimentos estrangeiros diretos (IED) diante das suspeitas de que investidores poderiam estar usando essa porta de entrada para fazer outras aplicações e fugir do pagamento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A preocupação já existia desde o início do ano, quando a alíquota do tributo foi elevada. Mas a equipe econômica resolveu desenvolver mecanismos mais fortes de rastreamento, para saber para onde, efetivamente, o dinheiro está indo.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, está empenhado em acompanhar esses movimentos de perto para fechar as brechas para ingresso de capitais de curto prazo, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo. Para isso, ele escalou alguns técnicos para olharem com muita atenção os dados do IED.
A Receita Federal e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) devem participar do esforço. A avaliação interna é que as portas de entrada de capital especulativo estão diminuindo, mas o mercado acaba criando mecanismos para burlar a tributação. "O jogo é esse. Vamos continuar fechando as brechas. Ninguém está dormindo", disse uma fonte do governo.
Embora o Banco Central (BC) negue publicamente que tenha identificado que a conta de IED esteja sendo usada para fazer investimento em renda fixa e variável, a área técnica do banco também está reforçando os controles e o monitoramento.
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