domingo, 11 de setembro de 2011

Um jornalista especialmente mentiroso: PHA

Sei que ao colocar o post abaixo estou contrariando as regras que eu mesmo me fixei para o "funcionamento" deste blog, ou seja, ideias inteligentes para pessoas inteligentes.
Por vezes eu também coloco ideias idiotas -- mas que sao disseminadas por professores idem -- e apenas o faço com vistas a uma vocação didática: tentando evitar que aluninhos inocentes sejam contaminados por essas ideias idiotas de professores idem.
O que vai abaixo, entretanto, não tem nada a ver com isso: trata-se simplesmente de mentiras, farsas, falcatruas, inverdades, deformações, equívocos, e tudo o mais que vocês puderem pensar de negativo. Poucas vezes eu vi um jornalista escrever tanta falsidade, tanta mentira, tantas deformações deliberadas, em cada uma e em todas as linhas do que vai abaixo.
Por que, exatamente, estou postando algo tão nojento e tão desprezível neste blog? Não sei dizer. Talvez porque eu desejasse combater tudo o que esse travesti de jornalista afirma, denunciando cada uma de suas mentiras, o que no entanto não vou conseguir fazer agora, por absoluta falta de tempo.
Mas pode surgir a oportunidade, em algum momento. Deixo, portanto, o registro, como exemplo negativo. Cada uma das linhas, afirmações, acusações desse "jornalista" (aspas triplas, na verdade um vendido) são rigorosamente falsas. Assim, que fiquem avisados os incautos e os ingênuos: tudo o que vai aqui escrito, é para ser lido ao contrário, não apenas no que diz o jornalista, mas também o conteúdo, os personagens, os fatos, totalmente deformados, em sua exposição. Interpretação para ser lida em 180 graus no sentido inverso. Pronto, encerro este post debiloide e deixo a contestação para outra oportunidade. Na verdade, já escrevi muito sobre a Alca, geralmente em artigos publicados no Meridiano 47. Se vocês entrarem no site do Meridiano 47, vocês vão encontrar vários artigos meus sobre a Alca, o Mercosul, as negociações comerciais multilaterais. Outros artigos estão no site da Revista Espaço Acadêmico, tudo provavelmente registrado em meu site pessoal, que tem um instrumento de busca incorporado.
Boa sorte, e lamento, uma vez mais, postar aqui algo tão disgusting quanto esse texto abaixo.
Paulo Roberto de Almeida 





FHC E "CERRA" IAM DAR O BRASIL À ALCA (AOS EUA). AMORIM E LULA NÃO DEIXARAM

Paulo Henrique Amorim, jornalista
Conversa Afiada, 3/09/2011


Por Paulo Henrique Amorim [PHA}

“Por insistência do Mauricio Dias, responsável pela imperdível seção “Rosa dos Ventos” na “Carta Capital”, o ansioso blogueiro [PHA] leu algumas das aulas de Celso Amorim, em “Conversas com jovens diplomatas”, editado pela “Benvirá”.

Mauricio já chamou a atenção para a mudança que Amorim fez nas prioridades do Itamaraty: passou a tratar embaixadas na África com a prioridade de embaixadas em outros pontos do planeta.

Passou a faxina, digamos assim, em alguns vestígios do Itamaraty colonizado, da época da “Diplomacia da Dependência” [FHC/PSDB/DEM/PPS].

Por falar em “Diplomacia da Dependência”, recomenda-se a conversa de Amorim de 24 de novembro de 2010, “Da maneira como estava concebida, a ALCA é História”, sobre “O Brasil e a ALCA”, na pág. 499 do livro.

Como se trata de um diplomata e, antes de tudo, um cavalheiro (características que, como sabe o Gilmar Dantas (*), não definem este blogueiro), o grande chanceler Celso Amorim não diz assim, na lata.

Mas, ficou claro para os jovens diplomatas que o Governo Cerra/Fernando Henrique montou a arapuca para o sucessor cair na rede da ALCA, vale dizer, cair na rede do interesse nacional americano.

O Governo do Farol de Alexandria deixou tudo pronto para o Brasil jogar o Mercosul na lata de lixo da História e cair nos braços de Titio Sam.

Qual o “atrativo” para aderir à ALCA, assim, de joelhos ?

Primeiro, explica Amorim, o princípio do “lock in”.

A política econômica e, por extensão, a política externa, ficariam “locked”, amarradas, presas, “in”, dentro do interesse nacional americano.

Como diz Amorim: “essas políticas econômicas estariam “locked in” –quer dizer, estariam congeladas, estabelecidas, gravadas na pedra”.

Mais ou menos como fez o México com o Tratado do NAFTA, que assinou com o Canadá e os Estados Unidos no Governo Clinton (muy amigo do FHC).

O México abdicou de uma política econômica autônoma.

Os Estados Unidos caíram no precipício em 2008, o México foi junto e lá permanece –como mostra reportagem da Carta Capital desta semana, na pág. 72.

O outro princípio da “lógica” de Cerra/FHC era obter um “selo de qualidade” –se o Brasil era tão bonzinho que podia ser aceito na ALCA, isso significaria a certificação da “qualidade” de todas as suas ações.

Muitos países da América do Sul se encantaram com a sereia da ALCA.

Especialmente a Argentina do Carlos Menem, o FHC deles.

(Ou que será que o FHC é o nosso Menem ?)

O que tiveram que fazer o Nunca Dantes e o grande chanceler Celso Amorim ?

Primeiro, enfrentar o front interno.

Como se sabe, o Tony Palocci e o Nelson Johnbim conspiraram com o embaixador americano para reverter a política externa do Governo a que serviam.

Especialmente, rever o que chamavam de “antiamericanismo”, como Johnbim qualificou a diplomacia brasileira, na conversinha com o embaixador americano.

(Por falar em conversinha com o embaixador americano, não perca a última do “agente ‘dólar furado’”) [este blog ‘democracia&política’ postará amanhã]

Depois, foi preciso salvar o Mercosul.

Porque a batalha era tão simples quanto isso: Mercosul x ALCA.

O Brasil ao lado do Mercosul.

Os Estados Unidos (e o Cerra/FHC e o Menem) ao lado da ALCA.

Amorim e Lula insistiam que só tratariam da ALCA se, primeiro, se negociassem os direitos dos produtos agrícolas brasileiros.

E os americanos arrepiaram carreira, porque, pau a pau, a agricultura brasileira fecha a agricultura americana.

(O Amorim, é obvio, não emprega essa linguagem de botequim que caracteriza o ansioso blogueiro, não é isso, Ministro Gilmar ?)

O trabalho de Amorim e Nunca Dantes prosperou.

Aos poucos, o Mercosul se impôs ao interesse dos países da América do Sul.

E perceberam que o “lock in” [com os EUA] era uma fria.

Era, como se vê agora (essa é uma observação minha, PHA), um dos últimos suspiros do Império.

A leitura da aula de Amorim dá nexo a um dos tópicos sinistros da campanha de Cerra em 2010.

Nela, o Padim Pade Cerra anunciou que ia fechar o Mercosul.

O que era a senha para dizer: vou cair nos braços da ALCA.

A propósito, amigo navegante.

Sabe quem trabalhava para a Chevron, aquela empresa petrolífera americana a quem o Cerra ia entregar, segundo o WikiLeaks, o pré-sal ?

A Condoleezza Rice, Secretária de Estado americano.

A Chevron chegou a dar o nome dela a um superpetroleiro.

(A Rice está para a Chevron assim como a Luiza Erundina para a Petrobrás, já que deu o nome a uma plataforma da Petrobrás.)

Pois é, a essa turma que o Cerra e o FHC iam entregar o Brasil, amigo navegante.

E ainda querem …”

Não fosse o PiG (*), esses tucanos não passavam de Resende.”
A bordo, a política externa do Cerra/FHC

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista."

Vai uma politica setorial ai? Que tal uma lei da mandioca?

Pois é, o Brasil é um país que adora políticas setoriais.
Deve ser por isso que ele piora cada vez mais.
Não bastassem as leis gerais, a Constituição, o estatuto da pequena e média empresa, as legislações específicas para pequenos agricultores, para a indústria automobilística (agora para a indústria de tablets), não bastassem todas essas bondades com que os burocratas do governo nos premiam, agora começam a surgir também as políticas para produtos específicos, como essa legislação do "bambu", abaixo transcrita.
Sim, vocês leram bem: do bambu, aquela coisa que vocês encontram aqui e ali, espalhada pelos matos do nosso querido país.
Agora não mais: o bambu vai ser protegido, promovido, enaltecido, e quem se dedicar ao seu cultivo, sendo familiar (mas eu sou) e pequeno (e eu sou) vai ter direito a políticas especiais de apoio, créditos, financiamentos, estímulos, tecnologia, mercados, renda, enfim, estamos salvos. Eu também vou pegar uns pés de bambu por aí e iniciar minha plantação, certo de que agora, sim, o governo vai me apoiar.
E já que estamos falando de apoios governamentais a produtos estratégicos, por que não uma "política da mandioca"?
Claro, porque esses burocratas não pensaram nisso antes? A mandioca é muito mais estratégica, tanto porque eu só como bambu quando vou a restaurantes chineses, e mandioca eu como todo dia, com o meu feijão. Mandioca é ótima, nutritiva, suculenta, e também se adapta a agricultores pobres do Nordeste.
E que tal uma política da pipoca? Eu adoro pipoca e sempre compro quando vou ao cinema (apesar de achar os preços extorsivos, o que, aí sim, justificaria uma política pública: que a pipoca fosse incorporada ao preço do bilhete, por exemplo; e eu, que sou professor, pago metade, pagaria também a metade do preço da pipoca).
E que tal uma política do picolé, do algodão doce, do hot-dog de barraquinha? Todos produtos altamente consumidos por nossos estudantes, que como se sabe, são seres sem muita renda, tendo de se beneficiar de outras políticas sociais, como universidades gratuitas, transporte grátis, meia nos cinemas e espetáculos em geral, etc? (Não importa se o preço da meia corresponde, na verdade, ao preço de mercado, o que importa é a ilusão...).
Eu sou a favor de políticas setoriais, quanto mais melhor.
Fiquem agora com a grandiosa "política do bambu"...
Já que é para erradicar a pobreza, melhor multiplicar as políticas setoriais e por produto, assim ninguém mais será pobre no Brasil.
(Claro, para fazer a tal de política, o governo vai ter de ter recursos, e para isso vai coletar no bolso dos cidadãos e no caixa das empresas, mas o que é isso comparado com os benefícios gerais que essas políticas setoriais produzem? Quem está preocupado com esses detalhes, quando a intenção é a melhor possível: erradicar a pobreza?)
Paulo Roberto de Almeida 


Governo federal aprova política nacional do bambu para erradicar pobreza


Parte dos 80,25 milhões de hectares das terras produtivas ocupadas pelos 4,3 milhões de imóveis rurais de agricultores familiares, segundo Censo do IBGE de 2006, poderá ser dedicada ao manejo sustentável e ao cultivo do bambu com apoio do governo. É o que diz a Lei do Bambu (Lei nº 12.484/2011) publicada nesta sexta-feira (9) no Diário Oficial da União (DOU), a qual institui a Política Nacional de Incentivo ao Manejo Sustentado e ao Cultivo do Bambu (PNMCB). A Lei do Bambu vai incentivar o manejo sustentável e o cultivo somente das espécies nativas e entre os agricultores familiares.
Apesar de definir apenas as diretrizes gerais da política ainda a ser regulamentada, a nova lei é considerada um avanço histórico e o primeiro passo do governo federal no sentido de regulamentar a produção da gramínea nativa e de transformá-la em ativo ambiental para desenvolvimento socioeconômico regional, de forma que efetive o aumento de renda dos agricultores familiares e funcione como um dos mecanismos para erradicação da pobreza nesse segmento social. Com a lei, o governo federal vai incentivar a transformação dos bambus brasileiros em floresta capaz de gerar emprego, renda e até créditos de carbono.
No Brasil há cerca de duzentas espécies de bambu que vão garantir essa revolução no campo. De acordo com a engenheira florestal e técnica especializada em manejo do Departamento de Florestas da Secretaria de Biodiversidade e Florestas (SBF) do Ministério do Meio Ambiente (MMA) Cristiane Pinheiro, a gramínea favorece a agricultura familiar e as políticas públicas de conservação e de preservação do meio ambiente porque é uma espécie de fácil propagação, cresce rápido, neutraliza carbono, oferece simples manuseio e, além de servir como matéria prima para a indústria moveleira e a construção civil, ela compõe também a indústria alimentícia.
A grande variedade de utilidades do bambu e suas potencialidades econômicas, sociais e ambientais foram as principais justificativas para a criação dessa política. “Acredita-se que o incentivo da cultura do bambu possa ser um instrumento importante para redução de desigualdades sociais e aumento no setor agrícola, em especial entre os agricultores familiares”, afirma Cristiane. Contudo, segundo ela, seu cultivo precisa de manejo sustentável porque, em virtude da fácil propagação, ela pode se tornar uma praga e ameaçar a vegetação natural das regiões.
O agricultor familiar que enveredar pelo cultivo e manejo sustentável do bambu poderá aumentar mais ainda a própria renda com a manufatura de sua produção. “Ele poderá não apenas plantar com o incentivo do governo, mas também produzir vários tipos de objetos e também alimentos com as varas do bambu. Desde uma cadeira, um biombo, um painel até estruturas para construção civil e brotos para a indústria alimentícia, tudo isso ele pode fabricar com essa vegetação”, explica a engenheira florestal.
De acordo com as diretrizes definidas pela nova lei, o governo vai incentivar a produção de colmos, extração de brotos e obtenção de serviços ambientais, bem como à valorização desse ativo ambiental como instrumento de promoção de desenvolvimento socioeconômico regional. Deverá também valorizar o bambu como um produto agro-silvo-cultural e beneficiamento, em especial, nas regiões de maior ocorrência de estoques naturais da espécie.
A lei determina também, dentre outras ações a ser regulamentadas por novas leis, os instrumentos da política e as competências, tais como o incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico voltados para o manejo sustentado e cultivo, bem como à garantia de crédito rural para o agricultor familiar, o oferecimento de assistência técnica, a certeza da certificação, o estabelecimento de parcerias, o estímulo ao comércio e o incentivo ao intercâmbio com instituições congêneres nacionais e internacionais.


A Lei nº 12.484/2011 aprovada nessa quinta-feira (8) pela presidente da República, Dilma Rousseff, e assinada pelos ministros do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; da Fazenda, Guido Mantega; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Mendes Ribeiro Filho; e pelo ministro Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, é produto dos Projetos de Lei (PL) 326/2007 e do PL 1.180/2009 (da Câmara dos Deputados). (Fonte: Maria Borba/MMA)
De: Meio Ambiente, mala direta – Brasília, DF, 10 09 2011

A frase (idiota) de sempre: a classe media esta desparecendo...

"A classe média está sendo esmagada...
(ou qualquer variante do gênero...)


Autor? Sou eu mesmo, ou melhor, se trata de uma frase que venho lendo, ouvindo, há décadas, senão há séculos (sim, Karl Marx já dizia algo equivalente no século XIX).

Cada vez que a ouço, ou  leio, eu penso se o seu "autor", ou proferidor, não está exagerando um pouco, ou se ele acredita mesmo no que diz, mesmo não sendo idiota como a frase poderia deixar transparecer.

É evidente, desde os albores das sociedades sedentárias, que a classe média não está desaparecendo. Ela, ao contrário, se multiplica quase como uma "família" de coelhos, aumentando cada vez mais o seu número, os seus batalhões, as suas fileiras.
Vou repetir para não deixar dúvidas: a classe média não só não está desaparecendo, como está aumentando, se reforçando cada vez mais.

Sociedades tradicionais, sociedades agrárias, são sociedades desiguais: uma elite privilegiada, uma massa de camponeses ignorantes, analfabetos, e, no meio, a classe média: comerciantes, artesãos, funcionários públicos, educadores, enfim, toda e qualquer categoria que não for nem elite, nem trabalhadores não especializados, que eram a maioria nessas sociedades.

As sociedades foram se desenvolvendo, se industrializando, tornando-se economias dominadas pelos serviços, algumas até de pura inteligência, com setores agrícolas e industriais relativamente desimportantes, ou não estratégicos. O resto? Trabalhadores especializados, formados, educados, ou seja, gente de classe média.

Essa coisa de dizer que a classe média está desaparecendo, se não for de marxista esclerosado, é de quem está tendo seus rendimentos relativamente diminuídos por simples transformações sociais e tecnológicas que vão tornando certas profissões menos remuneradas, e premiando outras, na ponta da vanguarda inovadora e criadora de riquezas.

Eu, por exemplo, gostaria que uma classe de sugadores da riqueza alheia, a dos advogados, desaparecesse por completo, ou pelo menos fosse substituída por programas de computador e por sistemas online, que nos permitissem resolver os problemas criados por um Estado intrusivo, ou por conflitos proprietários entre patrões e trabalhadores, entre locadores e arrendatários, entre rentistas e tomadores de capital, de maneira automática, apenas aplicando os dispositivos corretamente e, zut, voilà, o laudo correto apareceria na tela, e as duas partes iriam para suas casas (de classe média) satisfeitas.
Eu gostaria de desaparecer com esses representantes da classe média que são os advogados, esmagá-los contra sistemas livremente disponíveis online e ainda assim ficar de consciência tranquila, tendo esmagado a classe média dos advogados, pois estaria dando emprego aos trabalhadores de classe média que vão fazer esses programas de computador que nos permitiriam aposentar de vez essa praga social que se chama "advogado".

Desculpem-me, meus queridos advogados (alguns até alunos meus), mas eu quero acabar com a profissão de vocês, que está esmagando a classe média sob o peso de tarifas extorsivas, produtos dessa reserva de mercado que se chama Ordem corporativa. A classe média é contra qualquer privilégio.
Pois é, eu sou um promotor da classe média, e pretendo fortalecê-la, impedindo que cupins e outras pragas a esmaguem...

Até a próxima frase...
Paulo Roberto de Almeida

A frase (contestavel) da semana: protecao contra concorrencia "desleal" (presidente DR)

A frase é da presidente, nem por isso menos incerta, duvidosa, contestável:


"Meu governo não vai permitir ataque às nossas indústrias e aos nossos empregos. Não vai permitir, jamais, que artigos estrangeiros venham concorrer, de forma desleal, com nossos produtos".


Presidente Dilma Rousseff, falando em rede nacional, na véspera do 7 de Setembro de 2011.


Bem, como eu sou um contestador nato, mais exatamente um contrarianista, vou me permitir um exercício de desconstrução verbal e -- ainda que eu seja contrário a certos modismos filosóficos franceses --  vou examinar, conceito por conceito, as palavras da presidente na frase acima transcrita.


1) "Meu governo...":
PRA: Imagino que a presidente tenha sentimentos possessivos, e que considere, realmente, o governo que aí está como seu, isto é, dela. Bem, considerando que metade, ou mais, dos membros de "seu" governo -- desculpem, não contei; é que o governo tem realmente muita gente, e não podemos nos lembrar de todos os ministros, sobretudo alguns ainda desconhecidos --  foi herdada do governo anterior, ministros colocados, mantidos, solicitados pelo seu predecessor -- que a História o tenha. Nessas condicões, seria mais indicado, na verdade, uma frase deste tipo: "Metade do governo que é meu não vai permitir..." Acho que ficaria mais correto e mais conforme à natureza das coisas...


2) "...não vai permitir..."
PRA: Acho que essa expressão revela certa mentalidade autoritária, típica de alguns partidos, sobretudo aqueles de inspiração totalitária, que acham que tudo deve vir de alguma autoridade superior, que se permitem conceder (ou não) determinadas liberdades aos comuns dos mortais. Isso está mais para Gengis Khan do que para uma democracia vibrante; geralmente, nas democracias, governantes democráticos costumam dizer: "Vamos debater no parlamento (ou na sociedade), o que seria mais indicado fazer, etc e tal; depois, segundo o que desejar a maioria, vamos implementar pelas vias institucionais, legais...."
De nada, pela lição de democracia...


3) "...ataque às nossas indústrias..."
PRA: Vejamos: quem estaria interessado em atacar "nossas" indústrias"?
Antes de responder, uma dúvida, porém: "nossas" de quem, ou por que? A presidente por acaso pensa que as indústrias -- com exceção das refinarias da Petrobrás -- são "nossas", ou seja, coletivas, do povo, do Estado, da nação? Acho que ela se engana: as indústrias, em geral, são privadas, e assim, ela poderia no máximo dizer "indústrias brasileiras", o que incluiria, também (salvo no conceito de alguns nacionalistas atrasados) as estrangeiras instaladas legalmente no Brasil; ou, então, ela poderia dizer: "indústrias nacionais" (o que reduziria o universo àquelas assim discriminadas como sendo de "capital nacional", como naquilo artigo restritivo da Constituição de 1988, felizmente abolido por ser idiota e contrário ao que se faz no resto do mundo). Mas, deixemos de lado esse recaída no coletivismo, que pode querer significar apenas um conceito geográfico de "indústrias operando no Brasil" (independente de estatuto legal, do regime de propriedade ou de sua nacionalidade).
Vejamos então o conceito de "ataque".
Quem seriam os malvados interessados em "atacar" as "nossas" indústrias? Seriam alienígenas? Improvável! Seriam estrangeiros? Talvez, e acredito que o entendimento subjacente ao conceito seria esse mesmo, o que aliás combina com a noção possessiva expressa no "nossas".
E por que estrangeiros malvados desejariam "atacar" as indústrias aqui instaladas (vamos lá: tanto brasileiras, quanto estrangeiras já existentes)?
Suposta e provavelmente para "roubar-lhes" mercados, ou pelo menos nichos de mercado. 
E para quê o fariam? Ora bolas, para ter mais lucros e ficarem ricos, o que provavelmente todo capitalista industrial deseja fazer. Isso é da natureza das coisas, digamos assim, e todo mundo (pelo menos aqueles que aceitam que o mundo é feito de empresas privadas legitimas) concorda com esse tipo de raciocínio elementar. Todo mundo (pelo menos os normais) deseja ficar rico, acho.
E como fariam, as empresas "atacantes", para realizar seu malévolo intento?
Obrigariam os brasileiros comuns a comprar seus produtos, mesmo contra a vontade, mesmo sendo de empresas estrangeiras "atacantes"? Será que os brasileiros ignaros, consumidores ingênuos consentiriam em ser sócios de estrangeiros malévolos que se dedicam a atacar concorrentes "nossos"?
Ou será que os brasileiros, ciosos e preocupados apenas em maximizar a sua renda -- como ensina todo manual de economia -- compram esses produtos "atacantes" porque, simplesmente, eles são mais baratos e/ou de melhor qualidade?
Eu acho, por experiência própria, que é uma combinação das duas coisas, eventualmente também o desejo de consumir uma marca de prestígio internacional, mesmo sendo mais caro. Por exemplo, queijos e vinhos franceses, em lugar dos seus equivalentes brasileiros; isso significaria um ataque à indústrias lácteas e viti-vinícolas brasileiras, ou nacionais? Minhas preferências de consumidor não valem nada? Vou ser acusado de impatriótico, de atacar as indústrias nacionais se ousar comprar equivalentes estrangeiros, mesmo mais caros? Eu não tenho direito de escolher?
Mas, e se formos às origens do "ataque" e descobrirmos que o que está, de verdade, atacando as indústrias "nossas" não são malévolos industriais estrangeiros e sim os bondosos burocratas e políticos nacionais?
E se descobrirmos que os malévolos capitalistas estrangeiros só entregam aos seus governos ingênuos e despreparados, neoliberais (digamos assim), 20% do seu faturamento bruto, sob forma de impostos, taxas, contribuições e outras prebendas generosas, ao passo que os nossos atacados capitalistas nacionais são obrigados a despejar nos cofres da Receita cerca de 40% do faturamento total (além de outras despesas que são obrigados a realizar por não disporem de externalidades "nacionais", como mão-de-obra treinada, por exemplo)?
E se descobrirmos que os verdadeiros "atacantes" fazem parte do governo, e não são, nem de longe os intrusos vindos de fora?
Como é que ficamos?
O que a presidente tem a dizer sobre isso?
Bem, se ela desejar, pode pedir a seus técnicos e burocratas qual a verdadeira origem dos ataques, e aí descobrir por que estrangeiros conseguem colocar produtos mais baratos aqui, mesmo pagando frete, tarifas de importação, gastos com representação local (obrigatória pelo Código do Consumidor), novos rótulos em Português, redes de distribuição, de marketing, de contabilidade, etc., etc., etc.?
Proponho que a presidente determine "cientificamente" a origem e a natureza dos "ataques".


4) "...ataque (...) aos nossos empregos."
PRA: Acho que muito do que foi dito acima vale também para os empregos. Por isso vou encurtar o longuíssimo comentário feito acima.
Sugiro, proponho, recomendo, que a presidente pergunte a seus técnicos qual é o custo total do "nosso" trabalhador, e quanto o capitalista estrangeiro paga pelos "seus", fora da folha de pagamento estrito senso. Ou seja, quais são os custos laborais, previdenciários e outros (ou seja, indiretos, como treinar ou formar mão-de-obra, por exemplo), que incidem sobre os "nossos" capitalistas, e quais, e quanto disso, estão a cargos dos "atacantes" estrangeiros. Acho que ela vai ter uma surpresa, se já não souber ou desconfiar do resultado.
Foram-se os tempos em que o Brasil podia vangloriar-se (se era o caso) de ter uma "mão-de-obra barata". Foram-se os tempos em que ganhávamos dos países avançados porque tínhamos custos mais baixos e os outros países em desenvolvimento ainda não tinham indústrias (estrangeiras) modernas instaladas em seus territórios.
Foram-se os tempos em que o diferencial de custo de mão-de-obra era o elemento diferenciador principal em nossas vantagens comparativas. Depois disso entraram outros elementos, como infraestrutura, mão-de-obra mais educada e, sobretudo, menores custos governamentais incidindo sobre a força de trabalho.
Acho que a presidente merece saber disso.


5)  "Não vai permitir, jamais,... "
PRA: Uau! Isso vale para toda a eternidade (! ou ?). Ou seja, uma vez por todas, a presidente mandona (desculpem, mas é assim que entendo a frase, autoritária, perempetória, quase dona do pedaço) diz que o Brasil jamais faria isso ou aquilo, independente da dinâmica econômica, que está sempre mudando tudo o que é sólido, deslocando competidores, transformando vantagens comparativas.
Nunca se deve ser definitivo com frases definitivas, pois isso apenas significa que a pessoa não sabe se adaptar a circunstâncias mutáveis, a cenários que se transformam, etc.
Imaginem se algum dirigente do Brasil imperial dissesse algo do gênero: 
"O nosso governo monárquico jamais vai permitir que insidiosos fabricantes de lâmpadas estrangeiras venham destruir as nossas fábricas de velas nacionais, isso nunca..."
Pois é: nunca se deve ser definitivo nessas coisas de economia e isso o economista francês Jean-Baptiste Say já tinha dito desde meados do século XIX em sua "petição dos fabricantes de velas", preocupados com a concorrência da luz solar...


6) "...que artigos estrangeiros ..."
PRA: Uau! (bis). Então o princípio do tratamento nacional, solenemente reconhecido pelo Brasil ao aceitar o GATT (Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio), desde 1947, não vale mais? Vamos passar a discriminar produtos estrangeiros agora? E como vamos explicar isso aos nossos parceiros do GATT-OMC? Eles não vão reclamar do Brasil?
Sugiro aos assessores da presidente que leiam para ela os artigos pertinentes do GATT.
Enfim, isso para não passar vergonha em Genebra depois, para que os nossos diplomatas não tenham de se explicar sobre o que seria inexplicável...


7) "...venham concorrer..."
PRA: Uau! (tris). Então concorrência ficou feio, agora? Que problema para o regime econômico e o sistema constitucional brasileiro (que asseguram que concorrência e iniciativa privada fazem parte do cenário habitual do Brasil).
Curioso que no resto do mundo, desde os albores da humanidade, aliás, não se descobriu nada melhor para estimular a inovação, a redução de preços, a satisfação do consumidor do que a concorrência, quanto mais ampliada melhor. 
Regimes fechados, monopólios, cartéis e ententes de fabricantes sempre resultaram em preços altos, espoliação dos consumidores e, mais que tudo, em produtos rústicos e pouco diversificados, enfim, em diminuição do que os economistas chamam de ganhos de bem-estar. Não foi por outra razão que os regimes socialistas deram dois suspiros e desapareceram: eles nunca foram atacados pelo capitalismo, que era mantido convenientemente fora de suas fronteiras. Eles simplesmente implodiram porque não conseguiam atender aos desejos dos consumidores.
A presidente, por acaso, quer diminuir a concorrência no Brasil?
E como é que fica o seu querido "regime de metas", como fica a inflação?
Não importa que a concorrência menor se traduza em maiores preços?
Acho que ela deveria se informar melhor com os seus conselheiros, ou pelo menos com aqueles que escrevem seus discursos...


8) "...de forma desleal..."
PRA: O que significaria "de forma desleal"?
Enganando o consumidor quanto à qualidade dos produtos?
Mas o consumidor é tão ingênuo assim, ou tão néscio, que pode preferir comprar um produto mal acabado, defeituoso, apenas porque ele é mais barato que o nacional? 
Concedamos que ele pode fazer isso uma vez, mas, constatado o engano, e a fraude, ele não cairia duas vezes no mesmo golpe. E os produtos "desleais" ficariam, portanto, sem compradores, e o nosso consumidor novamente, patrioticamente, voltaria a consumir os leais produtos nacionais, ou "nossos".
Ou seria "desleal" apenas por que é mais barato?
Mas aí o Brasil estaria dando um tiro no próprio pé, uma vez que os industrias brasileiros colocam seus produtos em mercados estrangeiros não porque os consumidores estrangeiros queiram fazer bondade para os capitalistas nacionais, ou porque eles acham os brasileiros simpáticos, calorosos, acolhedores, folgazões, mas apenas porque eles constataram que nossos produtos são melhores, ou iguais, aos deles, e ainda assim mais baratos. Não creio que a presidente queira fechar nossos mercados e decretar que só vale agora o mercado interno, desprezando os imensos mercados estrangeiros, que são, por definição, sempre maiores do que o interno.
Ou seria desleal por que é vendido a um custo menor do que o de fabricação?
Desconfio que é isso a que a presidente se refere, e ela está então puxando a orelha da autoridade de defesa comercial que estaria deixando entrar produtos "atacantes" a preços de dumping.
Seria isso verdade?
Pode ser, em certas circunstâncias, geralmente produtos vindos de fábricas estatais (que podem aguentar perdas porque contam com subsídios públicos, como certas indústrias siderúrgicas), mas é menos verdade de produtos de consumo amplo.
Podemos até imaginar que um industria "atacante" do estrangeiro resolva descarregar produtos em excesso  a um preço abaixo do seu custo por que já realizou seu lucro no mercado interno ou em outros mercados mais sofisticados. Isso existe, e deve ser combatido.
Mas é um pouco difícil que fabricantes privados, ao visar mercados tão amplos como o brasileiro, façam isso sistematicamente, continuamente, impunemente para suas contas empresariais. 
As contabilidades de empresas, sobretudo em países de grande dinamismo e concorrência como a China, são sempre obscuras e difíceis de serem interpretadas, mas parece duro de acreditar que todas as fábricas chinesas estejam fazendo dumping no Brasil, ou seja, se dando ao trabalho de exportar para um mercado tão distante, relativamente aberto, apenas apostando em conquistar esse mercado, afastar concorrentes (nacionais ou outros estrangeiros), para depois realizar lucros extraordinários "nestepaiz". Será que depois de todo esse esforço de dumping, algum outro concorrente  (nacional ou estrangeiro) não virá, justamente, para aproveitar um nicho de mercado de pouca concorrência para oferecer produtos a preços igualmente imbatíveis, a partir do momento em que o "desleal" passar a aumentar os seus preços?
Alguém acredita que o mundo sempre funciona com base em teorias conspiratórias?
OK, admitamos que a FIESP pensa assim, mas será que todo mundo acredita nisso?


10) "...com nossos produtos."
PRA: Bem, mais uma vez chamo a atenção para o possessivo "nossos", o denota, sempre, esse sentimento de nacionalismo tão comum em certos políticos, que os faz levantar bandeiras patrióticas em defesa da nação, mesmo que isso signifique que vamos pagar mais caro pelo patriotismo deles.
Eu já ouvi dizer que a presidente estava encantada com os iPads -- c0mprou aqui? pagou preços brasileiros? -- e que ela queria (por que queria) que eles fossem fabricados no Brasil (desde que tivessem 80% de componentes fabricados localmente, claro).
Para isso ela até está fazendo aprovar uma legislação especial, setorial, que vai reduzir alguns impostos na importação de componentes, e no uso de insumos locais, e talvez outros impostos incidindo sobre a fabricação local -- mas, atenção!: apenas para tablets, não para outros eletrônicos -- o que pode fazer com que, graças à magnanimidade e carinho da presidente, nós, brasileiros comuns, vamos pagar só 70% a mais do preço dos tablets nos mercados estrangeiros, e não mais 100% a mais, como ocorre hoje. Não é bonito.
A presidente sabe que, ao fazer esse tipo de política ultra-setorial ela pode estar infringindo determinadas disposições constitucionais que impediriam, salvo melhor juízo, discriminação entre atividades de um mesmo ramo econômico?
E mesmo que isso tudo não fosse inconstitucional, a presidente não desconfia que, ao criar regimes especiais para isso e mais aquilo, ela está distorcendo as regras do jogo, desequilibrando as condições de concorrência entre ramos e setores da indústria, incitando os "desvalidos" a também reclamar favores especiais -- "se eles, por que não eu, também, que emprego tantos milhares de trabalhadores?" -- que isso cria uma selva de mini-legislações ad hoc, que torna o trabalho da Receita muito mais difícil - até mesmo impossível, pois é evidente que vão surgir as fraudes na classificação dos insumos "protegidos" -- e que tudo isso é muito pior do que criar condições isonômicas para todo e qualquer ramo industrial, aliás, para toda e qualquer atividade empresarial???


Bem, desculpem eu ter desmantelado criticamente a frase da semana -- selecionada por uma grande revista informativa e de opinião -- mas é que eu não consigo deixar de pensar no significado real, e nas implicações de fato, de certas frases, sobretudo aquelas ditas por nossos dirigentes, pois isso certamente tem incidência sobre a minha vida, as "nossas" vidas.
Como eu  sou um incorrigível leitor e examinador de discursos, frases, escritos, não consigo deixar passar em branco uma frase dessas, que pode significar uma extorsão ainda maior na minha renda, que já anda diminuída em pelo menos 45% por obra e graça do Estado (e seria ainda maior se dependesse de certos membros desse governo). 
Bem, espero não ter esgotado a paciência de vocês, e constrangido a presidente (ou pelo menos o seu fazedor de discursos), mas só posso prometer que vou continuar examinando frases e discursos para saber o que, por trás das palavras inocentes (e algumas até simpáticas a certos setores da "opinião pública"), pode vir a significar como impacto real em minha vida. Sinto muito, mas sou assim: um iconoclasta virtual...
Até a próxima frase...
Paulo Roberto de Almeida 

The Future of Money - Foreign Policy


Welcome to Deep Dive, a unique monthly policy conversation about the world’s most pressing issues. Each month, we tackle a new subject from the top of the Washington agenda, featuring key players from Capitol Hill and the executive branch, as well as other global decision-makers, as we go deep on the issues shaping Washington's intersection with the world. In this special edition, we take on the future of money, the complex and long-fought currency wars that threaten to reshape the global economy in unprecedented and unpredictable ways -- starting with a definitive briefing on Beijing’s political calculations by Brookings scholar Arthur Kroeber and key insights from the World Bank’s Mansoor Dailami, noted eurosceptic David Marsh, and China economy expert Michael Pettis, among others. The debate couldn’t be more timely, with a European monetary union in crisis, gold prices going through the roof, and politicians in Washington vowing to up the pressure on China’s undervalued currency.
stripes
  • By David Marsh
    The Icarus Zone
    By David Marsh
  • By Phil Levy
    The Multilateral Vacuum
    By Phil Levy
  • The Buck Stays Here
    The Buck Stays Here
    By Daniel W. Drezner
  • Flags on a video wall
    The WikiLeaks of Money
    By Joshua E. Keating
  • The Euro and the Scalpel
    The Euro and the Scalpel
    By Ed Hugh
  • Dreaming of SDRs
    Dreaming of SDRs
    By David Bosco

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Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...