Antes mesmo de lê-lo com maiores detalhes e de poder fazer uma reflexão a respeito, considerei a tal peça importante, e postei-a imediatamente neste meu blog, mesmo não concordando com vários dos seus argumentos, como expliquei rapidamente na nota introdutória.
Essa postagem é esta aqui:
SÁBADO, 12 DE MAIO DE 2012
Como disse, recebi de um amigo, que me enviou um arquivo em Word, sem identificação editorial muito precisa. Fui buscar a publicação e completei a informação. Antes do nouveau régime progressista, ou seja, nos velhos tempos do ancien régime tucanês, neoliberal, comme il faut, o autor em questão me enviava todos os seus artigos e pedia comentários, o que não deixei de fazer em várias ocasiões, mesmo não concordando com a maioria, ou a quase totalidade dos argumentos do personagem (que ficou importante, e podia, portanto, me ignorar).
Não importa, não guardo qualquer animosidade quanto a pessoas, embora tenha -- e não me escuso de expressar -- objeções quanto a ideias. Sempre estou disposto a debater ideias.
O artigo acima referido mereceu, depois de postado, toda a minha atenção e, caso inédito em minhas leituras, eu NÃO CONCORDAVA COM NADA do que estava ali escrito, da primeira à última linha. É um caso raro, reconheçamos. Ainda assim, não pretendia fazer nada, pois tenho outros gatos a chicotear, como dizem os franceses (várias leituras em atraso, trabalhos a transcrever para o espanhol, conferências a fazer em francês, etc.). Mas, eis que fui provocado por um ou dois leitores a responder, ou comentar o artigo em questão, e como disse acima eu nunca fujo de um debate de ideias.
Nos últimos dias ouvi, pessoalmente, ou li, exposições "seminais" sobre certas maravilhas de nossa política que certamente mereceriam meus comentários se tempo eu tivesse.
Mas como trabalhei diretamente sobre o Mercosul -- quando ela ainda usava fraldas, se ouso dizer -- arrisquei-me a traçar alguns comentários sobre o artigo em questão. Nisso passei toda a jornada de um belo domingo de sol parisiense (mas ainda fui passear nas Tuilleries e na Madeleine, no meio da tarde), o que certamente me rendeu algum prazer intelectual, e provavelmente maior oposição ainda do meu dileto colega alto representante do Mercosul.
Não tenho problemas em contradizer autoridades: sou um anarquista intelectual, e sempre estou disposto ao combate de ideias.
Minha proposta é simples: pretendo postar em sucessivas colagens o trabalho de comentários que fiz sobre o artigo em causa. Como ele é muito grande, meus comentários mais que duplicam o conjunto, daí o esquartejamento do texto.
Mas recomendo, em toda honestidade intelectual que os interessados leiam primeiro o artigo do Samuel Pinheiro Guimarães (SPG), para formar uma opinião isenta sobre seu conteúdo, seus argumentos, seu estilo.
Ele foi transcrito post acima indicado, mas quem desejar ler a versão publicada, em pdf, pode ir diretamente a este link:
http://seer.ufrgs.br/austral/article/view/27989/16627
Nos posts seguintes vou postar meus comentários.
Paulo Roberto de Almeida
Paris, 14 de maio de 2012