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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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domingo, 13 de maio de 2012

O "futuro" do Mercosul em debate (1) - comentarios Paulo Roberto de Almeida

No último sábado, dia 12, ao retornar do Brasil, onde fui participar de um seminário sobre nosso "santo protetor" -- o Barão do Rio Branco, quem mais poderia ser? -- recebi de um amigo o artigo do Alto Representante (ou seria Comissário?) do Mercosul, Samuel Pinheiro Guimarães, sobre "O futuro do Mercosul".
Antes mesmo de lê-lo com maiores detalhes e de poder fazer uma reflexão a respeito, considerei a tal peça importante, e postei-a imediatamente neste meu blog, mesmo não concordando com vários dos seus argumentos, como expliquei rapidamente na nota introdutória.


Essa postagem é esta aqui: 



SÁBADO, 12 DE MAIO DE 2012


Como disse, recebi de um amigo, que me enviou um arquivo em Word, sem identificação editorial muito precisa. Fui buscar a publicação e completei a informação. Antes do nouveau régime progressista, ou seja, nos velhos tempos do ancien régime tucanês, neoliberal, comme il faut, o autor em questão me enviava todos os seus artigos e pedia comentários, o que não deixei de fazer em várias ocasiões, mesmo não concordando com a maioria, ou a quase totalidade dos argumentos do personagem (que ficou importante, e podia, portanto, me ignorar).
Não importa, não guardo qualquer animosidade quanto a pessoas, embora tenha -- e não me escuso de expressar -- objeções quanto a ideias. Sempre estou disposto a debater ideias.


O artigo acima referido mereceu, depois de postado, toda a minha atenção e, caso inédito em minhas leituras, eu NÃO CONCORDAVA COM NADA do que estava ali escrito, da primeira à última linha. É um caso raro, reconheçamos. Ainda assim, não pretendia fazer nada, pois tenho outros gatos a chicotear, como dizem os franceses (várias leituras em atraso, trabalhos a transcrever para o espanhol, conferências a fazer em francês, etc.). Mas, eis que fui provocado por um ou dois leitores a responder, ou comentar o artigo em questão, e como disse acima eu nunca fujo de um debate de ideias.
Nos últimos dias ouvi, pessoalmente, ou li, exposições "seminais" sobre certas maravilhas de nossa política que certamente mereceriam meus comentários se tempo eu tivesse.
Mas como trabalhei diretamente sobre o Mercosul -- quando ela ainda usava fraldas, se ouso dizer -- arrisquei-me a traçar alguns comentários sobre o artigo em questão. Nisso passei toda a jornada de um belo domingo de sol parisiense (mas ainda fui passear nas Tuilleries e na Madeleine, no meio da tarde), o que certamente me rendeu algum prazer intelectual, e provavelmente maior oposição ainda do meu dileto colega alto representante do Mercosul.
Não tenho problemas em contradizer autoridades: sou um anarquista intelectual, e sempre estou disposto ao combate de ideias.


Minha proposta é simples: pretendo postar em sucessivas colagens o trabalho de comentários que fiz sobre o artigo em causa. Como ele é muito grande, meus comentários mais que duplicam o conjunto, daí o esquartejamento do texto.
Mas recomendo, em toda honestidade intelectual que os interessados leiam primeiro o artigo do Samuel Pinheiro Guimarães (SPG), para formar uma opinião isenta sobre seu conteúdo, seus argumentos, seu estilo.
Ele foi transcrito post acima indicado, mas quem desejar ler a versão publicada, em pdf, pode ir diretamente a este link: 
http://seer.ufrgs.br/austral/article/view/27989/16627
Nos posts seguintes vou postar meus comentários.
Paulo Roberto de Almeida 
Paris, 14 de maio de 2012

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O futuro da economia brasileira - George Vidor

O futuro econômico do Brasil pode até ser relativamente otimista, como projetado neste livro de Fabio Giambiagi e Claudio Porto, mas tenho a leve impressão -- não pretendendo ser sempre pessimista como meu espírito cético recomenda - que, do ponto de vista educacional estaremos pior, bem piores do que atualmente; a menos, claro, que comecemos a consertar o que está errado desde já, e tem muita coisa errada na educação e a sociedade sequer tomou consciência do que está errado.
Acredito que as novas saúvas do Brasil, as pedagogas freireanas, continuarão a infernizar a educação brasileira pelo futuro previsível.
Sorry folks...
Paulo Roberto de Almeida

Aposta no futuro
George Vidor 
O Globo, 26/09/2011

Como estará a economia brasileira no bicentenário da independência (2022)? Os economistas Fabio Giambiagi e Claudio Porto, autores de um livro sobre esse tema, projetam um quadro em que a taxa de juros real terá recuado pela metade, caindo para 3%, a inflação deverá girar em torno de 3%, a proporção de pobres diminuirá para 5% da população, e a dívida líquida do setor público...
...não passará de 10% do Produto Interno Bruto, diante dos atuais 40% do PIB. Isso porque, no lugar de um déficit de 3%, o setor público se transformaria em superavitário, beneficiando-se da redução das despesas com juros e da manutenção de um saldo (primário) nas demais contas.
É claro que essas previsões não são um exercício de clarividência, mas uma tentativa de enxergar o futuro a partir da premissa de que o país enfrentará seus obstáculos, em vez de ficar bancando o avestruz.
Esse exercício de futurologia motivou uma empresa voltada para consultoria em inovação, a MJV, a criar um jogo de cartas — que será lançado em evento da revista "The Economist" , programado para a primeira semana de novembro, em São Paulo — no qual os "jogadores" optam por um entre quatro diferentes cenários.
A “gamerização” é um instrumento cada vez mais útil na captação de ideias, sugestões, propostas e soluções, em especial no que se refere à inovação. De uma maneira geral ainda é comum vincular inovação a avanços tecnológicos, particularmente na indústria. Mas ela pode ir bem mais além. Engenheiros e tecnólogos hoje recorrem inclusive às artes para sair do específico e encontrar uma forma abrangente de pensar a inovação. Assim surgiram os designers da inovação.
Inspirada nessa inovação no jeito de pensar a própria inovação, a MJV incorporou à sua equipe mestres e doutores em antropologia e música, por exemplo, buscando respostas não apenas sobre como fazer, mas sobre o quê fazer. Seus principais clientes são bancos e companhias de seguros.
Porto e Giambiagi acompanharam o “desenho” do jogo de cartas, cujo primeiro resultado prático será colhido no evento da revista inglesa. A propósito, no livro de ambos, a expectativa é que a taxa de investimento da economia brasileira evolua dos atuais 19% para 24% do PIB em 2011. E que taxa de poupança doméstica fique um pouco abaixo disso (22% a 23% do PIB), o que seria capaz de sustentar uma meta de crescimento médio anual de 4,5% para o país no período.
Como pesquisador do Cepdoc da Fundação Getulio Vargas, o professor Eduardo Raposo teve oportunidade de entrevistar quase todos os ex-presidentes do Banco Central (BC). Esse acervo lhe inspirou a escrever um livro sobre o tema, do ponto de vista político, que é a sua especialidade. Também professor da PUC-RJ, Raposo foi um dos fundadores do programa de pós-graduação em ciências sociais da universidade católica. A ideia do professor é mostrar como as políticas econômicas, desde a criação da Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc), que antecedeu o Banco Central, refletem a dicotomia entre a tentativa de modernização e um modelo ibérico de organização das instituições, cuja estrutura é sempre de cima para baixo, quase impositiva, herança dos tempos em que isso se mostrou necessário para expulsão dos mouros da península. Por isso, o professor Raposo intitulou seu livro de “Banco Central do Brasil: o Leviatã ibérico”. Vai dar o que falar (ainda mais nesse momento em que muita gente questiona se o BC terá mesmo autonomia operacional durante o governo Dilma).
Na semana que vem, aporta na Baía de Guanabara a primeira plataforma de produção de petróleo e gás do grupo Eike Batista, a OSX-1, que foi construída em Cingapura. Depois de passar pelos trâmites aduaneiros, a OSX-1 seguirá para a Bacia de Campos, a 70 quilômetros de Arraial do Cabo, onde se conectará ao primeiro poço da formação Waimea. A previsão é que a produção este ano alcance o volume de 20 mil barris equivalentes de óleo (incluindo gás natural nesse cálculo) por dia.
Não fosse uma questão com consequências relevantes para o conjunto da economia, o comportamento do câmbio na semana passada poderia ser motivo de piada. Ninguém, verdadeiramente, estava enxergando motivos concretos que justificassem tamanha oscilação nas cotações do dólar. Mas o ambiente internacional favoreceu operações especulativas por aqui. Do mesmo modo que meses atrás a valorização do real foi excessiva, amparada em movimentos de capitais de curtíssimo prazo, também agora o que se viu foram operações muito rápidas por parte de quem já vinha apostando em uma queda gradual da moeda brasileira.
No entanto, abstraindo o susto da alta galopante nas cotações do dólar, se o câmbio se mantiver em um patamar de R$1,80, será um alívio para as autoridades econômicas e para grande parte da indústria de transformação que vem enfrentando dificuldades pra exportar ou para competir com produtos procedentes da Ásia. O lado negativo, possivelmente, será um pouco mais de inflação, e aí voltará aquela conversa mole sobre a precipitação do Banco Central em baixar a taxa básica de juros. É pena que o aquecimento da demanda, entre meados de 2010 e início de 2011, tenha posto em terceiro plano qualquer estudo ou debate em torno do componente inercial no processo inflacionário brasileiro. Esse fator ficará mais evidente à medida que a demanda interna evoluir mais devagar nos próximos meses, e os índices de preços não recuarem em igual intensidade. Neutralizar tal componente inercial residual (em comparação ao que havia antes do lançamento do real ) é um desafio para o qual não se encontrou uma solução satisfatória. Há quem considere isso tão importante que chega a chamar de Plano Real 2 a busca de tal saída.

domingo, 11 de setembro de 2011

The Future of Money - Foreign Policy


Welcome to Deep Dive, a unique monthly policy conversation about the world’s most pressing issues. Each month, we tackle a new subject from the top of the Washington agenda, featuring key players from Capitol Hill and the executive branch, as well as other global decision-makers, as we go deep on the issues shaping Washington's intersection with the world. In this special edition, we take on the future of money, the complex and long-fought currency wars that threaten to reshape the global economy in unprecedented and unpredictable ways -- starting with a definitive briefing on Beijing’s political calculations by Brookings scholar Arthur Kroeber and key insights from the World Bank’s Mansoor Dailami, noted eurosceptic David Marsh, and China economy expert Michael Pettis, among others. The debate couldn’t be more timely, with a European monetary union in crisis, gold prices going through the roof, and politicians in Washington vowing to up the pressure on China’s undervalued currency.
stripes
  • By David Marsh
    The Icarus Zone
    By David Marsh
  • By Phil Levy
    The Multilateral Vacuum
    By Phil Levy
  • The Buck Stays Here
    The Buck Stays Here
    By Daniel W. Drezner
  • Flags on a video wall
    The WikiLeaks of Money
    By Joshua E. Keating
  • The Euro and the Scalpel
    The Euro and the Scalpel
    By Ed Hugh
  • Dreaming of SDRs
    Dreaming of SDRs
    By David Bosco