terça-feira, 15 de novembro de 2011

Curso Rápido de Gramática (para espiritos fortes)


Com perdão das almas sensíveis e dos adesistas anônimos que frequentam estas paragens...

- FdP é adjunto adnominal, quando a frase for: ''Conheci um político FdP". 
 - Se a frase for: "O político é um FdP", daí, é predicativo. 
 - Agora, se a frase for: "Esse FdP é um político", é sujeito. 
 - Porém, se o cara aponta uma arma para a testa do político e diz: "Agora nega o roubo, FdP!" - daí é vocativo. 
- Finalmente, se a frase for: "O ex-ministro, Fulano de Tal, aquele FdP, desviou o dinheiro das estradas" daí, é apôsto. 
 Que língua a nossa, não?! 
 Agora vem o mais importante para o aprendizado: Se estiver escrito: "Saiu da presidência em janeiro e ainda se acha presidente." O FdP é sujeito oculto... 

Corrupção e decadência econômica - Rubens Ricupero

O nosso presidencialismo de coalizão é, na verdade, um presidencialismo de mensalão, e a corrupção "monetizável" é apenas uma parte pequena de todas as perdas econômicas provocadas por um Estado inchado, corrupto e corruptor. A ineficiência, a baixa produtividade, o alto custo dos marajás e mandarins estatais impõem um custo excessivo ao país.
Paulo Roberto de Almeida


Corrupção e declínio
RUBENS RICUPERO
FOLHA DE SP, 14/11/2011

Temos problemas parecidos aos italianos, mas a agenda brasileira é ditada por queda de ministros e escândalos
Ao contrário do que sustentam alguns politicólogos, a corrupção inseparável do presidencialismo de coalizão praticado no Brasil acabará por gerar crises crescentes de governabilidade até ocasionar o declínio da economia e a destruição do regime político. Os que se fixam apenas nas maiorias legislativas não enxergam dois fatores que solapam o sistema na raiz.

O primeiro é a destruição da confiança, base, como ensinava Bobbio, da democracia. O fenômeno já abarca entre nós quase a totalidade da opinião pública informada. Ninguém mais acredita que partidos e candidatos tenham outro objetivo que não seja o enriquecimento rápido e ilícito. No limite, a perda de confiança conduz a explosões de cólera conforme vem ocorrendo nos países árabes, onde a causa principal da revolta das multidões é o protesto contra a injustiça e a corrupção dos governantes. Em nossa história esse sentimento desempenhou papel crucial na mobilização da classe média nas crises do suicídio de Vargas, da eleição de Jânio, do impedimento de Collor, e, ao lado do anticomunismo, do golpe de 1964. O governo se felicita com razão da expansão dos setores médios e sua transformação em maioria, mas deveria lembrar que o comportamento político da classe média se caracteriza pela intolerância ante a corrupção. À medida que o setor se expande, essa intolerância só tende a aumentar.

O segundo fator subestimado é o preço crescente, em termos econômicos, dos arreglos com partidos. Argumenta-se que o dinheiro envolvido na corrupção é insignificante comparado ao tamanho da economia. Pode ser verdade em relação às somas do suborno e da extorsão. O problema está no custo astronômico da multiplicação de ministérios inúteis, cargos supérfluos, perda de eficiência, irracionalidade na aplicação de recursos, incompetência na escolha e gestão de projetos dos quais são exemplos o trem bala e Belo Monte. E o custo das reformas que não se fazem porque mexem com os interesses dos partidos da coalizão? No início dos 1970 o setor público poupava 6% do PIB, parte do qual investido em infraestrutura de energia e transportes. Hoje, o governo é deficitário e não consegue investir. Quanto dessa perda se deve ao custo político da coalizão? Por que um presidente como Lula nem sequer tentou propor a reforma da estrutura sindical herdada do corporativismo fascista apesar de ser uma das bandeiras históricas do seu partido?

Por décadas a Itália foi também governada por coalizões corruptas e ineficazes. Não tem importância, alegava-se, pois o dinamismo e a inovação das pequenas empresas garantiam o crescimento. A ilusão se desfez quando o fim do regime terminou esclerosando a economia. Em grau distinto, alguns de nossos problemas se parecem aos italianos: crescimento lento, investimento baixo, incapacidade de aumentar produtividade e competitividade, aposentadorias precoces. Política doente contagia a economia. O sintoma de nossa doença é que, em vez de ser dominada por essas questões, a agenda brasileira é ditada semana após semana pelos escândalos de corrupção e a queda de ministros.

Rubens Ricupero, diretor da Faculdade de Economia da Faap e do Instituto Fernand Braudel de São Paulo, foi secretário-geral da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) e ministro da Fazenda no governo Itamar Franco.

A frase da semana - Gabriel Garcia Marquez


A idade não é a que a gente tem, mas a que a gente sente.

Gabriel García Márques, Memória de minhas putas tristes
(tradução de Eric Nepomuceno; 22a. ed.; Rio de Janeiro: Record, 2010)

Investimentos: estudos da UNCTAD, paises balticos


Dear Members of the World Investment Network, 

It is my pleasure to share with you a new UNCTAD product: Investment Country Profiles. 

Without proper information and data on foreign direct investment (FDI) it is difficult for countries to formulate sound investment policies conducive to sustainable development, or to analyze countries' participation in global and regional economies. 

Investment Country Profiles present several indicators at the country level: inward and outward FDI flows and stocks, the activities of transnational corporations (TNCs) and their foreign affiliates, and basic information on the largest TNCs both in and from the profile countries. 

Let me present some highlights from the first six Investment Country Profiles of Switzerland, Estonia, Finland, Lithuania, Czech Republic and Latvia. 
  • Switzerland is a significant host country for FDI but also a major outward investor with an outward stock in 2010 of more than $900 billion, making it the fourth largest European source country of FDI, after the United Kingdom, France and Germany. Its TNCs currently employ 2.6 million people abroad.
  • The stock of inward and outward FDI in Finland has consistently grown in importance for the economy, from 4 per cent of GDP in 1990 to 35 per cent of GDP in 2010.
  • Despite the small size of its national economy, the inward FDI stock of Estonia is sizeable ($16 billion). This is mainly due to major market reforms, investment liberalization, and a privatization process open to foreign investors. With an outward FDI stock of $5.8 billion, Estonia had the second highest outward stock per capita (after Cyprus) among all new EU member countries in 2010.
  • With an open economy and an investor-friendly tax system, Latvia has attracted a large amount of inward FDI relative to the size of its economy. At the end of 2010, its inward FDI stock reached $10.8 billion, equivalent to about 45 per cent of the gross domestic product.
  • Lithuania has attracted relatively modest foreign investment, despite its membership of the EU. At the end of 2010, its inward FDI stock totaled $13.4 billion. Like Latvia, but unlike Estonia, the outward FDI stock was comparatively small at $2.1 billion.
  • The Czech Republic continues to be a magnet for FDI in the enlarged EU. In 2010, its inward FDI stock reached $130 billion - an amount equivalent to two thirds of its GDP.

Investment Country Profiles, which we will publish regularly, are aimed at policymakers, researchers, intergovernmental and non-governmental organizations and decision makers in the private sector, who need up-to-date information on the patterns and trends of FDI and TNC activity at the country level.   

The next Investment Country Profiles will include Argentina, Turkey, Italy, Greece, France, Ukraine, Tunisia and South Africa.   

Best regards, 

James X. Zhan 
Director 
Investment & Enterprise Division 
United Nations Conference on Trade & Development 
Palais des Nations, Geneva 
Tel: +41 22 9175797 

Venezuela: preparando as presidenciais


VENEZUELA

Em debate, opositores se unem contra Chávez

Os cinco pré-candidatos da oposição evitaram confronto direto e denunciaram políticas do presidente venezuelano

Opinião e Notícia, 15/11/2011
Os cinco pré-candidatos da oposição venezuelana expuseram nesta segunda-feira, 14, suas propostas em um debate organizado por universitários e transmitido por canais e rádios privadas. Os pré-candidatos fizeram promessas em matéria de segurança, educação, economia, e inclusive sobre denunciar o presidente Hugo Chávez por crimes de lesa-humanidade perante a Corte de Haia.
Durante uma hora e meia, os aspirantes responderam as perguntas de estudantes de universidades privadas, no primeiro encontro público que permitiu aos venezuelanos conhecerem as iniciativas daqueles que desejam suceder Chávez nas eleições de outubro de 2012.
Do debate, que foi precedido por um pronunciamento obrigatório do atual presidente de quase duas horas, participaram os governadores Pablo Pérez e Henrique Capriles, o ex-embaixador Diego Arria, o ex-prefeito Leopoldo López e a deputada María Corina Machado.
“O final de todos os que abusam de seus povos é a cidade chamada Haia que tem o Tribunal Penal Internacional. Não é retaliação, não é vingança, é justiça”, disse Arria ao fechar sua apresentação, acrescentando que no próximo dia 21 de novembro processará o chefe de Estado.
Todos os participantes estão inscritos na Mesa da Unidade Democrática (MUD), principal partido da oposição, para as eleições primárias do dia 12 de fevereiro de 2012, que definirão o rival de Chávez.
A segurança foi o primeiro dos temas, no qual os candidatos estiveram de acordo em assinalar a impunidade como o principal problema do país e defenderam o aprimoramento das forças de segurança, o desarmamento e uma justiça autônoma. No tema da educação, os presentes concordaram em melhorar as condições salariais dos professores das escolas públicas, assim como a infraestrutura dos centros de ensino.
Ao final do debate, o professor da Universidad Católica Andrés Bello (UCAB) e moderador do debate, Jesús María Casal, anunciou a disposição da instituição de receber um debate entre os futuros candidatos à presidência venezuelana.

Venezuela: a vaca petrolifera alimenta subsídios sociais

Alguns podem achar correto, tomar o dinheiro de PDVSA para financiar despesas sociais determinadas por el presidente. Mas nenhuma empresa petrolífera tem por função resolver problemas sociais: elas existem para extrair e vender petróleo, eventualmente para refiná-lo e vender derivados também, ponto. O que fazer de seus lucros é outra questão: normalmente se distribuem royalties ao Estado, dividendos aos acionistas, provisão para novos investimentos e para eventuais perdas de mercado. Ponto.
Governos é que devem atuar com base em orçamentos, inclusive na parte social, não com base em contabilidade de empresas, que devem ser mantidas como empresas.
Menos ainda é função de bancos centrais fazer políticas sociais: eles existem para regular o mercado monetário, tentando defender ao máximo o poder de compra da moeda, isto é, combatendo a inflação, via política de juros e de depósitos compulsórios, e assegurando os intercâmbios internacionais pela liberalização de divisas, ponto. Nenhum deveria ser chamado a fazer políticas sociais.
Menos na Venezuela de el presidente, claro, onde também as taxas de juros são fixadas politicamente.
Reparem que uma taxa de juros a 9% no semestre dá 18% ao ano. Em face de uma inflação anual superior a 27%, dá um juros negativo de quase dez pontos, senão mais...
Paulo Roberto de Almeida

Venezuela: PDVSA venderá bonos a banco emisor para inversiones y planes sociales

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Infolatam/Efe
Caracas, 14 de noviembre de 2011
Las claves
  • Los bonos, que tendrán como vencimiento el 17 de noviembre de 2021, devengarán un interés semestral del nueve por ciento.
Petróleos de Venezuela (PDVSA) anunció que le venderá al Banco Central del país bonos por 2.394 millones de dólares con vencimiento en 2021 para financiar su plan de inversiones y programas sociales, según un comunicado difundido por la estatal.
La petrolera “intercambiará privadamente hasta 1.256 millones de dólares a valor nominal de bonos de PDVSA con vencimiento en 2013 por los Nuevos Bonos de PDVSA”, detalló el boletín oficial.
Además, le entregarán al emisor venezolano hasta un equivalente de 564 millones de dólares a cambio de efectivo.
Los recursos se destinarán “a usos generales corporativos, incluyendo el financiamiento del plan de inversiones de PDVSA y para aportes a proyectos y programas de desarrollo social”, detalló el comunicado.
Los bonos, que tendrán como vencimiento el 17 de noviembre de 2021, devengarán un interés semestral del nueve por ciento.
El pago del capital se hará en tres cuotas previstas para el 17 de noviembre de 2019, así como en la misma fecha de 2020 y 2021.
PDVSA ha emitido bonos de deuda por unos 3.000 millones de dólares en octubre de 2010 y 6.000 millones de dólares en 2009.
Asimismo, el presidente venezolano, Hugo Chávez, anunció el pasado 10 de noviembre el lanzamiento en una fecha por definir de un nuevo “petrobono” vinculado a PDVSA para saldar deudas de prestaciones sociales.

Russia na OMC: Brasil perdeu oportunidades

Pela descrição feita abaixo, constato que os interesses do Brasil ficaram prejudicados com o ingresso, nessas condições, da Rússia na OMC.
Paulo Roberto de Almeida 



Assis Moreira, de Genebra
Valor Econômico, 11/11/2011

A Rússia conseguiu limitar as concessões para abertura de seu mercado no acordo concluído ontem para se filiar à Organização Mundial do Comércio (OMC) durante a conferência ministerial de dezembro, em Genebra.

Após 18 anos de negociações, o pacote de condições foi fechado com o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, estimando que a abertura do mercado russos será significativamente maior do que os chineses fizeram há dez anos.

No entanto, entre vários negociadores a constatação é diferente. "A China sofreu exigências draconianas para ser sócio, enquanto a Rússia conseguiu um acordo bem mais flexível na maioria das áreas", disse um importante embaixador, enquanto na OMC a palavra de ordem era de "acordo histórico".

Na negociação para ser aceito como sócio, o país conseguiu ter o direito de estabelecer tarifa de exportação de 21% sobre o gás, produto do qual a Europa é dependente e que tem a Rússia como maior vendedor mundial.

Moscou obteve o direito de dar subsídio agrícola que poderá dobrar em 2012-13 em relação ao que concede hoje (US$ 5 bilhões), baixando depois para US$ 4 bilhões em 2018. Além disso, conseguiu não se comprometer em eliminar restrições na importação de carnes bovina e de frango.

A entrada de carnes no mercado russo terá tarifa menor através de cotas, mas as alíquotas tornam-se bem elevadas no que exceder o limite quantitativo imposto por Moscou. O período mais longo para redução tarifária, dentro e fora de cota, será para carne de frango, de oito anos, seguido por sete anos para importação de carros, helicópteros e automóveis.

A margem de manobra de Moscou também será grande para bloquear importação de carnes em geral. Vai manter as exigências de declaração dos produtos em pontos aduaneiros específicos.

No caso do açúcar, a tarifa de importação cairá de US$ 243 por tonelada para US$ 223. O compromisso russo é de liberalizar mais as importações já em 2012.

A Rússia era a última grande economia fora da OMC. Sua entrada significa que os outros 153 países da entidade vão ter melhor acesso a 141 milhões de consumidores. A Rússia importou US$ 248,7 bilhões no ano passado e exportou US$ 400 bilhões.

Moscou baixará as tarifas agrícolas na média de 13,2% para 10,8%. Para produtos industriais, passará de 9,5% para 7,3% também na média. Há dez anos, a China entrara na OMC baixando suas alíquotas de importação agrícola, que atingiam até 65%, para 15% na média, e no caso de produtos industriais, para 8,9% na média.

Agora, as regras comerciais russas terão de ser mais previsíveis e transparentes. E os países afetados poderão recorrer aos juízes da OMC no caso de práticas incompatíveis com as regras.

"O selo de qualidade da OMC é extremamente importante para investidores internacionais e é o que a Rússia merece", afirmou Lamy.

Maxim Medvedkov, o principal negociador russo, disse que o exemplo da China estimulou a Rússia a entrar na OMC. Na verdade, desde Brejnev a então União Soviética tentava paradoxalmente abrir negociações para entrar no sistema que facilita a liberalização econômica e comercial.

Medvedkov não quis responder sobre como a Rússia vai agora se posicionar na cena comercial. Mas as indicações são de que Moscou vai engrossar a fileira dos protecionistas, pelo menos na sua primeira fase.

Também está em aberto o impacto da filiação russa. A China pulou de sexta para segunda economia, tornou-se o maior exportador mundial de mercadorias e o segundo maior importador.

Há um sentimento de que a elite russa está menos inclinada a liberalismo econômico. Basta ver as condições duras para estrangeiros. A visão russa é de que as reduções tarifárias fazem parte de concessões aos parceiros, mais do que uma forma de estimular comércio e concorrência, como nota o pesquisador Dominic Fean.

No setor de serviços, os russos conseguiram, por exemplo, limitar a 50% a participação estrangeira em bancos. Atualmente, já há banco estrangeiro controlado por estrangeiros e esse direito será mantido, mas não mais repetido no futuro.

Quanto ao sensível setor automotivo, construtores vão manter o beneficio de importar peças com tarifa menor até 2018, o que dá uma margem competitiva importante em relação aos estrangeiros.

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