segunda-feira, 4 de março de 2013

Lincoln, again: o segregacionista, racista e oportunista

Existem muitos mitos na história, em todos os países. No Brasil, temos vários, entre eles o de Tiradentes, e vários criados pelos militares, que acham que o exército brasileiro começou a se forjar nas batalhas contra os holandeses, passando pela guerra do Paraguai e a "epopeia" dos pracinhas da FEB. Enfim, todo mundo gosta de confortar o ego, ou de ter certezas admiráveis no seu passado.
Nos EUA, os grandes mitos, obviamente, são os de Washington (um homem perfeito, a crer na historiografia ingênua), de Lincoln, o "emancipacionista", e de Roosevelt, o homem que "salvou" o capitalismo de si mesmo.
Quanto a Lincoln, eu já postei uma outra versão da sua ação neste post, baseado em argumentos recolhidos no excelente site do Mises.org, o Instituto Mises dos EUA, que recomendo; aqui:
Lincoln: o real, e as verdadeiras causas da Guerra...
Agora, um leitor frequente, me envia esta outra contribuição do mesmo teor. Lincoln, finalmente, queria assegurar o predomínio do Norte sobre o Sul, e livrar os EUA dos negros, como pode ser constatado pelas suas próprias palavras, abaixo transcritas.
Paulo Roberto de Almeida 

Eduardo R., Rio deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Lincoln: o real, e as verdadeiras causas da Guerra...":

Abaixo, um excerto do artigo "A farsa sobre Abraham Lincoln", escrito por Walter Williams.

"Meu colega Thomas DiLorenzo, professor de economia da Loyola University de Maryland, já expôs vários mitos a respeito de Lincoln em seu livro de 2006, Lincoln Unmasked. Agora ele acaba de receber o reforço de Joseph Fallon, analista de inteligência cultural e ex-instrutor do Centro de Inteligência do Exército dos EUA, com seu novo e-book, Lincoln Uncensored. O livro de Fallon examina 10 volumes reunidos de discursos e escritas de Lincoln, os quais incluem passagens sobre escravidão, secessão, igualdade para os negros e emancipação. Não é necessário se basear na interpretação de ninguém. Apenas leia as palavras de Lincoln e veja o que você conclui delas.

Em uma carta escrita em 1858, Lincoln diz:

'Já declarei mil vezes e volto a repetir que é minha firme opinião que nem o Governo Geral e nem qualquer outro poder externo aos estados escravagistas podem constitucionalmente ou por direito interferir na escravidão onde quer que ela já exista
.'

Em um discurso proferido em Springfield, Illinois, ele explicou:

'Minhas declarações sobre este assunto da escravidão negra podem até ser deturpadas, mas não podem ser mal interpretados. Já disse que não vejo a Declaração (de Independência) como sendo uma afirmação de que todos os homens foram criados iguais sob todos os aspectos.'

Debatendo com o senador Stephen Douglas, Lincoln disse:

'Digo, portanto, que não sou, nem jamais fui, a favor de criar, de qualquer maneira que seja, a igualdade social e política das raças branca e preta; que não sou, nem nunca fui, a favor de transformar negros em eleitores ou jurados, nem de habilitá-los a exercer cargos públicos, nem de permitir seu casamento com pessoas brancas; e direi, adicionalmente, que há uma diferença física entre as raças branca e preta que, creio eu, irá para sempre proibir as duas de viverem juntas em termos de igualdade social e política. E, visto que elas não podem conviver desta forma, enquanto elas permanecerem em coexistência terá de haver a posição do superior e do inferior, e eu, assim como qualquer outro homem, sou a favor de que a posição superior seja atribuída à raça branca. [....] O que eu mais gostaria de ver seria a separação das raças branca e negra.' (Abraham Lincoln, First Lincoln-Douglas Debate, Ottawa, Illinois, Sept. 18, 1858, in The Collected Works of Abraham Lincoln vol.3, pp. 145-146; 521).

E então você dirá, "Mas, professor Williams, a Proclamação de Emancipação publicada por Lincoln libertou os escravos! Isso prova que ele era contra a escravidão!"

Nas palavras do próprio Lincoln:

'Vejo a questão [a Proclamação de Emancipação] como uma medida prática para a guerra [de secessão], algo a ser decidido de acordo com as vantagens ou desvantagens que ela possa oferecer à supressão da rebelião. [...] Também irei admitir que a emancipação irá melhorar nossa situação perante a Europa, convencendo aquele continente de que estamos sendo impelidos por algo mais do que a ambição.'

Na época em que Lincoln escreveu a proclamação, a guerra de secessão estava indo mal para a União."

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1532

Postado por Eduardo R., Rio no blog Diplomatizzando em 03/03/13 14:39

domingo, 3 de março de 2013

Pode-se enganar muitos durante algum tempo... - Mansueto Almeida

O governo dos companheiros vem se especializando em manobras contábeis, o que é apenas um nome mais sofisticado para falar de mentiras nas contas públicas. A maquiagem pretensamente enganosa pode enganar os incautos, mas não pessoas comprometidas com a verdade dos números, com a simples honestidade intelectual, ou com o puro bom senso. Só pilantras e mentirosos contumazes costumam enganar os outros com essa frequência.
Esta vai ser mais uma das heranças pouco benditas do governo dos companheiros...
Paulo Roberto de Almeida

O Menu de Truques Contábeis

Na última terça-feira dia 26 de fevereiro, a pedido da associação dos funcionários do IPEA, dei uma palestra para explicar para funcionários de fundos de pensão de algumas empresas estatais quais são os truques contábeis feitos pelo governo federal.
Na semana passada havia dado uma palestra sobre o mesmo tempo mas não consegui explicar muito bem. Dessa vez acho que consegui de forma bem didática fazer uma tipologia dos cinco truques contábeis que poderíamos chamar de contabilidade criativa.
Esses cinco truques contábeis são os seguintes:
(1) emitir novas dívidas para emprestar para bancos públicos e, simultaneamente, recolher dividendos desses bancos (inclusive dividendos antecipados). Se um banco público precisa de recursos, o correto seria o governo deixar a instituição reter os dividendos que seriam distribuidos e, assim, reduzir as emissões de dívida.
TC1
(2) O segundo truque contábil é vender receitas futuras (dividendos) de outras estatais para o BNDES e, assim, o Tesouro transforma uma receita que entraria no futuro em receita primária hoje. Isso foi feito, em 2009 e 2010, com créditos (dividendos) a receber da Eletrobrás e agora será feito com a receita futura de Itaipu.
TC2
(3) O terceiro truque contábil foi um dos maiores absurdos recentes que envolveu BNDES e Petrobras. Originalmente, a operação aprovada no Congresso Nacional, em 2010, permitiu ao governo ceder 5 bilhões de barris de petróleo (que estão lá no fundo do mar) por R$ 74,8 bilhões à Petrobras que pagaria ao governo com ações da companhia. Mas alguém “esperto” resolveu emitir R$ 25 bilhões em novas dívidas para mandar para o BNDES que, em conjunto com o Fundo Soberano, compraram R$ 32 bilhões de ações da Petrobras que pagou parte dos 5 bilhões de barris de petróleo ao Tesouro não com ações, mas com esse dinheiro.
Assim, uma operação que deveria ser neutra do ponto de vista fiscal, troca de barris de petróleo por ações, acabou gerando uma receita primária de R$ 32 bilhões (1% do PIB). A pessoa que bolou essa operação vai pleitear em breve uma menção especial no livro Guinness World Record de “maior cara de pau do mundo”.
TC3
(4) O quarto truque contábil é a tentativa de redefinir o conceito de primário. Resultado primário é receita primária menos despesa primária. Mas desde 2008 tem essa idea esquisita de descontar despesas do PAC e agora está em estudo descontar parte das desonerações. Truque, truque e mais truques!!!!
TC4
(5) O quinto truque contábil é postergar o  pagamento de despesas que dão origem a uma montanha de restos a pagar. Os cálculos que fiz mostram que, por baixo, pelo menos R$ 40 bilhões dos restos a pagar não podem ser cancelados: (a) R$ 13,6 bilhões do Minha Casa Minha Vida, (b) R$ 6,3 bilhões dos subsídios orçamentários do programa de sustentação do investimento (PSI); (c) R$ 14 bilhões da saúde que precisa ser executado para cumprir com o mínimo constitucional; (d) R$ 2,6 bilhões do FGTS que não foi pago no ano passado; e (e) mais uns R$ 2,2 bilhões de equalização de juros do crédito agrícola.
Ou seja, se o governo terminasse hoje, ele deixaria de presente para o próximo presidente perto de 1% do PIB de despesa ainda não contabilizada na despesa primária . E a propósito, isso não entra na estatística da dívida pois “restos a pagar” é dívida flutuante – não é contabilizado como dívida bruta ou líquida.  Isso entra no meu menu da contabilidade criativa.
Abaixo descrevo as várias fases da despesa pública. Quando termina o ano (linha pontilhada) e o dinheiro que está empenhado não foi liquidado, isso dá origem a um resto a pagar não processado. Se o recurso empenhado foi liquidado, mas não pago, temos um resto a pagar processado.
TC5
Será que ficou claro para todo mundo agora o menu de opções que podemos chamar de contabilidade criativa? Tentei ser o mais didático possível e espero ter conseguido explicar.

As mentiras sobre as universidades - Moises Naim

Existem também universitários mentirosos, que enganam políticos e a sociedade, com a conversa mole que as universidades são imprescindíveis ao país, que sem elas o país estaria entregue ao fracasso. Pode ser, mas não como dizem, e certamente não no Brasil, onde talvez a relação custo-benefício ainda é negativa, pela baixa produtividade geral das universidades públicas.
Em todo caso, eu poderia acrescentar várias outras mentiras sobre as universidades, especialmente as brasileiras, mas comecemos por estas.
Paulo Roberto de Almeida

Las universidades: cuatro mentiras

A veces un diploma no es el camino a la prosperidad, sino una pérdida de tiempo

 
Cuando Karl Elsener andaba diseñando una navaja para el Ejército suizo, a finales del siglo XIX, no podía imaginar que, más de cien años después, su invento se habría convertido en una herramienta multiusos universal.
La navaja suiza nos saca de cualquier apuro. Sirve como destornillador, cortauñas, tijeras o abrelatas. ¿Olvidó el dentífrico? Aquí está el palillo de dientes. ¿Celebración imprevista? Oportuno sacacorchos.
Al igual que Elsener, los padres fundadores de las universidades en la Edad Media tampoco imaginaron que esos centros de sabiduría acabarían convirtiéndose en una herramienta universal para resolver los problemas del mundo. La educación, sobre todo la superior, es erróneamente tratada como la navaja suiza del cambio social, el progreso económico y la paz internacional. El remedio polivalente para los problemas más acuciantes, presentes y futuros. Del desempleo a la violencia. De la pobreza a la decadencia industrial y de la falta de probidad de políticos al conflicto armado.
Por supuesto que las universidades son fundamentales para un país. Pero al igual que sucede con la panacea universal, de la enseñanza superior se esperan resultados que no puede dar. Y además, las conversaciones sobre las universidades suelen incluir afirmaciones presentadas como verdades indiscutibles, pero que o ya no son ciertas o nunca lo han sido. Estas son cuatro de ellas:
• La educación es prioritaria. Es difícil encontrar un candidato presidencial o un Gobierno en el mundo que no consagre la educación como una de sus prioridades. Pero a menudo la retórica se diluye a la hora de asignar recursos, dedicar esfuerzos o arriesgar capital político en las universidadades, que chocan con los intereses de quienes se benefician del statu quo. En muchos países, la consideración por las universidades se refleja más en los discursos que en las decisiones de quienes pueden hacerlas mejores.
• La educación superior es la ruta hacia mayores ingresos. En muchos países sucede lo contrario. En EE UU o Chile, por ejemplo, los estudiantes y sus familias se endeudan para pagar estudios universitarios que les dan un diploma no muy valorado por el mercado laboral. Fontaneros y electricistas obtienen una tasa de retorno a su inversión en educación muy superior a la de sociólogos y psicólogos. El caso de España es muy revelador: es uno de los países europeos con más población universitaria y más graduados que el promedio de Europa. Pero el 40% de estos profesionales están subempleados. Y el 12% está sin trabajo (en Europa la media es 5,2%). Esto no quiere decir que un diploma universitario no sea deseable. Lo que quiere decir es que depende del diploma, de la universidad que lo otorga y del país. Y que en ciertos casos un diploma no es el camino a la prosperidad, sino una costosa pérdida de tiempo.
Las universidades tienen mucho que ofrecerle a la empresa privada. Para que las empresas privadas recurran a las universidades, deben tener incentivos para invertir en investigación y desarrollo. Las empresas no pueden pensar en I+D si están contra la pared, luchando por sobrevivir. También hay problemas del lado de la oferta: no todo profesor universitario hace cosas que interesen a la industria privada o tiene incentivos para hacerlo. Si lo que hace es muy interesante para la empresa, es probable que la empresa lo contrate y lo saque de la universidad. A nivel mundial, los casos en los que hay una provechosa colaboración entre academia y empresa son más la excepción que la regla.
Los estudiantes y los profesores universitarios son agentes de cambio social. A veces, sí. Pero lo normal es que sean poderosos obstáculos al cambio. Los académicos suelen ser muy revolucionarios con respecto a la sociedad en la que viven y muy conservadores con respecto a la organización que los emplea. Abogan por el cambio afuera y luchan aguerridamente por impedir que, por ejemplo, haya más competencia entre ellos o sus instituciones. En muchos países, los profesores que alcanzan cierto estatus obtienen garantías laborales que los adormecen —y que no se dejan quitar. Y basta acudir a muchas facultades públicas en América Latina o Europa para descubrir que, salvo excepciones, no son centros donde se premia la excelencia, sino lugares donde los profesores aburren a los estudiantes con el mismo curso a lo largo de los años. O que algunos departamentos son solo nostálgicos cementerios de ideologías fracasadas.
Todo esto va a cambiar. En la próxima década las universidades van a experimentar más transformaciones de las que han vivido desde el siglo XI. Internet y otras fuerzas sociales y económicas se encargarán de ello.
Sígame en Twitter @moisesnaim

Marco de 1808: chegada da familia real portuguesa ao Rio de Janeiro

A entrevista abaixo foi dada em 2008, quando se comemoravam os 200 anos, e o site Opinião e Notícia a transcreve, de um site de revista militar, sem informar a data exata. Em todo caso, vale a pena ler, embora ela contenha certo ufanismo e alguns exageros quanto ao papel de D. João, o príncipe regente.
Aliás, a introdução da matéria já começa com um erro crasso: a chegada de D. João VI ao Brasil, o que é absolutamente errado. Quem chegou foi um mero príncipe Regente, de nome João, pois a chefia do Estado pertencia a sua mãe, a rainha D. Maria I. Se por acaso o príncipe tivesse morrido antes de ser coroado, e na inexistência de nenhum outro João na linha sucessória, até o término da monarquia em Portugal, nunca teria havido nenhum D. João VI, que só o foi a partir de sua ascensão ao trono de pleno direito, com o falecimento de sua mãe, o que só veio a ocorrer em 1816.
Salvo isso, o historiador militar toca em questões relevantes do período, mas não devemos creditar tudo a D. João ou ao seu tino empreendedor. A aristocracia portuguesa também tinha grande experiência nos assuntos do Estado e soube se desempenhar de modo relativamente satisfatório. Não se pode achar, entretanto, que a criação do Banco do Brasil tenha sido um golpe genial de estadista: havia também as necessidades de financiamento da própria família real, e o banco foi levado à falência pelas práticas perdulárias da família real...
Paulo Roberto de Almeida

article image
A chegada da família real de Portugal ao Rio de Janeiro (Reprodução)
Nesta Data

A chegada da Corte Portuguesa ao Brasil

A família real portuguesa chegou ao Rio de Janeiro, a nova capital do império, em 7 de março de 1808

fonte | A A A
A chegada de D. João VI e da Corte de Portugal na nova capital do Império, na manhã de 07 de março de 1808, proporcionou transformações nunca antes vistas no Rio de Janeiro. Naquele dia os trabalhos na cidade foram suspensos, e os fluminenses correram para pontos altos da cidade, de onde podiam avistar a chegada da real esquadra.
Leia abaixo uma entrevista sobre o tema dada pelo coronel e historiador militar Manoel Soriano Neto à revista Verde Oliva:

Qual é, a seu ver, a importância histórica das comemorações do bicentenário da vinda da Corte Portuguesa para o Brasil?

M. S – Comemorações nos trazem à memória fatos históricos superlativos ou simples episódios da vida, que têm valor individual ou coletivo. E celebrar o que é precioso nos leva a pensar e a refletir. Assim, as comemorações do duocentenário da chegada de D. João e sua Corte ao Brasil dão ensejo à relembrança de notáveis marcos de nossa História, dos quais devemos sempre nos orgulhar. Entretanto, tais celebrações seriam de acanhada dimensão se não reavaliarmos a augusta figura do 27° Rei de Portugal, fazendo-lhe a merecida e imprescindível justiça. Eis a importância maior, dos festejos do presente ano.

E por que D. João VI, em seu entender, é tão injustiçado?
M. S – Infelizmente, de forma leviana, são emitidos juízos desairosos acerca da pessoa de D. João VI, não condizentes com a veracidade histórica e com os tantos e tamanhos serviços por ele prestados ao Brasil, em tempos de paz e de guerra. A nossa historiografia, com raras exceções, denigre esse personagem exponencial da História brasileira e portuguesa, tratando-o debochadamente, sem levar em conta a Justiça e a Verdade.
O historiador não pode ser motivado por caprichos, simpatias ou antipatias: ele deve primar pela neutralidade, ser isento, fidedigno, amoral (no sentido sociológico), imparcial, enfim. Desafortunadamente, não é isso o que se observa em nosso País. Vários historiadores e jornalistas vêm procedendo, com finalidades ideológicas, a um revisionismo da história-pátria — que seria salutar, se praticado com isenção. Esses revisionistas ocupam-se, de maneira irresponsável e inconseqüente, em reescrever e manipular a História, sob um viés reducionista, por apenas materialista, numa verdadeira inversão de valores.
Destarte, as comemorações dos 200 anos da vinda da Corte lusitana para o Brasil afiguram-se como uma oportunidade ímpar de reabilitação da imagem de um Rei injustiçado. Ele normalmente é visto de forma folclórica, como um homem fraco, vacilante, glutão, despreparado, de parcos dotes intelectuais, que abandonou Portugal à sanha de invasores, fugindo para o Brasil, onde passou a ter uma vida descansada, totalmente alheio ao múnus de Monarca de um vasto Império. Tal versão, porém, não resiste a uma percuciente análise histórica.

O senhor acha, então, que D. João VI foi um Estadista?
M. S – Não tenho dúvidas quanto a isso. D. João não era o bobo que mal intencionados (cujo perfil traçamos, de escantilhão, na resposta anterior) insistem em propalar, como no filme Carlota Joaquina, Princesa do Brasil que, diga-se, teve o patrocínio do Banco do Brasil, criado por ele… Longe de querermos fazer do Rei um grande herói, de coragem, intrepidez e caráter adamantino, ou uma pessoa de aguda inteligência, é inconcebível que o aceitemos da forma grotesca, como “malditos-sejam” o retratam. Ele possuía uma mente assaz lúcida e, o principal, era senhor de excepcional visão prospectiva, digna dos melhores Estadistas. E sabia, com coragem e determinação, tomar decisões.

E como o senhor interpreta a decisão de abandonar Portugal, que é tida, por muitos, como uma covardia de D. João?
M. S – Passados 200 anos, a interpretação do fato se torna muito mais fácil. Quando Napoleão Bonaparte decretou o bloqueio continental, Portugal, aliado da Inglaterra, não dispunha de meios suficientes para enfrentar o poderio bélico francês. D. João seria feito prisioneiro pelas tropas franco-espanholas e perderia o Trono, como ocorrera com o seu cunhado, Fernando VII, príncipe de Espanha. Então, para preservar a Coroa, a dinastia dos Bragança e o próprio reino português, o Príncipe Regente decidiu não se submeter à invasão do General Junot, embarcando para o Brasil, a sua principal colônia. O Oceano Atlântico, dominado pela Marinha inglesa, seria a natural proteção da Corte em terras brasileiras. Os portugueses permaneceriam resistindo, junto com o Exército inglês, até a retirada dos invasores. Napoleão diria, depois, que fôra enganado por D. João… Portanto, a transmigração da Corte lusitana foi uma alternativa bastante lógica para a sobrevivência de Portugal. Ademais, tal alternativa, longe de ter sido uma “fuga covarde”, como se apregoa alhures, foi preparada com bastante antecedência, sem improvisação. Grandes vultos da história-lusa, como o Marquês de Pombal e o Conde de Linhares, a haviam aconselhado (diga-se que ela foi vaticinada pelo Padre Antônio Vieira), caso Portugal, um país pequeno e pouco populoso, fosse ameaçado em sua integridade territorial. Lorde Strangford, à época embaixador inglês em Portugal, nos dá conta de um acordo secreto, celebrado com a Inglaterra, que previa a fundação de um Reino no Brasil, com a anexação da Cisplatina (diga-se, que tal viria a acontecer, além da invasão da Guiana Francesa). Convém lembrar, finalmente, que uma trasladação do porte da ocorrida não se faz de afogadilho. Aproximadamente 15.000 pessoas embarcaram em 36 naus e fragatas, com valiosíssimo acervo, preciosos bens públicos e privados, suprimentos de toda ordem, etc. Não houve, pois, uma deserção e, sim, uma magistral manobra geopolítica, muito bem planejada.

Quais os principais atos de D. João, na esfera da administração civil, que trouxeram benefícios para o nosso País?

M. S – O notável historiador Pedro Calmon afirmou que “não se mudara apenas a Corte, mas o Estado”, após a vinda de D. João. E as providências tomadas, para que a organização político-administrativa funcionasse a contento, foram inúmeras e redundaram em incalculáveis benefícios para o Brasil, a ponto de a Colônia ultrapassar a Metrópole e, anos depois, proclamar a Independência. Isto é assinalado por historiadores e cientistas sociais de nomeada. O ilustre ensaísta Sílvio Romero disse que o período joanino, de treze anos, ensejou a “reversão brasileira”, ou seja, “Portugal passou a ser colônia da colônia”…
Dentre tantas, eis algumas dessas providências, julgadas de suma importância: 1) a “Abertura dos Portos”, proporcionando o livre comércio com as nações amigas, concomitantemente com o alvará que permitiu a liberdade de indústria no Brasil, além da posterior elevação da Colônia — um Vice-Reinado — a “Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves”; 2) a implantação da Imprensa Régia, fazendo surgir os primeiros periódicos brasileiros; 3) a criação do Conselho de Estado, do Banco do Brasil, da Casa da Moeda, da Biblioteca Real, do Museu Real, etc; 4) o início das atividades das indústrias naval (em especial para fins militares) no Rio de Janeiro e na Bahia, e siderúrgica, com fábricas em Minas Gerais e São Paulo, a par da instalação das Juntas de Comércio e de Agricultura, Fábricas e Navegação; 5) a fundação da Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, depois Academia de Belas Artes, da Academia Real de Desenho, Pintura, Escultura e Arquitetura Civil, de duas Escolas de Medicina, no Rio de Janeiro e na Bahia, quebrando-se a proibição da existência de ensino superior no Brasil; 6) a contratação de uma Missão Francesa e de outras, de cunho científico e artístico, integradas por nomes consagrados como os naturalistas von Spix, von Martius e Langsdorf, o geólogo von Eschwege, o escritor Lebreton, o arquiteto Montigny, os pintores Debret, Rugendas e Saint-Hilaire, e tantos outros; 7) a criação do Horto Real, hoje Jardim Botânico, para a aclimatação de cana-caiana, café, chá e outras plantas, entre elas, mudas de “palmeira imperial”, trazidas por D. João, tudo propiciando grande incentivo à agricultura (aduza-se, por ilustração, que após a conquista da Guiana Francesa, de lá vieram árvores frutíferas, aqui desconhecidas, como o abacateiro, a mangueira, a fruta-pão, a moscadeira, a nogueira, a canforeira, o cravo-da-índia e outras).

E na área militar, o que de importante ocorreu?
M. S – D. João, ao chegar ao Brasil, já sabia da fragilidade militar da Colônia, tanto que trouxe a Brigada Real da Marinha, elemento formador do futuro Corpo de Fuzileiros Navais. O Príncipe sentiu a necessidade de fortalecer militarmente o vice-reino. E, para isso, tomou uma série de medidas. De início, em 10 de março de 1808 criou os Ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Guerra (separados pelo Decreto de 22 de abril de 1821) e o da Marinha e Ultramar, entregues, respectivamente, aos Condes de Linhares e de Anadia; instalou a Academia de Marinha; reaparelhou os arsenais e fortalezas; criou as Fábricas de Pólvora e de Armas e instituiu o Conselho Supremo Militar e de Justiça. Em 1810 foi criada a Academia Real Militar, inaugurada em 23 de abril de 1811, na famosa “Casa do Trem”, tendo como primeiro comandante o Tenente-General Carlos Napion, posteriormente alçado pelo Exército à honorificência de Patrono do Quadro de Material Bélico. E mais: foi organizado o Real Arquivo Militar (atualmente, Arquivo Histórico do Exército) e criados o Arsenal Real (atual “Arsenal de Guerra D. João VI”), a Repartição do Cirurgião-Mor (que deu origem à Diretoria de Saúde do Exército) e o Hospital Real Militar (hoje, Hospital Central do Exército), no qual foram instaladas a Botica Real Militar (atual Laboratório Químico Farmacêutico do Exército) e uma Escola Médica. Registre-se que o ensino médico e farmacêutico e a indústria farmacêutica, no Brasil, originaram-se dessas beneméritas organizações militares.
As Forças Terrestres Brasileiras (FTB) eram constituídas por tropas de 1ª, 2ª e 3ª Linhas. As de 1ª Linha eram as permanentes, integradas por portugueses e brasileiros; as de 2ª e 3ª Linhas denominavam-se “Milícias” e “Ordenanças”, respectivamente, e eram compostas, em sua quase totalidade, por brasileiros. D. João extinguiu as “Ordenanças” e reorganizou as outras tropas, proporcionando-lhes melhores equipamentos e instrução, inclusive estabelecendo uniformes padronizados para elas, contando, para tal, com o inexcedível labor de seu primeiro Ministro da Guerra, o Conde de Linhares (o venerando nome deste Ministro é a denominação histórica do Museu Militar, de São Cristóvão, no Rio de Janeiro); determinou a vinda da Divisão de Voluntários Reais e, outrossim, criou a “Divisão Auxiliadora”, empregando-as na Cisplatina e para debelar a Revolução Pernambucana de 1817. Na reorganização empreendida foram criadas, extintas e transformadas várias organizações militares em todo o País, ressaltando-se a criação, em 13 de Maio de 1808, data natalícia de D. João, do 1° Regimento de Cavalaria (hoje, 1° Regimento de Cavalaria de Guardas – “Dragões da Independência”), por transformação do Esquadrão que compunha a Guarda Real do Príncipe. Por final, consigne-se, com muito orgulho: essas FTB (cujas raízes se encontram fincadas nos montes Guararapes), quando convocadas pelo Príncipe D. Pedro, foram as principais protagonistas de nossa emancipação política, em 1822…

O senhor gostaria de acrescentar algo mais a respeito do assunto?
M. S – Sim. Impende lembrar que o maior legado do período joanino foi a garantia de nossa unidade territorial e lingüística e a consolidação da nacionalidade brasileira, que é de extração, frise-se, essencialmente lusitana. Ela não provém das tabas indígenas, nem das cubatas africanas ou de outras etnias, que, inegavelmente, também contribuíram para tal. Somos, sim, fruto do “luso-tropicalismo”, na afirmação do saudoso Gilberto Freyre e, no dizer dele mesmo, “o Exército é a mais lidima e representativa das instituições nacionais: é o verdadeiro índice do povo brasileiro”. É disto que devemos nos recordar, com ufania, nas celebrações do bicentenário da vinda para o Brasil, da Corte de D.João, um dos pró-homens de nossa História.

Holocausto nazista: bem mais extenso do que o conhecido (NYT)

News Analysis

The Holocaust Just Got More Shocking


United States Holocaust Memorial Museum/Collection of Eugenia Hochberg Lanceter
A group of Jewish women at the entrance to the Brody ghetto in Eastern Galicia, 1942. The sign is written in German, Ukrainian and Polish.




THIRTEEN years ago, researchers at the United States Holocaust Memorial Museum began the grim task of documenting all the ghettos, slave labor sites, concentration camps and killing factories that the Nazis set up throughout Europe.
Multimedia
What they have found so far has shocked even scholars steeped in the history of the Holocaust.
The researchers have cataloged some 42,500 Nazi ghettos and camps throughout Europe, spanning German-controlled areas from France to Russia and Germany itself, during Hitler’s reign of brutality from 1933 to 1945.
The figure is so staggering that even fellow Holocaust scholars had to make sure they had heard it correctly when the lead researchers previewed their findings at an academic forum in late January at the German Historical Institute in Washington.
“The numbers are so much higher than what we originally thought,” Hartmut Berghoff, director of the institute, said in an interview after learning of the new data.
“We knew before how horrible life in the camps and ghettos was,” he said, “but the numbers are unbelievable.”
The documented camps include not only “killing centers” but also thousands of forced labor camps, where prisoners manufactured war supplies; prisoner-of-war camps; sites euphemistically named “care” centers, where pregnant women were forced to have abortions or their babies were killed after birth; and brothels, where women were coerced into having sex with German military personnel.
Auschwitz and a handful of other concentration camps have come to symbolize the Nazi killing machine in the public consciousness. Likewise, the Nazi system for imprisoning Jewish families in hometown ghettos has become associated with a single site — the Warsaw Ghetto, famous for the 1943 uprising. But these sites, infamous though they are, represent only a minuscule fraction of the entire German network, the new research makes painfully clear.
The maps the researchers have created to identify the camps and ghettos turn wide sections of wartime Europe into black clusters of death, torture and slavery — centered in Germany and Poland, but reaching in all directions.
The lead editors on the project, Geoffrey Megargee and Martin Dean, estimate that 15 million to 20 million people died or were imprisoned in the sites that they have identified as part of a multivolume encyclopedia. (The Holocaust museum has published the first two, with five more planned by 2025.)
The existence of many individual camps and ghettos was previously known only on a fragmented, region-by-region basis. But the researchers, using data from some 400 contributors, have been documenting the entire scale for the first time, studying where they were located, how they were run, and what their purpose was.
The brutal experience of Henry Greenbaum, an 84-year-old Holocaust survivor who lives outside Washington, typifies the wide range of Nazi sites.
When Mr. Greenbaum, a volunteer at the Holocaust museum, tells visitors today about his wartime odyssey, listeners inevitably focus on his confinement of months at Auschwitz, the most notorious of all the camps.
But the images of the other camps where the Nazis imprisoned him are ingrained in his memory as deeply as the concentration camp number — A188991 — tattooed on his left forearm.
In an interview, he ticked off the locations in rapid fire, the details still vivid.
First came the Starachowice ghetto in his hometown in Poland, where the Germans herded his family and other local Jews in 1940, when he was just 12.
Next came a slave labor camp with six-foot-high fences outside the town, where he and a sister were moved while the rest of the family was sent to die at Treblinka. After his regular work shift at a factory, the Germans would force him and other prisoners to dig trenches that were used for dumping the bodies of victims. He was sent to Auschwitz, then removed to work at a chemical manufacturing plant in Poland known as Buna Monowitz, where he and some 50 other prisoners who had been held at the main camp at Auschwitz were taken to manufacture rubber and synthetic oil. And last was another slave labor camp at Flossenbürg, near the Czech border, where food was so scarce that the weight on his 5-foot-8-inch frame fell away to less than 100 pounds.
By the age of 17, Mr. Greenbaum had been enslaved in five camps in five years, and was on his way to a sixth, when American soldiers freed him in 1945. “Nobody even knows about these places,” Mr. Greenbaum said. “Everything should be documented. That’s very important. We try to tell the youngsters so that they know, and they’ll remember.”
The research could have legal implications as well by helping a small number of survivors document their continuing claims over unpaid insurance policies, looted property, seized land and other financial matters.
“HOW many claims have been rejected because the victims were in a camp that we didn’t even know about?” asked Sam Dubbin, a Florida lawyer who represents a group of survivors who are seeking to bring claims against European insurance companies.
Dr. Megargee, the lead researcher, said the project was changing the understanding among Holocaust scholars of how the camps and ghettos evolved.
As early as 1933, at the start of Hitler’s reign, the Third Reich established about 110 camps specifically designed to imprison some 10,000 political opponents and others, the researchers found. As Germany invaded and began occupying European neighbors, the use of camps and ghettos was expanded to confine and sometimes kill not only Jews but also homosexuals, Gypsies, Poles, Russians and many other ethnic groups in Eastern Europe. The camps and ghettos varied enormously in their mission, organization and size, depending on the Nazis’ needs, the researchers have found.
The biggest site identified is the infamous Warsaw Ghetto, which held about 500,000 people at its height. But as few as a dozen prisoners worked at one of the smallest camps, the München-Schwabing site in Germany. Small groups of prisoners were sent there from the Dachau concentration camp under armed guard. They were reportedly whipped and ordered to do manual labor at the home of a fervent Nazi patron known as “Sister Pia,” cleaning her house, tending her garden and even building children’s toys for her.
When the research began in 2000, Dr. Megargee said he expected to find perhaps 7,000 Nazi camps and ghettos, based on postwar estimates. But the numbers kept climbing — first to 11,500, then 20,000, then 30,000, and now 42,500.
The numbers astound: 30,000 slave labor camps; 1,150 Jewish ghettos; 980 concentration camps; 1,000 prisoner-of-war camps; 500 brothels filled with sex slaves; and thousands of other camps used for euthanizing the elderly and infirm, performing forced abortions, “Germanizing” prisoners or transporting victims to killing centers.
In Berlin alone, researchers have documented some 3,000 camps and so-called Jew houses, while Hamburg held 1,300 sites.
Dr. Dean, a co-researcher, said the findings left no doubt in his mind that many German citizens, despite the frequent claims of ignorance after the war, must have known about the widespread existence of the Nazi camps at the time.
“You literally could not go anywhere in Germany without running into forced labor camps, P.O.W. camps, concentration camps,” he said. “They were everywhere.”

Eric Lichtblau is a reporter for The New York Times in Washington and a visiting fellow at the United States Holocaust Memorial Museum.

Ah, esses ricos fabulosos e suas residencias imaginarias...

Tudo para escapar do fisco: quem sabe morar num barco, permanentemente em alto mar?
Paulo Roberto de Almeida

Nouvel avis négatif sur la naturalisation belge de Bernard Arnaud

Le Monde.fr avec AFP |
Bernard Arnaud, patron de l'empire du luxe LVMH.
Le Parquet de Bruxelles a confirmé son avis négatif à la demande de naturalisation de Bernard Arnault car le domicile de l'homme d'affaires français dans une commune de la capitale belge n'est pas sa résidence principale, qui reste en France, ont annoncé ses représentants en Belgique.

"M. Arnault a toujours sa résidence principale à Paris et reste fiscalement domicilié en France. Il reste résident français", ont-ils insisté samedi 2 mars. "Il utilise sa résidence à Uccle (commune de Bruxelles) quand il vient à Bruxelles", ont-ils précisé.

M. Arnault s'est rendu en janvier au commissariat d'Uccle pour confirmer qu'il avait un domicile dans la commune, mais cette démarche n'a pas amené le parquet de Bruxelles à modifier son avis négatif, a indiqué sa porte-parole au quotidien la Libre Belgique. M. Arnault devait en effet prouver avoir habité pendant trois ans en Belgique.

"ATTACHES VÉRITABLES"
Véritable saga qui a défrayé la chronique en France et en Belgique depuis septembre, la demande de naturalisation du patron de l'empire du luxe LVMH sera examinée dans les prochaines semaines par la commission des naturalisations de la Chambre des députés.
Bernard Arnault a introduit une demande de naturalisation en Belgique pour des raisons juridiques liées à la fondation qu'il a créée en 2008 en Belgique, Protectinvest, pour que son groupe ne soit pas démantelé s'il venait à disparaitre avant que le plus jeune de ses enfants n'ait atteint l'age de 25 ans, expliquent ses représentants. Avoir la double nationalité lui donnera la certitude que sa fondation ne sera pas attaquable, ont-ils souligné.
Pour accorder la nationalité belge au milliardaire français, les députés belges doivent être convaincus que Bernard Arnault a des "attaches véritables" avec la Belgique. Pour prouver ces liens, Bernard Arnault et LVMH avancent qu'ils mènent "des activités économiques parfaitement réelles en Belgique", où sont installées de nombreuses sociétés du groupe.
"PLUS D'UN MILLIARD D'EUROS" EN DROIT DE SUCCESSIONS
Selon le quotidien français Libération, Bernard Arnault y a même transféré depuis plus d'un an "la quasi-totalité" de sa participation dans le numéro un mondial du luxe via un montage juridique complexe. C'est sur ce point que le dossier de la 4e fortune mondiale, selon le magazine Forbes, pourrait s'avérer le plus fragile. Une information judiciaire a, en effet, été ouverte par le parquet de Bruxelles pour examiner la structure de ces sociétés.
L'avis des députés membres de la commission des naturalisations sera rendu en toute indépendance. Son président, l'élu centriste George Dallemagne, a toutefois souligné que si cette demande était approuvée, elle pourrait rapporter "plus d'un milliard d'euros" en droit de successions à la région de Bruxelles-Capitale.

Investimento produtivo: desta vez agora vai? - Celso Ming

Pode ser. Mas não basta atrair capitais com promessas puramente teóricas de grandes retornos. As condições para fazê-lo, ou seja, o ambiente de negócios, também precisam corresponder a cálculos precisos, que fazem as empresas antes de se decidir aderir à conversa do governo.
Basta ver o que ocorreu com os investidores estrangeiros que acreditaram nas promessas do Minha Casa, Minha Vida. Até hoje estão esperando o retorno dos investimentos...
Paulo Roberto de Almeida

A hora do investimento

01 de março de 2013 | 2h 07
Celso Ming - O Estado de S.Paulo
 
Desta vez, há movimentos importantes e de grande alcance colocados em marcha pelo governo Dilma.
A principal iniciativa da hora é um programa de investimentos da ordem de US$ 235 bilhões nas áreas de transportes e de energia, para o qual o governo está mobilizando a iniciativa privada daqui e do exterior.
Um tanto tarde, mas ainda a tempo, o governo acordou para a necessidade de acionar o investimento. Até recentemente, entendera que a prioridade se restringia a criar e transferir renda para a área de consumo. O resultado foi uma forte elevação das importações, de 144% em apenas seis anos, e o esvaziamento da indústria.
Na prática, como cuidou só da demanda e não da oferta, o governo transferiu mercado para o exterior. O aumento dos custos e a perda de competitividade do setor produtivo interno desestimularam os investimentos em aumento da capacidade.
O segundo movimento importante do governo Dilma foi ter-se dado conta de que o Tesouro Nacional é um limão espremido que não dispõe de recursos suficientes para enfrentar a enorme demanda de investimentos em serviços de infraestrutura e logística - como portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, armazéns gerais, etc.
Não sobrou saída senão apelar para capitais e parcerias com o setor privado. É uma opção que quebra paradigmas. A primeira dessas rupturas foi ter confiado ao setor privado o desenvolvimento e a administração de serviços públicos, prática que até recentemente vinha sendo considerada "privataria disfarçada", portanto inaceitável, pelo Partido dos Trabalhadores no governo.
A segunda foi admitir que as concessões públicas ao setor privado para a produção de serviços de alto padrão não poderiam ser tabeladas em níveis insignificantes. As primeiras incursões do governo Dilma nesse campo implicaram o tabelamento a valores baixos da remuneração das atividades econômicas contratadas nos regimes de concessão. O secretário do Tesouro, Arno Augustin, por exemplo, argumentava então que o lucro das concessionárias não deveria ser superior a 6%, por remunerar atividades de risco zero. O resultado foi o baixo interesse despertado pelas licitações, que o governo tenta agora reverter.
Essa mudança de atitude tem potencial para se transformar na grande virada do governo Dilma. Mas impõe consequências. Uma delas é a renúncia a políticas de cunho populista. A Petrobrás, por exemplo, jamais garantirá parcerias para suas refinarias, como ainda ontem pediu o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, enquanto persistir em vigor a política de achatamento dos preços dos combustíveis.
A outra é ter de lidar, como já começa a acontecer, com corporações alimentadas com privilégios e "reservas de mercado de trabalho". É o caso dos portuários. Em nome próprio ou no jogo de outros interesses comerciais, julgam-se no direito de bloquear a expansão e a modernização do setor.
Um terceiro efeito consiste em definir regras consistentes de jogo e assegurar que sejam cumpridas. Para isso, será necessário recuperar o prestígio e a isenção das tarefas das agências reguladoras que, a partir do governo Lula, passaram a ser instituições vulneráveis ao contexto político de ocasião.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...