sexta-feira, 28 de junho de 2013

Mais inflacao, menos crescimento: havera plebiscito para isto?

O governo está se enrolando todo no tal de plebiscito da reforma política; os feiticeiros do Planalto nem sabem o que perguntar ao povo, essa entidade mítica capaz de compreender, num átimo, a diferença entre voto proporcional, distrital, distrital misto, listas fechadas, abertas, financiamento público exclusivo, parcial, privado, etc, enfim, essas coisas fáceis de responder por sim ou não.
Que tal se ele perguntasse se a população quer voto obrigatório ou livre, ou seja, facultativo?
Mas o governo também poderia perguntar se o povo quer mais ou menos crescimento, se ele quer mais, ou menos inflação. Acho que o povão perceberia melhor onde está o seu interesse.
Um governo incapaz de responder a estas perguntas simples, não merece organizar plebiscito nenhum.
Paulo Roberto de Almeida

Em deterioração

O Estado de S.Paulo, 27 de junho de 2013
Celso Ming

O Banco Central está fazendo certo esforço para recuperar credibilidade e voltar a conduzir as expectativas de inflação, tarefa que vinha prejudicada. E começa a conseguir, apesar da adoção de critérios discutíveis e das lacunas de comunicação.
O Relatório de Inflação divulgado nesta quinta-feira é o oposto da visão rosicler que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, expôs no dia anterior, no Comitê de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.
O Banco Central admite que a inflação segue em deterioração. Além de crescente, está muito espalhada (“alto índice de dispersão”). Mas nega que esteja fora de controle. Ao contrário, afiança que a política monetária (política de juros) continuará sendo inexoravelmente acionada para conter a velocidade da alta.
As causas da inflação para o Banco Central são as mesmas apontadas há alguns meses: despesas excessivas do governo (“política fiscal expansionista”), demanda forte demais em relação à oferta e mercado de trabalho aquecido, que puxa os salários mais do que comportaria o aumento da produtividade do Trabalho.
De abril para cá, muita coisa mudou na atitude do Banco Central. Antes, vinha com conversa muito parecida com a que ainda mantém o ministro Mantega. Afirmava com todas as letras que a inflação era fenômeno temporário e que, mais adiante, confluiria mais ou menos naturalmente para a meta de 4,5% ao ano. Agora, fique bem entendido, a inflação só recuará à custa de aplicação dos corretivos.
No entanto, mantidas as coisas como previstas até agora (câmbio a R$ 2,10 por dólar e juros básicos a 8,0% ao ano), a inflação terminaria 2013 no nível dos 6,0%, portanto acima dos 5,84% em que ficou em 2012, e acima da meta de 4,5%. Não tem razão o ministro Mantega quando afirma que a inflação está recuando.
O Banco Central omitiu-se na avaliação do tamanho do repasse da alta do dólar sobre a inflação, no momento uma das principais causas de alta dos preços. O diretor de Política Econômica do Banco Central, José Hamilton de Araújo, limitou-se a dizer que o fator câmbio já não tem a mesma força de tempos atrás. Em todo o caso, disse ele, esse repasse deve ser hoje em torno de 6% a cada 12 meses. Ou seja, para cada 10 pontos porcentuais de alta do dólar em 12 meses, a inflação, no mesmo período, aumenta 0,6 ponto porcentual. Nos últimos 12 meses, até esta quinta-feira, o dólar ficou 5% mais caro em reais.
Ficou estranho que o Banco Central tenha incluído nos seus cálculos o impacto da baixa das tarifas dos transportes coletivos, mas não tenha incluído a alta do dólar.
O Banco Central reviu as projeções de evolução do PIB deste ano. O crescimento não será mais de 3,0% (segundo estimativa do Relatório de Inflação de março), mas de 2,7%.
Embora o Banco Central trabalhe hoje com mais realismo, não dá para embarcar de olho fechado nas suas projeções. Todas elas (de inflação, contas públicas, avanço do PIB e rombo nas contas externas) vêm sendo sistematicamente revisadas para pior e não se sabe até quando.
Os juros básicos continuarão subindo porque o governo não faz o suficiente para controlar a inflação.
CONFIRA:
Aí está a evolução do IGP-M em 12 meses.
A força do atacado. A escapada do IGP-M em junho, de 0,75% sobre maio, quando foi de zero por cento, mostra que há nova safra de inflação em formação. O IGP-M tem forte participação dos preços no atacado (60%) e um avanço desse componente tende a ser repassado para o custo de vida, medido pelo IPCA. A alta está relacionada com a esticada das cotações do dólar no câmbio interno. É o que transparece, também, no crescimento dos preços agrícolas no mercado atacadista.

Como e porque a Receita Federal e' um orgao fascista...

Fascismo, independente das milícias de botas pretas e marchas com bandeiras e slogans autoritários, é quando o Estado manda em você, e nunca o consulta para saber se você aprova, ou não, as medidas que ele está tomando e que afetam a sua vida, o seu bolso, as suas atividades em geral, inclusive particulares.
Quando a Receita se julga no direito de continuar arrecadando uma parte de seus rendimentos, sem sequer perguntar se esses rendimentos, já corroídos pela inflação, correspondem, ou não, ao poder de compra estabelecido na regulamentação precedente, isso é fascismo explícito.
Exatamente como faz a Receita Federal:


TABELA DO IMPOSTO DE RENDA ACUMULA DEFASAGEM DE 66,4%!
        
(Bianca Pinto Lima - Estado de SP, 27) A tabela progressiva do Imposto de Renda acumula atualmente uma defasagem de 66,4% em relação à inflação, segundo cálculos do Sindifisco Nacional. Essa discrepância faz com que a Receita Federal chegue ao bolso de cada vez mais brasileiros, consumindo os seus novos rendimentos.  Um exemplo claro disso é o que ocorre com um contribuinte que ganha R$ 2.784,81 por mês. Se a tabela tivesse sido integralmente corrigida, ele seria isento de IR. No entanto, de acordo com as alíquotas vigentes, é obrigado a entregar ao Leão durante o ano quase metade do seu 13º salário.

Crise de desorientacao - Editorial Estadao

Crise de desorientação

Editorial O Estado de S.Paulo, 28/06/2013

No encontro previsto para hoje com os líderes da oposição, a presidente Dilma Rousseff repetirá que a reforma política por plebiscito é fundamental para governo e Congresso provarem que ouviram e entenderam a voz da rua. E ela própria, se pelo menos uma vez deixar de lado o costume de fazer de suas audiências meros monólogos, relegando os seus convidados ao passivo papel de plateia, ouvirá críticas pesadas a essa sacada infeliz com que tentou passar a borracha sobre a mais desastrada de suas ideias desde que chegou ao Planalto - a convocação, mediante consulta popular, de uma Constituinte exclusiva para mudar as regras do sistema eleitoral e da atividade política.
Mesmo que seja escasso o tempo que ela lhes conceder na reunião, os deputados e senadores oposicionistas darão o troco em seguida, na entrevista coletiva de praxe em tais ocasiões, ainda em palácio. Será um replay das acres expressões de descontentamento transmitidas à imprensa pela maioria dos dirigentes sindicais chamados pela presidente na quinta-feira. Foi o primeiro grupo a desfrutar do duvidoso privilégio de ser instado a aderir ao plebiscito da reforma - na véspera, quando foi a vez da cúpula da OAB, a Constituinte exclusiva ainda não tinha recebido a extrema-unção. A reação dos sindicalistas foi além do esperado, mesmo levando em conta que, sobDilma, eles perderam a condição de interlocutores especiais a que foram alçados pelo antigo metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva e parcela substancial do espaço que detinham no aparelho do governo.
Contribuiu para isso o "estilo Dilma". Depois de falar sem interrupções durante 35 minutos - quando exortou os ouvintes a suspender a greve geral marcada para 11 de julho contra a inflação alta e o crescimento baixo -, deu os trâmites por findos, sem mais aquela, assim que os inscritos para falar opinaram sobre a situação nacional. Diante dos jornalistas, o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva, a acusou de ter feito uma reunião para discorrer sobre os seus "planos mirabolantes". Acrescentou que "saímos daqui como sempre saímos, sem encaminhamento das nossas reivindicações". Até aí, nada de mais: ele joga para a sua arquibancada. Mas o fato é que o defensor deDilma, o presidente da CUT, Vagner Freitas, foi menos do que convincente ao retrucar que o encontro se destinara a tratar das demandas da rua e não da agenda sindicalista.
A verdade, quem diria, foi enunciada pelo mais radical dos presentes, o presidente do PSTU e coordenador do CSP-Conlutas, José Maria de Almeida. O plebiscito de Dilma, apontou, é para desviar a atenção da crise de seu governo". Tanto é manobra diversionista que o tema da reforma política foi mencionado por apenas 1% dos participantes dos protestos, em pesquisa do Datafolha na Avenida Paulista. (Contra a corrupção foram 50%; contra o aumento das passagens, 32%; e por transporte melhor, 19%.) E tanto o governo está em crise que, para citar uns poucos exemplos, o PT não para de falar mal de sua condutora pelas costas; o PMDB está "por aqui" com o tratamento que ela lhe dispensa e que culminou com o anúncio da Constituinte exclusiva sem consulta prévia ao vice (e constitucionalista) Michel Temer; e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ficou nu - e só - diante de seus inimigos numa audiência, anteontem, na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara.
Estavam presentes apenas 6 dos seu 36 membros titulares, o que deu margem ao sarcasmo do deputado Rodrigo Maia, tão logo Mantega se acomodou. "Ou o ministro está muito fraco ou os deputados já foram embora", fustigou. Depois de sua exposição previsivelmente otimista sobre "a nova matriz econômica", Mantega foi praticamente esfoliado pela oposição, que não se guardou de pedir a sua cabeça. "O ministro sofre de um surto psicótico", investiu ainda Maia. "A crise de confiança (no governo) se chama Guido Mantega e equipe econômica." O seu companheiro de partido, Mendonça Filho, desdenhou da exposição do ministro chamando-a de "ficção científica". Juntou-se a eles, entre outros, o tucano Duarte Nogueira, para diagnosticar que o governo "está feito uma barata tonta". É uma descrição apropriada.

Deepak Lal: Poverty and Progress (book review)

A hard look at jaded truths

Noted economist Deepak Lal provides a thoughtful counter-analysis of current notions about global poverty and global warming
Business Standard, Friday, June 28, 2013
Poverty and  and  about Global Poverty
Deepak Lal
250 pages; $24.95
Cato Institute, 2013
There are few original thinkers. They do not necessarily follow the current fashions and what they write sometimes appears incredible, outrageous, brilliant or even thoughtless. Agree with them or not, they have to be heard and read.  is one such person. To all and sundry, take a day or two off, turn off your cell phone and have fun, book in hand and mind guided by Mr Lal to wander across centuries and countries.

We have forgotten in India that an author can be anti-welfare and still have a soft heart towards the underprivileged; he can be critical of foreign aid and still be pro-globalisation; he can be critical of overuse of statistics and yet be highly quantitative in his approach to analysis. The leftists will find much here to criticise economic-liberals; the nationalists will find many arguments against interacting with the western world; and those on the right wing will find much that is wrong with the left and left-of-centre approach to development. And if you are none of the above, even better: Mr Lal will show you many interesting ways to look at the world.

Chapter 1 introduces and shares data on GDP for the past 2,000 years. More interesting is the brief history of the world, birth of capitalism and how countries achieved the turning point. The chapter is an interesting take on how and when various growth surges occurred and, interlinked with that,  reduction across the globe. He borrows data extensively from other sources to make a simple yet powerful point. Globally, poverty in terms of the number of poor has fallen more in an era in which there has been greater economic liberalism than when the government was meddling.

Chapter 2 brings in life expectancy, mortality, nutrition and literacy as other measures of well-being and shows that all have been improving consistently. This is obvious; if poverty is falling, other correlates should be improving. And since stuff like education is an input into better incomes, it should obviously improve faster than poverty. It would have been worth writing about if these indicators had worsened, but thankfully that’s not the case. There was no reason for this chapter, but in this day of Millennium Development Goals even original thinkers have to pay service to World Bank-type indicators.  Or … is it the soft heart peeping through Mr Lal’s hard-headed discourse? I wonder.

In Chapter 3, he shows that poverty has three components: structural, which is best addressed by growth; destitution, which is fairly limited; and conjunctural. I looked up Wikipedia and conjunctural means circumstantial — famine and suchlike. Mr Lal’s conjecture is that conjunctural poverty can only be addressed by income transfers that could flow from private efforts, such as charity or intra-family transfers; and that these have been replaced by public transfers in western societies.

This is a very important distinction, and policy makers frequently lose sight of it. Welfare can be the result of co-operative action both through the state and also without significant state involvement, and the latter can have insurance-like characteristics. The recommendations for welfare by the state are even more instigative than the preceding analysis: first option — do nothing; second — fund but don’t provide directly; third — involve private agents with superior <i> local <p> knowledge. And, finally, in the same vein, “ …foreign aid … is an idea whose time has gone”.

Chapter 4 ventures into the political economy space. Institutions and cultural arguments of developments are examined from a historical perspective. Mr Lal looks at how institutions and norms arise as a result of economic and geographic conditions and how they, in turn, impact long-term development outcomes. A structured model clearly exists in the author’s mind and he goes to some lengths to define its contours. The subject, however, is too diverse and the expanse of Mr Lal’s vision too wide for justice to be done in a few pages (17 to be precise). The claim that globalisation and liberal economic policies are the preferred route irrespective of the political economy comes as something of an anti-climax.

Chapter 5 replays the arguments that, internationally, as in India, there appears to be a vested interest in overplaying the extent of poverty. The underlying issue is that there is no perfect normative way of defining poverty. Also, as aggregate living standards improve, our notion of who is poor and who is not also changes.

But the more serious problem arises when the development sector, which includes but is not limited to the World Bank, indulges in poor-quality data work to bring out estimates that consistently show significantly higher levels of poverty. Mr Lal is not the first to claim this. Surjit Bhalla is another member of a small group of economists that is finding such inconsistencies when it looks under the woodwork.

Chapter 6 looks at a range of other misuses of quantitative techniques by economists. Mr Lal describes, quite convincingly, a host of conditions in which methods that appear “scientific” and objective fall flat when seen in the context of the underlying economic conditions. The point is that economics is a social “science” and economic conditions deal with human interactions and not physical phenomena.

Human beings organise and react to each other in different ways that do not neatly fit into the preconditions required for many of the quantitative techniques that even well-trained economists use. The result is that claims to statistically significant results out of objective scientific econometric analysis often turn out to be nothing but mumbo jumbo. A better and more difficult approach is analytical econometric history that involves placing all the available evidence and finding a plausible story that best fits the facts.

There were two takeaways for me. First, analyses of what policies work and what don’t – and which ones are desirable and which are not – cannot be determined by a simple regression analysis; they require a deep understanding of the historical antecedents and underlying conditions that are generating the data (the institutions and so on). And good analysis would first look into these aspects. Second –  this is a rather strong statement to make and suggests that economists need to be far more humble than we are –  what we can do at best is make educated guesses given the availability of limited evidence. Or did I get this part wrong? Mr Lal does not stop there.

Chapter 7 continues with the blitzkrieg . Many issues are taken up with one common thread: policy recommendations that call for greater state intervention in the economy. In each case, Mr Lal shows how bad economic judgement, deliberate misuse of data or poor quantitative analysis are used to show what is not necessarily correct. Hence, the Taiwan and South Korea manufacturing success was not necessarily because of state intervention (which may, in fact, have harmed them). Or the co-ordination failure and poverty trap arguments used to aid African countries were flawed and consequently did not help the receiver countries. This is the most technical of all chapters and perhaps the only one in which Deepak Lal the economist dominates Deepak Lal the rational commentator.

Chapter 8 studies microeconomic issues such as project appraisal, experimentation or randomised controlled trials (for which he has some disrespect); delves into the question of why surveys show the poor to be happier than we would otherwise believe, and take actions unlike those we would expect; and finally discusses the informal sector and microfinance. This is a “fun” chapter. Many uncommon insights, titbits, facts and factoids come together in a range of day-to-day economic policy.

Chapter 9 is about Africa and is rather dated, because many parts of Africa appear to have spontaneously shifted out of the low-growth, dictatorial-exploitation trap. And despite the new-found interest by the western and now eastern world (China), it is evident that Africa is no longer as helpless as was being made out in the past. Mr Lal, however, cautions: if you care about Africa, stay away from giving it aid. In other words, trade with it, don’t aid it.

Chapter 10 is the last chapter – though a concluding note follows it – and it focuses on .  Knowing Mr Lal’s penchant, I was expecting the obvious criticism of the Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) type of work. And, boy, he does not disappoint! But first, the perspective. One, a large part of the CO2 and other so-called greenhouse gases will be from India and China, and eventually this will be far more than the developed countries, given their much larger populations.

So, policies curtailing their emission will adversely impact their growth. Two, he accepts that there is warming and there are greater greenhouse gases such as CO2 floating around (though he shows data that reveal some cooling in the 2000s). Three, he does not accept the correlation between CO2 and global warming. Instead, he argues that it may be the warming that is causing the rise in CO2 levels! It is possible, of course. After all, the Himalayan glacier story was faked by the IPCC and the veracity of the hockey stick graph showing rising temperatures has also been questioned. Agree or not, questioning what goes as gospel truth comes naturally to Mr Lal, and he forces you into this exciting and irreverent world.

Deepak Lal dislikes too much government. He dislikes even more quantitative work that is either inherently biased or not thought through well enough. He studies such work and shows you how to think through such flaws. He does not mince his words, hides nothing, and writes in a clear, unambiguous manner. For each of these reasons, the book is a good read. I will strongly encourage those interested in economic policy and, most important of all, students of economics to read this, and political entities across the economic spectrum and libraries to stock it.

The reviewer is director, Indicus Analytics.

Tomates assassinos? ou Tomate na cabeca? ou Tomates Verdes Fritos? Escolha o cenario...

Daria para fazer uma daquelas macarronadas de alimentar todo um quarteirão, como se costuma fazer nas grandes comemorações do Brás...

Augusto Nunes, 27/06/2013

O Banco Central anunciou que a inflação anual será de 6%. O índice ─ bem maior que o previsto por Guido Mantega e muito menor que a taxa real ─ subiria à estratosfera se os cálculos incluíssem a gastança com o visual de Dilma Rousseff em dia de pronunciamento na TV. Desde dezembro, cada aparição passou a custar exatamente R$ 3.125 ─ um salto de 681% em relação aos R$ 400 investidos até então em cuidados com cabelo e maquiagem.
O preço novo, revelado nesta terça-feira pela Folha, elevou espetacularmente o a conta das três discurseiras de Dilma entre o fim de 2012 e março deste ano. Beneficiário do aumento, o cabeleireiro Celso Kamura acha pouco. “Minha diária costuma ser de R$ 10 mil”, disse na entrevista a VEJA São Paulo. “A única coisa que ela banca é a passagem aérea”. Caso encomendasse o serviço a um salão de Brasília, a ilustre cliente pagaria menos de R$ 500.
Os R$ 9.375 desembolsados nas três aparições equivalem a
133 Bolsas Família mensais;
13,5 salários mínimos;
3.125 passes de ônibus em São Paulo;
32 cestas básicas;
3.522 quilos de arroz tipo 1;
1.482 quilos de feijão carioca.

Ou 2.343 quilos de tomate. Mais de duas toneladas.

Reuniao de Emergencia num certo pais longe daqui...

Gostaria de dar créditos aos autores, aos artistas, mas ainda não consegui: só aparece ao final do video.
Quem puder, por favor...
Vale a pena ver de novo. Plim, plim...

http://www.youtube.com/watch?v=__C90xZOmsQ&feature=c4-overview&list=UUEWHPFNilsT0IfQfutVzsag

Tem também aquela história da criação de um novo ministério, absolutamente pertinente:

http://www.youtube.com/watch?v=VNK7jF_vYlU&list=UUEWHPFNilsT0IfQfutVzsag

Da Marcha da Insensatez para a Marcha da Estupidez: o Brasil continua modesto na sua decadencia...

Sempre a mesma coisa: o Brasil não consegue fazer as coisas direito nem na sua caminhada para o precipício. Em lugar de cair em grande estilo, a ponto de provocar uma catástrofe de efeitos hollywoodianos, como aquela relatada pela historiadora Barbara Tuchman (na verdade, uma grande vulgarizadora), que redundou na mais destruidora das guerras europeias, o país fica enrolando a sua própria decadência.
Bem, pelo menos o surto atual já foi apelidado de Marcha da Estupidez, o que eu acho que retrata fielmente o estado mental de certas pessoas.
Não fiquem deprimidos, pois até aqui ainda está razoável.
Tenham absoluta certeza: vai ficar muito pior, mas muuuuiiito mais pior, como diria alguém.
Aliás aquele mesmo que vocês estão pensando, objeto do próximo post.
Paulo Roberto de Almeida

Reinaldo Azevedo, 27/06/2013

Nunca se esqueçam de que este “reaça” aqui, como dizem alguns, advertiu que estava em curso a marcha da irresponsabilidade. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-RS), tornou-se agora o fanático do Passe Livre Estudantil. É o mais novo aliado da Mayara Vivian, a futura geógrafa e ex (suponho) garçonete do MPL. Ele está a fim de mudar a sua reputação junto aos chamados “progressistas”. Agora, se o povo quer, Renan quer também.
O senador conseguiu aprovar o regime de urgência para votar a proposta. Isso quer dizer que ela vai diretamente a plenário, sem passar nem pela Comissão de Constituição e Justiça. Os estudantes que, hoje em dia, já pagam meia, terão gratuidade total. Atenção! Só em São Paulo, 10% dos usuários do sistema já têm esse privilégio. Os que pagam meia são 12% — aí incluídos estudantes e professores. Por baixo, isso elevaria a gratuidade, suponho, para perto de 20%. Será assim: basta ser estudante, não paga — pouco importa a renda familiar.
A gratuidade total e mesmo a meia passagem, na maioria dos casos, já são uma estupidez, expressão óbvia de injustiça social. Mas estes são os tempos, não é? Pois é… Vamos lá, coleguinhas progressistas da imprensa! Saiam convocando as ruas “em nome do povo”. OS MAIS POBRES PAGARÃO A CONTA.
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) tentou resistir: “Eu não sei o que diz o clamor das ruas. Mas a prudências recomenda que uma matéria dessas passe pela CCJ. Ele envolve um número enorme de recursos, não temos estimativa dos impactos. Precisamos de estimativa de quantos bilhões serão necessários para financiar o passe livre”.
Inútil. É claro que a proposta será aprovada no Senado. Os senadores não vão querer ficar de mal com o “espírito das ruas”, não é? A Comissão de Constituição e Justiça do Senado, diga-se, já aprovou uma PEC que põe o transporte entre os direitos sociais. Se é, então tem de ser oferecido de graça; será preciso haver o SUS dos ônibus, né? Espero que, ao menos, seja permitido que empresas particulares ofereçam um alternativa a quem quer pagar… Vocês sabem onde esse negócio daria: sucateamento do transporte público. É o que dá cair na conversa da Mayara Vivian. Não vou dizer que ela pensou como garçonete porque respeito a profissão.
Dilma poderia chamar o seu aliado Renan e dizer: “Isso não dá! A conta cai no colo dos prefeitos, e os prefeitos virão para cima de mim”. Para tanto, Dilma precisaria:
a: liderar — e ela não lidera:
b: ter um interlocução eficaz no Congresso — seu homem de confiança, hoje, é Aloizio Mercadante…
Se a estrovenga passar, um dos que mais vão sentir o peso, obviamente, será Fernando Haddad. A reputação deste rapaz, segundo estou sabendo, despencou. E ele nem pode acusar os “reacionários” da oposição, não é mesmo? Numa entrevista concedida à revista “Poder”, em abril, Haddad ficou muito bravo quando citaram meu nome. Babou de ódio mesmo. Afirmou que eu até fazia bem à esquerda porque demonstraria, segundo entendi, a insensibilidade da direita etc e tal. Vai lá, novo homem “sensível”! Dá o que pedem teus conselheiros “progressistas”! Faze o que querem teus aliados do Passe Livre!  

Chegou a hora de cobrar a revisão da Lei da Gravidade. Se a massa quer, Renan também quer.
==========

Por Gabriel Castro e Marcela Mattos,na VEJA.com, 27/06/2013

O governo pretende enviar na semana que vem ao Congresso Nacional a proposta do plebiscito para tratar da reforma política. O prazo da consulta e o conteúdo das perguntas ainda dependem, respectivamente, de uma resposta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do posicionamento de líderes partidários. “A princípio a presidente pretende encaminhar ao longo da semana que vem. Mas vamos aguardar a decisão do TSE”, disse o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, nesta quinta-feira.
A declaração de Mercadante foi dada após uma reunião nesta quinta em que a presidente ouviu presidentes de dez partidos da base aliada sobre o tema; no encontro, que durou quase três horas, a ideia do plebiscito foi aceita pela maioria das siglas – o PP defende a realização de um referendo. “Ficou absolutamente claro que a reforma política é necessária e que o povo deve ser ouvido nessa reforma”, afirmou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, após a reunião.
Dilma receberá nesta tarde líderes de partidos aliados na Câmara e no Senado. Só depois de ouvir representantes da base e da oposição é que ela vai organizar as questões propostas ao Legislativo. Mas Mercadante já afirmou que a população decidirá apenas os “pilares” da reforma – e citou dois: o formato de financiamento de campanha e o sistema de votação para vereador e deputado.
Mercadante, que tem atuado como articulador de Dilma, disse que a consulta será feita no tempo mais curto possível, e que o tema não deve mobilizar toda a população. “Seguramente não são todos os cidadãos que vão se interessar por participar do plebiscito, mas todos aqueles que têm interesse neste debate terão espaço concreto de atuação: poder votar e ajudar a definir as prioridades da reforma política.”
O presidente do PSB, governador Eduardo Campos (PE), foi escalado para falar ao lado de Mercadante e de Cardozo após a reunião e disse que não necessariamente as mudanças devem ser aplicadas já nas próximas eleições: “Algumas coisas devem valer em 2014, mas nem todo o conjunto da reforma necessariamente valerá para 2014. Isso é uma decisão que vai ser dada no Congresso Nacional e pode, inclusive, ser objeto do plebiscito”, disse.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...