Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
Paraguai, moderado, de volta ao Mercosul e a Unasul - ABC Color
Big Brother, small brothers, como os franceses, por exemplo, igualmente espionados...
Acho que só Deus escapou, mas não tenho muita certeza...
Paulo Roberto de Almeida
'Success Story': NSA Targeted French Foreign Ministry
An overview lists different web addresses tapped into by the NSA, among them "diplomatie.gouv.fr," which was run from the Foreign Ministry's server. A list from September 2010 says that French diplomatic offices in Washington and at the United Nations in New York were also targeted, and given the codenames "Wabash" and "Blackfoot," respectively. NSA technicians installed bugs in both locations and conducted a "collection of computer screens" at the one at the UN.
A priority list also names France as an official target for the intelligence agency. In particular, the NSA was interested in the country's foreign policy objectives, especially the weapons trade, and economic stability.
The NSA declined to comment to SPIEGEL on the matter. As details about the scope of the agency's international spying operations continue to emerge, Washington has come under increasing pressure from its trans-Atlantic partners. Officials in Europe have expressed concern that negotiations for the trade agreement would be poisoned by a lack of trust.
O caso Saboia, por Rubens Ricupero: reconhecimento, nao castigo (FSP)
Rubens Ricupero,
Folha de S.Paulo, 2/09/2013
Idiotice: manual de como evitar - Olavo de Carvalho (via Reinaldo Azevedo)
Já devo ter lido uma boa parte desses artigos, no site do autor, nos jornais onde ele publicou os textos, enviados por amigos e leitores, enfim, catados aqui e ali. Tê-los reunidos num único livro sem dúvida é uma boa solução, assim como já tinha sido seu primeiro livro que li, e gostei, "O Imbecil Coletivo", um ataque exemplar aos nossos "intelequituais" (como diria o Millor) de academia.
Vou tentar ler este também, quando puder.
Por enquanto transcrevo do blog de um outro jornalista igualmente polêmico, pois foi a única referência que encontrei.
Apenas acrescento: quando ouço alguma idiotice sendo dita, saco logo o meu Cervantes, que no seu Don Quijote já se ocupou de algumas idiotices maiores da raça humana, e isso com o humor e a boa graça de que era capaz. Eu, sem ter muita graça, já me interroguei se o número de idiotas estava aumentando no mundo (deve ter um artigo com um título parecido no meu site). Minha resposta: sim e não. Sim, está aumentando o número de idiotas no mundo, pois hoje, qualquer idiota, usando os meios que lhe é oferecido gratuitamente na internet, consegue ter uma vasta audiência à sua (in)disposição, e os idiotas que gostam de ficar famosos estão se esbaldando, como se diz. Não, porque em última instância, a ciência e o trabalho honesto de um punhado reduzido de abnegados tem impedido, felizmente, o bando muito maior de idiotas de fazerem alguma atos catastróficos para a humanidade. Sim, os poucos inteligentes tem salvo os idiotas, em maior número, de suas próprias idiotices, o que mostra que a humanidade ainda não está condenada a desaparecer.
Mas que, em algumas países, estejamos sendo submergidos por um bando de idiotas que chegou ao poder, disso não tenho a menor dúvida...
Paulo Roberto de Almeida
“O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota”
Língua, religião e alta cultura são os únicos componentes de uma nação que podem sobreviver quando ela chega ao término da sua duração histórica. São os valores universais, que, por servirem a toda a humanidade e não somente ao povo em que se originaram, justificam que ele seja lembrado e admirado por outros povos. A economia e as instituições são apenas o suporte, local e temporário, de que a nação se utiliza para seguir vivendo enquanto gera os símbolos nos quais sua imagem permanecerá quando ela própria já não existir.
(…)
A experiência dos milênios, no entanto, pode ser obscurecida até tornar-se invisível e inconcebível. Basta que um povo de mentalidade estreita seja confirmado na sua ilusão materialista por uma filosofia mesquinha que tudo explique pelas causas econômicas. Acreditando que precisa resolver seus problemas materiais antes de cuidar do espírito, esse povo permanecerá espiritualmente rasteiro e nunca se tornará inteligente o bastante para acumular o capital cultural necessário à solução daqueles problemas. O pragmatismo grosso, a superficialidade da experiência religiosa, o desprezo pelo conhecimento, a redução das atividades do espírito ao mínimo necessário para a conquista do emprego (inclusive universitário), a subordinação da inteligência aos interesses partidários, tais são as causas estruturais e constantes do fracasso desse povo. Todas as demais explicações alegadas — a exploração estrangeira, a composição racial da população, o latifúndio, a índole autoritária ou rebelde dos brasileiros, os impostos ou a sonegação deles, a corrupção e mil e um erros que as oposições imputam aos governos presentes e estes aos governos passados — são apenas subterfúgios com que uma intelectualidade provinciana e acanalhada foge a um confronto com a sua própria parcela de culpa no estado de coisas e evita dizer a um povo pueril a verdade que o tornaria adulto: que a língua, a religião e a alta cultura vêm primeiro, a prosperidade depois.
(…)
Grande Olavo de Carvalho! Dez anos depois, com o país nessa areia, como ignorar a força reveladora das palavras acima? Olhem à nossa volta. O que temos senão um governo incompetente, que fez refém ou tornou dependente (com Bolsa BNDES, Bolsa Juro, Bolsa Isenção Tributária) uma elite não muito iluminada, combatido, o que é pior, por uma oposição que não consegue encetar uma crítica que vá além do administrativismo sem imaginação, refratária ao debate, que foge do confronto de ideias como Lula foge dos livros e Dilma da sintaxe?
Na tipologia de Lukács, que distingue entre os personagens que sofrem porque sua consciência é mais ampla que a do meio em que vivem e os que não conseguem abarcar a complexidade do meio, a literatura brasileira criou um terceiro tipo: aquele cuja consciência não está nem acima nem abaixo da realidade, mas ao lado dela, num mundo à parte todo feito de ficções retóricas e afetação histriônica. Em qualquer outra sociedade conhecida, um tipo assim estaria condenado ao isolamento. Seria um excêntrico.
Leia esse livro de Olavo de Carvalho. Ninguém, no Brasil, escreve com a sua força e a sua clareza. Tampouco parece fácil rivalizar com a sua cultura, fruto da dedicação, do trabalho no claustro, da aplicação, não da busca de brilharecos. Leia Olavo: contra o ódio, contra o óbvio, contra os idiotas e a favor de si mesmo.
Big Brother, small brothers e escutas da NSA sobre presidentes do Brasil e do Mexico: alguma novidade?
Se o governo brasileiro tivesse a capacidade, a habilidade e a oportunidade, por meio dos seus arapongas da Abin, ou por qualquer outro meio, de ouvir, de ler, de saber o que Obama anda fazendo, lendo, falando, instruindo a seus auxiliares, ele deixaria de fazer isso, em nome de algum código de ética de sua agência de informações, ou apenas porque isso não se faz entre gente de bem?
Ele seria gentil a este ponto?
Perderia essa oportunidade apenas por pruridos éticos?
Bem, se me disserem que sim, concordo com os protestos. Se houver algum sorriso amarelo no meio de tudo isso, pode-se apenas dizer: much ado about nothing.
Paulo Roberto de Almeida
Reportagem do Fantástico, da TV Globo, exibida na noite deste domingo afirma que as comunicações da presidente Dilma Rousseff foram alvo de espionagem por parte da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos. A acusação foi baseada em um documento secreto obtido pelo jornalista americano Glenn Greenwald, do jornal inglês The Guardian. Greenwald foi um dos primeiros a revelar o sistemático esquema de espionagem eletrônica da agência americana e do governo Obama delatado pelo ex-analista da NSA Edward Snowden. O jornalista é namorado do brasileiro David Miranda, que foi detido no mês passado em Londres, quando transportava papéis entregues por Snowden. Greenwald disse que o material sobre a vigilância ao governo brasileiro também foi repassado a ele pelo ex-analista.
“Ficou muito claro, com esses documentos, que a espionagem já foi feita, porque eles não estão discutindo isso só como alguma coisa que eles estão planejando. Eles estão festejando o sucesso da espionagem”, analisa Greenwald na reportagem.
A denúncia foi tema de reunião realizada domingo entre Dilma e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Ficou decidido que o Itamaraty vai convocar o embaixador dos Estados Unidos para cobrar explicações e que o governo brasileiro irá recorrer à ONU e a outros órgãos internacionais contra ações de espionagem. “Se forem comprovados os fatos, estaremos diante de uma situação inadmissível”, disse Cardozo ao Fantástico.
Paulo Antonio Pereira Pinto: um africanista e um asianista exemplar, agora em Burkina Faso
Burkina Faso – a Terra dos Homens Livres, onde a negociação continua
Paulo Antônio Pereira Pinto
Paulo Antônio Pereira Pinto é Diplomata. Em Missão Transitória na Embaixada em Uagadugu, Burkina Faso. Chefe do Escritório de Representação do MRE no Rio Grande do Sul (ERESUL). Foi Embaixador do Brasil em Baku, Azerbaijão, entre 2009 e 2012, e Cônsul-Geral em Mumbai, entre 2006 e 2009. Serviu a partir de 1982, durante vinte anos, na Ásia Oriental, sucessivamente, em Pequim, Kuala Lumpur, Cingapura, Manila e Taipé. Na década de 1970 trabalhou, na África, nas Embaixadas em Libreville, Gabão, e Maputo, Moçambique e foi Encarregado de Negócios em Pretória, África do Sul. As opiniões expressas são de sua inteira responsabilidade e não refletem pontos de vista do Ministério das Relações Exteriores.
Luiz Felipe Lampreia: hierarquia e disciplina, com atenuante, no caso Eduardo Saboia
Uma fuga inédita
O caso da fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina é inédito na história diplomática do Brasil.
Nunca um diplomata brasileiro tomou, como o funcionário Eduardo Saboia, de sua própria cabeça e sem autorização nem conhecimento de seus superiores a decisão de retirar clandestinamente do país um asilado de nossa embaixada.
Isso foi feito com graves riscos, que puseram em perigo a vida do próprio senador boliviano, do jovem diplomata brasileiro Saboia e de seus acompanhantes.
Como disse em palavras lapidares o novo ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado: “Não estaremos num bom caminho se permitirmos que se percam aspectos essenciais de nossa cultura institucional, como o princípio da hierarquia. O Itamaraty que eu entendo é também aquele que atua decisivamente no cumprimento das instruções recebidas e no estrito respeito à lei”.
Por outro lado, a questão tem um outro aspecto relevante que é a não concessão pelo governo boliviano do salvo-conduto que permitiria ao senador Pinto uma saída honrosa e legal. O princípio de direito internacional que rege essa matéria é o seguinte: “O embaixador (ou o encarregado de negócios), que é a autoridade asilante, analisará a presença de natureza política da perseguição que sofre o asilado potencial e a atualidade do ocorrido e reclamará da autoridade local a expedição de um salvo-conduto”.
Isso foi feito, mas o governo boliviano recusou-se, durante mais de um ano e meio, a conceder o salvo-conduto, sob alegações diversas. O novo procurador-geral da República disse-o bem no Senado Federal: “O Estado boliviano, para permitir a consequência lógica do que é o asilo territorial, deveria ter concedido, sim, o salvo-conduto”.
É de grande relevância registrar que existe uma Convenção sobre Asilo Diplomático firmada em Caracas no dia 28 de março de 1954, que se acha em pleno vigor e da qual a Bolívia é signatária desde o primeiro dia, assim como nosso país.
Essa convenção reza que “concedido o asilo, o Estado asilante pode pedir a saída do asilado, sendo o Estado territorial obrigado a conceder imediatamente, salvo caso de força maior, as garantias necessárias a que se refere o artigo 5º e o correspondente salvo-conduto”.
Como o senador Roger Faria é opositor ferrenho do presidente Evo Morales, o governo boliviano decidiu ignorar as regras do direito internacional, violando a Convenção de Caracas de 1954.
A meu juízo, o governo brasileiro deveria ter tratado do assunto com mais firmeza. Estando em jogo questão de tal delicadeza, impõe-se uma posição firme e categórica. Em outras palavras: exigência mais enérgica do cumprimento do direito internacional em seus dispositivos pertinentes.
Porém, diante do fato consumado da evasão do senador Roger Pinto com a cooperação total de um funcionário diplomático, creio que o Itamaraty fez bem em abrir um inquérito administrativo para apurar responsabilidades no caso. Espero, contudo, que sejam levados em conta os atenuantes de tipo emocional que levaram o jovem Eduardo Saboia a cometer a grave quebra das normas que disciplinam o serviço diplomático brasileiro.
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