Se o governo brasileiro tivesse a capacidade, a habilidade e a oportunidade, por meio dos seus arapongas da Abin, ou por qualquer outro meio, de ouvir, de ler, de saber o que Obama anda fazendo, lendo, falando, instruindo a seus auxiliares, ele deixaria de fazer isso, em nome de algum código de ética de sua agência de informações, ou apenas porque isso não se faz entre gente de bem?
Ele seria gentil a este ponto?
Perderia essa oportunidade apenas por pruridos éticos?
Bem, se me disserem que sim, concordo com os protestos. Se houver algum sorriso amarelo no meio de tudo isso, pode-se apenas dizer: much ado about nothing.
Paulo Roberto de Almeida
Reportagem do Fantástico, da TV Globo, exibida na noite deste domingo afirma que as comunicações da presidente Dilma Rousseff foram alvo de espionagem por parte da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos. A acusação foi baseada em um documento secreto obtido pelo jornalista americano Glenn Greenwald, do jornal inglês The Guardian. Greenwald foi um dos primeiros a revelar o sistemático esquema de espionagem eletrônica da agência americana e do governo Obama delatado pelo ex-analista da NSA Edward Snowden. O jornalista é namorado do brasileiro David Miranda, que foi detido no mês passado em Londres, quando transportava papéis entregues por Snowden. Greenwald disse que o material sobre a vigilância ao governo brasileiro também foi repassado a ele pelo ex-analista.
“Ficou muito claro, com esses documentos, que a espionagem já foi feita, porque eles não estão discutindo isso só como alguma coisa que eles estão planejando. Eles estão festejando o sucesso da espionagem”, analisa Greenwald na reportagem.
A denúncia foi tema de reunião realizada domingo entre Dilma e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Ficou decidido que o Itamaraty vai convocar o embaixador dos Estados Unidos para cobrar explicações e que o governo brasileiro irá recorrer à ONU e a outros órgãos internacionais contra ações de espionagem. “Se forem comprovados os fatos, estaremos diante de uma situação inadmissível”, disse Cardozo ao Fantástico.
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