quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

A falencia inevitavel de todos os Estados de bem-estar social - RichardFulmer

Aliás, matematicamente previsível, como já está ocorrendo na Europa e nos Estados Unidos.
No Brasil, ele já faliu há muito tempo, mas o governo continua extorquindo dinheiro da classe média, de empresários e trabalhadores, para tapar os buracos, até o dia em que isso não for mais possível.
Por isso eu acho que o Brasil precisa de uma fronda empresarial.
Paulo Roberto de Almeida 

O paradoxo do estado de bem-estar social

Social
Os estados de bem-estar social enfrentam um paradoxo inevitável: o nível de produção necessário para sustentar um estado de bem-estar social não pode ser sustentado por um estado de bem-estar social. Esse paradoxo é criado por políticas que encorajam a redistribuição e consumo da riqueza enquanto desencorajam a sua criação. Diante de tão perversos incentivos, o padrão de vida obrigatoriamente deve cair, mesmo que, por algum tempo, possa se manter através de empréstimos. O paradoxo não é exclusivo da Grécia ou da Califórnia, nem é uma função de quem está no comando. Antes, é inerente às contradições internas do próprio estado de bem-estar social.
O termo “estado de bem-estar social" é definido aqui como um regime que assume a responsabilidade primária pelo cuidado de um bom número de seus cidadãos, provendo benefícios como habitação pública, assistência médica, educação, salário mínimo, seguro-desemprego e apoio financeiro aos pobres, idosos, deficientes, além de instituições, empresas e indústrias politicamente favorecidas.
O bem-estar material de qualquer sociedade depende da quantidade e qualidade dos bens e serviços que ela produz. Todos os bens e serviços consumidos pelos membros improdutivos da sociedade devem ser tirados dos — ou pagos pelos — produtivos. As políticas dos estados de bem-estar social garantem que as classes dos improdutivos crescerão e que as da população produtiva encolherão, e que a produtividade do número cada vez menor de produtores cairá ainda mais. Como resultado, a quantidade e qualidade dos bens e serviços disponíveis cairão e a pobreza aumentará. A mecânica desse declínio é tão simples quanto previsível.
Políticas do estado de bem-estar social desencorajam a poupança. Quando o governo ajuda a pagar pelos itens de luxo dos seus cidadãos, eles têm pouca necessidade de poupar para o futuro. Os bancos terão, então, menos dinheiro para emprestar, levando a um menor investimento de capital e menor crescimento econômico. Os impostos necessários para pagar pelos benefícios públicos reduzem a habilidade e incentivos das empresas para manter e expandir as instalações de produção. Na medida em que os impostos são pagos pelos consumidores, ou repassados a eles através de preços mais altos, eles terão menos dinheiro para poupar, reduzindo ainda mais o capital privado.
Perda de produtividade
Leis de salário mínimo, salário-desemprego, encargos trabalhistas e regulamentações que tornam difícil despedir trabalhadores aumentam o custo do emprego, resultando em redução deste. Altos impostos sobre pessoas jurídicas levam algumas empresas a saírem do país e outras à falência, aumentando ainda mais o nível de desemprego. Demandas por uma legislação protecionista se tornarão mais insistentes à medida que as taxas de desempregados aumentam. Se essas demandas são satisfeitas, ainda mais empregos serão perdidos à medida que o comércio exterior entra em colapso em meio a crescentes guerras comerciais.
À medida que benefícios e beneficiados se multiplicam, e o número de pagadores de impostos diminui, estes serão cada vez menos capazes de suportar a sempre crescente carga. Muitos dos mais produtivos e adaptáveis se mudarão para outros países que os permitam ficar com uma parte maior dos seus ganhos.
Enquanto aumentos de produtividade podem ajudar a compensar o declínio da produção devido à diminuição da força de trabalho, qualquer aumento desse tipo requer investimentos de capital ou melhoramentos do processo de inovação. Como explicado anteriormente, no entanto, estados de bem-estar social desencorajam a formação de capital por desencorajarem a poupança. A inovação é similarmente desencorajada pelos impostos que reduzem ou eliminam quaisquer lucros que tal inovação possa gerar.
Esvaziando as fileiras
À medida que a população de cidadãos improdutivos cresce, pela perda do emprego ou envelhecimento, as burocracias também crescerão para atender essa necessidade crescente. Além disso, à medida que mais impostos são cobrados para pagar pelas burocracias e pelos programas por elas administrados, as agências governamentais de coleta de impostos também terão de ser expandidas. Isso esvazia ainda mais as fileiras de trabalhadores produtivos, desviando-os da produção de riqueza para a mera redistribuição. Servidores públicos tipicamente são mais bem pagos do que os empregados do setor privado, e geralmente podem se aposentar mais cedo e com pensões mais generosas do que as dos empregados do setor privado, tornando ainda mais pesada a carga dos trabalhadores produtivos. Além disso, as crescentes fileiras de empregados públicos formam um poderoso bloco de votação, que favorece fortemente o aumento do gasto governamental e do controle do governo sobre a economia.
Instituições crescerão ao redor do estado de bem-estar social, aumentando o número de pessoas participando da sua continuação e crescimento (e diminuindo ainda mais o número de trabalhadores produtivos). Por exemplo, grupos de defesa e firmas de advocacia serão formados para auxiliar pessoas a obterem benefícios governamentais e a exigirem mais de tais benefícios. Prestadores de serviços, como contadores tributários, surgirão para ajudar as pessoas a lidarem com a crescente complexidade burocrática.
Grupos de interesse, como associações de aposentados, absorverão fundos de campanha e votos a candidatos flexíveis. Essas instituições privadas se unirão ao governo em alianças simbióticas e mutuamente fortalecedoras. Os funcionários eleitos podem colher votos agindo como defensores de constituintes forçados a lidarem com agências públicas indiferentes. Os departamentos governamentais, visando aumentar a sua “base de clientes”, trabalharão para tornar o apoio governamental mais fácil de ser obtido e disponibilizado a mais pessoas.
A perda de empregos, desagradável em uma economia de livre mercado, é suavizada pelo seguro-desemprego fornecido em um estado de bem-estar social. Alguns ficarão satisfeitos com o desemprego remunerado e atrasarão seu retorno ao trabalho, talvez indefinidamente. À medida que mais pais se tornam protegidos do estado, mais e mais filhos verão a situação como normal, e gerações de famílias vivendo no estado de bem-estar social se tornarão comuns.
Grupos de interesse e agências governamentais responsáveis pelo fornecimento de benefícios trabalharão para reduzir o estigma associado ao recebimento de ajuda pública e justificar por que tiram daqueles que trabalham para dar aos que não trabalham.
A pobreza, portanto, deve ser ser retratada não como uma consequência de ações autodestrutivas ou más escolhas — e certamente não de ação governamental — mas como resultado de má sorte e opressão. Já a riqueza deve ser vista não como resultado de trabalho árduo e perseverança, mas de sorte ou ganância e exploração. O conceito de virtude deve ser questionado e invertido, à medida que o décimo mandamento, “Não cobiçarás os bens do teu vizinho” vira “Não terás bens que o teu vizinho cobiça”.
Ciclo de feedback
Imagine quão perigoso o mundo seria para uma pessoa sem a capacidade de sentir dor (como acontece em algumas formas de lepra). Tal pessoa poderia se ferir terrivelmente ao continuar caminhando com um tornozelo torcido, ou ao colocar a sua mão em um forno quente sem perceber.
A liberalidade do governo pode criar um tipo de lepra moral ao enfraquecer ou até mesmo destruir circuitos de resposta que ligam causa e efeito. À medida que as consequências das ações autodestrutivas (como abandonar a escola, ter filhos fora do casamento ou abusar de drogas ou álcool) são cada vez mais transferidos para outros, a incidência de tais comportamentos aumentará. Ao mesmo tempo, à medida que os benefícios do trabalho árduo, perseverança e integridade diminuem, é de se esperar que tais virtudes sejam extintas.
A filosofia básica do estado de bem-estar social, “De cada um de acordo com a sua habilidade, a cada um de acordo com a sua necessidade”, leva as pessoas a demonstrarem mínima habilidade e necessidade máxima. Na medida em que essa filosofia é seguida — em geral, a riqueza flui dos politicamente fracos para os politicamente fortes — as pessoas se unirão em linhas étnicas, de gênero, religiosas e outras na competição para serem vistas como as mais necessitadas e, portanto, as mais dignas de uma fatia cada vez maior de um bolo cada vez menor. Esse espiral de autodestruição competitiva pode muito bem criar uma subclasse permanente que cuidadosamente evita o sucesso e adota o fracasso — ou seja, que age sensatamente diante dos incentivos perversos. Essa competição pelo dinheiro vindo de impostos pode criar fissuras profundas e irreparáveis entre grupos recipientes e pagadores de impostos.
À medida que o governo cresce, ele irá cada vez mais ser visto como a resposta para toda e qualquer dificuldade, e as pessoas demandarão soluções do governo cada vez mais para conveniências mínimas. Legislaturas responderão aprovando regulações cada vez mais rigorosas sobre indivíduos e indústria, reduzindo ainda mais a adaptabilidade, o pensamento independente e empreendedor, a disposição a enfrentar riscos e a produtividade. Normas centralizadas, burocráticas, corroerão a autoconfiança, a iniciativa e o senso de comunidade local dos cidadãos.
Quando o governo passa a prover bens e serviços que os indivíduos poderiam prover para si mesmos, ele lança uma tendência que se autoalimenta e eventualmente se torna insustentável. Uma vez que a prática de tirar de um cidadão para dar a outro estiver estabelecida, políticos serão incapazes de resistir ao impulso de subornar os eleitores, com o dinheiro que eles próprios pagaram em impostos. À medida que as recompensas dos legisladores por gastarem o dinheiro de outras pessoas crescerem, o gasto aumentará.
O tempo necessário para que um país chegue à falência depende da sua força econômica e cultural inicial. Mas, leve uma geração ou dez, a menos que a tendência seja revertida, a falência chegará. É possível ganhar tempo tomando dinheiro emprestado ou imprimindo dinheiro, mas outros países eventualmente não mais aceitarão a dívida da nação — seja na forma de títulos do governo ou na forma de moeda fiduciária.
No caso dos Estados Unidos, o país ainda não chegou à falência, mas ela logo estará à vista se as políticas atuais não mudarem. A previdência social ficará no vermelho este ano e o Medicare logo seguirá o mesmo caminho com déficits ainda maiores. Estimativas atuais da dívida dos Estados Unidos apontam algo em torno de US$13-14 trilhões, uma quantia equivalente ao produto interno bruto do país. Por mais monumental que esse número possa ser, ele se torna pequeno em comparação com o valor anual do passivo a descoberto da previdência social e Medicare, que totalizam US$107 trilhões.
De todas as mudanças trazidas pelo estado de bem-estar social, uma cultura degradada e dependente é a que terá o impacto mais mortal e será a mais difícil de reverter. No entanto, a cultura deve ser mudada. Isto só pode ocorrer se os incentivos criados pelo governo que encorajam as pessoas a viverem às custas de outros forem substituídos por incentivos criados pelo mercado, encorajando a produção de bens e serviços que as pessoas querem. A competição criativa no ambiente do mercado para produzir mais e melhores produtos deve suplantar a competição política por um conjunto de impostos cada vez menor extraído de um conjunto cada vez menor de trabalhadores produtivos.

Publicado originalmente em <a href="http://www.thefreemanonline.org/featured/the-paradox-of-the-welfare-state/

Disseram que a Europa se americanizou, no trabalho, pelo menos...

ECONOMIC SCENE

Americanized Labor Policy Is Spreading in Europe


Francisco Seco/Associated Press
Union protesters in Lisbon last month hold signs reading “Government Out.”


  • FACEBOOK
  • TWITTER
  • GOOGLE+
  • SAVE
  • EMAIL
  • SHARE
  • PRINT
  • REPRINTS

In 2008, 1.9 million Portuguese workers in the private sector werecovered by collective bargaining agreements. Last year, the number was down to 300,000.

Economic Scene

Eduardo Porter writes the Economic Scene column for the Wednesday Business section.
Kay Nietfeld/Deutsche Presse-Agentur, via Associated Press
Angela Merkel, center, was forced to approve Germany’s first minimum wage law to form a government.
Spain has eased restrictions on collective layoffs and unfair dismissal, and softened limits on extending temporary work, allowing workers to be kept on fixed-term contracts for up to four years. Ireland and Portugal have frozen the minimum wage, while Greece has cut it by nearly a fourth. This is what is known in Europe as “internal devaluation.”
Tethered to the euro and thus unable to devalue their currency to help make their goods less expensive in export markets, many European countries — especially those along the Continent’s southern rim that have been hammered by the financial crisis — have been furiously dismantling workplace protections in a bid to reduce the cost of labor.
The rationale — forcefully articulated by the German government of Angela Merkel, the European Commission and somewhat less enthusiastically by the International Monetary Fund — is that this is the only strategy available to restore competitiveness, increase employment and recover solvency.
These policy moves are radically changing the nature of Europe’s society.
“The speed of change has certainly been very fast,” said Raymond Torres, the chief economist of the International Labor Organization in Geneva. “As far as I can tell, these are the most significant changes since World War II.”
While most of the debate over Europe’s response to the financial crisis has focused on the budget austerity enveloping the Continent, the comparatively unheralded erosion of worker protection is likely to have at least as big and lasting an impact on Europe’s social contract.
“It has a disastrous effect on social cohesion and a tremendous effect on inequality,” argued Jean-Paul Fitoussi, an economics professor at the Institut d’Études Politiques de Paris. “Well-being has fallen all across Europe. One symptom is the rise of extremist political parties.”
Europe’s strategy offers a test of the role played by labor market institutions — from unions to the minimum wage — in moderating the soaring income inequality that has become one of the hallmarks of our era.
Inequality across much of Europe has widened, but it is still quite modest when compared with the vast income gap in the United States.
The question is whether relative equity can hold as workplace institutions that for decades protected European employees’ standard of living give way to a more lightly regulated, American-style approach, where the government hardly interferes in the job market and organized labor has little say.
The evidence so far suggests the answer is no. The drop in unionization in Portugal “is going to blow the wage distribution apart,” David Card, a labor economist at the University of California, Berkeley, said.
Perhaps the most compelling evidence that Europe’s tentative new path will lead to deepening inequality comes from the country that adopted the strategy earliest and came out at the other end a paragon of success: Germany.
The overhaul of the labor market started after German unification in the early 1990s, when factories in the less-productive Eastern part of the country found they could not compete at the pay scales provided in the West, and defected en masse from the sector agreements negotiated between industry associations and large unions. West German firms soon took up the strategy. The share of workers covered by collective labor agreements fell.
In the early 2000s — when a hobbled Germany won the moniker “sick man of Europe” — efforts to improve competitiveness and employment further eroded worker protections, fueling a boom in low-paid, short-term “mini-jobs” that today account for more than a fifth of German employment.
Today, Germany is seen as a shining example of the virtues of such reform efforts. It is an exporting powerhouse with an unemployment rate, according to the European statistical agency Eurostat, of 5.2 percent: the envy of the Western world. But on closer inspection it becomes apparent that not all Germans have benefited from Germany’s success.
In 1991, the richest 10 percent of Germans took in 26 percent of the nation’s income before taxes and transfers, according to a report by Kai Daniel Schmid and Ulrike Stein of the Macroeconomic Policy Institute in Düsseldorf, which is closely linked to the German Confederation of Trade Unions. By 2010 they took in 31 percent.
Over the same period, the slice of the nation’s income taken by the bottom half of the population fell to 17 percent, from 22 percent.
As Professor Card has noted, the widening of the wage gap among German men from 1996 through 2009 roughly matches that in the United States during the 1980s — one of the periods of fastest-growing income inequality since the Gilded Age.
And though inequality in Germany has abated somewhat over the last two years as the number of part-time, low-wage jobs has stabilized, it remains much higher than a decade ago.
Whether Germany’s strategy will be of any use to distressed European countries today ishotly debated. German exports did take off, but domestic demand sagged, a direct consequence, critics say, of lower pay. So it took a long time for the efforts to produce jobs.
What’s more, the German rebound relied on a fast-growing global economy that was hungry for its exports. The world is very different today. “Demand from Asia was much more important than mini-jobs,” Mr. Torres of the I.L.O. argues.
But there is another issue at play. Even if the strategy were to eventually increase employment, what else will it do to Europe?
Andrew Watt, an economist who heads the Macroeconomic Policy Institute in Germany, worries that the push for labor market deregulation will cascade from one weak country to the next, as all engage in a futile race to create jobs by gaining market share from one another in a world of insufficient demand. “Whichever country is weakest at the time is forced into major cutbacks. First Germany, now Spain, next France,” he said.
“I am concerned about the longer-run costs,” Mr. Watt added. “It is hard to rebuild collective bargaining and welfare-state structures once they have been destroyed.”
Lowell Turner, who heads the Worker Institute at Cornell University, argues that there has always been a tension between the European Union’s economic project — centered on creating a vast single market — and the Continent’s deep-rooted commitment to social equity. The crisis put a thumb on the scales. “For a year or two governments protected their workers,” he said. But “the balance has tipped away from social Europe.”
There are signs of change, though. German elections earlier this year forced the Christian Democratic Union of Chancellor Merkel into a governing coalition with the Social Democratic Party. Part of the deal to form a government included introducing Germany’s first minimum wage, at 8.5 euros an hour, or about $11.50.
Lifting German wages at the bottom end should help other European countries to some extent, expanding German demand for their products. It is perhaps overly optimistic, though, to assume Berlin would welcome similar policies among its poorer, weaker neighbors.
Rather, labor markets in Southern Europe seem destined to increasingly follow the American way. “This is a way to, indeed, make Europe very much more like the U.S.,” Mr. Watt said. “With respect, that is not what most Europeans want.”
Email: eporter@nytimes.com;
Twitter: @portereduardo

Vladimir Lenin Safatle: o professor mais caro do mundo, pela indigencia teorica de seus artigos...

Leiam o artigo abaixo, de um professor da USP que tem um certo ar leninista, com sua barbicha ruiva e sua careca frontal. Não creio que tenha escrito nada comparável ao Estado e a Revolução, ou mesmo ao Que Fazer?, mas certamente escreveu, continua escrevendo e ainda escreverá muitas outras bobagens, do tamanho ou maior desta que segue abaixo, e que vocês podem tentar entender (mas não se preocupem se não conseguirem: não tem nenhuma importância).
Para mim se trata do professor mais caro do mundo, no sentido em que existe uma enorme desproporção entre o que ele recebe, como professor da USP, ou até da Folha, por seus artigos mal escritos, e o que valem, de fato, suas aulas e artigos, que não valem nada, este abaixo, pelo menos, não vale o papel em que foi impresso.
O neoleninista pretende contradizer aqueles que acham que o Brasil está caro -- o que é um fato, relativa e absolutamente, e qualquer um que viaje ao exterior pode comprovar, até ele mesmo, que certamente já comprou eletrônicos no exterior, talvez o seu iPhone ou o seu iPad -- e por isso ele tenta descartar os fatores habituais: carga tributária, custo do trabalho, etc.
Como seu mestre Lênin -- que era um gênio em política, mas um idiota completo em economia -- Vladimir Safatle também é um idiota em economia, ou melhor, um ignorante crasso, sem obviamente ser um gênio em política; longe disso, pois ele demonstra cabalmente sequer conhecer que Lula nunca teve qualquer "engenharia econômica", mas roubou todo o software de política econômica do governo anterior, sem pagar direitos autorais, e ainda chamando aquela política, que ele aplicou sem pestanejar, de neoliberal. Vladimir Safatle deve exibir a mesma desonestidade fundamental e também achar que Lula era um neoliberal enrustido, e que o Brasil merece mesmo uma política econômica de esquerda, que obviamente não pode ser a NEP dos neoliberais petralhas e seus economistas keynesianos de botequim. O novo Lênin tropical passa por cima disso, demonstrando que é também, como o Lênin original, um total rústico em economia, para não dizer um ignaro completo.
Ele acha, por exemplo, que a razão dos preços altos no Brasil tem apenas duas explicações, e nenhuma delas tem a ver com os impostos, que ele acha moderados, comparados com outros países (de forma completamente estúpida, registre-se desde já).
As duas explicações dele são: oligopólios -- que de fato existem no Brasil, mas ele não diz quais são e onde estão -- e a desigualdade (não sabe bem como a desigualdade causaria preços altos, mas isso o nosso Lênin de cera de sebo também não explica).
Ele compara alhos com bugalhos, ou maçãs e bananas, ou ainda, pretende equiparar um rato a uma montanha.
Vejamos. Para ele, o brasileiro até paga pouco imposto, apenas 4 mil dólares, per capita, quando o americano paga 13.550. Parece uma diferença enorme, não é?
A matemática desse professor é de alienado mental, ou ele exibe um grau de indigência mental que arrisca ser transmitido para os seus alunos. Neste caso, se trata de simples aritmética, ou seja reportar esses valores a seus contextos de PIB per capita.
Talvez ele não saiba que a renda per capita de um brasileiro é de 10 mil dólares, o que faz com que a carga fiscal represente exatamente 40 por cento desse valor (na prática é maior, pois com 40% ou mais de carga fiscal, um sueco, ou francês ou alemão, recebem de volta serviços públicos compatíveis, enquanto um brasileiro precisa ainda gastar um pouco-bastante mais de sua renda para comprar esses serviços no mercado). Ou seja, o brasileiro deixa mais de dois quintos de tudo quanto produz, de toda a sua renda, para o novo ogro famélico da derrama nacional.
Já o americano que (segundo a informação do nosso gênio matemático) paga 13.550, tem uma renda per capita de mais de 50 mil dólares, o que faz com que sua carga fiscal seja quase duas vezes menor do que a do brasileiro, para um renda cinco vezes maior, mas não estou seguro que seja bem isso ( pois seria preciso separar taxação sobre os fluxos de renda pessoal e os impostos indiretos, como o sales tax); de toda forma, como sabe todo brasileiro que já viajou aos EUA (menos o nosso Lênin, que deve ter preconceito contra o império), os preços dos produtos vendidos nos EUA são bem mais em conta, por ser aquele mercado totalmente aberto e competitivo e ter um sales tax (na faixa  de 4 a 6%) inferior à TVA europeia (como sabe qualquer viajante ao velho continente, onde nosso Lênin já deve ter ido, pelo menos para visitar o seu êmulo embalsamado).
As outras considerações "econômicas" que ele faz em seu artigo são de chorar de rir, tamanho o grau de delírio que ele exibe ao falar de preços, rendas e salários. Eu recomendaria um simples manual elementar de economia, que os imperialistas chamam de Economics 101 (mas pode ser também o Economy for Dummies, ou o Idiot's Guide to Economics).
Concluindo.
Para mim, esse professor é o mais caro do mundo: jamais mereceria o salário que recebe, nem os honorários da Folha de S. Paulo tamanha a indigência "subintelequitual" de sua argumentação.
Chego a sentir pena dos seus alunos, e vergonha por aquela que foi a minha primeira faculdade, a "Fefelech", da USP, que já teve professores melhores, ou que, pelo menos, na época, não abrigava estupores desse quilate.
Esse professor não vale meio salário mínimo, ou, no máximo, vale meia Bolsa-Família, já que este seria o seu valor máximo de mercado... (se alguém se dispuser a pagar por baboseiras, claro...).
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 4 de dezembro de 2013

O mais caro do mundo
Vladimir Safatle
Folha de S.Paulo, 03/12/2013

Ao que parece, chegou a hora de saudar o Brasil como o novo país "do mais caro do mundo". Foram necessárias décadas para alcançar tamanha conquista e, ao que parece, desta vez ela veio para ficar. Afinal, anos de trabalho árduo permitiram aos brasileiros ter o prazer de pagar o dobro no mesmo carro que outros mortais compram sem tanto sacrifício.
Atualmente, ser brasileiro é ter a satisfação de levar para casa o console Xbox mais caro do mundo. É poder humilhar os estrangeiros ao dizer o preço que pagamos em passagens aéreas, escolas, aluguéis e imóveis arrebentados em lugares com fios elétricos na frente da janela.
Para chegar a este estágio, foi necessário não apenas um conjunto substantivo de equívocos econômicos. Foi preciso muita cegueira ideológica para engolir a ladainha de que nosso troféu de "o mais caro do mundo" foi conquistado exclusivamente através dos impostos mais elevados e dos altos custos trabalhistas.
Não, meus amigos. Só em um mundo (como esse em que alguns liberais vivem) sem países como França, Alemanha ou Suécia o Brasil teria os impostos mais altos. Se nos compararmos aos EUA, veremos que a contribuição fiscal per capita de um brasileiro (US$ 4.000) é bem menor do que a de um norte-americano (US$ 13.550).
Na verdade, depois que se inventa o inimigo, é mais fácil esconder o verdadeiro responsável. Nosso troféu de "o mais caro do mundo" deve ser dedicado a esses batalhadores silenciosos do desastre econômico, a esses companheiros de todos os governos brasileiros: o oligopólio e a desigualdade.
A desigualdade econômica, esta tudo mundo conhece. Ela fingiu por um momento que estava se deixando controlar, mas deu não mais que uma unha para permanecer com todos os gordos dedos. Sempre se combateu desigualdade com revolução fiscal que taxasse os ricos, punisse radicalmente a evasão fiscal e limitasse os grandes salários. Mas, no país "do mais caro do mundo", o tema é tabu. Assim, uma classe de milionários pode empurrar alegremente os preços para cima porque não tem problema algum em pagar pelo mesmo o seu dobro, desde que as lojas ofereçam manobrista VIP e água com gás na saída do estacionamento.
Já a nova onda de oligopólios é uma das grandes contribuições da engenharia econômica do lulismo: os únicos governos de esquerda da galáxia que contribuíram massivamente para a cartelização de todos os setores-chaves da economia. Com uma política de auxiliar a formação de oligopólios via empréstimos do BNDES, o governo conseguiu fazer uma economia para poucos empresários amigos. Nela, não há concorrência. Assim, os preços descobriram que, no Brasil, o céu é o limite.

Vladimir Safatle é professor livre-docente do Departamento de filosofia da USP (Universidade de São Paulo). Escreve às terças na Página A2 da versão impressa.

Revista Estudos Internacionais (PUC-Minas), n. 2

Um novo animal na paisagem das publicações em RI. A fauna se enriquece, se diversifica, ganha em importância. Esta é do zoológico de Minas Gerais...
Paulo Roberto de Almeida

novo número de Estudos Internacionais:

Editor: Javier A. Vadell

Estudos Internacionais: Revista de Relações Internacionais - PUC MInas - Belo Horizonte (MG) - Brasil
Grupo de Pesquisa sobre Potências Médias


V. 1, N. 2 (2013)
ESTUDOS INTERNACIONAIS
Revista de Pós-Graduação da PUC Minas
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
Estudos Internacionais EI


NOTA DO EDITOR
Javier Alberto Vadell
125-126

DOSSIÊ: POTÊNCIAS EMERGENTES
Celso Amorim
127-138
Ian Taylor
139-156
Fabiano Mielniczuk
157-166
Andrés Malamud, Júlio C. Rodriguez
167-184
Marcos Costa Lima
185-204
André Luiz Reis da Silva
205-222
Danielly Ramos Bercard
223-240

ARTIGOS
Carlos Pinkusfeld Bastos, Ernesto Salles
241-270
Lucas Grassi Freire
271-302

ENTREVISTA INÉDITA
Ana Saggioro Garcia, Miguel Borba de Sá
303-318

ENSAIO INÉDITO
Leonardo Cesar Souza Ramos
319-328

RESENHAS
Cíntia Vieira Souto
329-332
Sérgio Leusin Júnior
333-336


ISSN: 2317-773X

O Stalin Sem Gulag e seu laranja panamenho: cobertura para lavagem de dinheiro do narcotrafico?

Esse tipo de investimento, descrito na matéria do Jornal Nacional transcrita na postagem do jornalista, costuma ser usado por criminosos, para lavar dinheiro. Seja que o dinheiro é oriundo do narcotráfico -- o que é bem provável -- seja que ele venha de algum capitalista brasileiro que não quer revelar sua fortuna, em qualquer hipótese a atividade e o próprio funcionamento do hotel parecem fazer parte de um empreendimento criminoso.
Acho que combina com o chefe da quadrilha, o Stalin Sem Gulag -- e agora talvez sem emprego no hotel-lavanderia -- já que ele sempre foi chegado a essas montagens misteriosas, que costumam ter as quatro patas afundadas no pântano da ilegalidade, quando não da criminalidade.
Aprendeu com os cubanos, certamente, que devem ter dado um curso completo daquilo que os americanos da NSA e da CIA chamam de deception.
Não que seja uma decepção para nós que conhecemos a história do Stalin mineiro: ele vem se revelando uma decepção como quadrilheiro que era; agora é só um bandido preso, sem emprego aparente...
Paulo Roberto de Almeida

Reinaldo Azevedo, 3/12/2013

Reportagem do Jornal Nacional que acaba de ir ao ar, de autoria de Vladimir Netto, indica que há algo de profundamente errado com o tal hotel St. Peter, que resolveu “empregar” José Dirceu, com salário de R$ 20 mil. A dona da empresa seria uma “empresa” do Panamá chamada “Truston International Inc.”. Seu presidente é José Eugenio Silva Ritter, um panamenho pobre, que não tem um gato para puxar pelo rabo. Ele admite ser sócio de centenas de empresas porque é funcionário de uma empresa chamada “Morgan y Morgan”. Leiam o que vai Portal G1. Volto mais tarde.
*
O Jornal Nacional localizou em uma área pobre do Panamá o homem que seria o presidente da empresa que administra o hotel Saint Peter, em Brasília, onde o ex-ministro José Dirceu, condenado no julgamento do mensalão, pretende trabalhar.
Dirceu está preso na Penitenciária da Papuda, onde cumpre pena em regime semiaberto, que permite a ele trabalhar durante o dia e voltar à noite para a prisão, para dormir. Ele recebeu uma oferta de trabalho do Saint Peter, hotel no centro de Brasília, que fica em um prédio de 15 andares e 424 apartamentos. O Saint Peter pretende pagar ao ex-ministro R$ 20 mil por mês para que ele exerça o cargo de gerente administrativo.
O homem que preside a empresa administradora do hotel mora numa área pobre da Cidade do Panamá, capital do Panamá, país da América Central, e trabalha como auxiliar de escritório numa empresa de advocacia. Um dos sócios do hotel, Paulo Masci de Abreu, é irmão de José Masci de Abreu, presidente do PTN (Partido Trabalhista Nacional), que em 2010 apoiou a eleição da presidente Dilma Rousseff. Mas ele é sócio minoritário. Tem uma cota, no valor de R$ 1, como mostra o contrato social da empresa.
Todas as outras cotas, que somam R$ 499.999,00, pertencem a uma empresa estrangeira, a Truston International Inc, com sede na Cidade do Panamá. A Truston está inscrita no registro público do Panamá e tem como presidente um cidadão panamenho, José Eugenio Silva Ritter. O nome dele, abreviado, aparece , junto a outros dois nomes: Marta de Saavedra, tesoureira, e Dianeth Ospino, secretária. José Eugênio Silva Ritter também aparece ligado a mais de mil empresas em um site criado por um ativista anticorrupção. O procurador da Truston no Brasil, como mostra o contrato do hotel Saint Peter, é Raul de Abreu, filho de Paulo Masci de Abreu.
Por telefone, Paulo de Abreu e o advogado de Raul de Abreu disseram que José Eugenio Silva Ritter é um empresário estrangeiro apresentado por meio de um advogado. Também afirmaram que a empresa presta contas a José Eugenio regularmente. O repórter Vladimir Netto, da TV Globo, travou o seguinte diálogo por telefone com Paulo de Abreu:
- Vladimir Netto: Quem é o seu sócio majoritário?
- Paulo de Abreu: É a Truston. É uma empresa que investe em hotéis.
- Vladimir Netto: Quem é o dono da Ttruston?
- Paulo de Abreu: Ah, tem vários acionistas, né? Precisa ver, até porque as ações, como são vendidas constantemente, né?
- Vladimir Netto: Quem é José Eugenio Silva Ritter?
- Paulo de Abreu: É o presidente.
- Advogado: É o presidente da empresa.
- Vladimir Netto: mas vocês o conhecem?
- Paulo de Abreu: Uma vez nós já tivemos… em reunião.
- Vladimir Netto: Ele veio ao Brasil, dr. Paulo?
- Paulo de Abreu: não, eu estive lá em Miami.
- Vladimir Netto: Isso foi quando? Foi quando os senhores resolveram fazer uma sociedade pra administrar o Saint Peter?
- Paulo de Abreu: É, quando formalizamos a parceria. De lá pra cá, a gente manda as informações pra lá e ele se dá por satisfeito, enfim, ou pergunta alguma coisa, mas houve essa reunião em miami quando da formalização do entendimento.
O Jornal Nacional foi ao Panamá para tentar entrevistar o presidente da empresa que administra o hotel Saint Peter. Jose Eugenio Silva Ritter mora em uma rua em um bairro pobre na periferia da cidade do panamá. Quando o repórter chegou, ele estava lavando o carro na porta de casa. Ritter disse que trabalha num escritório de advocacia, o Morgan y Morgan, há mais de 30 anos. E reconheceu que aparece mesmo como sócio de muitas empresas mundo afora. “Trabalho na Morgan y Morgan e eles se dedicam a isso”, afirmou.
Ele disse que não lembra da Truston International Inc, que administra o hotel Saint Peter, empresa da qual ele é o presidente. “Eu sequer sei se é o nome de uma sociedade de várias pessoas. Você, por favor, vá lá na Morgan y Morgan, lá com um advogado e tudo, aí eu posso te dar a informação que você precisa. Se me autorizam, se posso falar, te dar as respostas, porque pode botar em perigo meu emprego”, afirmou.
No órgão que regulamenta e fiscaliza o mercado de capitais dos Estados Unidos consta que José Eugenio Silva Ritter é auxiliar de escritório do Morgan y Morgan. A Morgan y Morgan fica em um prédio no centro financeiro da Cidade do Panamá. É uma firma que ajuda na fundação e administração de empresas internacionais com sede no Panamá. A legislação do país permite que ações de companhias sejam transferidas de um empresário para outro sem que seja necessário informar as autoridades. Isso faz com que seja muito difícil saber quem é o verdadeiro dono de empresas como a Truston International Inc, proprietária do hotel Saint Peter.
“Esses países percebem como uma estratégia econômica de trazer recursos para aquele país, justamente flexibilizar as regras sobre tributação, sobre identificação. Então, esses países acabam diminuindo essas exigências de identificação de documentação pra atrair capitais, pra atrair ativos pra fomentar a propria riqueza do país”, afirmou Pierpaolo Bottini, professor de direito penal da Universidade de São Paulo (USP).

O Jornal Nacional procurou Morgan y Morgan para perguntar sobre a propriedade da administradora do hotel Saint Peter, mas ninguém quis atender. A advogada de Paulo Masci de Abreu, Rosane Ribeiro, revelou que a sócia majoritária da Truston International é a nora dele, a empresária lara Severino Vargas. E que a nora vendeu a Paulo de Abreu o controle acionário do hotel Saint Peter. A advogada lembrou também que o cliente é dono de 60% do prédio onde funciona o hotel Saint Peter. Os outros 40%, segundo a advogada, pertencem ao empresário Paulo Naya.

Israel: armas nucleares e balança geopolitica no Oriente Medio - Max Fisher (WP world blog)

Why is the U.S. okay with Israel having nuclear weapons but not Iran?
BY MAX FISHER
The Washington Post blog World View, December 2, 2013, at 9:30 am

Israel's Dimona nuclear power plant, in the Negev desert, started the country's nuclear program when it was built in the 1950s with French help.

Iranian officials sometimes respond to accusations that Tehran is seeking a nuclear weapons capability by replying that, not only do they not want a bomb, they'd actually like to see a nuclear-weapons-free Middle East. Yes, this is surely in part a deflection, meant to shift attention away from concerns about Iran's nuclear activities by not-so-subtly nodding to the one country in the region that does have nuclear weapons: Israel.
But could Iran have a point? Is there something hypocritical about the world tolerating Israel's nuclear arsenal, which the country does not officially acknowledge but has been publicly known for decades, and yet punishing Iran with severe economic sanctions just for its suspected steps toward a weapons program? Even Saudi Arabia, which sees Iran as its implacable enemy and made its accommodations with Israel long ago, often joins Tehran's calls for a "nuclear-free region." And anyone not closely versed in Middle East issues might naturally wonder why the United States would accept Israeli warheads but not an Iranian program.
"This issue comes up in every lecture I give," Joe Cirincione, president of the nuclear nonproliferation-focused Ploughshares Fund, told me. The suspicions that Israel gets special treatment because it's Israel, and that Western countries are unfairly hard on Israel's neighbors, tend to inform how many in the Middle East see the ongoing nuclear disputes. "It is impossible to give a nuclear policy talk in the Middle East without having the questions focus almost entirely on Israel," Cirincione said.
Of course, many Westerners would likely argue that Israel's weapons are morally and historically defensible in a way that an Iranian program would not be, both because of Israel's roots in the Holocaust and because it fought a series of defensive wars against its neighbors. "Israel has never given any reason to doubt its solely defensive nature," said Robert Satloff, executive director of the Washington Institute for Near East Policy, summarizing the American position. "Israel has never brandished its capabilities to exert regional influence, cow its adversaries or threaten its neighbors."
There's truth to both of these perspectives. But the story of the Israeli nuclear program, and how the United States came to accept it, is more complicated and surprising than you might think.
The single greatest factor explaining how Israel got the world to accept its nuclear program may be timing. The first nuclear weapon was detonated in 1945, by the United States. In 1970, most of the world agreed to the nuclear Non-Proliferation Treaty, which forbids any new countries from developing nuclear weapons. In that 25-year window, every major world power developed a nuclear weapon: the Soviet Union, United Kingdom, France and China. They were joined by exactly one other country: Israel.
The Israeli nuclear program was driven in many ways by the obsessive fear that gripped the nation's founding prime minister, David Ben-Gurion. After the 1948 Arab-Israeli war, in which the new country fought off Egyptian and Jordanian armies, Ben-Gurion concluded that Israel could survive only if it had a massive military deterrent -- nuclear weapons.
"What Einstein, Oppenheimer and Teller, the three of them are Jews, made for the United States could also be done by scientists in Israel for their own people," Ben-Gurion wrote in 1956. Avner Cohen, the preeminent historian of Israel's nuclear program, has written that Ben-Gurion "believed Israel needed nuclear weapons as insurance if it could no longer compete with the Arabs in an arms race, and as a weapon of last resort in case of an extreme military emergency. Nuclear weapons might also persuade the Arabs to accept Israel's existence, leading to peace in the region."
But Israel of the 1950s was a poor country. And it was not, as it is today, a close political and military ally of the United States. Israel had to find a way to keep up with the much wealthier and more advanced world powers dominating the nuclear race. How it went about doing this goes a long way to explaining both why the United States initially opposed Israel's nuclear program and how the world came around to accepting Israeli warheads.
So the Israelis turned to France, which was much further along on its own nuclear program, and in 1957 secretly agreed to help install a plutonium-based facility in the small Israeli city of Dimona. Why France did this is not settled history. French foreign policy at the time was assiduously independent from, and standoffish toward, the United States and United Kingdom; perhaps this was one of France's many steps meant to reclaim great power status. A year earlier, Israel had assisted France and the United Kingdom in launching a disastrous invasion of Egypt that became known as the "Suez Crisis"; French leaders may have felt that they owed Israel. Whatever France's reason, both countries kept it a secret from the United States.
When U.S. intelligence did finally discover Israel's nuclear facility, in 1960, Israeli leaders insisted that it was for peaceful purposes and that they were not interested in acquiring a nuclear weapon. Quite simply, they were lying, and for years resisted and stalled U.S.-backed nuclear inspectors sent to the facility. (This may help shed some light on why the United States and Israel are both so skeptical of Iran's own reactor, potentially capable of yielding plutonium, under construction at Arak.) The work continued at Dimona.
Gradually, as the United States came to understand the scope of the program, the administrations of Eisenhower, Kennedy and even the relatively Israel-friendly Johnson all pushed ever harder to halt Israel's nuclear development. Their response to an Israeli bomb was "no."
"The U.S. tried to stop Israel from getting nuclear weapons and to stop France from giving Israel the technology and material it needed to make them," Cirincione said. "We failed."
The turning point for both Israel and the United States may have been the 1967 war. The second large-scale Arab-Israeli war lasted only six days, but that was enough to convince Israeli leaders that, though they had won, they could lose next time. Two crucial things happened in the next five years. First, in 1968, Israel secretly developed a nuclear weapon. Second, and perhaps more important, was a White House meeting in September 1969 between President Nixon and Israeli Prime Minister Golda Meir. What happened during that meeting is secret. But the Nixon's administration's meticulous records show that Secretary of State Henry Kissinger said to Nixon, in a later conversation about the Meir meeting, "during your private discussions with Golda Meir you emphasized that our primary concern was that Israel make no visible introduction of nuclear weapons or undertake a nuclear test program."
That meeting between Nixon and Meir set what has been Israel's unofficial policy ever since: one in which the country does nothing to publicly acknowledge or demonstrate its nuclear weapons program, and in exchange the United States would accept it. The Nixon administration had concluded that, while it didn't like the Israeli weapons program, it also wasn't prepared to stop it. The Cold War had polarized the Middle East, a region where Soviet influence was growing and where Israel -- along with Iran -- were scarce American allies. If they had already resigned themselves to living with a nuclear weapon, Kissinger concluded, they might as well make it on their terms.
"Essentially the bargain has been that Israel keeps its nuclear deterrent deep in the basement and Washington keeps its critique locked in the closet," Satloff explained.
If the 1967 war had sparked Israel's rush to a warhead and led the United States to tacitly accept the program, then the 1973 Arab-Israeli war made that arrangement more or less permanent. Egypt and Syria launched a joint surprise attack on Yom Kippur and made rapid gains -- so rapid that Israeli leaders feared that the entire country would be overrun. They ordered the military to prepare several nuclear warheads for launch -- exactly the sort of drastic, final measure then Ben-Gurion had envisioned 20 years earlier. (Update: This incident is disputed. See note at bottom.) But the Israeli forces held, assisted by an emergency U.S. resupply that Nixon ordered, and eventually won the war.
The desperation of the 1973 war may have ensured that, once Nixon left office, his deal with the Israelis would hold. And it has. But the world has changed in the past 40 years. Israel's conventional military forces are now far more powerful than all of its neighbors' militaries combined. Anyway, those neighbors have made peace with Israel save Syria, which has held out mostly for political reasons. From Israel's view, there is only one potentially existential military threat left: the Iranian nuclear program. But that program has not produced a warhead and, with Tehran now seeking to reach an agreement on the program, it may never.
Some scholars are beginning to ask whether the old deal is outdated, if Israel should consider announcing its nuclear weapons arsenal publicly. Cohen, the historian who studies the Israel program, argues that the policy of secrecy "undermines genuine Israeli interests, including the need to gain recognition and legitimacy and to be counted among the responsible states in this strategic field."
The dilemma for Israel is that, should Iran ever develop a nuclear warhead, Israel will surely feel less unsafe if it has its own nuclear deterrent. But, ironically, Israel's nuclear arsenal may itself be one of the factors driving Iran's program in the first place.
"History tells us that Israel's position as the sole nuclear-armed state in the region is an anomaly -- regions either have several nuclear states or none," said Cirincione, of the nonproliferation Ploughshares Fund. "At some point, for its own security, Israel will have to take the bombs out of the basement and put them on the negotiating table."
Some scholars suggest that world powers, including the United States, may have quietly tolerated Egyptian and Syrian chemical weapons stockpiles as counterbalances to Israel's own weapons of mass destruction; a concession just large enough to prevent them from seeking nuclear weapons of their own.
Ultimately, while every president from Nixon to Obama has accepted Israel's nuclear weapons, at some point the United States would surely prefer to see a Middle East that's entirely free of weapons of mass destruction.
"We are not okay with Israel having nuclear weapons, but U.S. policymakers recognize that there is not much we can do about it in the short-term," Cirincione said. "But these are general back-burner efforts. All recognize that Israel will only give up its nuclear weapons in the context of a regional peace settlement where all states recognized the rights of other states to exist and agree on territorial boundaries. This would mean a settlement of the Israeli-Palestinian issues."
In other words, the Middle East would have to cease being the Middle East. Maybe that will happen, but not anytime soon.

Update: The much-discussed 1973 incident, in which Israel allegedly readied its nuclear weapons in case the country was overrun by the invading Arab armies, may have never actually happened. Avner Cohen, the ultimate authority on the subject, wrote as much in an October post for Arms Control Wonk. "The nuclear lore about 1973 has turned into an urban legend: nobody knows how exactly it originated and who the real sources were, but it is commonly believed as true or near-true," he wrote, calling the event "mythology."

What actually happened, according to Cohen, is that Defense Minister Moshe Dayan proposed in the middle of the war that Israel prepare to detonate a nuclear warhead over the desert as a "test" and show of force. But his proposal, Cohen says, was rejected immediately. Thanks to freelance journalist and former colleague Armin Rosen for flagging this. Read more in this recent paper on Israel's 1973 "nuclear alert," co-authored by Cohen along with Elbridge Colby, William McCants, Bradley Morris and William Rosenau.

Pausa para... humor economico (ou contos de fadas antecipando o Natal, para o ministro da deseconomia...)

O Ministro Mantega deve estar pedindo um PIBão, na sua meia de Natal, e espera que o Papai Noel, ou alguma fada distraída, lhe traga pelo menos um PIB de 2,5% de crescimento anual, de agora até o final do ano.
Não é uma gracinha?
Um grandalhão desses, um bobalhão econômico, melhor dito, acreditando em Papai Noel e contos de fadas.
Fica, em todo caso, registrado, nossa página de humor econômico da semana.
Nunca antes neste país se torceu tanto para uma inversão para cima do tal crescimento gradual, outra piada deste jornal mantido, financiado, escrito e a serviço do chefe da quadrilha, sim, ele mesmo, o Stalin Sem Gulag que curta sua "saison en enfer" da Papuda. O que é que vocês querem? O Stalin de verdade, o homem do Gulag, também enfrentou algum tempo de cadeia (por assaltar bancos) antes de ascender na escala do crime...
O nosso Stalin Sem Gulag fez mais do que assaltar bancos: expropriou contabilmente vários bancos, um procedimento mais limpo, mais seguro e muito mais eficaz. Bem, de vez em quando algo dá errado. Nem tudo é perfeito neste país.
De perfeito mesmo, só as projeções do pândego ministro Mantega.
Ele ficou contente com a revisão do IBGE, que corrigiu o fabuloso crescimento de 2012 de 0,9 para 1%, ou seja, um recuo de 0,5% no crescimento real per capita. Cada brasileiro ficou mais pobre em meio por cento, na média, com exceção dos amigos do rei, ou seja, os corruptos de sempre; estes continuam enriquecendo, a taxas que nem te conto...
Bem, chega de piada da semana, vamos ao que interessa...
Paulo Roberto de Almeida

Apesar da queda, Mantega ainda acredita em PIB a 2,5% este ano
Correio do Brasil, 3/12/2013
Por Redação - de Brasília e Rio de Janeiro

A economia brasileira está em trajetória de expansão gradual, que deve se manter nos próximos trimestres, avaliou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reconhecendo ainda que o desempenho da economia está abaixo do desejado.
– A recuperação talvez não seja na velocidade que gostaríamos – afirmou o ministro a jornalistas, acrescentando, no entanto, que ainda é possível que a economia avance 2,5% neste ano.
O Produto Interno Bruto (PIB) do país encolheu 0,5% no terceiro trimestre deste ano ante o segundo, primeiro resultado negativo e o pior em mais de quatro anos, afetado pela retração dos investimentos. Entre abril e junho passados, a atividade havia crescido 1,8%.
Sobre a dinâmica da expansão do PIB, o ministro avaliou que os investimentos estão acelerando e deverão registrar alta entre 6% e 7% neste ano em relação a 2012, apesar de terem encolhido 2,2% no trimestre passado sobre os três meses anteriores.
– O crescimento é gradual porque no mundo todo está sendo assim, e esse crescimento se dá principalmente em investimentos, bens de capital – disse Mantega a jornalistas, acrescentando que, por outro lado, vai demorar “mais alguns anos” para que a Formação Bruta de Capital Fixo – uma medida de investimento – corresponda a 24% do PIB.
O programa de concessões que está em curso, nos setores de infraestrutura e logística, vai ajudar a “elevar o crescimento potencial do país, de 4%”, afirmou ele. Mantega reconheceu que as sucessivas elevações na Selic tiveram impacto no crescimento da atividade neste ano. Em abril passado, o Banco Central iniciou um ciclo de aperto monetário que já levou a taxa básica de juros de 7,25% para o atual patamar de 10%, a fim de combater a inflação por meio do encarecimento do crédito e, consequentemente, do consumo.
O ministro afirmou que o consumo das famílias está sendo prejudicado pela falta de crédito, mas considera que com a queda da inadimplência e com o menor comprometimento da renda dos brasileiros, o consumo avançará. Mantega disse ainda que o crescimento baixo atrapalha o resultado fiscal, mas repetiu que o governo central – governo federal, BC e Previdência vão cumprir sua meta de superávit primário de R$ 73 bilhões neste ano.
Ele também citou o atual momento da economia mundial, que vem mostrando recuperação e será seguida pelo Brasil.

PIB fraco
A queda na base sequencial veio depois de uma expansão revisada de 1,8% do PIB no segundo trimestre ante o primeiro. Pesquisa da agência inglesa de notícias Reuters indicava que a economia brasileira teria contração de 0,2% nos três meses até setembro sobre o segundo trimestre e avançaria 2,5% na comparação anual, segundo a mediana das projeções e sem considerar a nova metodologia do IBGE para o PIB.
– Em linhas gerais, a despeito das mudanças metodológicas, temos a confirmação de PIB fraco. Olhando pela ótica da demanda, vemos claramente que está ficando mais evidente a questão da diferença entre oferta e demanda – afirmou o economista sênior do Espírito Santo Investment Bank, Flávio Serrano.
Para ele, o quarto trimestre começou fraco e o PIB deve encerrar este ano com expansão de 2,2% a 2,3%, pior do que sua previsão anterior de 2,5%. Segundo o IBGE, a Formação Bruta de Capital Fixo, uma medida de investimento, recuou 2,2% no terceiro trimestre sobre o período imediatamente anterior, no pior desempenho desde o primeiro trimestre de 2012 (-2,7%) e na primeira queda em um ano.
O governo da presidente Dilma Rousseff assumiu o discurso de que os investimentos serão o principal motor da economia brasileira, tendo como pano de fundo as concessões de infraestrutura e logística já feitas e programadas para o próximo ano.
– Vale destacar que uma das coisas que mais caiu foram os gastos de capital, que é o grande desafio do governo… O desafio é ver os investimentos se recuperarem mais e melhorar a situação das importações – afirmou o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, acrescentando que revisará as estimativas de crescimento do PIB em 2014 para entre 2,4% e 2,5%, ante 2,7%.
No trimestre passado, ainda segundo o IBGE, o setor de Agropecuária também encolheu, com retração de 3,5 por cento sobre abril a junho, enquanto os setores Industrial e de Serviços ficaram praticamente estáveis, com variação positiva de 0,1 por cento, após terem avançado 2,2 e 0,8 por cento, respectivamente, no segundo trimestre sobre o primeiro.
Já o consumo das famílias e do governo, no terceiro trimestre, tiveram expansão de 1 e de 1,2 por cento, respectivamente, sobre o segundo.

Revisão do IBGE
O IBGE também revisou os resultados do PIB de períodos anteriores por causa da nova metodologia. Pelos novos números apresentados, a economia cresceu 1% em 2012, ligeiramente acima do 0,9% divulgado inicialmente.
Os resultados trimestrais anteriores também mudaram. Além de ter revisado o PIB do segundo trimestre de alta de 1,5% para de 1,8% sobre janeiro a março, o IBGE informou agora que a economia no primeiro trimestre deste ano ficou estagnada, pior que o avanço de 0,6% divulgado inicialmente.
O IBGE passou a incorporar no cálculo do PIB sua nova pesquisa mensal de serviços, que começou a ser divulgada este ano e que, por enquanto, mede apenas a receita do setor. Grande parte dos especialistas ainda não tinha conseguido adequar suas projeções com os novos parâmetros.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...