sexta-feira, 18 de julho de 2014

Heranca maldita dos companheiros: juros mais altos do mundo ate o final de 2015...

Déficit de transações correntes em alta, inflação em alta, e investimentos estrangeiros em baixa.
Essa é a herança a ser deixada pelos companheiros em economia...
Paulo Roberto de Almeida

Brazil
Itau economic forescasting, 18/07/2014

The Copom will publish on Thursday the minutes of its last meeting (occurred last Wednesday). In the post-meeting statement, the Copom affirmed that it decided, “at the moment”, to maintain the SELIC rate unchanged at 11.0%. In the context of weak economic activity (particularly the decline in business and consumer confidence), the expression “at the moment” may be interpreted by some market participants as signaling that interest rates could be cut in the coming months. However, we do not see much room for lower rates, given that inflation is above the upper bound of the target range, there are still increases in monitored prices in the pipeline for 2014 and 2015, and the unemployment rate still remains at historical lows. The minutes are expected to provide more details to this discussion.

We maintain our call that the SELIC rate will remain at 11% until the end of 2015.

July’s IPCA-15 consumer inflation preview will hit the wires on Tuesday. We forecast a 0.23% monthly gain, down from 0.47% in June on slower transport and food inflation. If our estimate is on the mark, twelve-month inflation will rise to 6.58% (6.41% in the previous month), with a still-wide gap between market-set and regulated inflation (7.2% and 4.6%, respectively).

June’s unemployment rate is scheduled for release on Thursday, but there is still uncertainty as to whether the full-data will be released. We still don’t know May’s unemployment rate because of strikes among IBGE employees. We forecast the unemployment rate at 5.1% in both May and June, and the seasonally-adjusted reading at 4.8% in both months (4.7% in April). Job creation has been slow, but there are also less people looking for jobs, maintaining the unemployment rate at low levels.

The FGV confidence indexes for July (preview of industrial business confidence on Wednesday and the consumer confidence on Friday) are also noteworthy.

June’s federal tax collection is expected to come through on Wednesday. We forecast BRL 90 billion, which represents a year-over-year decline of 1.4% in real terms (-6.0% in May). If correct, annual growth in the last three months will hit -2.1%, from -0.8% in May. The weakness of tax collection stems from slow economic activity and the tax breaks implemented over recent years. The trend indicates that efforts to increase non-tax revenue will continue, and reinforces our view that the recurring primary fiscal surplus will remain below 1% of GDP this year.

June’s balance of payments will come though on Friday. We look for a current account deficit of USD 3.9 billion, down from USD 6.6 billion in May, but in line with the level recorded in June 2013 (also USD 3.9 billion). The improvement from the previous month should stem mostly from a stronger trade balance, but also from lower deficit in the service and income accounts. If we’re correct, the twelve-month current account deficit will remain stable at 3.6% of GDP. Foreign direct investment is expected to be slightly weaker than in previous months, given the inflow of only USD 2.3 billion until June 18th. We estimate USD 3.6 billion, with the twelve month reading declining from 2.9% to 2.8% of GDP.

Alguem ai conhece a PRESIDENTA do FMI? Sera o Planalto, sera o Itamaraty, sera o Benedito?

Leio, numa dessas mensagens Twitter, que nos chegam como raios caídos de um céu azul, o seguinte:

MRE Brasil–Itamaraty @ItamaratyGovBr
A presidenta do FMI parabenizou o Brasil pela VI Cúpula do BRICS e pela criação do Arranjo Contingente de Reservas: blog.planalto.gov.br/fmi-parabeniza…
17 Jul
blog.planalto.gov.br
Quinta-feira, 17 de julho de 2014 à s 11:16 Lagarde apresentou a disponibilidade de o FMI atuar em cooperação com a equipe do Brics para a preservação da estabilidade financeira no mundo. Gostaria simplesmente de transmitir-lhe minhas felicitações pela realiza...


Bem, alguém precisa avisar ao Planalto, ao Itamaraty, a quem for, que a Christinne Lagarde não é PRESIDENTA, ela só é DIRETORA-GERENTA...

Paulo Roberto de Almeida
Diplomato..

A vida como ela e' (sem pretender ser Nelson Rodrigues): engarrafamentos sem fim - Cora Ronai

Transcrevo, mas comento antes.
Parafraseando (mal) Nelson Rodrigues, a experiência de se dispor de uma "máquina" pessoal de transporte individual é bonitinha, mas muito ordinária, pelo menos nas condições atuais das grandes aglomerações urbanas brasileiras (mas de outros países também).
A jornalista tem saudade dos tempos em que podia circular "impunemente" pelo Rio de Janeiro, uma vez que sua renda lhe permitia integrar a minoria dos proprietários de carro de algumas décadas atrás.
Ela não se dá conta de que outras pessoas, cada vez com renda menor, já podem ter acesso a essas maravilhosas máquinas rodadoras, já que outra das maravilhas do capitalismo é o de baratear sempre (irremediavelmente, e a despeito da inflação) o preço dos bens manufaturados.
Como outros gostariam de gozar do mesmo direito que ela tinha, quase solitária, a vida virou o que ela é, ou parafraseando Jean-Paul Sartre, "o inferno são os outros"...
Qual solução?
Ela não aponta.
Transportes coletivos, apenas isso.
As pessoas precisariam dispor de metro, de ônibus, bicicletas, etc.
Parece que nossos políticos e planejadores governamentais, urbanistas e outros curiosos na matéria ainda não desceram de seus carros individuais para confrontar esse problema inadiável para todas as nossas cidades (e não apenas as brasileiras). Algumas cidades fazem melhor do que as outras.
Quando eu morei em Shanghai, por exemplo, podia dispor de 13 linhas de metro (agora parece que são 16, e cada vez mais longe...). Em SP e RJ quantas são?
Não sei, acho que nunca peguei, pois não vão a nenhum lugar que eu frequento...
Paulo Roberto de Almeida

ENGARRAFAMENTO: "A VIDA FICA MENOR"!
Cora Rónai
O Globo, 17/07/2014

1.  Eu adorava passear de carro! Quando estava sozinha e tinha uma folga no trabalho, saía de casa sem destino definido, e ia aonde o dia me levasse. Explorava ruas que não conhecia, subia ladeiras, rodava por Santa Teresa, pela Muda, pelo Grajaú. Havia sempre uma surpresa interessante pelo caminho, uma casa simpática, uma árvore bonita. O Centro, engarrafado desde sempre, era um dos poucos lugares que não me atraíam: era impossível passear de carro onde o trânsito exigia tanta atenção.
       
2. Na sexta-feira retrasada peguei um táxi em frente de casa, na altura do Corte de Cantagalo, para ir à Fonte da Saudade — uma corrida boba que, normalmente, leva cerca de dez minutos, e custa uns R$ 12 ou R$ 13. Pois levei uma hora e meia e paguei R$ 40. Em vários momentos tive vontade de descer do carro e seguir a pé, mas fazia um calor insuportável, eu estava com uma roupa pouco apropriada para derreter ao sol e, além disso, seria covardia abandonar o motorista sozinho com o prejuízo.
       
3. Na segunda-feira passada tive que ir à Barra. A corrida, se é que se pode chamá-la assim, levou duas horas. O percurso, que antes me dava tanto prazer, há tempos se tornou um suplício; hoje só vou à Barra por absoluta necessidade, e faço o que posso para que essa necessidade seja cada vez menor. Não há comércio, restaurante ou espetáculo que justifique tanto tempo perdido.
       
4. O horrendo trânsito do Rio, que já ultrapassou São Paulo como cidade mais engarrafada do Brasil — e que ostenta o tristíssimo título de terceira cidade mais engarrafada do mundo — acaba com a alegria de qualquer um. Não é só o tempo perdido, o estresse sem fim; ficamos cada vez mais confinados aos nossos bairros, perdemos o prazer de percorrer e de descobrir a nossa cidade. A vida fica menor.

Eleicoes 2014: impacto das midias escrita e digital - obervacoes Cesar Maia

Interessantes observações de um especialista em comunicação política e eleitora, aliás, vetado pelo TRE do Rio de Janeiro para ser candidatos ao Senado, por algum problema de uso de verbas oficiais quando de seu desempenho executivo na Prefeitura.
A vida segue, a caravana passa, os cães ladram, e os comunicadores se estrumbicam, como diria o Chacrinha...
Paulo Roberto de Almeida


COMO AS REDES MULTIPLICAM A IMPRENSA NA CAMPANHA ELEITORAL!
Cesar Maia, 18/07/2014
    
1. Suponhamos um jornal com 200 mil leitores. Pela multiplicidade de notícias, a menos que seja uma notícia continuada -tipo campanha- a memória das matérias é de curtíssimo prazo para todos aqueles que não estão fortemente envolvidos com o conteúdo dessa ou daquela, seja pela força da informação ou da emoção.
     
2. Suponhamos uma matéria que gere memória, mas cuja publicação ocorreu numa página interna. Apenas uma fração dos leitores -digamos 10%- a leu com atenção. Digamos 20 mil pessoas. Se essa matéria é de interesse eleitoral, com denúncias sobre um candidato majoritário, os militantes de seus adversários vão usar essa matéria contra aquele.
     
3. O poder difusor da internet em matérias políticas é muitas vezes maior em matérias negativas. Quando militantes de uma candidatura copiam a matéria com denúncias sobre seus adversários, iniciam um processo de multiplicação nas diversas redes que tem acesso. Quando são redes pequenas, a multiplicação das matérias depende dos momentos seguintes.
     
4. Quando são redes grandes, as matérias já partem com bases ampliadas e a partir dai vão ser multiplicadas. A força do multiplicador das notícias eleitorais impressas tiradas de páginas internas dos jornais e revistas depende do interesse das mesmas e dos pontos de deflagração.  Portanto, seu impacto muda de acordo com essas duas variáveis básicas: interesse e deflagradores primários e secundários.
     
5. A velocidade de multiplicação aumenta muito quando está linkada a fotos/desenhos, com pouco texto, tipo a diagramação de charges. Claro, observado os dois vetores: interesse e deflagradores. Só que com potencial de multiplicação muito maior.
     
6. O uso dos vídeos tem fortíssimo potencial multiplicador, observados três vetores: interesse, deflagradores e o surpreendente/inusitado dos fatos em vídeos. Mas há uma restrição: o tamanho do vídeo. Quanto mais curto, melhor. Quando se aproxima ou passa de 3 minutos, ou o interesse e o inusitado do vídeo são muito fortes, ou tende a não ser visto até o final.
     
7. Nesse caso, se o impacto ocorre no final, o vídeo que vai além de 3 minutos perde muito, muito de seu potencial multiplicador.

Republica Federativa de Guantanamera?: ditador cubano em residenciaoficial do governo federal

O ditador Raúl Castro veio para um convescote de tiranetes latino-americanos. Oposição fez bem em exigir explicações do governo amigo das tiranias. 


Líderes de partidos de oposição na Câmara dos Deputados questionaram nesta quinta-feira (17/07), a hospedagem do presidente de Cuba, Raúl Castro, na Granja do Torto, residência oficial de campo da Presidência da República. A oposição pretende pedir informações ao Itamaraty e à Secretaria-Geral da Presidência da República sobre a deferência especial ao líder cubano. 

Segundo apurou a Agência Estado, a hospedagem de Castro estava sendo tratada como segredo de Estado pelo governo brasileiro, mas o fato foi confirmado por duas fontes do governo. 

Em Brasília para o encontro da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) com o presidente da China, Xi Jinping, Castro foi o único dos chefes de Estado a se hospedar na casa de campo utilizada pela presidente Dilma Rousseff. Nesta manhã, o cubano recebeu na Granja do Torto o colega venezuelano Nicolás Maduro. "É uma distinção inexplicável e injustificável", criticou o líder da bancada do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA). O tucano lembrou que o presidente cubano, em eventual dificuldade de encontrar hospedagem em Brasília, poderia optar pela Embaixada de seu país. 

Imbassahy informou que o PSDB vai encaminhar requerimento ao Ministério de Relações Exteriores questionando os custos e a falta de transparência do governo brasileiro. O tucano quer saber se, além da hospedagem, o governo brasileiro teve outros gastos, como transporte do presidente cubano e sua comitiva, além dos motivos pelos quais a estada de Castro foi mantida em sigilo pelo Palácio do Planalto. 

Outro requerimento será apresentado na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados para que o ministro Luiz Alberto Figueiredo esclareça o alinhamento entre Brasil e "países de regimes ditatoriais". "Depois que deu dinheiro para construção de um porto (de Mariel), supriu o caixa do governo cubano com os recursos do Programa Mais Médicos, o Palácio do Planalto oferece agora mais um mimo especial", atacou o deputado. O líder do DEM, Mendonça Filho (PE), também criticou o tratamento diferenciado ao cubano e chamou a Granja do Torto de "Embaixada da Ditadura no Brasil" e de "hospedaria de ditador latino-americano". "Essa distinção por Cuba, depois de ter criado um programa de importação de médicos para financiar a ditadura cubana, garante a Raul Castro tratamento concedido apenas para outro ditador, o presidente da Venezuela e afilhado político de Hugo Chávez, Nicolás Maduro, nesses 12 anos de governo do PT", afirmou. (Continua).

Banco dos Brics: duas opinioes negativas - Roberto Ellery e Adolfo Sachsida

Começo com o vídeo do Adolfo Sachsida, pois basta clicar no link abaixo:

Uma Ideia Ruim Sempre Pode ser Piorada: O Banco dos BRICS

https://www.youtube.com/watch?v=xXwo5_-KDH8&list=UUdivG5uywW1-UHNG5NGpExQ

Agora leiam o artigo do Roberto Ellery em seu blog, sobre o qual o Sachsida justamente me chamou a atenção.
Paulo Roberto de Almeida

Banco dos BRICS: Desnecessário e Perigoso

Blog do Roberto Ellery,  16/07/2014

O assunto da semana é a criação do Banco dos BRICS. Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul decidiram criar um banco que será sediado em Xangai e que será uma mistura de FMI com Banco Mundial. Para começo de conversa é preciso deixar claro que FMI e Banco Mundial exercem funções diferentes e, não raro, conflituosas. Enquanto o Banco Mundial é um banco de desenvolvimento com a tarefa de financiar o crescimento econômico no mundo e reduzir a pobreza (ver aqui) o FMI é um fundo desenhado para socorrer países em crise de balanço de pagamentos (ver aqui). O Banco Mundial é aquele banco que você recorrer quando tem uma ideia que acredita ser boa e quer transformar a ideia em um negócio ou quer um financiamento para que sua ideia reduza a pobreza, o FMI é aquele banco que você procura quando está quebrado. O Banco Mundial é o “policial bonzinho” e o FMI é o “policial malvado”.
Pensar as duas funções em um único banco é um desafio que não vou enfrentar nesse post, apenas registro que as possibilidades de risco moral são inúmeras. Aqui vou separar cada função e questionar a relevância de cada uma delas para o Brasil. Começo pelo banco de desenvolvimento, um dos meus vilões favoritos. A verdade é que já temos um banco de desenvolvimento de dimensões consideráveis. Em 2012 o Banco Mundial emprestou U$ 32 bilhões (ver aqui e aqui), no mesmo ano o BNDES desembolsou R$ 156 bilhões, o que equivale a aproximadamente U$ 70 bilhões pelo cambio atual. É isto mesmo, em 2012 o BNDES desembolsou duas vezes mais que o total de empréstimos realizados pelo Banco Mundial. Se o Brasil tem um banco maior que o Banco Mundial que é só dele por qual razão vai criar outro banco concorrente do Banco Mundial?
Uma possível resposta é que o novo banco terá uma atuação internacional e nós queremos ajudar os países mais pobres. O problema é que o BNDES já financia projetos em outros países (ver aqui) e sem dar satisfação a chineses ou a russos. Outra resposta é que o BNDES está fazendo um excelente serviço e um novo banco seria uma forma de ampliar esses serviços. Já escrevi um bocado sobre os efeitos do BNDES aqui no blog, é só fazer uma busca. Os exemplos do fracasso das políticas do banco se amontoam, o caso mais emblemático é o do grupo X de Eike Batista o que eu tomei conhecimento mais recentemente é o da Eldorado (ver aqui). O próprio Luciano Coutinho, presidente do BNDES e um dos mentores da política de campeões nacionais, já percebeu que a política de campeões nacionais que norteou a atuação do BNDES deve ser abandonada (ver aqui).
Entretanto, na condição de liberal chato e sendo mais chato do que liberal, coloco mais uma vez o retrato do fracasso do BNDES em elevar a taxa de investimento brasileira. A figura abaixo mostra os desembolsos do BNDES, a taxa de investimento no Brasil e a taxa de investimento na América Latina e Caribe. Notem que a taxa de investimento no Brasil é menor que a da América Latina e Caribe (não retirei o Brasil do grupo América Latina e Caribe, portanto o Brasil está puxando o grupo para baixo), mas ainda, o gigantesco aumento dos desembolsos do BNDES não foi capaz de dar a taxa de investimento do Brasil uma dinâmica diferente da taxa de investimento da América Latina e do Caribe. O único momento em que isto aconteceu foi na sequencia da crise de 2008, minha conclusão é que os efeitos da atuação do BNDES parecem mais com a de uma política de curto prazo do que com o que se esperaria de um banco de desenvolvimento. Os dados para desembolso são do próprio BNDES, as taxas de investimento são do FMI.
O motivo para isto é simples: o Brasil não precisa de um banco de investimento. As grandes restrições para o investimento no Brasil estão no ambiente de negócios, investir em um país que muda regras o tempo todo é uma decisão de alto risco. Investimentos de longo prazo exigem estabilidade, exatamente o que não oferecemos. Peço que o leitor imagine a apreensão de quem acabou de investir no Brasil em um setor que concorre com produtos chineses. Com o novo banco os chineses serão favorecidos? Quem arrisca uma resposta? A verdade é que mesmo no Banco Mundial a estratégia de combater pobreza e estimular desenvolvimento com crédito barato vem sendo questionada. O crédito barato costuma acabar nas mãos dos amigos do governante de plantão que não necessariamente são os que têm os melhores projetos, mais grave, o crédito barato acaba sendo usado para manter governos no poder e atenta contra a democracia.
A atuação do banco dos BRICS como banco de desenvolvimento me parece trazer mais problemas do que soluções. Mas como fica a atuação como emprestador de última instância para países em crises de balanço de pagamentos? Aqui é mais delicado. Alguém sempre pode argumentar, com alguma razão, que a existência desse tipo de banco acaba por estimular um comportamento irresponsável que leva às crises que o banco vai resolver. Simpatizo com essa linha de raciocínio, mas tenho de reconhecer que crises existiam antes do FMI e que, portanto, o FMI não pode ser a causa única para crises. Parece razoável argumentar que já que crises existem é aceitável existir um banco que socorra países em crises. Mas como entra o Brasil nesta história?
A taxa de poupança do Brasil está entre as mais baixas do mundo (ver aqui). Exatamente por qual razão um país que não tem capital para financiar o próprio investimento e que importa capital vai se oferecer para financiar países sem crédito para honrar seus compromissos externos? Pior, se não ajustar o preços dos combustíveis o Brasil caminha ele mesmo para uma crise do balanço de pagamentos (ver aqui). Mas aí está a vantagem, podem argumentar os espertos de plantão, ao criar o banco dos BRICS o Brasil está se antecipando e conseguindo quem financie uma eventual crise no balanço de pagamentos, afinal a China é um dos maiores credores do planeta. É uma jogada interessante, mas não esqueçamos que malandro demais vira bicho. China, Rússia e mesmo Índia não são os bobos do jogo de poder internacional, pelo contrário, são atentos e não raro brutais neste jogo. Acreditar que a China está disposta a financiar uma crise brasileira para mostrar algo aos EUA é acreditar em fadas. Impressiona que os que falam pelos cotovelos a respeito da questão geopolítica não estejam nos explicando exatamente o que ganhamos e o que perdemos no jogo de poder com a criação do banco.
O post já está longo, termino com uma frase que gosto muito de um filme sobre pôquer que não estou lembrando o nome agora. O jogador do filme dizia que se em tantos minutos você não souber quem o otário da mesa então saia da mesa que o otário é você. Gostaria muito que os especialistas que defendem a criação do banco dissessem quem é o otário da mesa, por razões óbvias as autoridades não podem dizer, se não souberem é melhor recomendar que saiamos da mesa...

The Woman: do que o Brasil escapou: a primeira embaixadora americana, que quase chegou...

Eu recebo tudo sobre o Brasil que é publicado no New Wirk Times. Por isso me surpreendi com uma chamada, com esse título, The Woman, e uma resenha de livro, relativa ao Brasil.
Curioso, fui ler agora, o que só vai ser publicado no NYTimes de domingo, uma longa resenha dessa extraordinária mulher, famosa por suas frases cortantes, a primeira embaixadora dos EUA, primeiro na Itália, e quase no Brasil, e que deixou um legado inesquecível, para o bem ou para o mal, para todos os que com ela conviveram.
Em todo caso, a resenha está muito bem feita, mas não pretendo comprar o livro, sequer folhear em livraria. A única coisa sobre o Brasil é a perspectiva de ter quase ido. Não sei do que escapamos, mas teria sido uma sensação.
O Brasil dos anos 1950 já tinha tantos problemas de instabilidade política e militar, que ela certamente seria mais uma fonte de instabilidade diplomática...
Enfim, leiam pelo menos a resenha que está muito boa. Vou tentar achar a resenha do primeiro volume. Essa mulher realmente fez história, mas apenas petite histoire...
Paulo Roberto de Almeida


The Woman
‘Price of Fame,’ by Sylvia Jukes Morris
By MAUREEN DOWDJULY 17, 2014

PRICE OF FAME
The Honorable Clare Boothe Luce
By Sylvia Jukes Morris
Illustrated. 735 pp. Random House. $35.

(vejam a foto aqui)
All Clare on the Western Front: With Fifth Army Group troops, 1945. Credit Courtesy of Sylvia Jukes Morris
Clare Boothe Luce has a lot to answer for.
As the grande dame of the Republican Party, she introduced Richard Nixon to Henry Kissinger at her 1967 Christmas cocktail party. As la belle dame sans merci of Manhattan’s smart set, she took whatever she wanted from life without regard to moral consequences, even after showily converting to Catholicism. As a glamorous World War II correspondent, she wrote a book so self-­regarding that Dorothy Parker titled her review “All Clare on the Western Front.”
Her colleague at Vanity Fair in the 1930s, Helen Lawrenson, wrote about the author of the venomous 1936 play “The Women”: “I can think of no one who aroused so much venom in members of her own sex.”
“Throughout her life she had aimed for the best of everything and usually gotten it,” Sylvia Jukes Morris writes in the second volume of her exhaustive biography of the relentless enchantress who had more hyphens in her résumé than Barbra Streisand. Clare Boothe Luce was an actress-editrix-playwright-screenwriter-­congresswoman-ambassador-presidential adviser. And as the wife of Henry Luce, father of the Time empire, she was the clever half of the predominant power couple of the mid-20th century, even giving Luce many ideas for Life magazine, though she was barred from its masthead.
She was “an accomplished seductress” who married once, if not twice, for money and position, Morris writes. Yet Luce always asserted that “in every marriage there are two marriages. His and hers. His is better. . . . What man now calls woman’s natural feminine mentality is the unnatural slave mentality he forced on her.”
In Morris’s first volume, “Rage for Fame,” Luce — the illegitimate daughter of a violet-eyed, conniving Upper West Side beauty who urged her daughter to use her blue eyes, blond hair and luminous skin to ensnare wealthy men — is on the ascent, driven by “her perpetual hunger for power in yet more spheres.”
She had few real friends, as Lawrenson wrote, because “she seemed to trust no one, love no one.” Yet, Lawrenson said, Luce “could enter a room where there were other women, more beautiful, ­better dressed with better figures, and they faded into the background, foils for her radiance.”
Luce flourished as a coquette and courtesan in bows and ruffles, but she once told male diplomats at a well-lubricated dinner: “Women are not interested in sex. All they want is babies and security from men. Men are just too stupid to know it.” Her sometime escort, the French artist Raymond Bret-Koch, appraised her this way: “It’s a beautiful, well-constructed facade but without central heating.”
As “Price of Fame” begins, it’s 1943 and the diaphanous, carnivorous 39-year-old Luce is still on the rise. The woman Morris calls “by far the smartest, most famous and most glamorous member of the House of Representatives” is eluding clamoring reporters as she arrives at Union Station to begin her term as a Connecticut Republican. She is also growing more pompous, becoming the target of contemporaries like Dawn Powell, who wrote “A Time to Be Born,” a piercing satire about the chilly blond climber Amanda Keeler, who was “too successful, too arrogantly on top, to even need good taste.”
Yet as the onetime Democrat became a Republican star — called “Blondilocks” by The Bridgeport Herald — Luce retained her talent to startle. Speaking to bejeweled Republican supporters at a dinner, in the low, melodious pitch she diligently rehearsed, Luce observed, “One of the troubles with the Republican Party is that it contains too many prehistoric millionaires who wear too many orchids.” Luce preferred to wear a rose in a small vial of water on the lapel of her custom-made suits.
When the Democratic representative J. William Fulbright lectured her on the House floor about her views on national security, she lectured him right back that he mixed up “infer” and “imply.” She attacked Senator Harry Truman’s wife as “Payroll Bess” for taking a salary of $4,500 a year to do her husband’s mail and edit committee reports. As president, Truman banned “that woman,” as he called her, from the White House. Luce accused Vice President Henry Wallace of “globaloney” and President Roosevelt of lying his way into World War II. Roosevelt riposted that Luce was a “sharp-tongued glamour girl of 40.”
After winning re-election, Luce went on a newfangled foreign junket with a delegation from the military affairs committee to visit the battlefields of Western Europe and collect some souvenirs: the hearts of romance-starved military men. Just before photographers snapped their shots, she would reverse her camouflage jacket to show the white lining, looking, as one Army public relations officer recalled, like “a gorgeous laughing snow bunny.”
She ensorcelled the married Lieut. Gen. Lucian K. Truscott Jr., in command of the Fifth Army in Italy. Soon she was in a black silk suit on the front, having dinner before a roaring fire with the handsome Truscott in his tent. As they sat on his regulation cot, he grabbed her and importuned, “The most beautiful thing in this world is an American division!”
As their romance blossomed, Truscott wrote poetry to her — “I’m troubled by the ghosts that haunt this place / They mock the skull beneath your lovely face” — and confessed, “I was drawn to you as iron is drawn by a magnet and was almost as helpless.” When she went off incommunicado with her general, the Pentagon dispatched a lieutenant to collect her from a villa in Rome and return her to the Z.I. (Zone of the Interior, i.e., the United States).
The ensuing decades, scarred by family tragedy; marital trauma; bouts with “the dismals,” as she called her bad mood swings; drug dependency; a hysterectomy at 44; arsenic poisoning; suicide attempts; a brain tumor and her horror at her fading beauty; a dwindling pool of male admirers and servant problems, make for fascinating but melancholy reading.
Over the years, Morris pursued Luce, who finally gave in and provided access to 460,000 items in the Library of Congress, more than many presidents save. With her husband, the fellow biographer Edmund Morris, Morris spent time with Luce at her home in Honolulu, which the renowned hostess called her “fur-lined rut,” and once ingratiated herself by filling in when Luce was lacking a full-time maid. “I don’t see much hope for a country where you can’t get live-in servants,” Luce, who was very hard on the servants — even once slapping the wife of one — grumpily told Morris.
She had no small talk, just pontification and a jutting jaw if anyone interrupted her monologues. And, when Luce poured herself a big Scotch despite her ulcers, nicknamed Qaddafi and Begin, Morris writes, “it seldom occurred to her to offer drinks to others.”
Morris is not great at stepping back and analyzing. She just methodically piles up the facts. Two volumes would seem excessive, but Luce’s pathological need to invent and reinvent herself, her restless, acquisitive drive to conquer new worlds and her cascading calamities end up providing plenty of vivid material.
Luce was not enamored of Congress. Her combination of femininity and forcefulness — which Vogue called “analogous to being dynamited by angel cake” — unnerved some colleagues, who ostracized her. She complained to Pearl Buck about “myriad little snubs and discriminations” dished out to “the girls.” (Her husband’s top editors also belittled her, and curtailed coverage of her, despite his importunings. She had to settle for the cover of Newsweek.) When a colleague in Congress tried to flatter Luce by saying she had “a masculine mind,” she demurred: “Thought has no sex.” She was touted as a possible vice-presidential candidate in 1944, but said: “Politics is the refuge of second-class minds.”
Although called “The Woman Who Has Everything,” she was lonely, and her marriage was ragged. Morris chronicles the “heart trouble” of both Luces, to use the euphemism Time editors employed for their boss’s infatuations. While she was recovering from her hysterectomy, Luce got a visit from a lawyer sent by Harry, as her husband was known, telling her that she “owed it” to Roman Catholicism to divorce him. But she clung to the marriage, even though he had refused to have sex with her for eight years, citing two events early in their relationship that he said made him impotent: when she had not been impressed enough that he made $1 million a year, and when she had been dismissive of his cherished membership in Yale’s Skull and Bones.
Although Luce had not been the most nurturing mother (Harry said she had treated her daughter, Ann, “abysmally” when the girl was growing up) she was shattered when the 19-year-old Stanford student died in 1944 in a car accident in Palo Alto. She wandered into a Catholic church in a haze of bitterness. It was the beginning of an intense spiritual odyssey that would end with her conversion to Catholicism — her instructor was Fulton J. Sheen, the monsignor with the piercing eyes who became a television star in the 1950s. It was a move that alienated her from Harry’s anti-­Catholic Presbyterian missionary mother, who would have been appalled to know that Luce asked Pope Pius XII to help persuade Harry to convert. It didn’t work.
Collecting charismatic priests the way she had once collected charismatic generals, Luce wrote religious screenplays and pointed out that Hollywood “means Holy rood — the wood of the Cross.” But she blamed the conversion for her inability to write with bite.
She moved on to fighting Communism. She conjured the dangerous idea of “preventive war” long before Dick Cheney, urging America to go to war with Russia. After she helped him in his campaign, President Eisenhower made her the ambassador to Italy (the first woman to hold the post). Despite some initial misogyny among Italian politicians and in the newspapers — the leader of the Communist Party described her as “an aging witch” — and a blunder when she urged Italians to vote against Communist pols, she did well in the job, and Harry enjoyed being the “consort.” She became known as “Machiavelli in a Schiaparelli.” But she was descending further into the Valley of the Dolls, not realizing that some of her ailments might be traced to the lead paint fragments in rosettes above her bed in the American embassy residence in Rome that were dropping into her morning coffee and possibly poisoning her.
Back in America, Harry tried to leave her for Lady Jeanne Campbell, the granddaughter of the British press titan Lord Beaverbrook. But she attempted suicide and he stayed, even though he could not bear even to cuddle her anymore, and she called him “a moral leper.” In an unsent letter to the younger Campbell, whom she referred to as “Baby,” Luce summed it up this way: “Big Mama won’t let Big Poppa go.” (Campbell married Norman Mailer instead.) In her “anecdotage,” as she termed it, Luce had a six-year “flirtation” with LSD, and said one trip made her realize that God didn’t like to be flirted with.
She agreed to be Eisenhower’s ambassador to Brazil. Senator Wayne Morse of Oregon fought the nomination, arguing that she was qualified to be only a “political hatchet man.” One Ohio senator even read into the record a poem by Sir William Watson entitled “The Woman With the Serpent’s Tongue.” Luce was confirmed but then proved Morse’s point when she made a crack, culled from Time researchers, about how her tormentor had once been kicked in the head by a horse. In the ensuing furor, Luce decided to drop out.
She proceeded to a new “enthusiasm,” Henry Kissinger, even though she was known to tell people that “there existed a relatively small group of wealthy Jews who met once a year in the greatest secrecy and planned the strategy of world Jewry for the future.” (The one time I met her, at a Time party in the ’80s, her opening gambit was: “Did you know all the mischief in the world was caused by five Jewish men?”)
Harry, a heavy smoker and drinker, died of a heart attack in 1967. Clare had once remarked that “widowhood is one of the fringe benefits of marriage,” but hers, she said, was “a sort of deluxe loneliness.”
Once, not long before she died in 1987 at age 84, felled by a brain tumor, Luce called Morris from her apartment at the Watergate, sad because it was Saturday night and she had no “beaus.” Morris asked her what kind of escort she would like. “A homosexual admiral would be good,” Luce replied, “because at the end of the evening I wouldn’t have to put out.”

Maureen Dowd is an Op-Ed columnist for The Times.
A version of this review appears in print on July 20, 2014, on page BR16 of the Sunday Book Review with the headline: The Woman


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