quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Diplomacia e politica externa: back to the future - Paulo Roberto de Almeida

Já tinha até esquecido deste artigo que escrevi entre um turno e outro das eleições, aparentemente mal recebido em certos ambientes, ou sequer lido em outros.
Não que eu fosse muito otimista quanto à possibilidade de mudança, pois sabia como funcionava a máquina eleitoral companheira, mas eu estava apenas explorando hipóteses de mudança.
Aparentemente não haverá mudanças, mas talvez a falta de recursos imponha algumas revisões aqui e ali. Não sei se serão as boas revisões...
Vamos ver como se aplicará a cláusula democrática do Mercosul, ou da Unasul, por exemplo, em face dos próximos desenvolvimentos em certo país aliado...
Paulo Roberto de Almeida

Retorno a uma diplomacia normal?
Paulo Roberto de Almeida
Jornal O Estado de S. Paulo (15/10/2014; link: http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,retorno-a-uma-diplomacia-normal-imp-,1577038).

Os companheiros no poder praticaram o que eles mesmos designaram como sendo uma “diplomacia ativa, altiva e soberana”. Sua primeira tarefa, em 2003, foi denegrir a anterior, considerada – como, de resto, as demais políticas – como manchada pela submissão ao império, pela adesão voluntária às regras perversas do “Consenso de Washington” e por vários outros pecados, no contexto da “herança maldita” que teriam recebido do governo precedente. Eles passaram a orientar a nova política externa por outros critérios: alianças estratégicas com supostas potências anti-hegemônicas, sonhos de “mudar as relações de força no mundo”, construir uma “nova geografia do comércio internacional” e manter relações preferenciais com os países do Sul, numa pouco disfarçada oposição ideológica ao império e às grandes potências hegemônicas.
Qual foi o resultado dessa agenda ativíssima? Certamente a ampliação da presença brasileira no mundo, nem sempre com os resultados esperados, mas sempre em benefício de alguns parceiros privilegiados pelos companheiros: alguns regimes deploráveis na região, e outros aliados pouco democráticos alhures. Nenhuma das principais prioridades – reforço do Mercosul, obtenção de uma cadeira permanente no Conselho de Segurança, conclusão exitosa da Rodada Doha – foi alcançada, mas é claro que nem todas dependiam do Brasil. A que dependia, o Mercosul, retrocedeu de bloco comercial a mero agrupamento político em pouco tempo, e sua ampliação se fez às custas de seus fundamentos. Enfim, se poderia continuar por vários outros fracassos companheiros, mas agora a hora é de olhar para a frente e ver o que poderia ser feito para corrigir alguns dos equívocos dos últimos três governos na frente externa.
Em primeiro lugar, caberia restabelecer a dignidade e a credibilidade da política externa e da diplomacia profissional, afetadas por uma formidável confusão com a – na verdade submissão à – diplomacia partidária, um ajuntamento anacrônico de velhos mitos esquerdistas e de ações e iniciativas que se desenvolveram à margem, até contra, antigas (mas válidas) tradições do Itamaraty: não intervenção nos assuntos internos dos outros Estados, observância aos tratados, condução técnica dos temas da agenda e, sobretudo, avaliação isenta dos interesses nacionais em oposição a qualquer tratamento ideológico das relações exteriores. Em segundo lugar, corrigir a miopia sulista, por uma política externa multidirecional e centrada em objetivos concretos, não em ilusões anti-hegemônicas, que aliás não são correspondidas por esses supostos aliados estratégicos. Em terceiro lugar, honrar alguns princípios constitucionais brasileiros, que parece terem sido esquecidos nos últimos tempos, como a adesão integral aos valores da democracia e dos direitos humanos e a rejeição absoluta do terrorismo como arma política (e aqui  estamos falando da própria região, não de fundamentalismos médio-orientais).
Mesmo quando se admite que a diplomacia ativa foi importante para colocar o Brasil no mapa do mundo – e os 27 doutorados honoris causa concedidos ao chefe da pirotecnia diplomática estão aí para provar isso mesmo – deve-se reconhecer que a política econômica externa dos companheiros contribuiu ativamente para retrair o Brasil no índice das liberdades econômicas, fazê-lo retroceder nos rankings de competitividade internacional e aumentar suas fragilidades comerciais, com uma queda na pauta exportadora manufaturada e uma dependência quase colonial do novo primeiro parceiro externo. Uma diplomacia econômica focada em resultados concretos reduziria o absurdo protecionismo comercial, trabalharia para reinserir o Brasil nas grandes redes globais de integração produtiva – abandonando o atual retorno ao stalinismo industrial da era militar – e redefiniria completamente nossa política comercial externa, a começar pelo Mercosul e demais esquemas de integração regional. O tratado do Mercosul, não custa lembrar, começa por proclamar objetivos de liberalização comercial e de abertura econômica, e não foi exatamente concebido para criar novas utopias sociais.
Em relação a certos sonhos de grandeza, é muito provável que a sociedade brasileira não veja na obtenção de uma cadeira permanente no Conselho de Segurança uma alta prioridade nacional, a despeito de esse tema provocar orgasmos em alguns diplomatas. As grandes “alianças estratégicas” com certos parceiros escolhidos a dedo também precisariam ser revistas, em função estritamente do interesse nacional, não de um desejo pouco secreto de enfrentar a “arrogância imperial”, disfarçada como uma tentativa de “democratizar as relações internacionais”. Algumas iniciativas de escassa racionalidade econômica – o Banco do Sul, cujo parto vem sendo feito a fórceps, e o Banco dos Brics, um grande negócio para os chineses – teriam igualmente de ser medidas sob o diapasão de sua utilidade efetiva.
No plano do relacionamento bilateral, há muito o que mudar, dada a natural propensão dos companheiros por certas preferências políticas que serviam mais às idiossincrasias ideológicas dos que estavam no poder do que a uma agenda equilibrada moldada pelo profissionalismo do Itamaraty. Um exame cuidadoso do perfil geográfico da diplomacia brasileira poderá ajudar nessa tarefa.
Por fim, caberia restabelecer de verdade a soberania nacional, deixando, por exemplo, de servir a governos estrangeiros de duvidosa reputação democrática com empréstimos secretos e outros mimos financeiros retirados do orçamento público. O Senado deve recuperar suas prerrogativas institucionais, voltando a examinar com todo o cuidado operações que envolvam recursos nacionais – como um inacreditável Fundo Soberano que jamais deveria ter existido –, como, aliás, determinado na Constituição.

Paulo Roberto de Almeida é diplomata e professor universitário
(http://www.pralmeida.org; http://diplomatizzando.blogspot.com).

Politica externa companheira: divida de US 600 milhoes sem o Conselho de Seguranca; quanto seria com o CSNU?

Em defesa dos companheiros, diga-se de passagem que não podemos aplicar a tal situação a famosa frase: Nunca Antes no Brasil...
De fato, o Brasil já andou devendo muito dinheiro para os organismos internacionais no passado, em governos anteriores ao Nunca Antes...
Não me lembro agora se foi nos tempos neoliberais, ou nos tempos populistas, talvez um pouco dos dois, pois governos só deixam de pagar suas obrigações internacionais quando a situação interna, e os déficits externos, são realmente muito graves.
E o Brasil já teve muitos momentos graves em sua história econômica.
Mas não me lembro de uma degringolada -- a palavra é francesa, e cem anos atrás ainda se escrevia em itálico e com um e final -- tão rápida, tão dramática, tão vergonhosa para nós, em tão pouco tempo depois dos tempos gloriosos da diploma ativa e altiva, quando o dinheiro literalmente caia em cataratas no MRE, para abrir novos e valentes postos um pouco em todas as partes do mundo, toda a América Latina, e outras partes do nosso planetinha redondo também.
Quando eu digo toda a América Latina eu quero dizer toda a América Latina, o que inclui o Caribe francês, holandês e britânico, a América central em todos os seus quadrantes, e postos avançados na África, dignos de um Stanley, de um Rodhes, de um Brazza, quem sabe até de um Livingstone, ou Richard Burton (não o ator, o explorador indômito).
Não esquecer, tampouco, lugares gloriosos como a Coreia do Norte e outros cantos recuados do planeta, talvez até mesmo algum reino da felicidade no Himalaia.
Pois agora parece que esgotamos todas as possibilidades de extensão geográfica, horizontal, e talvez não tenha sobrado dinheiro para a extensão vertical, ou seja, os organismos internacionais, alguns dinossauros -- que já deveriam ter sido enterrados em camadas geológicas de papéis inúteis -- e até alguns órgãos muito úteis, como parece ser a Secretaria da Unasul (que atua valentemente em defesa da democracia no continente) e talvez até da Secretaria do Mercosul, esse outro gigante da integração regional...
Bem, chega um dia que a coisa não estica mais, pois já esticou bastante.
Parece que chegou o momento de desesticar...
Enfim, é só uma sugestão...
Paulo Roberto de Almeida

Dívida de mais de R$ 600 milhões derruba direito de voto do Brasil na ONU
28/01/2015 

Genebra - Com recursos reduzidos para sua política externa, o Brasil perdeu o direito de votos em instituições internacionais, sofreu derrotas em eleições para cargos, foi excluído do comando das missões de paz e teve sua credibilidade de potência emergente afetada.

No total, a dívida do País com as agências da ONU soma R$ 662 milhões (cerca de US$ 258,6 milhões) e os efeitos já começaram a ser sentidos.

Na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o Brasil perdeu seu direito de voto desde o dia 1.º de janeiro de 2015 depois de acumular uma dívida de US$ 35 milhões, segundo os dados oficiais.

O Itamaraty não paga suas contas desde 2012. Na semana passada, o Estado revelou que, diante de uma dívida de US$ 6 milhões e dois anos sem fazer contribuições financeiras, o Brasil também perdeu o direito ao voto na assembleia das partes do Tribunal Penal Internacional.

Por isso, o Itamaraty não pode eleger juízes e nem votar sobre o orçamento da entidade. Para restabelecer seus direitos na AIEA, basta o Brasil depositar US$ 4 milhões nas contas da entidade. Mas, por enquanto, não há sinal do governo de que o montante será pago.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Petrolao e partido totalitario: a Mafia e as penas - eu e Reinaldo Azevedo

Começo por uma evidência: penas existem para os que cometeram crimes, podendo haver a tal de leniência (ou seja, uma pena menor) para a delação premiada. Isto quer dizer que doleiro, empresários e mafiosos petralhas têm de ir para a cadeia, no grau determinado pela sua culpabilidade e colaboração.
Mas o dinheiro roubado, esse não tem de ser objeto de nenhuma dosimetria: tem de ser devolvido 100%. Todo!
Paulo Roberto de Almeida
O procurador da República do Paraná Deltan Dallagnol, que integra a força-tarefa da Lava Jato, concedeu por escrito uma entrevista ao jornal O Globo. Disse coisas com as quais concordo inteiramente. Outras têm de ser devidamente sopesadas. Começo por aquilo em que pode haver discordância não exatamente na origem da constatação, mas nos desdobramentos. Vamos ver.
Dallagnol afirma o seguinte sobre as empreiteiras que participaram do esquema do Petrolão: “As empreiteiras são protagonistas de um grande e danoso esquema criminoso de sangria de recursos públicos que ocorre há muitos anos. A corrupção é praticada há tanto tempo por essas empresas que se tornou um modelo de negócio que objetivava majorar lucros. Se as empresas se organizaram em cartéis para fraudar licitações e aumentar ilegalmente suas margens de lucro, não faz sentido alegar que foram vítimas de achaques por seus cúmplices”.
Vamos lá. Que elas cometeram crime, não há dúvida. Que se organizaram para negociar com os bandidos que estavam na Petrobras, também não. Que participaram do jogo, quando poderiam tê-lo denunciado, idem. Então, de fato, os comandantes das empresas também agrediram a lei e têm de ser punidos.
Mas precisamos tomar cuidado para que isso não distorça a natureza do jogo: a Petrobras estava sob o comando de um partido político — e não de vários. PMDB e PP estavam lá segundo a lógica do loteamento, mas a estatal estava subordinada a um ente de razão chamado PT e obedecia a uma visão estratégica de poder. Caso se considere que os agentes criminosos da Petrobras estão em pé de igualdade com os agentes criminosos das empreiteiras, sabem o que vai acontecer? Vai desaparecer a essência da questão: um partido político fez da estatal instrumento da tomada e consolidação do poder.
O procurador negou que tenha havido promessa de pagamento de taxa de sucesso para Youssef. E concordo com o seu argumento quando diz que converter a redução de uma multa num imóvel não é prêmio. Vamos lá. Afirmei neste blog ontem: “A multa é parte da pena, como é a prisão. Tanto é que passa por uma espécie de dosimetria também. Se Youssef terá reduzido tempo de reclusão em razão de ter colaborado com a Justiça, o mesmo deve ocorrer com a sanção pecuniária. É parte do jogo”. Disse hoje o procurador ao Globo: “Assim como é possível reduzir a pena de prisão em razão da colaboração, também é possível também reduzir a pena de multa de modo proporcional à colaboração”.
É isso.

Russia contesta anexacao da RDA pela RFA em 1989: back to the future - Adam Taylor (WP)

Em primeiro lugar, a Duma da Rússia não tem nada a ver com um evento que ocorreu em outro país, num momento em que a Rússia não existia como Estado soberano no plano internacional, pois ela era uma república federada da União Soviética, hoje (felizmente) desaparecida.
Em segundo lugar, eles poderiam se ocupar de coisas mais importantes do que fazer girar para trás a roda da História, como disse Marx no Manifesto Comunista.
Em terceiro lugar, quem decidiu foi o povo da RDA, ou os alemães do leste, que estavam cansados de comer repolho, calçar botinas soviéticas e andar naquele fabuloso carro que se chamava Trabant.
Eles votaram com os pés, quebrando muros e cercas, e unificando as duas partes da Alemanha indiferentes ao que pensavam os dirigentes. O chanceler alemão à época, Helmut Kohl, até pagou, e muito, aos soviéticos, para eles deixarem o território da RDA e levarem os seus tanques e mísseis de volta. De mais a mais, Kohl também efetuou uma conversão do OstMark muito favorável aos habitantes da finada RDA, pois a taxa de câmbio real era muito mais baixa.
Talvez os russos de hoje não gostem do fim da Guerra Fria, mas eles vão precisar entrar na De Lorean do filme Back to the Future, para mudar os eventos de 1989.
Paulo Roberto de Almeida

Russia’s bizarre proposal to condemn West Germany’s 1989 ‘annexation’ of East Germany

January 28 at 2:58 PM
Russian lawmakers will consider a new statement that would condemn an event that happened 25 years ago – the reunification of Germany.
According to Russian news agency Tass, State Duma speaker Sergey Naryshkin has asked the Duma's Committee on Foreign Affairs to look into condemning the "annexation" of East Germany by West Germany in 1989.
Given the time that's passed and the relative success of German reunification, the idea has struck many as absurd: Mikhail Gorbachev, leader of the Soviet Union in 1989, called it "nonsense"  Wednesday. Similar outlandish statements have been made by Russian lawmakers recently – last year, one proposed a ban on high heels, for example.
However, this proposal can't be as easily dismissed: Naryshkin is an ally of President Vladimir Putin and it seems unlikely he would have made such a bold statement without the Russian leader's approval.
And while the events it concerns may be long in the past, the motivation is likely the present. The plan was originally put forward by Nikolay Ivanov, a Communist Party lawmaker, who has argued that the reunification of Germany was insufficiently democratic. "Unlike Crimea, a referendum was not conducted in the German Democratic Republic," Ivanov was quoted as saying, referring to the region of Ukraine that broke away to join Russia last year after a disputed referendum.
Russia and Germany have an important, if complicated, relationship. Chancellor Angela Merkel is perhaps the closest Western leader to Putin – she grew up in East Germany, and – like Putin, who served with the KGB in Dresden –  can speak both German and Russian. However, Merkel has been a prominent voice supporting sanctions on Russia after actions in Ukraine, and the relationship has been strained. Merkel famously told President  Obama that the Russian leader was living "in another world."
Ivanov pointed to comments made by the Luxembourgian president of the Parliamentary Assembly of the Council of Europe (PACE), Anne Brasseur, who had accused Russia of annexing Crimea, and said his proposal was a "form of a retaliatory step." Merkel herself had also recently condemned Russia for its actions in Crime. “The annexation of Crimea is a violation of something that has made up our peaceful coexistence, namely the protection of borders and territorial integrity,” Merkel said last week in Davos, Switzerland.
Even if the proposal is just bluster, a direct comparison between the two events does seem a little hard to make. The reunification of Germany occurred after Hungary removed its border fence, allowing thousands of East Germans escape  to the West, and eventually helped to topple the Berlin wall. After large protests, the socialist German Democratic Republic (GDR) later held free and fair elections in 1990, which led to the formation of a pro-reunification government that signed an agreement to dissolve East Germany and join with the West.
Meanwhile, Crimea followed violence in the Ukrainian capital of Kiev and the ousting of pro-Russian President Viktor Yanukovych, and the mysterious arrival of the "little green men" widely assumed to be Russian troops. A rushed referendum was held with these troops in town, which produced overwhelmingly pro-Russian results.
As Gorbachev put it, the times are different. "You can't make judgments about what happened in another era, 25 years ago, from current-day conditions," the former general secretary of the Communist Party of the Soviet Union told Interfax. "What referendum could have been held while hundreds of thousands of people rallied both in the GDR and the FRG [the Federal Republic of Germany or West Germany], the only motto being 'We are one nation?' "
Adam Taylor writes about foreign affairs for The Washington Post. Originally from London, he studied at the University of Manchester and Columbia University.

Petrobras: somos incompetentes para quantificar a roubalheira e nao temos interesse em quantificar...

Em síntese, é o que diz, nas entrelinhas, o mais recente comunicado da vaca petrolífera, aquela que deveria fazer a fortuna dos companheiros, e que pode representar a sua desgraça.
Por enquanto, os mesmos incompetentes permanecem em sua direção, o que significa que nada se apurará, e nada se corrigirá.
Tudo o que se fizer será por injunção da Justiça.
A vaca petrolífera continuará paralisada.
Em outro comunicado da presidência, se informa que as perdas podem chegar a 88 bilhões de reais, eu disse 88 BILHÕES. Mas, podem apostar que deve ser o dobro disso.
Paulo Roberto de Almeida

Comunicado Petrobras

Rio de Janeiro, 27 de janeiro de 2015 - Petrobras divulga seus resultados consolidados não revisados pelos auditores independentes, expressos em milhões de reais, de acordo com o IAS 34 exceto pela existência de erros nos valores de determinados ativos imobilizados.

A divulgação das demonstrações contábeis não revisadas pelos auditores independentes do terceiro trimestre de 2014 tem o objetivo de atender obrigações da Companhia (covenants) em contratos de dívida e facultar o acesso às informações aos seus públicos de interesse, cumprindo com o dever de informar ao mercado e agindo com transparência com relação aos eventos recentes que vieram a público no âmbito da “Operação Lava Jato”.

A Companhia entende que será necessário realizar ajustes nas demonstrações contábeis para a correção dos valores dos ativos imobilizados que foram impactados por valores relacionados aos atos ilícitos perpetrados por empresas fornecedoras, agentes políticos, funcionários da Petrobras e outras pessoas no âmbito da “Operação Lava Jato”.

No entanto, em face da impraticabilidade de quantificar de forma correta, completa e definitiva tais valores que foram capitalizados em seu ativo imobilizado, a Companhia considerou a adoção de abordagens alternativas para correção desses valores: i) uso de um percentual médio de pagamentos indevidos, citados em depoimentos; ii) avaliação a valor justo dos ativos cuja constituição se deu por meio de contratos de fornecimento de bens e serviços firmados com empresas citadas na “Operação Lava Jato”. Essas alternativas se mostraram inapropriadas para substituir a impraticável determinação do sobrepreço relacionado a esses pagamentos indevidos.

Com objetivo de divulgar as demonstrações contábeis do terceiro trimestre de 2014 revisadas pelos auditores independentes, a Companhia está avaliando outras metodologias que atendam às exigências dos órgãos reguladores (CVM e SEC).

Politica externa brasileira: brincando de pesquisador serio... (uma contradicao nos termos...)

Tendo respondido a uma pesquisa online, e caindo ao final no formulário do Google Pesquisa (ou seja lá como se chama o treco), resolvi fazer um teste comigo mesmo, inventando uma pesquisa out of the blue, sobre a diplomacia brasileira.
Maneira de parecer importante, ou pesquisador titulado...
Em todo caso, aqui está a pesquisa, que eu já respondi para mim mesmo, mas era apenas um teste, e de nenhuma forma pretendi caracterizar inadequadamente nossa política externa ativa e altiva.
Em todo caso, cabe evitar uma confusão, que eu também fiz: misturar política externa com diplomacia. As duas podem não ter nada a ver uma com a outra, e mesmo situar-se a léguas de distância uma da outra, embora alguns acreditem que sejam indissociáveis.
Quando se fala o Brasil fez isso ou aquilo, o Itamaraty tomou esta ou aquela posição, pare, pense, refleita, reconsidere, pense duas vezes: será que foi mesmo o Brasil, será que foi o Itamaraty que fez aquilo? Pois é, pode não ser...
Como dizia um antigo personagem de cartoon (mas bem brasileiro), as aparências enganam.

Em todo caso, quem quiser exercer seus dotes de bom caracterizador, pode ir a este link:
https://docs.google.com/forms/d/16kWgnKFarGBRUO3e3T6pdnS46JlmUlEIEiA9vwqKo2I/edit#

Aqui a pergunta: 
Como você definiria a política externa brasileira desde 2003? Adequada, exótica, aceitável, fora dos padrões habituais do Itamaraty? Escolha a sua caracterização.
Aqui uma explicação simplória:
Não é novidade para ninguém, diplomatas ou não diplomatas, que a política externa brasileira deixou de ser consensual desde a chegada do PT ao poder. Não vai nisso nenhuma opinião pessoal, é matéria de fato, expressa em um sem número de opiniões de articulistas, editoriais de grandes jornais, análises de especialistas. Aparentemente, apenas os próprios detentores do poder e certo número de diplomatas mostra grande grau de adesão a essa política. Você pode caracterizá-la da forma que achar mais conveniente.

Enfim, divirtam-se (e não me contem o resultado; vai ser surpresa...).
Paulo Roberto de Almeida

O Poder Nacional: uma pesquisa com consulta ao publico em geral: PARTICIPEM!

Um militar brasileiro, Alexandre Teixeira, estudioso e pesquisador das coisas nacionais -- todos os militares estão sempre preocupados com o estado da nação -- contatou-me para responder a um questionário de pesquisa que ele elaborou e pretende integrar a um trabalho que está preparando sobre os fatores de poder nacional (que neste caso quer mesmo dizer poder de um Estado, em geral (mas você pode pensar no Brasil, obviamente).
Já respondi, embora eu seja um cético com relação a esse tipo de pesquisa. A despeito de ser sociólogo, e de já ter estudado um pouco de sociografia (ou seja, técnicas de pesquisa sobre um assunto qualquer, com metodologia adequada ao tema, contexto, amostragem e processamento dos dados pós-pesquisa e análise dos resultados), não me deixo convencer muito com pesquisas de opinião, muito suscetíveis de expressar o humor ocasional, o engajamento político, e até mesmo o pensamento bem pensado dos respondentes.
Mas talvez seja isso mesmo que o Alexandre esteja pesquisando: quais os fatores que consideramos relevantes para o poder de um Estado (estou obviamente "distorcendo" o pensamento dos militares, que quando pensam em poder nacional, pensam justamente em todos os fatores que o conformam, mas como soldados e diplomatas são seres disciplinados, para eles, poder nacional é poder de Estado, e assim eu interpreto o sentido da pesquisa).
Eu já tenho uma certa desconfiança dessa tendência maquiavélica de colocar o Estado na frente dos indivíduos, mas isso é coisa de militares (e de diplomatas, ao que parece).
Em todo caso, considero meritório o seu esforço, e já tendo respondido ao questionário, convido os colegas, amigos, curiosos, interessados, simples navegantes ou passantes neste espaço a também colaborar com a pesquisa. Quanto maior o número de respondentes, mais representativa ela será desta faixa de cidadãos -- nós mesmos -- que não temos nenhum poder de Estado, mas que somos conscientes sobre como consertar certas coisas. Pois as nossas preferências ficarão expressas em nossas respostas, e talvez algum dia tenhamos um questionário sobre a construção do capital humano em nosso país.
Habilitem-se...
Paulo Roberto de Almeida 

Alexandre Teixeira  
Militar na Exército Brasileiro

Prezados,
A todos que têm atendido a solicitação de apoio, minha total gratidão.
Àqueles que ainda não o fizeram pelos mais diversos motivos, deixamos, mais uma vez o convite, reforçando que sua participação é essencial para o sucesso da pesquisa, seja para se atingir o número mínimo de respostas, seja para diversificar ao máximo a amostra.
Reforço o pedido de repassar o(s) links aos contatos de vocês, dentro do possível, ampliando ainda mais o alcance da pesquisa.
Obrigado, mais uma vez, pela paciência, compreensão e colaboração.
Att,
Alexandre Teixeira - Maj Exército Brasileiro




FATORES COMPONENTES DO PODER DO ESTADO
O presente questionário visa ao estudo do grau de importância dos fatores (e subfatores) componentes do Poder do Estado, tendo por base um modelo teórico que compreende os seguintes fatores: ECONÔMICO, POLÍTICO, MILITAR, SOCIAL, CULTURAL, TERRITORIAL, C&T, POPULACIONAL, VONTADE E AMBIENTAL. Assim, com a finalidade de hierarquizar os principais fatores descritos (e seus subfatores), solicita-se responder o questionário a seguir, quantificando a importância de cada um dos itens, conforme a escala apresentada.
Agradecemos, desde já, por sua paciência e colaboração.

Seguem os links novamente e atualizados:

Para civis brasileiros:

LINK: http://goo.gl/forms/GkHP4usgu0
_____________________________________________________

Para militares brasileiros:
LINK: http://goo.gl/forms/GCb1GCvO5s
_____________________________________________________

Para estrangeiros (civis e militares) :
El formulario podrá contestarlo on-line en el link:
http://goo.gl/forms/IvhQlo2VS2

FACTORES COMPONENTES DEL PODER NACIONAL
El presente cuestionario es parte de una investigación que tiene por finalidad determinar el grado de importancia de los factores componentes del Poder Nacional ( y sus subfactores), según la percepción de la defensa sudamericana, teniendo como base un modelo teórico que comprende los siguientes factores: Político, Económico, Población, Militar, Social, Cultural,Territorial, Ciencia y Tecnología (C&T), Voluntad y Ambiental.Por lo tanto, con el propósito de jerarquizar los factores descritos (y sus subfactores), se ruega rellenar el cuestionario que se presenta a continuación, cuantificando la importancia de cada uno de ellos, según la escala presentada.
Una vez que se haya comenzado el cuestionario, debe hacerlo hasta el final. El tiempo medio para su completación es de 15 minutos.
Le agradecemos de antemano su paciencia, interés y cooperación.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...