quarta-feira, 22 de abril de 2015

Brasil: corrupcao e desorganizacao, bem maiores do que o imaginado - Diogo Mainardi (O Antagonista)

Apenas transcrevendo, não sem um enorme sentimento de desconforto com a degradação moral em que parece ter entrado nosso país, pelas instituições que justamente defenderiam defender a legalidade e a justiça.
Paulo Roberto de Almeida

A guerra suja da PF (1)
Diogo Mainardi / site O Antagonista
Brasil 21.04.15

A disputa entre a Procuradoria-Geral da República e os delegados da Polícia Federal, que resultou na suspensão temporária dos depoimentos dos políticos envolvidos na Operação Lava Jato, não é uma "guerra de vaidades", como escreveram jornalistas desinformados.
Assim como tantos outros neste país infeliz, é um embate entre o certo e o errado; entre o honesto e o desonesto; entre o Bem e o Mal, se quisermos ser épicos.
Quem primeiro soou o alerta foi o jornalista Claudio Tognolli, no seu blog. O Antagonista, que sempre esteve ao lado dos procuradores, leu com estupor o que Claudio Tognolli apurou e publicou. Fomos, então, ouvir nossas próprias fontes, não por desconfiança do jornalista -- um excelente repórter investigativo --, mas porque queríamos tentar ir um pouco além na verdade horripilante.
Antes de mais nada, elas confirmaram o que Claudio Tognolli publicou:
a) Os delegados federais da Lava Jato estão empenhados, muito além do que seria razoável, na aprovação de um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) que dá autonomia funcional, administrativa e financeira à PF. Uma vez aprovada a PEC, os delegados seriam os máximos dirigentes de um "Quarto Poder" na República, completamente independente da Justiça.
b) Para a aprovação dessa PEC, o presidente da Associação dos Delegados de Polícia Federal, Marcos Leôncio estava no gabinete do senador petista Humberto Costa, investigado pela Lava Jato, quando o ministro Teori Zavascki atendeu o pedido de Rodrigo Janot, procurador-geral da República, para que os depoimentos dos políticos fossem suspensos.
c) Marcos Leôncio também fez lobby com dois investigados pela Lava Jato: os deputados Eduardo Cunha, do PMDB, presidente da Câmara, e Arthur Lira, do PP, presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, encarregada de levar adiante ou não a PEC que interessa aos delegados da PF. Cunha e Lira também são investigados pela Lava Jato.
O que foi prometido a esses políticos? Mais no próximo post.

A guerra suja da PF (2)
Brasil 21.04.15
O jornalista Claudio Tognolli publicou que os delegados federais da Lava Jato ofereceram ao senador petista Humberto Costa ouvi-lo sem a presença de procuradores e com perguntas entregues antecipadamente.
Pois bem, O Antagonista apurou que a mesma maracutaia foi oferecida aos deputados Eduardo Cunha, do PMDB, e Arthur Lira, do PP.
Diante dessas informações, Rodrigo Janot, acertadamente, pediu a suspensão temporária dos depoimentos.

A guerra suja da PF (3)
Brasil 21.04.15 17:17
O jornalista Claudio Tognolli publicou que os delegados da Lava Jato seguraram as informações sobre o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, durante a campanha eleitoral. Em troca do silêncio, arrancaram de Dilma Rousseff a assinatura da medida provisória que lhes garante privilégios nas promoções de carreira, em detrimento dos agentes e peritos da própria corporação.
Dilma Rousseff vendeu a ideia de que, assim, o seu governo fortalecia a PF, mas na verdade ela foi chantageada.
O Antagonista apurou que Dilma Rousseff não foi a primeira ocupante do Palácio do Planalto a sofrer achaque.
Ao balcanizar a PF desde o escândalo do mensalão, o PT criou um monstro. E esse monstro perdeu o freio. De acordo com um dos relatos ouvidos pelo Antagonista, delegados federais têm em seu poder diálogos de Lula, obtidos por meio de escutas telefônicas, que mostram sem nenhuma sombra de dúvida o papel do ex-presidente no esquema do mensalão.

A guerra suja da PF (4)
Brasil 21.04.15 18:16
Delegados da PF e representantes da associação que defende os interesses desse pessoal aproveitam-se da má fama de Rodrigo Janot, criada por jornalistas, para dizer que a interrupção dos depoimentos dos políticos da Lava Jato foi uma manobra do procurador-geral da República para atrapalhar as investigações. Que os delegados da Lava Jato que tentaram ouvir os políticos envolvidos, sem o conhecimento dos procuradores, queriam apenas acelerar o processo.
Balela.
O que Rodrigo Janot impediu foi que se replicasse na Lava Jato um modelo adotado sob o desgoverno do PT: o achaque sistemático de políticos, não importa o partido. O modelo pode ser resumido da seguinte forma, segundo as fontes do Antagonista: a prova aparece, negocia-se com o interessado, extrai-se a prova do inquérito, a prova é destruída.
"A coisa atingiu tal ponto ao longo dos últimos anos, que foi criada na PF um Departamento de Inquéritos Especiais, ao qual só alguns poucos têm acesso. Ali são guardados os inquéritos usados para achaque. O Departamento de Inquéritos Especiais é uma central do achaque", disse uma respeitada autoridade ao Antagonista.

A guerra suja da PF (5)
Brasil 21.04.15 18:53
No final da década passada, a Polícia Federal adquiriu maletas que, se localizadas próximas do alvo a ser investigado, podem realizar interceptações telefônicas. Isso elimina a necessidade de fazer escutas ambientais ou solicitar a operadoras que grampeiem telefones.
Agentes da PF relatam que, oficialmente, cinco maletas foram importadas. No entanto, vieram mais duas "de brinde" -- que nunca foram tombadas. Por quê?

A Polícia Federal do Brasil conta com uma maioria de profissionais abnegados e honestos, entre os quais os agentes que atuam na Operação Lava Jato, fazendo o trabalho de campo. A série que termina aqui não tem como objetivo miná-la. Pelo contrário, deveria servir para fortalecê-la. Mas, como voltamos a ouvir algumas histórias já descritas por Romeu Tuma Jr., no seu "Assassinato de Reputações", a situação está longe de melhorar desde a publicação do livro, em 2013.
Que a PF extirpe dos seus quadros quem mancha a sua reputação, tirando vantagem do conturbado quadro político-institucional vivido pelo país.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Miseria da Diplomacia? Certamente! Stricto et lato sensi. - Fabio Pereira Ribeiro (Exame)

Fabio Pereira Ribeiro (Exame)

Brasil no mundo


Telegrama 71, Diplomacia, Inteligência e Tiradentes



No final da Segunda Grande Guerra Mundial, já prevendo o fim, Adolf Hitler enviou para toda sua rede, além do povo alemão, o “Telegrama 71”, que consistia literalmente na eliminação dos alemães. Na visão utópica e louca de Hitler, “somente o povo vitorioso merece viver, ora, se determinado povo não é vitorioso, logo deve deixar de existir, por não merecer persistir na existência”.

Eu sempre me amedronto com a história, e que seja sempre assim, pois com o erros que a história universal registra, muitos outros pecados universais podem ser neutralizados. A lógica de Hitler é um exercício para demonstrar o quanto o Estado que manipula sua diplomacia e sua inteligência podem destruir um país, ou melhor, toda uma Nação. A sorte estava no fato de que o povo alemão já não levava Hitler mais a sério, a grande questão era sobreviver, principalmente pelo que vinha pela frente.

É óbvio que a lógica do Telegrama 71 é remota para um Estado-Nação nos dias de hoje, por mais que o Estado Islâmico cresce e aparece. Mas pela própria lógica do Telegrama 71, assistimos o quanto um Estado manipula por ideologias baratas todo o desenvolvimento internacional e de segurança de uma Nação.

Ontem, 20 de abril, comemorou-se o dia do Diplomata. Profissão tão honrosa para o Brasil, que durante muitos anos ajudou a construir de forma pró ativa a imagem do país no exterior. Graças à diplomacia brasileira, o Brasil se colocou de forma efetiva nos grandes debates internacionais, além de firmar posições sérias e respeitas, diferente do que vem acontecendo nos últimos anos, principalmente por alinhamentos errôneos e das ingerências partidárias para a construção de uma política externa do “Não”. Do “não” tem política alguma, ou do “não” do tudo contra, principalmente pela utopia do antiamericanismo.

O Brasil sofre com o descaso diplomático, e mais ainda pela ingerência do super oculto Chanceler, aquele que em suas vontades em um jogo War, pensa que está constituindo valores para o futuro internacional do Brasil. Diplomatas honrados e focados com o dever pelo Brasil, e não pelo partido ou pelo poder, nos atos de bravuras diplomáticas são punidos, vergonhosa situação que faz com que alma do Barão do Rio Branco fique atordoada em um céu reluzente.

A Nação brasileira perde com o descaso de sua diplomacia. Pagamos uma conta muito alta para ter um processo diplomático enferrujado e mofado, onde alinhamentos ultrapassados, diálogos com terroristas, apoio à ditadores e caudilhos latino americanos, calotes com organismos internacionais, além de atrasos orçamentários para o custeio de nossas embaixadas e consulados, constituem o verdadeiro retrato da diplomacia brasileira, o retrato do que não sabemos mais para o que serve a diplomacia. Vergonhoso para todos os profissionais da diplomacia que são obrigados a ficarem em silêncio para não sofrer da “geladeira punitiva do Planalto”.

Hoje me pergunto se o Brasil tem realmente uma “estratégia de diplomacia”? Tão pouco temos estratégias de inteligência, de contraespionagem e de Defesa. Tudo é muito partidarizado. Tudo é muito utópico e conduzido por pessoas pouco aderentes às agendas, por mais que as mesmas tenham profissionais do mais alto gabarito intelectual e profissional, mas ficam a mercê das ideologias partidárias.

O diplomata de carreira e ex-professor do Instituto Rio Branco de formação dos diplomatas brasileiros, Paulo Roberto de Almeida, escreveu um dos melhores livros que já explicou de forma direta e sem frescura a diplomacia brasileira. O seu livro, “Nunca Antes na Diplomacia… – a política externa brasileira em tempos não convencionais”, apresenta o real cenário diplomático, e até mesmo preocupante sobre o quanto o Brasil já perdeu com o sistema internacional.

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Recheado de análises estratégicas e cirúrgicas, a obra “Nunca Antes da Diplomacia” contempla em seu último capítulo uma visão sobre como o Barão do Rio Branco pensaria a diplomacia nos dias de hoje. De fato, o Barão estaria muito triste e deprimido hoje. Por uma construção histórica, Paulo Roberto de Almeida apresenta que “cem anos depois, parece que tivemos não apenas uma diplomacia estreitamente partidária, mas até um chanceler que, talvez insatisfeito por ser “apenas” diplomata, resolveu se inscrever em um partido, ou melhor, no partido do poder, o que aparentemente nunca lhe foi exigido como chanceler ou como funcionário de Estado. Mas, como defensor de um governo partidário, ele resolveu se filiar a esse partido. Como todo militante desse partido, como naquelas agrupações religiosas que exigem o dízimo, tem de contribuir com sua cota de boa vontade financeira, o mesmo chanceler escolheu ser conselheiro de algumas coisas, para arredondar o salário, já que o Brasil é hoje um país caro (talvez em função de algumas políticas de pequena estratégia que o mesmo partido aplica). O Barão, provavelmente, desprezaria gestos como esse”. Na verdade, qualquer cidadão com o mínimo de bom senso desprezaria. Esse time que destrói a diplomacia brasileira é o mesmo que constrói desinformação e manipulação para um Brasil das propagandas políticas. É o mesmo que alimenta a discórdia e o caos econômico e se alimenta, como verdadeiras frieiras, dos tributos do pobre cidadão brasileiro.

Junto com a diplomacia, a área de inteligência vai pelo mesmo caminho, quiçá pior. E o impacto vai além, nossa segurança pública sofre os descalabros da letargia de nossa presidente com o descaso sobre as atividades de inteligência e contraespionagem em território nacional e no exterior. Por sinal, quando nossa Presidente Dilma Rousseff fará andar a Política Nacional de Inteligência (PNI) que está estacionada nas mais profundas gavetas de seu gabinete?

O Estado de hoje faz um desserviço e um desgoverno total às instituições constitucionais. A Nação é maculada com essas ações. Pessoas de bem, apartidárias e responsáveis pelos cargos públicos que exercem são reféns de loucuras partidárias que desrespeitam a possibilidade de um Projeto de País.

Até quando a Nação brasileira aceitará de forma lisérgica o desrespeito com as instituições constitucionais? Até quando o Brasil aplaudirá e financiará ditaduras? Até quando o atual partido manipulará a informação onde o bandido vira mocinho e a corrupção que aumenta ainda é culpa do FHC? Ou como o ex-Ministro de Relações Exteriores do México, Jorge G. Castañeda, afirmou em seu artigo “Hora de decisão sobre a Venezuela” publicado no Jornal Valor (27/03/2015), tudo parece um jogo para que os Estados Unidos invadam a Venezuela para existir efetivamente um motivo para justificar o antiamericanismo.

Imagino que se a Presidente Dilma Rousseff emitisse hoje um “Telegrama 71”, muitos brasileiros cairiam no conto do vigário, pena que muitos estariam mortos. A grande questão é: “até quando?”.

Corrupção desenfreada, Petrobras quebrada, Educação pífia, Competitividade Zero, esse é o Brasil de hoje, menos das propagandas políticas, menos o Brasil da Dilma. Por sinal, ou melhor, dilmavez por todas, onde fica o Brasil dela?

E para terminar o realismo, em vez de pessimismo, se Tiradentes fosse vivo hoje, depois da medalha do Inconfidente dada para o líder do MST, o mesmo se enforcaria. Tiradentes lutou por um Brasil mais justo, mas hoje os que se dizem lutar por um Brasil mais social e justo, na verdade se vestem de derramas coloniais travestidas de movimentos sociais. Infelizmente não aprendemos nada com a história!

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Tiradentes: o primeiro resistente ao Estado extorsivo - Instituto Mises Brasil

Não temos certeza que Tiradentes tenha sido esse heroi ideal, pois existem muitos mitos em torno de sua figura e papel na história. Mas o sentido geral da ação anti-Derrama é positivo. 
Feliz 21 de Abril a todos os resistentes contra o Estado extrator. 
Paulo Roberto de Almeida 
tiradentes.jpgHá 223 anos, o dentista, comerciante, militar e ativista político Joaquim José da Silva Xavier era enforcado e esquartejado em praça pública pelo estado.
Seu crime?  Defender a independência da colônia de Minas Gerais em relação à Coroa Portuguesa, movimento esse inspirado pela recente independência das colônias americanas.  

A motivação desta "revolta"?  A decretação da derrama pelo governo local, uma medida que permitia a cobrança forçada de impostos atrasados, autorizando o confisco de todo o dinheiro e bens do devedor.  
Para onde ia o dinheiro?  Para a Real Fazenda, credora de uma dívida mineira que, àquela altura, já estava acumulada em 538 arrobas de ouro.
Quem delatou Tiradentes aos portugueses?  Joaquim Silvério dos Reis, um fazendeiro e proprietário de minas que, devido aos altos impostos cobrados pela Coroa Portuguesa, estava falido.  

Qual foi seu prêmio por essa delação?  O perdão dessa dívida de impostos.  E mais: o cargo público de tesoureiro, uma mansão, uma pensão vitalícia, o título de fidalgo da Casa Real e a "honra" de ser recebido pelo príncipe regente Dom João em Lisboa.
Ou seja, o episódio da Inconfidência Mineira é apenas mais um exemplo da única e genuína luta de classes que existe no Brasil, criada pelo estado: pagadores de impostos versus recebedores de impostos.  Ela nos dá uma chance de refletir sobre a natureza dos impostos e do próprio estado.

A principal lição é a de que o estado não tolera pessoas que se recusam a abrir mão dos frutos de seu esforço, ao mesmo tempo em que ele sabe recompensar muito bem aquelas que o auxiliam a espoliar e destruir esses rebeldes.  (Como exemplo atual, apenas pense na batalha diária entre empreendedores criadores de riqueza e funcionários do fisco.)
Como consequência direta, deduz-se que a tributação, de qualquer tipo, nada mais é do que um roubo, puro e simples.  Afinal, o que é um roubo?  Roubo é quando você confisca a propriedade de um indivíduo por meio da violência ou da ameaça de violência — o que significa, obviamente, que o esbulho é feito sem o consentimento da vítima.  
Por outro lado, sempre existem aqueles apologistas do governo — muito provavelmente pessoas que dependem dele para sobreviver — que afirmam que o ato de se pagar impostos é, por algum motivo místico, algo cívico e "voluntário".  Fossem estes seres minimamente lógicos, não teriam qualquer problema em defender uma mudança na lei, a qual diz que o não cumprimento das obrigações tributárias é algo criminoso e sujeito às "devidas penalidades". 

(Alguém realmente acredita que, se o pagamento de impostos fosse algo voluntário, o governo viveria com os cofres abarrotados, como ocorre hoje?  É exatamente por isso que a tributação tem necessariamente de ser compulsória).
Consequentemente, se você é uma pessoa que não tem quaisquer dificuldades com a lógica e, exatamente por isso, entende que o ato da tributação é idêntico a um roubo, então você também não terá dificuldade alguma em concluir que as pessoas que praticam esse ato, e que vivem dele, são uma gangue de ladrões. 

Por conseguinte, você também não terá dificuldade alguma em concluir que qualquer organização governamental, que inevitavelmente vive do esbulho alheio, é "uma gangue de ladrões em larga escala", como disse Murray Rothbard, e que, exatamente por isso, merece ser tratada — moral e filosoficamente — como um simples bando de meros rufiões, parasitas imerecedores de qualquer reverência, deferência ou mesmo do mais mínimo respeito.

O IMB dedica esse dia de Tiradentes a todos aqueles bravos brasileiros que trabalham duro dia e noite e que são obrigados a entregar para a gangue de ladrões em larga escala mais de 40% dos frutos do seu esforço, apenas para sustentar o bem-bom de uma classe parasitária — e tudo sob a mira de uma arma e sob a ameaça de encarceramento.
Eis um assunto de grande apelo para todos aqueles que trabalham no setor produtivo: jovens e velhos, pobres e ricos, "proletários" e classe média, brancos e negros, homens e mulheres, cristãos, judeus, muçulmanos e ateus.  Eis um assunto que todos estes criadores de riqueza conhecem muito bem: tributação.
E eis um assunto que o outro lado, o dos recebedores de impostos, também conhece muito bem: parasitismo.

Um bom feriado a todos.


Corrupcao petralha: quer um escandalo maior que o Petrolao? Itaipuzao, a propria...

Da coluna diária do jornalista Carlos Brickmann,
Coluna EXCLUSIVA para a Edição dos jornais de QUARTA-FEIRA, 22 DE ABRIL DE 2015.

Escandalizado? Nada está tão ruim que não possa piorar. O general paraguaio Juan Antonio Pozzo Moreno disse ao jornal ABC Color, de Assunção, que se a Controladoria Geral do Paraguai e o Tribunal de Contas do Brasil investigarem a Itaipu Binacional, "o escândalo da Petrobras será nada mais que uma simples anedota".

Pozzo Moreno cita o deputado paranaense Luiz Carlos Hauly, do PSDB, que pediu maior controle sobre a empresa. Desde sua criação, disse Hauly, citado por Pozzo, Itaipu nunca teve supervisão externa, "nem do Paraguai nem do Brasil". A Petrobras tinha e mesmo assim ocorreram problemas. Imaginemos sem supervisão
.

Pois é, e você pensando que já tinha visto tudo.
Tenha certeza de que o que foi visto até agora é um décimo de um décimo da pontinha do iceberg.
Como é que os petralhas deixariam por menos?
Paulo Roberto de Almeida

Impeachment "salvador", ou putrefacao do PT ate 2018? - Ricardo Bergamini

Opinião expressa pelo economista Ricardo Bergamini, especialista em contas públicas, sobre os cenários que se abrem ao Brasil a partir do debate atual:
impeachment que pode, hipoteticamente, "salvar" o PT para disputar como vítima em 2018
ou
deterioração progressiva da situação econômica, a ponto de inviabilizar o PT em 2018.
Cabe refletir sobre seus argumentos, mas existem elementos imprevisíveis na equação política, e a realidade sempre pode mudar em função de personagens erráticos.
Paulo Roberto de Almeida

Governo do PT: impeachment ou agonia?
Ricardo Bergamini

Nos 12 anos do governo do PT (2003/2014) as decisões foram muito mais ideológicas do que técnicas, tanto nas politicas internas quanto nas externas, enquanto as condições externas estavam favoráveis ao Brasil, com a supervalorização das commodities, todos imaginavam que o Brasil havia batido à porta do primeiro mundo, mas já ao analisar os números do balanço do ano de 2011 eu alertava para o início de uma crise de balanço de pagamentos, conforme texto abaixo:

Mesmo com um saldo de reservas de US$ 352,0 bilhões em 31/12/11 o Brasil está no limite de uma crise cambial, em função do segundo déficit nas transações correntes de US$ 47,5 bilhões (2,22% do PIB) no ano de 2010 e de US$ 52,6 bilhões (2,13% do PIB) no ano de 2011. Cabe lembrar que 85% das nossas exportações são de commodities (alimentos e metais), os quais tiveram uma valorização internacional em dólares americanos de 152,80% entre os anos de 2002 até 2011.

Nota: No primeiro mandato da presidente Dilma (2011/2014) o déficit nas transações correntes foi da ordem de US$ 279,0 bilhões (2,86% do PIB).

Ao analisar os 12 anos do governo do PT podemos afirmar que, nem o Lula foi responsável pelo falso milagre brasileiro pregado no seu período de governo (não promoveu nenhuma reforma no seu governo), nem a Dilma é responsável pela tragédia atual, visto ser um conjunto vazio (nem é política e nem é técnica), ou seja: o Brasil viveu esses 12 anos sem nenhuma proposta de governo, mas somente uma luta pela manutenção do poder.

Mesmo para um primário em economia sabe que a correção do estágio atual de putrefação das contas nacionais do Brasil (vide análise de macroeconomia de minha autoria divulgada recentemente) levará muito tempo, bem como será de muita dor e sofrimento para os mais pobres, seja qual for o governante de plantão.

Com base no parágrafo acima haverá 2 cenários para o Brasil:

Cenário 1 – que a Dilma vá até o final de seu mandato sangrando, com isso o PT estará praticamente encerrado no ano de 2018. Não conseguiria eleger nem síndico de edifício.

Confesso ser esse o meu desejo.

Cenário 2 – Ocorra o impeachment de Dilma. Sendo um processo político seria a salvação da lavoura da Dilma e do PT, visto que sairiam como vítimas e teriam os argumentos conhecidos da esquerda de longa data de culpar a conspiração existente entre a CIA americana e a elite brasileira para tomarem o poder de forma imoral de um governo legítimo dado pelo povo, visto que o PT estava tirando o pobre da miséria e a elite detesta ver o povo feliz andando de avião e tendo carro (concidentemente pregação atual do Lula). Da mesma forma com que ocorreu com João Goulart onde até hoje ouvimos a mesma ladainha.

Peço paciência aos leitores para que os exaltados sejam humilhados. Não seria justo o segundo cenário do impeachment.

Ricardo Bergamini
www.ricardobergamini.com.br

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Addendum:
Comentário de Carlos Pozzobon:


Atlantis afunda? Pior: a Grecia vai para o brejo... - Felipe Miranda

O economista da Empiricus Research, aquele think tank que irritou a soberana com seus anúncios de "Fim do Brasil, antes das eleições de 2014, anuncia agora o fim da Grécia, ou talvez do euro.
Vamos ver.
Num clima de retração generalizada, o Brasil também vai sofrer, com o aumento do seu próprio risco-prêmio. Ou seja, nosso calvário agora é grego...
Paulo Roberto de Almeida

Muito provavelmente, assistiremos nos próximos dias ao default e consequente exclusão da Grécia da Zona do Euro.

Isso, naturalmente, terá consequências drásticas para os mercados globais em geral...

"Os 19 países da Zona do Euro precisam fazer tudo o que podem para evitar que a Grécia deixe de pagar suas dívidas e abandone a união monetária", afirmou, em tom de desespero, o ministro das Finanças de Luxemburgo, Pierre Gramegna.

Abaixo, você pode conferir o calendário de vencimentos de dívida do país europeu...

Eles têm de honrar obrigações de € 22,5 bilhões com seus credores este ano, mas aguardam, desesperadamente, um socorro de € 7,2 bilhões que simplesmente não vem.

O recebimento desse socorro, ainda que insuficiente, está condicionado à realização de reformas econômicas que não aconteceram e geraram grande atrito entre o governo grego e a Troika, grupo de resgate da União Europeia.

A Grécia ficou sem fundos em 9 de abril, segundo o ministro do interior Nikos Voutsis, e já avisou seus credores que terá de escolher entre honrar os seus compromissos de dívida OU pagar salários de servidores e pensões.

Abaixo o gráfico evidenciando a disparada dos juros de títulos de 3 anos da Grécia, para o patamar sem precedentes de 27%:

"Let's face reality. Greece is bankrupt", afirmou o megainvestidor suíço Mark Faber na semana passada.

Medida desesperada

Ontem, o governo grego emitiu um decreto obrigando governos locais a transferirem todo seu caixa para o Banco Central.

"Órgãos do governo são obrigados a depositar as suas reservas de caixa e transferir seus fundos de depósito a prazo às contas no Banco da Grécia".

Segundo o comunicado, a "norma é devida a necessidades extremamente urgentes e imprevistas".

Prepararam o terreno para a tragédia anunciada.

Infelizmente, o impacto da crise grega sobre os mercados mundiais foi potencializado pelo nível artificial de preços dos ativos de risco, com Bolsas externas em níveis recordes alimentadas pela injeção de estímulos sem precedentes e impressão de dinheiro dos Bancos Centrais.

Neste ponto, o colapso grego é iminente e o risco de contágio e impactos sobre os fluxos de capitais NÃO condizem com o patamar dos ativos de risco, o que torna as economias e os mercados ainda mais sensíveis ao efeito do que está por vir.

E, para a gente, este é apenas o primeiro estágio de um algo muito maior...

Felipe Miranda

Empiricus Research

O Panorama Visto em Mundorama: Ensaios Irreverentes e Nao Autorizados - Paulo Roberto de Almeida


O Panorama Visto em Mundorama
Ensaios Irreverentes e Não Autorizados


Paulo Roberto de Almeida

Índice

Apresentação                        
O mundo visto no diorama de Mundorama , 11

Primeira Parte
Política externa brasileira e diplomacia companheira
1. Fim das utopias na Casa de Rio Branco?, 17
2. A política externa companheira e a diplomacia partidária21
3. Continuidade e mudança na política externa brasileira ,  31
4. A diplomacia brasileira numa nova conjuntura política , 37
5. O Brasil e a integração regional, da Alalc à Unasul: algum progresso?41

Segunda Parte
Economia política internacional
6. Mudanças na economia mundial: perspectiva histórica de longo prazo55
7. Os Brics na nova conjuntura de crise econômica mundial,  59
8. A Guerra Fria Econômica: um cenário de transição? , 68
9. Desafios da economia brasileira na interdependência global74
10. A agenda econômica internacional: o cenário atual , 80
11. Como o Brasil se insere no cenário mundial, agora e no futuro próximo? ,   85
12. Como e qual seria uma (ou a) agenda ideal para o Brasil?,        91
13. O que o Brasil deveria fazer para maximizar a “sua” agenda? ,  99

Terceira Parte
Globalização, Embromação
14. A globalização e o direito comercial: uma longa evolução                                      113
15. Fluxos financeiros internacionais: é racional a proposta de taxação, 120
16. Fórum Econômico e Fórum Social: dois mundos contraditórios, 129
17. Fórum Social Mundial: uma década de embromação , 138
18. Triste Fim de Policarpo Social Mundial ,     149
19. A falência da assistência oficial ao desenvolvimento 159

Quarta Parte
Política internacional, Questões estratégicas
20. A guerra de 1914-18 e o Brasil: impactos imediatos, efeitos permanentes, 167
21. O mundo sem o Onze de Setembro: explorando hipóteses ,     172
22. Wikileaks: verso e reverso, 179
23. Wikileaks-Brasil: qual o impacto real da revelação dos documentos?, 187
24. Digressões contrarianistas sobre o desarmamento nuclear , 197
25. Um congresso de Viena para o século 21? 203
26. As ilusões perdidas do século 21 , 210

Quinta Parte
Ideias, cultura, livros
27. A ideia do interesse nacional: onde estamos? , 217
28. Imperfeições dos mercados ou “perfeições” dos governos , 223
29. Miséria do Capital no século 21 , 229
30. Reformando o sistema monetário internacional , 233
31. As quatro liberdades e um projeto para o Brasil,   241
32. Algumas recomendações de leituras, 249
33. Estratégia diplomática: relendo Sun Tzu para fins menos belicosos, 264
35. Da democracia à ditadura: uma gradação cheia de rupturas , 269


Apêndices
Relação cronológica dos ensaios publicados em Mundorama , 277
Relação dos artigos publicados anteriormente em RelNet , 284
Livros publicados pelo autor ,       288
Nota sobre o autor , 293

Disponível em Academia,edu:
link: https://www.academia.edu/12038814/29_O_Panorama_Visto_em_Mundorama_2015_

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...