sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

O orçamento de 2024 promete (promete ser horrendo!) - Paulo Roberto de Almeida

 O orçamento de 2024 promete (promete ser horrendo!)

Paulo Roberto de Almeida 

Fundo Eleitoral de 2.2 para 5 bi. Emendas obrigatórias de 37 para 53 bi, para isso reduzindo verbas do PAC. Cabe-nos apenas verificar onde estão os desvios mais deletérios do dinheiro público, se do lado macro, se do lado micro. Práticas corruptas existem em todos os canais!

Até quando a sociedade vai suportar o completo e total desmantelamento da noção de planejamento integrado e ordenado de despesas públicas com algum sentido, por minimo que seja, da aplicação adequada de despesas que não sejam simplesmente paroquiais e eleitoreiras, quando não feitas deliberadamente para o desvio corruptor dessas verbas carimbadas ao acaso da circunscrição eleitoral do autor das emendas?

O Brasil parece ter alcançado a perfeição ou o grau máximo do descontrole na alocação anti-ótima do dinheiro público!

Brasília, 22/12/2023

O Brasil em 2023: avanços e retrocessos - Paulo Roberto de Almeida (Revista Crusoé)

 O Brasil em 2023: avanços e retrocessos

Paulo Roberto de Almeida
diplomata, professor, membro do Conselho Acadêmico do Livres.

O ano começou sob os melhores auspícios: uma festa de posse com diversidade social, assistida e saudada por número apreciável de convidados estrangeiros e de milhares de entusiastas na Praça dos Três Poderes. O Itamaraty comprovou sua expertise nessas grandes recepções e tudo parecia augurar uma saudável inversão de tendências e posturas depois de quatro anos de rebaixamento internacional, tensão golpista pairando no ar de Brasília e uma pesada herança fiscal, fruto do populismo econômico praticado expressamente por razões eleitorais. Nada empanava o início de um ano que se anunciava tão triunfal quanto o slogan escolhido naquele momento: “O Brasil voltou!”
Algumas políticas teimavam, porém, numa insistente continuidade com o governo recém findo: a teimosia em dividir o país entre “nós” – os que aderiram ao líder carismático em seu terceiro mandato – e “eles”, os bolsonaristas, e todos os derrotados de outubro; uma chocante atitude objetivamente favorável ao ditador agressor da Ucrânia, a despeito da neutralidade formal proclamada na ONU; a mesma propensão ao gasto público infinito, apesar das promessas de reforma tributária e de despesas orçamentárias controladas. O ano avançou e as contrariedades começaram a se acumular na agenda interna e na externa.

(...)

Lula escolheu ser contraditório em várias frentes: uma reforma tributária que trará novo aumento da carga fiscal, uma duvidosa liderança ambiental associada a um cartel de produtores de petróleo, o entusiasta da transição energética quando o Brasil continua sendo um dos maiores responsáveis pelo aquecimento global, um defensor da democracia contra autoritários de direita, mas que apoia ditaduras de esquerda, enfim, a mesma metamorfose ambulante bem conhecida desde os anos 1980. Nos avanços, o golpismo foi vencido, embora a divisão do país tenha persistido. Nos retrocessos, o estatismo de retorno e uma diplomacia abertamente revisionista da atual ordem internacional. Finalmente, numa síntese sobre o ano de 2023 na frente externa, o chanceler, em discurso na CREDN-CD, conseguiu realizar a proeza de “esquecer” completamente da Ucrânia, inclusive do encontro Lula-Zelensky em Nova York, por ocasião da Assembleia Geral da ONU. Um “esquecimento” sintomático...

Ler a íntegra no site da revista Crusoé...
Bom Natal a todos, a Lula principalmente...

Entrevistas a, e concedidas por, Paulo Roberto de Almeida, de 1999 a 2023

Entrevistas a, e concedidas por, Paulo Roberto de Almeida

 

Listagem elaborada a partir da relação geral dos trabalhos, com base seletivamente e exclusivamente no termo “entrevista”.


 

4359. “O Brasil tem futuro? Um debate no programa Latitudes”, Brasília, 10 abril 2023, 6 p. Resposta a um comentarista no programa Latitudes 19, como registrado no trabalho 4347 (“Faz sentido o Brasil se aproximar de China e Rússia?”). Postado no site do YouTube (link: https://www.youtube.com/watch?v=3S2n8_pCtrw). Divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/04/um-debate-espontaneo-no-programa.html).

 

4358. “O retorno da diplomacia presidencial nos cem dias de Lula”, entrevista com o jornalista Duda Teixeira da revista Crusoé (emissão em 9/04/2023, 14:29; link: https://crusoe.uol.com.br/diario/o-retorno-da-diplomacia-presidencial-nos-100-dias-de-lula/); divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/04/o-retorno-da-diplomacia-presidencial.html). Relação de Publicados n. 1503.


4331. “Lista de trabalhos sobre a carreira diplomática e a diplomacia”, Brasília, 3 março 2023, 10 p. Relação de trabalhos, palestras, entrevistas, questionários respondidos, com base numa seleção feita exclusivamente a partir do conceito de “carreira” (diplomática). Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/03/lista-de-trabalhos-sobre-carreira.html); divulgado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/97876189/4331_Lista_de_trabalhos_sobre_a_carreira_diplomatica_e_a_diplomacia_2023_).

(...)

747. “Brasil: 178 anos como Estado, 500 anos enquanto Nação”, Washington, 5 setembro 2000, 4 p. Pronunciamento no 7 de set. de 2000, em versão reduzida, em culto ecumênico. Preparada versão em espanhol, para entrevista a rádio latina dos EUA.

 

707. “Integração e estabilidade política no Mercosul”, Brasília, 2 setembro 1999, 2 p. Entrevista concedida ao Núcleo Temático de Globalização, Mercosul e Sindicalismo Internacional da Secretaria da CUT, Escola Sul. Publicado sob o título “Os países do Mercosul estão consolidando uma tradição democrática”, no Boletim Mercosul (Florianópolis: nº 16, janeiro de 2000, p. 3). Relação de Publicados nº 250.

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4529: 21 dezembro 2023, 20 p. 

Disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/112037145/5429_Entrevistas_a_e_concedidas_por_Paulo_Roberto_de_Almeida_2023_).

Carreira no MRE, com o embaixador Paulo Roberto de Almeida: Entrevista a candidatos à carreira diplomática

Carreira no MRE, com o embaixador Paulo Roberto de Almeida 

https://open.spotify.com/episode/1W8FWd9dKConYOOH6Zfa6X?fbclid=IwAR3xoSP-Jwpnz8Myda12NSRbZwcgIrPS7nIKatyH19n8XEST7NJ6a2dcYNA 

Sejam bem-vindos a mais um Pod-RI! Neste episódio mais que especial, trouxemos um convidado pra lá de gabaritado! Com vocês Paulo Roberto de Almeida, embaixador brasileiro com mais de 40 anos experiência, conversou conosco sobre como é trabalhar no Itamaraty, tudo com muita graça, histórias e curiosidades. E deixamos pra vocês o link do blog dele onde estão disponíveis diversas de suas histórias e muitos de seus livros gratuitos! Vem com a gente nessa!


quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Livro: O Movimento da Independência: Homens e Mulheres na Conquista da Autonomia Nacional - André Heráclio do Rêgo (org.) (Appris)


 Livro: O Movimento da Independência: Homens e Mulheres na Conquista da Autonomia Nacional

André Heráclio do Rêgo (org.) (Appris) 

Independência resgata heróis para a História

 

Organizada pelo diplomata André Heráclio do Rêgo, coleção de 11 ensaios reúne especialistas que mostram a amplitude do 7 de Setembro

 

Diplomata, escritor e historiador André Heráclio do Rêgo lança O Movimento da Independência - Homens e Mulheres na Conquista da Autonomia Nacional. A obra reúne ensaios de especialistas com visão plural sobre os processos históricos como os da Revolução Pernambucana, da guerra de independência na Bahia e do decisivo empoderamento feminino de que foram protagonistas a arquiduquesa Leopoldina e a primeira militar brasileira, Maria Quitéria.

A obra nasceu de um seminário realizado na Câmara dos Deputados em comemoração ao bicentenário da independência do Brasil, em 2022. “O movimento da Independência, expressão criada pelo historiador e diplomata Oliveira Lima, não se limitou ao episódio do grito do Ipiranga ou às negociações políticas na corte. Trata-se de um processo muito mais complexo e longo, que envolveu inclusive projetos diferentes de Independência, como foi o caso da Revolução de 1817”. Quem explica é André Heráclio, doutor em Estudos Portugueses, Brasileiros e da África Lusófona pela Universidade de Paris Nanterre e sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano.

 O livro, que reúne 11 textos, é uma contribuição às raras iniciativas para comemorar uma das mais importantes datas, assevera o organizador.   No primeiro, “A política joanina no Brasil, centralização e consolidação do estado”, de autoria de Arno Wehling, presidente de honra do IHGB e acadêmico da ABL, o foco é a centralização e a consolidação do Estado. O segundo, do diplomata Paulo Roberto de Almeida, é dedicado a “Hipólito da Costa: o primeiro estadista do Brasil”, que se destacou por suas ideias pioneiras sobre a construção do Estado.

 “Dom João VI entre a história e a memória nos 200 anos da nação”, terceiro ensaio, é da autoria de Jurandir Malerba, professor de História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e mostra como Dom João VI atuou decisivamente para a solução monárquica e centralizadora que se adotou com a Independência. 

Já a Revolução Pernambucana de 1817 é tratada no ensaio “José Bonifácio e outro projeto para o Brasil”, de autoria do organizador. O Patriarca da Independência foi uma figura central na construção do Brasil, mas seu projeto não é era o único. “Havia outro, anterior ao dele, o dos revolucionários pernambucanos de 1817, que propugnava uma outra Independência, caracterizada pela República e pelo federalismo”, destaca André Heráclio.

Os dois ensaios seguintes têm como personagem principal a imperatriz Leopoldina, e projetam a mulher não apenas na Independência do Brasil, mas na sociedade de seu tempo. O primeiro, de autoria de Maria Celi Chaves Vasconcelos é também uma busca pela participação feminina na política nacional. O ensaio seguinte, também sobre Leopoldina, é de autoria da historiadora Denise G Porto: “A imperatriz austríaca e a viajante inglesa: entre cartas e tristezas, a história de uma amizade nos tempos da Independência”.

Dom Pedro I, marido de dona Leopoldina, centraliza o que Theodoro Menck, doutor em História das Relações Exteriores pela Universidade de Brasília (UnB), chama “diversas independências”, e que contraria a crença de que a independência raiou apenas no dia 7 de setembro de 1822 às margens do Ipiranga. Outro ensaio sobre Dom Pedro I é de Luiz Carlos Villalta, doutor e mestre em História Social e professor da UFMG.

O incipiente poder feminino também aparece nos ensaios subsequentes. O primeiro, do doutor em História Ibérica pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS-Paris) Paulo de Assunção, “Amélia de Leuchtenberg, a nobre imperatriz do Brasil”, busca resgatar a trajetória dessa personagem feminina da elite, quase desconhecida no século 19 e nos dias atuais. O segundo, do pesquisador e dramaturgo Maurício Melo Júnior, traz a epopeia de Maria Quitéria, que fugiu de casa, disfarçou-se de homem e alistou-se no Exército para lutar. O livro se conclui com um ensaio do renomado jurista Ives Gandra Martins, professor de Direito da Universidade Mackenzie, que resume o percurso histórico do período da Independência até os dias de hoje.

 

Sobre André Heráclio do Rêgo – diplomata, historiador e escritor, é graduado em Diplomacia pelo Instituto Rio Branco, tem mestrado em Estudos Ibéricos e Ibero-Americanos pela pela Universidade de Paris Nanterre, doutorado em Estudos Portugueses, brasileiros e da África Lusófona pela mesma universidade e pós-doutorado na Universidade Católica de Lisboa, em História Social, e no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), da Universidade de São Paulo. Sócio de várias instituições acadêmicas, entre as quais o IHGB, o IAHGP, o IHGSP, o IHGDF, o IHGP e a Sociedade de Geografia de Lisboa.

 




Mal comparando a Argentina atual com a Alemanha saída da IIGM - Paulo Roberto de Almeida

Mal comparando a Argentina atual com a Alemanha saída da IIGM

Paulo Roberto de Almeida

Em seu pronunciamento à nação argentina de 20/12/2023, Milei expôs apenas fatos: o país decaiu terrivelmente e enfrenta agora dificuldades quase insuperáveis.

Ele propõe um duro caminho de recuperação baseado na recusa do intervencionismo estatal extenso e intenso do passado. 

Milei conseguirá? Tenho sérias dúvidas…

A Alemanha em 1949 tinha atrás de si um país destruído pela guerra e ocupado militarmente por potências estrangeiras. Os alemães aceitaram os fatos e seguiram em frente no caminho do trabalho, orientados por uma doutrina de ordo-liberalismo. 

Os argentinos talvez não tenham experimentado todos os horrores de um país destruído pelo coletivismo e pela ditadura ou ocupação estrangeira. Sua disposição para as reformas e o abandono das pequenas conveniências do “empurre a crise com a barriga” talvez ainda não tenham chegado ao “ponto ótimo da crise”.

Será muito difícil a Milei vencer a “casta” de interesses predatórios consolidados ou o corporatismo da república sindical construída ao longo de muitas décadas. 

Em todo caso, desejo-lhe muita sorte no empreendimento. A despeito de ser um pouco louco, ele está certo no diagnóstico geral. O problema está na mistura do bolo.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 21/12/2023

Argentina: primeiro anúncio das medidas de Milei para a reforma econômica

 Argentina: primeiro anúncio das medidas de Milei para a reforma econômica

Buenos Aires, 20/12/2023



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