sexta-feira, 4 de julho de 2025

Licença para ser contra o consenso - Aurelio Schommer

 O que é um populista? É seu adversário no jogo político, esteja ele onde estiver no espectro ideológico.

O que é um extremista? É seu adversário.

O que é um tirano? É seu adversário.

As palavras utilizadas para definirmos posturas políticas não conduzem a consensos, mas antes ao que chamamos, também com carga negativa, de “polarização”. São palavras inúteis para fins de conceituação portanto.

Já “consenso” é visto como algo positivo. Não deveria, pois exclui o dissenso. O problema da polarização raivosa, dominada pelo xingamento de parte a parte, surge justamente da decisão de afastar o dissenso, de não o permitir. Está em curso entre nós, de tal forma que tenho de ter muito cuidado no que vou dizer sobre isso para não ser preso. 

Inclino-me a defender a liberdade para o dissenso, para as ideias tidas por boas por uns, por ruins por outros. Sim, é preciso algum consenso para elegermos rumos e ações, mas convém não reprimir o dissenso. Se tudo que nos resta é a violência para conter a tirania de nosso oponente, pois ele, oponente, não admite que expressemos nosso dissenso por palavras, a tendência é nos sacrificarmos em vista de substituir uma tirania por outra, que não apenas tire o poder de nossos adversários, mas os calem. 

Na história, a permissão para o dissenso manifesto é rara. Tão rara quanto preciosa. Não caiamos na tentação de glorificarmos a censura quando a nosso favor, pois isso é evocar o ciclo de sucessão de soluções totalitárias, ciclo abundantemente repetido ao longo da história.

Aurelio Schommer

Como extinguir uma democracia - Roman Sheremeta

A sobering message from a history teacher

Roman Sheremeta

I’ve spent years teaching both American and international government. We study the full spectrum of systems: from well-established democracies like the UK, to hybrid regimes like Mexico and Nigeria, to authoritarian states like russia, Iran, and China. Each case study offers a lesson — but lately, the most unsettling one comes from within our own borders.

One key lesson I teach my students: there’s never a single, defining moment when a democracy falls. No leader ever declares, “I am now a dictator.” The erosion is subtle. Gradual. Legal on the surface. And often supported — or at least tolerated — by the public.

Look at russia. When Putin took power in 2000, it had the trappings of democracy: elections, a constitution, federalism, and a separation of powers. Today, those structures remain on paper, but functionally, they mean nothing. Putin holds absolute power — and is, perhaps not coincidentally, admired by Donald Trump.

So, how do we recognize when a democracy is backsliding? There are clear warning signs — every first-year political science student learns them. Here are a few I share with my students:

1. When the Legislative Branch yields to the Executive.

Congress was designed to check presidential power. If Congress becomes subservient — whether through inaction or complicity — the balance envisioned by the Constitution collapses. Putin faced early pushback from the Duma. He eventually sidelined, intimidated, and replaced dissenters with loyalists. Sound familiar?

2. When corporatism becomes normalized.

In an authoritarian slide, industries and oligarchs cozy up to power in exchange for favors. In russia, compliant billionaires got rich. Critics were jailed or exiled. We’ve seen similar patterns here: tax breaks, deregulation, and media consolidation benefiting those aligned with Trump.

3. When adherence to the Constitution becomes optional.

Rule of law is foundational to democracy. Yet we’ve seen moments when Constitution was ignored under Trump’s leadership. In healthy democracies, that shouldn't even be a question.

4. When enemies — internal and external — are manufactured.

Authoritarians thrive by uniting people against scapegoats. Vulnerable communities become targets. Historic allies become threats. The purpose? To consolidate power under the guise of protecting the nation.

5. When personal loyalty to the leader outweighs loyalty to the nation.

Public servants swear oaths to the Constitution, not individuals. But when loyalty shifts toward one man — especially among military, law enforcement, and intelligence — democracy is in grave danger.

Here’s the hardest truth: if America continues down this path, it won’t be because we were blind. It won’t happen in darkness. It will happen in plain sight — and with our permission.

Democracy is not self-sustaining. It survives only when we choose it — over and over again.


A ideia do interesse nacional: o papel da ferramenta diplomática - Paulo Roberto de Almeida (Portal Interesse Nacional)

 Artigo mais recente publicado:


A ideia do interesse nacional – O papel da ferramenta diplomática

Paulo Roberto de Almeida
Portal Interesse Nacional, 3/07/2025
Link:

A ideia de interesse nacional, alicerçada na democracia e na inserção internacional, revela-se essencial para o Brasil definir seu papel no mundo. Políticas que fragilizam esses valores, como o protecionismo econômico e a diplomacia partidarizada, ameaçam o desenvolvimento, a credibilidade e a capacidade do país de avançar em meio a desafios globais

[Foto: Presidente Juscelino Kubitschek lança a pedra fundamental do Palácio Itamaraty em Brasília, em setembro de 1960 (Fonte: Arquivo Público do DF)]

The Idea of National Interest foi o título que o grande historiador americano Charles Beard deu a um livro que publicou em 1934, em plena crise econômica e no início do New Deal, o programa de recuperação impulsionado por Franklin Roosevelt.

O livro oferecia uma reflexão histórica de longo prazo sobre a construção do projeto nacional americano pela vertente das relações exteriores, tanto assim que o seu subtítulo era An Analytical Study in American Foreign Policy. Ele abre a obra citando um dos Secretários de Estado dos anos 1920, que havia se pronunciado sobre o interesse nacional na política externa nestes termos:

As políticas externas não são elaboradas sobre a base de abstrações. Elas são o resultado de concepções práticas do interesse nacional que emergem a partir de alguns requerimentos imediatos ou de fundamentos essenciais, em perspectiva histórica. Quando mantidas por bastante tempo, essas concepções expressam as esperanças e os temores, os objetivos de segurança e de engrandecimento, que se tornaram dominantes na consciência nacional, transcendendo, assim, divisões partidárias e fazendo com que se atenuem as oposições que poderiam advir de certos grupos. (Discurso do Secretário de Estado Charles Hughes em 30/11/1923)

É possível que essas ideias tenham inspirado o célebre cientista político Hans Morgenthau – autor do clássico Politics Among Nations, publicado em 1948, o mesmo ano da morte de Charles Beard – a elaborar um outro livro, chamado justamente In Defense of the National Interest (1951), seguido, no ano seguinte, de um artigo sobre o mesmo tema: “What Is the National Interest of the United States?” (The Annals of the American Academy of Political and Social Science, julho de 1952).

O livro de Morgenthau sobre o interesse nacional americano foi republicado em 1982, e talvez tenha animado o famoso jornalista Irving Kristol a dar início, em 1985, à revista The National Interest, apoiada nos mesmos princípios da escola realista, identificada com a expressão política, econômica e militar do poder americano em escala global, mas cujos fundamentos devem sempre ser construídos internamente.

‘Qual seria o interesse nacional brasileiro, e que tipo de políticas e orientações econômicas melhor serviriam à sua defesa e consolidação? Difícil dizer, já que existem concepções muito diversas do que seja o interesse nacional’

Pode ser também que essa mesma revista e sua ideia central tenham inspirado o embaixador Rubens Barbosa a lançar, em 2008, a revista Interesse Nacional, fundada em concepções similares sobre as bases internas da expressão internacional do Brasil. Qual seria, então, o interesse nacional brasileiro, e que tipo de políticas e orientações econômicas melhor serviriam à sua defesa e consolidação? Difícil dizer, já que existem concepções muito diversas do que seja o interesse nacional, como já dizia o próprio Beard em 1934.

O editor da revista brasileira se encarregou, aliás, de expressar tal dificuldade em sua nota de apresentação:

Sendo necessariamente genérica, a noção de interesse nacional não tem uma definição precisa. De um lado, porque, sobre o que seja concreta e especificamente o interesse nacional, haverá sempre visões não coincidentes, apoiadas em valores e/ou interesses diferentes. De outro, porque a definição do interesse nacional requer um juízo informado, mas sempre político e não estritamente técnico, sobre riscos e oportunidades que se apresentam à realização dos valores e interesses de um país em cenários estratégicos de longo prazo. E estes serão, sempre, objeto de incerteza e controvérsia. (revista Interesse Nacional, número inaugural: https://interessenacional.com.br/edicoes/edicao-1/)

Mas o editorial acrescentava logo em seguida: “O interesse nacional é, pois, uma construção política”, o que pode ser uma constatação óbvia, mas que não nos ajuda muito na busca por uma definição mais precisa sobre qual seria o interesse nacional brasileiro.

Conceda-se, pois, que diferentes grupos políticos, e diferentes agregações de poder, representados pelas forças políticas temporariamente predominantes no sistema de governança, manifestem concepções diversas do chamado interesse nacional, e que eles defendam, portanto, suas orientações particulares, ou partidárias, com base numa legitimidade supostamente construída nas urnas, a cada escrutínio eleitoral.

Na impossibilidade de se chegar a uma definição consensual de quais seriam as expressões efetivas do interesse nacional, talvez seja o caso de trabalhar com exemplos concretos do que com definições abstratas, como afirmou em 1923 o secretário de Estado Charles Hughes. Quais seriam, no caso brasileiro, as balizas mínimas sobre o que o país pretende ser como nação e como sociedade. É preciso saber o que se quer, para rejeitar o que não serve a tal fim.

O editorial da revista Interesse Nacional nos fornece, mais uma vez, alguns dos parâmetros que podem ser aplicados ao caso:

A democracia e a inserção internacional são parte do interesse nacional brasileiro, aquela como valor, esta como objetivo. Se a democracia é um valor que queremos preservar, e se a inserção internacional é hoje, mais do que nunca, uma condição do desenvolvimento, resta perguntar como se inserir no mundo para fortalecer a democracia e promover o desenvolvimento. (nota editorial da Interesse Nacional)

Se concordarmos com essa “plataforma”, democracia e inserção internacional passam a ser as palavras-chaves do interesse nacional brasileiro. Então, qualquer ação nacional que vise a diminuir as bases da democracia representativa, que constitui a forma atual da governança política no Brasil, seria contrária e prejudicial ao interesse nacional brasileiro, como, por exemplo, quaisquer tentativas de golpes continuístas.

Da mesma forma, qualquer política ou medida que obstaculize a integração da economia nacional aos circuitos internacionais da interdependência econômica pode ser considerada como contrária ao interesse nacional, na medida em que diminui nossa capacidade de absorção de know-how e de tecnologias de ponta que são essenciais ao processo de desenvolvimento do país.

O protecionismo comercial representa, nesse sentido, uma postura irracional do ponto de vista econômico, uma espécie de “stalinismo para os ricos”, ou um projeto de “capitalismo num só país” que talvez ainda encante os arautos da burguesia industrial introvertida e alguns acadêmicos ingênuos.

‘A democracia brasileira e a inserção internacional da nação vêm sendo, por exemplo, afastados de nosso horizonte de realizações históricas’

A democracia brasileira e a inserção internacional da nação vêm sendo, por exemplo, afastados de nosso horizonte de realizações históricas, quando o objetivo estratégico do Mercosul, alimentado pela diplomacia brasileira nos anos 1990, assim como o projeto de incorporação do Brasil à OCDE, inicialmente formulado na mesma época, permanecem em um indefinido compasso de espera, sem qualquer atuação diplomática efetiva em favor desses dois grandes objetivos, talvez não coincidentes, no momento, com concepções partidárias determinadas.

Charles Beard, no capítulo de seu livro dedicado à “interpretation, advancement, and enforcement of national interest”, dizia que “By far the most important means used to advance and enforce national interest is the ‘system’, or institution, of diplomacy” (p. 341). Ele se referia, exatamente, à administração e ao funcionamento das atividades diplomáticas, bem como à “multitude of services performed by diplomatic agents in behalf of the citizens” (p. 347), ou seja, a cobertura que um país é capaz de dar aos seus cidadãos e às empresas nacionais presentes nos mais diversos cantos do mundo.

‘A ferramenta da política externa brasileira tem custado muito pouco à nação e tem prestado grandes serviços ao seu desenvolvimento’

Nesse particular, a ferramenta da política externa brasileira tem custado muito pouco à nação (menos de 1% do orçamento da União na maior parte de sua história) e tem prestado grandes serviços ao seu desenvolvimento. Não obstante, o Itamaraty tem sido muito pouco requisitado a conceber e a empreender iniciativas concebidas para integrar o Brasil ao mundo, segundo um objetivo estratégico de interdependência econômica com as grandes democracias de mercado.

O embaixador Rubens Barbosa tem alertado, em seus muitos artigos no jornal O Estado de S. Paulo e no próprio portal da revista Interesse Nacional, sobre a marginalização da diplomacia profissional de alguns dos temas mais relevantes da política econômica externa do país, e até de algumas das grandes definições estratégicas relativas ao conflagrado ambiente atual de desmantelamento do multilateralismo político e econômico, sem solução imediata.

Ver a vocação tradicional da diplomacia brasileira para o exercício de uma plena autonomia decisória e imparcialidade diplomática em face de conflitos entre as grandes potências diminuída em função de escolhas pré-determinadas por interesses partidários de restrito alcance nacional, só pode atuar em detrimento da boa qualidade, do regular funcionamento e, sobretudo, da credibilidade e da respeitabilidade internacionais dessa ferramenta. Não parece, assim, ser a forma mais adequada de promover o interesse nacional.
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Paulo Roberto de Almeida é diplomata de carreira, doutor em ciências sociais pela Université Libre de Bruxelles, mestre em Planejamento Econômico pela Universidade de Antuérpia, licenciado em ciências sociais pela Université Libre de Bruxelles, 1975). Atua como professor de economia política no Programa de Pós-Graduação em direito do Centro Universitário de Brasília (Uniceub). É editor adjunto da Revista Brasileira de Política Internacional. Site: www.pralmeida.org; blog: http://diplomatizzando.blogspot.com

Artigos e comentários de autores convidados não refletem, necessariamente, a opinião da revista Interesse Nacional

Coleção PRA na Biblioteca do Itamaraty: relações dos livros doados - Paulo Roberto de Almeida

Coleção PRA na Biblioteca do Itamaraty: relações dos livros doados

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.
Salvo em pdf sob o título de “Listagens parciais dos livros PRA na Biblioteca do Itamaraty”, postado em Academia.edu, link: https://www.academia.edu/130327707/4976_Listagens_parciais_dos_livros_PRA_na_Biblioteca_do_Itamaraty_2025_ 

        Listas parciais e informações tópicas sobre as doações de livros (pessoais, capítulos, organizados e livros de terceiros, da biblioteca pessoal, efetuadas gradualmente à Biblioteca do Itamaraty, incorporados e catalogados na coleção PRA
Nota efetuada em 4 de julho de 2025; preparatória a uma lista consolidada de toda a coleção já integrada ao patrimônio da Biblioteca AFAS (Antonio Francisco Azeredo da Silveira)

4973. “Doação suplementar à Biblioteca do Itamaraty”, Brasília, 3 julho 2025, 4 p. Relação de livros doados à Biblioteca Antônio Francisco Azeredo da Silveira, num total de 89 volumes.

4969. “Doação adicional para a Biblioteca do Itamaraty”, Brasília, 30 junho 2025, 5 p. Relação de livros doados à Biblioteca Antônio Francisco Azeredo da Silveira, num total de 114 volumes.

4860. “Coleção Paulo Roberto de Almeida na Biblioteca do Itamaraty: continuidade das doações em 2025”, Brasília, 27 fevereiro, 2 março 2025, 8 p. Relação dos livros doados no início de 2025, para integrar a coleção PRA na Biblioteca Antônio Francisco Azeredo da Silveira, do Itamaraty: Sociologia; América Latina, Brasil; Economia internacional, tecnologia, finanças; História. Arquivo parcial na plataforma Academia.edu (1/03/2025, link: https://www.academia.edu/127953067/4860_Colecao_Paulo_Roberto_de_Almeida_na_Biblioteca_do_Itamaraty_continuidade_das_doacoes_em_2025); apresentação parcial no blog Diplomatizzando (1/03/2025; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/03/colecao-pra-na-biblioteca-do-itamaraty.html). 8 caixas de livros; encaminhado em 6/03/2025.

4812. “Colaborações a obras coletivas, Paulo Roberto de Almeida, 1987-2019”, Brasília, 10 dezembro 2024, 24 p. Livros das colaborações próprias a obras coletivas em livros impressos, editados por terceiros, doados à Biblioteca do Itamaraty, na primeira fase; lista elaborada em 12/03/2020. Inserida na plataforma Academia.edu em 10/12/2024 (link: https://www.academia.edu/126228180/Colaboracoes_a_obras_coletivas_Paulo_Roberto_de_Almeida_doacoes_%C3%A0_Biblioteca_do_Itamaraty_2020_); divulgada no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/12/colaboracoes-obras-coletivas-paulo.html).

4811. “Coleções Pessoais na Biblioteca do Itamaraty”, Brasília, 9 dezembro 2024, 12 p. Transcrição das notas biográficas, algumas bibliográficas, das coleções nominais integrando a Biblioteca Antônio Francisco Azeredo da Silveira, do Itamaraty. Disponibilizado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/126191351/4811_Colecoes_Especiais_da_Biblioteca_do_Itamaraty_2024_) e transcrito no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/12/colecoes-especiais-da-biblioteca-do.html).

4808. “Relação dos livros doados à Biblioteca do Itamaraty entre 2020 e 2024”, Brasília, 5 dezembro 2024, 50 p. Listagem efetuada a partir das doações sucessivas, num toda superior a 660 livros. Divulgada na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/126099743/4808_Relacao_dos_livros_doados_a_Biblioteca_do_Itamaraty_entre_2020_e_2024) e apresentada no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/12/relacao-dos-livros-doados-biblioteca-do.html).

4807. “Coleção Paulo Roberto de Almeida na Biblioteca do Itamaraty: balanço de meio de caminho”, Brasília, 4 dezembro 2024, 3 p. Apresentação da Coleção PRA na Biblioteca do Itamaraty; balanço das remessas efetuadas em quatro anos. Divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/12/colecao-paulo-roberto-de-almeida-na.html).

Etapa seguinte: consolidação das listas parciais numa lista única, sem necessariamente efetuar um ordenamento uniformizado (faltam, por exemplo, os exemplares mais recentes de capítulos ou ensaios publicados em obras coletivas).

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4975, 4 julho 2025, 2 p.

Salvo em pdf sob o título de “Listagens parciais dos livros PRA na Biblioteca do Itamaraty”, postado em Academia.edu, link: https://www.academia.edu/130327707/4976_Listagens_parciais_dos_livros_PRA_na_Biblioteca_do_Itamaraty_2025_ 


Listagem atualizada dos trabalhos sobre a Ucrânia, o Direito Internacional e o Brasil - Paulo Roberto de Almeida

 Listagem atualizada dos trabalhos sobre a Ucrânia, o Direito Internacional e o Brasil

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.
Relação de trabalhos nessas temáticas, atualizada em 3 de julho de 2025

    Uma breve introdução sobre minhas poucas interações com a Ucrânia
        A despeito de ter adquirido, no início dos anos 1980, um country guide sobre a Ucrânia, com a decidida intenção turística de visitar o país eslavo – a primeira vez ainda como parte da URSS, a segunda vez já como país independente, nos anos 1990 – o maior país da Europa me era quase que inteiramente desconhecido até fevereiro de 2022, quando teve início a guerra de agressão da Rússia contra aquela nação que já tinha mandado, no passado, muitos emigrantes ao Brasil. Lembro-me, inclusive, de ter tido amigos de origem ucraniana entre os colegas de escolas, na infância e na juventude, e sabia da grande colônia existente em terras do Sul do Brasil, especialmente no Paraná.
        Eu já tinha estado na União Soviética, mas apenas numa curta passagem, de avião, no início dos anos 1970, de passagem para destino mais longínquo, na Ásia Pacífico. Lembro-me de ter visitado rapidamente a Praça Vermelha, mas sem nenhuma intenção de visitar o túmulo do pai da pátria do socialismo, embora ainda adepto da filosofia marxista, mas sem nenhuma simpatia – depois de ter lido as poderosas biografias de Stalin e de Trotsky, por Isaac Deutscher – pela deterioração burocrática-totalitária do comunismo soviético. Sempre fui um “dissidente”, em todas as doutrinas políticas, religiosas e até futebolísticas. Mas também sempre fui um turista aprendiz e um viajante infatigável, características ainda mais acentuadas quando, já como diplomata, esposei Carmen Lícia, uma nômade exemplar.
        Depois de quase sete anos de um autoexílio durante os anos de chumbo da ditadura militar, eu havia deixado meu doutoramento interrompido ao início de 1977, retornando ao Brasil para iniciar a única profissão aceitável para mim naquele momento: a de professor universitário. Acabei sendo desviado para a diplomacia no final de 1977, mas já em 1978 fui fichado pelo SNI como “diplomata subversivo”, por ter me associado aos grupos de resistência à ditadura. Mas já em 1979 fui para o meu primeiro posto, terceiro-secretário na embaixada em Berna, um posto tranquilo para o nascimento de nosso primeiro filho e para, justamente, retomar o doutoramento interrompido quase três anos antes. Lembro-me de ter viajado para Berlim oriental para adquirir, na Dietz Verlag, a coleção completa da Marx-Engels Gesamtausgabe, ao lado de muitos outros livros de Max Weber e outros autores, importados das grandes editoras ocidentais. Viajamos a vários outros países do real existierenden Sozialismus, uma triste realidade de miséria material e, mais ainda, de miséria moral, que já conhecíamos bastante bem.
        Mas também viajamos muito pelos países da Europa ocidental, aproveitando então para ir a Bruxelas e retomar a matrícula e o projeto da tese deixada interrompida ao retornar ao Brasil. Quando defendi minha tese de doutorado na ULB, Universidade Livre de Bruxelas, em 1984 – ela hoje está disponível como segue: “Classes Sociales et Pouvoir Politique au Brésil: une étude sur les fondements méthodologiques et empiriques de la Révolution Bourgeoise”, Research Gate (DOI: 10.13140/RG.2.1.2318.2560; link: https://www.researchgate.net/publication/281416995_Revolution_Bourgeoise_et_Modernisation_Capitaliste_au_Bresil?ev=prf_pub) –, havíamos planejado um tour completo, de carro, indo da Iugoslávia, onde estava servindo na embaixada em Belgrado, atravessando a Áustria, Alemanha, Dinamarca, Suécia, Finlândia, e ingressando por ferry desde Helsinque a (então) Leningrado, voltando depois pela Bielorússia e Ucrânia (partes da URSS), depois de passar por Moscou e outras cidades. A viagem não pôde ser realizada por problemas de vistos e permissões para entrar a partir da Finlândia de carro, pois a agência da Intourist, a empresa estatal soviética de turismo, em Helsinque, foi especialmente inepta. Abandonamos a ideia e fizemos uma das melhores viagens de nossa vida, pela Lapônia em três países escandinavos. Depois, nos anos 1990 e mesmo mais tarde, planejamos essa viagem, novamente de carro, o que tampouco foi possível de ser feita, pois que, de Paris acabamos regressando ao Brasil em meados da década; quatro anos depois já estávamos indo para Washington.
        Passaram-se os anos, lendo ocasionalmente sobre a grande transição do socialismo ao capitalismo no Leste Europeu, acompanhava à distância as transformações em curso naquelas terras tão carregadas de sangue e de sofrimento, que eu conhecia mais da literatura de guerra – os livros de Niall Ferguson, por exemplo – e das páginas da Economist. Passaram-se mais anos ainda, e eu estava novamente nos Estados Unidos quando da invasão e anexação ilegais da Crimeia, em 2014, pelas tropas disfarçadas de Putin. Algum tempo depois eu soube que a presidente Dilma Rousseff – pela primeira vez rebaixando nossa doutrina diplomática sobre o estrito respeito pelo Brasil do Direito Internacional – havia dispensado totalmente qualquer pronunciamento oficial sobre a violação da Carta da ONU, dizendo ela – se não me engano numa reunião do G20 em Camberra, já com a Rússia expelida do G8 – que o Brasil não iria se pronunciar a respeito, pois que se tratava de “um assunto interno à Ucrânia”.
        Eu nunca entendi como a invasão do território de um Estado membro da ONU, por outro Estado membro, violando claramente os artigos fundamentais da Carta da ONU, possa ser considerada uma “questão interna” do Estado invadido, mas na época várias das potências que iniciaram sanções (bastante flexíveis) contra o invasor, a Rússia de Putin, argumentaram que Sebastopol – que já estava no coração da primeira guerra telegrafada do mundo, a primeira guerra da Crimeia, 1953-55 – representava efetivamente a permanência russa naquela península desde os tempos do avanço meridional do império czarista com o império otomano. Mas, à margem dessa invasão, e de forma mais preocupante, começou uma guerra civil no Donbas, estimulada artificialmente por Putin já arquitetando o reconhecimento das “repúblicas autônomas” de Donetzk e Luhansk (depois reconhecidas única e exclusivamente pela própria Rússia, como prévia à invasão do território ucraniano).
        Os poucos anos intermediários entre a agitação russa na Ucrânia oriental – inclusive ensanguentada pela derrubada de um avião civil por um míssil russo – e a preparação da invasão, anunciada e alertada pelo presidente Joe Biden, desde os últimos meses de 2021, não foram objeto de nenhum texto ou nota em meu espaço opinativo, o blog Diplomatizzando, mas acompanhei com crescente preocupação os anúncios febris do presidente americano, alertando sobre a invasão iminente, como se ele estivesse irradiando o início de uma partida de futebol. Tratou-se, provavelmente, da primeira guerra prevista, antecipada, com data marcada, com base em relatórios de inteligência, anunciada ao grande público.
        Minhas primeiras notas, puramente informativas, precederam a fatídica viagem do presidente Bolsonaro a Putin, uma semana antes do terrível dia 24 de fevereiro de 2022, quando as forças russas quando as forças russas já tinham começado a se mover nas fronteiras. O Itamaraty fez esforços, inúteis, para que o presidente não fizesse a viagem, o que também foi sinalizado pela diplomacia americana. Ele não apenas fez a viagem, como ainda pronunciou a lamentável frase, “Somos solidários a vocês”, o que certamente causou arrepios (mas silenciosos) na Casa de Rio Branco. Quando finalmente as tropas russas atravessaram as fronteiras e toda a Ucrânia começou a ser intensamente bombardeada por ordens de Putin, comecei a escrever no mesmo dia; fui mais intenso nos primeiros meses de 2022, quando o assunto ainda estava em debate na ONU (tanto no CSNU, imediatamente bloqueado pelo veto russo, quanto na AGNU, assim como no CDH e na CIJ). Nos meses seguintes, continuei escrevendo sobre o assunto, sobretudo com um enfoque especial na postura da diplomacia e da política externa do Brasil durante todo o período que se seguiu. O que segue abaixo é uma relação puramente cronológica, na ordem inversa, dos trabalhos produzidos sobre esses assuntos, que ficam assim disponíveis aos interessados.


Lista sintética de trabalhos escritos, entrevistas, palestras e notas sobre o tema da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia (cronologia invertida):

2025:

4962. “Uma nota emitida e outra que nunca foi emitida pelo Itamaraty: Irã e Ucrânia”, Brasília, 22 junho 2025, 2 p. Comentários sobre a Nota do Itamaraty sobre os ataques americanos às instalações nucleares do Irã, comparando-a com a ausência completa de qualquer nota a respeito das violações da Carta da ONU pela Rússia em sua guerra de agressão contra a Ucrânia. Postada no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/06/uma-nota-emitida-e-outra-que-nunca-foi.html)l publicada em DefesaNet (23/06/2025; link: https://www.defesanet.com.br/gh/uma-nota-emitida-e-outra-que-nunca-foi-emitida-pelo-itamaraty-ira-e-ucrania/). Relação de Publicados n. 1580.

4948. “A Rússia já venceu a guerra? Comentários a uma hipótese agora mais difícil”, Brasília, 10 junho 2025, 4 p. Nota sobre as alegações de uma vitória russa na guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/06/a-russia-ja-venceu-guerra-comentarios.html).

4943. “O Brasil segue a Carta da ONU?”, Brasília, 30 maio 2025, 1 p. Nota sobre o desrespeito da Carta da ONU pelo governo lulopetista. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/05/o-brasil-segue-carta-da-onu-paulo.html).

4941. “Uma postura inaceitável a todos os títulos”, Brasília, 26 maio 2025, 1 p. Nota sobre a afeição de Lula por Putin sobre a Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/05/uma-postura-inaceitavel-todos-os.html); Republicado em DefesaNet (28/05/2025; link: https://www.defesanet.com.br/geopolitica/uma-postura-inaceitavel-a-todos-os-titulos/#google_vignette). Relação de Publicados n. 1576.

4940. “Trocando as bolas, ou trading places”, Brasília, 26 maio 2025, 1 p. Nota sobre a capacidade de Lula de se indignar sobre Gaza e silenciar sobre a Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/05/trocando-as-bolas-ou-trading-places.html).

4904. “A inaceitável viagem de Lula a Moscou, a convite de Putin”, Brasília, 24 abril 2025, 3 p. Nota sobre a projetada viagem de Lula a Moscou em 9 de maio de 2025. Postada no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/04/a-inaceitavel-viagem-de-lula-moscou.html).

4896. “Minha opinião desimportante: Lula não vá a Moscou”, Brasília, 15 abril 2025, 1 p. Nota sobre a próxima viagem de Lula a Putin. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/04/minha-opiniao-desimportante-lula-nao-va.html).

4884. “Uma declaração aberta de OPOSIÇÃO à planejada viagem do presidente Lula à Rússia de Putin em 8 de maio”, Brasília, 1 abril 2025, 2 p. Nota contra a viagem de Lula a Moscou para o 8 de maio de Putin. Divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/04/uma-declaracao-aberta-de-oposicao.html).

4878. “Antecipando os efeitos da guerra de agressão de Putin contra a Ucrânia”, Brasília, 23 março 2025, 2 p. Nota sobre o rearmamento europeu e o futuro da geopolítica. Divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/03/antecipando-os-efeitos-da-guerra-de.html).

4835. “J’accuse (mas não é o Émile Zola): Declaração Pública e Acusação Pessoal contra o chefe presumido da Política Externa e de sua Diplomacia”, Brasília, 23 janeiro 2025, 2 p. Nota sobre o apoio objetivo do governo Lula ao tirano de Moscou, o agressor da Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/01/declaracao-publica-e-acusacao-pessoal.html).

2024:

4731. “Sobre a Rússia como Estado agressor e sobre a posição do Brasil na guerra de agressão contra a Ucrânia”, Brasília, 12 setembro 2024, 3 p. Nota sobre a responsabilidade da Rússia na violação do Direito Internacional. Postado no blog Diplomatizzando (12/09/2024; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/09/sobre-russia-como-estado-agressor-e.html).

4730. “Lista de trabalhos sobre a guerra de agressão à Ucrânia, até setembro 2024”, Brasília, 12 setembro 2024, 9 p. Relação atualizada em 12/09/2024 de todos os meus trabalhos pertinentes ao tema. Disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/123824022/4730_Lista_de_trabalhos_sobre_a_guerra_de_agressao_a_Ucrania_ate_setembro_2024); anunciado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/09/sobre-russia-como-estado-agressor-e.html).

4727. “Democracia aqui, e também acolá: um chamado à coerência da Política Externa Brasileira”, Brasília-São Paulo, 9 setembro 2024, 2 p. Artigo preparado por mim e por Rafael Paulino, conselheiro da carreira diplomática, revisto por Mano Ferreira, diretor de Comunicações do Livres, e assinado coletivamente por André Portela, Elena Landau, Fernando Schuler, Leandro Piquet, Paulo Roberto de Almeida, Natalie Unterstell e Sandra Rios, conselheiros do Livres. Publicado no jornal O Estado de S. Paulo (27/09/2024; link: https://www.estadao.com.br/opiniao/espaco-aberto/democracia-aqui-e-tambem-acola/); divulgado no blog Diplomatizzando, link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/09/democracia-aqui-e-tambem-acola-um.html). Relação de Publicados n. 1557.

4725. “A humanidade desumanizou-se?”, Brasília, 4 setembro 2024, 2 p. Nota sobre a total indiferença que o morticínio na Ucrânia vem sendo recebido no chamado Sul Global, entre esses países o Brasil, incapaz de se manifestar sobre o massacre que vem sendo conduzido pela Rússia contra civis inocentes e a infraestrutura material do país. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/09/a-humanidade-desumanizou-se-paulo.html).

4724. “A força de uma nação”, Brasília, 4 setembro 2024, 1 p. Nota sobre a falta de um Roosevelt para ajudar o Churchill ucraniano, Zelensky. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/09/a-forca-de-uma-nacao-paulo-roberto-de.html).

4723. “Apenas uma expressão de horror”, Brasília, 2 setembro 2024, 1 p. Nota sobre o morticínio sendo conduzido por Putin na Ucrânia, na indiferença dos demais Estados membros da ONU. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/09/apenas-uma-expressao-de-horror-paulo.html).

4679. “Sobre a afirmação do assessor da presidência de que respeita o ‘sofrimento’ do povo ucraniano”, Brasília, 2 junho 2024, 2 p. Nota sobre a postura indefensável do Brasil na guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, uma afirmação equivocada e indigna da diplomacia brasileira. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/06/itamaraty-nega-engajamento-do-pais-em.html).

4675. “O que a guerra de agressão de Putin contra a Ucrânia significa para a Rússia, para o próprio Ocidente?”, Brasília, 25 maio 2024, 2 p. Nota sobre o desafio do tirano russo ao Ocidente, pela guerra da Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/05/o-que-guerra-de-agressao-de-putin.html).

4670. “Uma reflexão sobre a disputa geopolítica atual em torno da Ucrânia”, Brasília, 12 maio 2024, 1 p. Nota sobre o impasse atual na guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/05/uma-reflexao-sobre-disputa-geopolitica.html).

4627. “Putin continua sua campanha terrorista contra a Ucrânia: o mundo assiste impassivelmente?”, Brasília, 11 abril 2024, 2 p. Nota sobre a destruição sistemática da Ucrânia pela campanha terrorista de Putin. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/04/putin-continua-sua-campanha-terrorista.html).

4624. “O Brasil e a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia: o que sabemos e o que não sabemos”, Brasília, 3 abril 2024, 3 p. Artigo sobre a postura do Brasil em face da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, remetendo ao livro editado por Hal Brands: War in Ukraine: Conflict, Strategy, and the Return of a Fractured World (Johns Hopkins University Press, 2024 (link: Project MUSE. muse.jhu.edu/book/122782). Postado no blog Diplomatizzandohttps://diplomatizzando.blogspot.com/2024/04/o-brasil-e-guerra-de-agressao-da-russia.html).

4592. “A Rússia de Putin, a guerra contra a Ucrânia e o Direito Internacional”, Brasília, 5 março 2024, 14 p. Ensaio sobre o conflito atual no sistema internacional criado pela guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia e suas consequências geopolíticas, no sentido de contestar a ordem global ocidental, assim como suas implicações para o Brasil. Elaborado com base no trabalho 4455 (“O drama da Ucrânia e o uso de sanções econômicas como arma de guerra”, 10 agosto 2023, 25 p.). Disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/118409148/4592_A_Rússia_de_Putin_a_guerra_contra_a_Ucrânia_e_o_Direito_Internacional_2024_); divulgado no blog Diplomatizzando (2/05/2024; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/05/a-russia-de-putin-guerra-contra-ucrania.html).

2023:

4474. “Esse tal de TPI. Tem conserto? Acho difícil”, Brasília 11 setembro 2023, 2 p. Nota sobre declarações de Lula sobre o TPI e a prisão de Putin. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/09/ese-tal-de-tpi-tem-conserto-acho.html).

4473. “Perguntas embaraçosas a meus colegas diplomatas e a alguns acadêmicos entusiastas do mundo pós ocidental”, Brasília 11 setembro 2023, 1 p. Nota sobre a “neutralidade” brasileira na guerra da Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/09/perguntas-embaracosas-meus-colegas.html).

4471. “O inevitável e o imprevisível: o Brasil e a questão da neutralidade num grande conflito global”, Brasília, 7 setembro 2023, 2 p. Nota sobre as posturas adotadas pelo Brasil nos dois grandes conflitos globais do século XX e agora em face da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/09/o-inevitavel-e-o-imprevisivel-o-brasil.html).

4455. “O drama da Ucrânia e o uso de sanções econômicas como arma de guerra”, Brasília, 10 agosto 2023, 26 p. Artigo sobre o impacto da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia sobre as relações internacionais, para a revista Insight Inteligência. Enviada a Luiz Cesar Telles Faro (luiz.faro@insightnet.com.br). Não publicada. Encaminhada a Daniel Buarque, editor do portal da revista Interesse Nacional. Definida publicação em três partes: 1) O que passa no mundo, a historia não se repete e Ucrânia (fator humano); 2) Arma econômica como arma de guerra: sanções econômicas contra a Rússia; 3) agressão russa: posição do Brasil. 1ª parte, 27/02/2024 (link: https://interessenacional.com.br/edicoes-posts/paulo-roberto-de-almeida-o-drama-da-ucrania-e-o-uso-de-sancoes-economicas-como-arma-de-guerra-parte-1/); transcrito parcialmente no blog Diplomatizzando (27/02/2024; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/02/o-drama-da-ucrania-e-o-uso-de-sancoes.html); 2ª parte, 5/03/2024 (link: https://interessenacional.com.br/edicoes-posts/paulo-roberto-de-almeida-o-drama-da-ucrania-parte-2-a-arma-economica-como-arma-de-guerra/); republicado no blog Diplomatizzando (5/03/2024; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/03/o-drama-da-ucrania-e-arma-economica-das.html); 3ª parte, 12/03/2024 (link: https://interessenacional.com.br/edicoes-posts/paulo-roberto-de-almeida-o-drama-da-ucrania-parte-3-a-agressao-da-russia-e-a-postura-do-brasil/); republicado no blog Diplomatizzando (12/03/2024; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/03/o-drama-da-ucrania-e-o-uso-de-sancoes.html). Relação de Publicados n. 1549, 1550 e 1552.

4454. “O estranho caso de afinidade eletiva do Brasil de Lula para com um dos parceiros diplomáticos do Brasil”, Brasília, 8 agosto 2023, 2 p. Nota sobre a obsessão de Lula em defender os interesses de Putin no caso da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/08/o-estranho-caso-de-afinidade-eletiva-do.html).

4450. “A Ucrânia em guerra como marco relevante no horizonte do Brasil atual”, Brasília, 5 agosto 2023, 2 p. Introdução a um artigo de mais amplo escopo sobre a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia e seu efeito sobre a política externa do Brasil, não exatamente por esse motivo. Postado provisoriamente no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/08/a-ucrania-em-guerra-como-marco.html).

4449. “Lista seletiva de trabalho sobre a guerra de agressão à Ucrânia, atualizada”, Brasília, 5 agosto 2023, 6 p. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/08/lista-seletiva-de-trabalhos-sobre.html); divulgada na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/105295008/4449_Lista_seletiva_de_trabalhos_sobre_a_guerra_de_agressão_à_Ucrânia_atualizada_2023_).

4442. “Dois pesos e nenhuma medida: a diplomacia brasileira está realmente de volta?”, Brasília, 23 julho 2023, 1 p. Nota sobre a indiferença da diplomacia brasileira em relação ao conflito na Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/07/dois-pesos-e-nenhuma-medida-diplomacia.html).

4432. “O significado maior da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia”, Uberaba, 10 julho 2023, 1 p. Nota sobre as implicações da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia para a Rússia, a China e o Brasil. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/07/sobre-verdadeira-natureza-do-atual.html).

4431. “Sobre a tal de “neutralidade” na “guerra da Ucrânia”, Brasília, 8 julho 2023, 3 p. Contra a neutralidade na guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, usando argumentos de Rui Barbosa e de Elie Wiesel. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/07/a-neutralidade-sempre-ajuda-o-opressor.html).

4417. “A guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia e a diplomacia brasileira, de Bolsonaro a Lula”, Brasília, 14 junho 2023, 20 slides. Apresentação sintética, com base no trabalho n. 4408, sobre o tema da guerra na Ucrânia e as tergiversações da diplomacia brasileira, com transcrição de artigos da Carta da ONU em anexo. Para debate em ambiente restrito (15/06/2023). Disponibilizado em Academia.edu (link: https://www.academia.edu/123822538/4417_A_guerra_de_agressão_da_Rússia_contra_a_Ucrânia_e_a_diplomacia_brasileira_de_Bolsonaro_a_Lula_2023_).

4409. “Diplomacia de Lula: Ucrânia, China, Cúpula sul-americana, Maduro”, Brasília 5 junho 2023, 4 p. Respostas a questões do jornalista Ramon Sahmkow, da Agence France Presse em Brasília. Divulgado, sem indicação de interlocutor, no blog Diplomatizzando (14/06/2023; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/06/diplomacia-de-lula-ucrania-china-cupula.html).

4408. “A guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia e a diplomacia brasileira, de Bolsonaro a Lula”, Brasília, 1 junho 2023, 3 p. Observações sintéticas sobre o maior desafio à ordem internacional em oitenta anos. Distribuído reservadamente para debate em âmbito restrito (15/06/2023). Disponível, posteriormente, na plataforma de interação Academia.edu (12/09/2024, link: https://www.academia.edu/123822388/4408_A_guerra_de_agressão_da_Rússia_contra_a_Ucrânia_e_a_diplomacia_brasileira_de_Bolsonaro_a_Lula_2023_).

4374. “Por que a tal de ‘nova ordem mundial’ é uma má ideia?”, Brasília, 26 abril 2023, 4 p. Artigo publicado na revista Crusoé (9/06/2023; link: https://oantagonista.uol.com.br/mundo/crusoe-por-que-a-tal-de-nova-ordem-mundial-e-uma-ma-ideia-2/); divulgado no blog Diplomatizzando (14/06/2023; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/06/por-que-tal-de-nova-ordem-mundial-e-uma_14.html); divulgado novamente no blog Diplomatizzando (8/07/2023; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/07/por-que-tal-de-nova-ordem-mundial-e-uma.html). Relação de Publicados n. 1511.

4370. “Seleção atualizada de trabalhos sobre a guerra de agressão da Rússia contra a nação ucraniana”, Brasília, 23 abril 2023, 5 p. Lista seletiva de trabalhos sobre a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, atualizada em 23/04/2023; revisão em 25/05/2023; atualizada em 14/06/2023. Divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/04/selecao-atualizada-de-trabalhos-sobre.html).

4365. “Potências revisionistas e rupturas da ordem global”, Brasília, 17 abril 2023, 4 p. Ensaio sobre os momentos de rupturas históricas em ordens políticas estabelecidas. Para aula no curso de mestrado em Relações Internacionais da UFABC, a convite do prof. Mohammed Nadir, via online, em 18/04/2023. Primeira parte aproveitada para um pequeno texto sobre a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia; postado, sob o título de “Lula tem certeza de que seria uma boa ideia colocar o Brasil do lado da Rússia e da China na construção de uma nova ordem mundial?”, no blog Diplomatizzando (26/04/2023; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/04/deve-o-brasil-aderir-ideia-de-uma-nova.html); segunda e terceira partes, aproveitadas para novo artigo para a revista Crusoé, sob o título “Por que a tal de 'nova ordem mundial' é uma má ideia?”, sob o número 4374.

4347. “Faz sentido o Brasil se aproximar de China e Rússia?”, Programa Latitudes n. 19, 1 abril 2023, 1h de conversa com os jornalistas Rogério Ortega e Duda Teixeira sobre as posições adotadas pela diplomacia petista em relação aos grandes temas da política internacional, como a invasão da Ucrânia e a retórica belicista da China (link: https://www.youtube.com/watch?v=3S2n8_pCtrw); divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/04/faz-sentido-o-brasil-se-aproximar-de.html). Relação de Publicados n. 1501.

4344. “O que Putin quer de Lula? O que ele vai conseguir?”, Brasília, 25 março 2023, 6 p. Artigo para a revista Crusoé, sobre a próxima visita do chanceler Lavrov ao Brasil, tratando do Brics e da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia. Publicado na Crusoé (31/03/2023; link: https://crusoe.uol.com.br/edicoes/257/o-que-putin-quer-de-lula-o-que-ele-vai-conseguir/?fbclid=IwAR0HUZLik-L-mAziepagvbW2FtPFh-mtymnqIQHUhNSGKuu2dxVGndG0dKk?utm_source=crs-site&utm_medium=crs-login&utm_campaign=redir); divulgado no blog Diplomatizzando (18/04/2023; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/04/o-que-putin-quer-de-lula-o-que-ele-vai.html). Relação de Publicados n. 1499.

4329. “Os 12 pontos do ‘Plano de Paz” da China para a guerra na Ucrânia; comentários de Paulo Roberto de Almeida”, Brasília, 27 fevereiro 2023, 2 p. Comentários pessoais aos 12 pontos do Plano de Paz da China à guerra de agressão da China contra a Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/02/os-12-pontos-do-plano-de-paz-da-china.html).

4328. “Não ao inaceitável “Não Alinhamento Ativo”, que só significa um Desalinhamento Passivo e Inativo”, Brasília, 26 fevereiro 2023, 1 p. Nota sobre a postura proposta ao fantasmagórico Sul Global de Não Alinhamento Ativo em relação ao conflito da Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/02/nao-ao-inaceitavel-nao-alinhamento.html).

4308. “O mundo aguarda o Brasil sobre a Ucrânia”, Brasília, 21 janeiro 2023, 2 p. Nota sobre a posição ambígua do Brasil em torno da questão da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/01/o-mundo-aguarda-o-brasil-sobre-ucrania.html).

4301. “Seleção de trabalhos sobre a guerra de agressão da Rússia contra a nação ucraniana”, Brasília, 10 janeiro 2023, 4 p. Lista seletiva de trabalhos sobre a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/01/selecao-de-trabalhos-sobre-guerra-de.html).

2022:

4293. “O Brasil e a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia”, Brasília, 20 dezembro 2022, 1 p. Nota sobre a futura diplomacia do lulopetismo no tocante à guerra na Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/12/o-brasil-e-guerra-de-agressao-da-russia.html).

4249. “Carta aberta ao Sr. Presidente da República”, Brasília, 7 outubro 2022, 1 p. Indagação a respeito de nossas obrigações constitucionais e internacionais, no tocante à guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/10/carta-aberta-ao-sr-presidente-da.html).

4245. “O Brasil deixou de fazer parte da comunidade internacional? Desde quando?”, Brasília, 28 setembro 2022, 2 p. Nota sobre a postura do Brasil em face das violações da Rússia na sua guerra de agressão contra a Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/09/o-brasil-deixou-de-fazer-parte-da.html).

4227. “Relação de materiais no Diplomatizzando sobre a guerra na Ucrânia”, Brasília, 2 setembro 2022, 3 p. Listagem dos materiais mais interessantes sobre a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia e seu impacto geopolítico. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/09/materiais-sobre-guerra-de-agressao.html); disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/86055975/4227_Materiais_no_Diplomatizzando_sobre_a_guerra_de_agressao_a_Ucrania_2022_).

4226. “A guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia no contexto histórico”, Brasília, 2 setembro 2022, 33 slides. Apresentação, preparada com base no trabalho 4107, para servir de palestra a alunos de curso preparatório ao concurso do Itamaraty. Disponível em Academia.edu (link: https://www.academia.edu/123822124/4226_A_guerra_de_agressão_da_Rússia_contra_a_Ucrânia_no_contexto_histórico_2022_).

4217. “A guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia e a postura do Brasil”, Brasília, 14 agosto 2022, 10 p. Breve paper sobre a diplomacia brasileira no tocante à guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, para participação em seminário híbrido sobre o posicionamento dos Estados latino-americanos frente ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia, organizado pelo prof. Nitish Monebhurrun, no Ceub, no dia 17 de agosto. Divulgado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/84817949/4127AguerradeagressaodaRussiacontraaUcraniaeaposturadoBrasil2022) e no blog Diplomatizzando (15/08/2022; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/08/os-estados-latino-americanos-frente-ao.html). Feita pequena apresentação em PP e texto sintético.

4206. “Sobre a guerra na Ucrânia e nossa próxima política externa”, Brasília, 24 julho 2022, 2 p. Nota sobre a postura de Lula em relação à questão da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/07/a-proxima-politica-externa-do-brasil.html ).

4189. “O futuro do grupo BRICS”, Brasília, 30 junho 2022, 9 p. Texto conceitual sobre os caminhos enviesados do BRICS pós-guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, e reflexivo sobre as ordens alternativas no campo econômico e político. Elaborado a propósito de webinar promovido pelo IRICE (embaixador Rubens Barbosa) sobre “O futuro do grupo Brics” (30/06/2022), na companhia do presidente do NDB, Marcos Troyjo, e da representante da Secretaria de Comércio Exterior do Itamaraty, Ana Maria Bierrenbach. Postado no Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/06/o-futuro-do-grupo-brics-ensaio-por.html). Vídeo do evento disponível no canal do IRICE no YouTube (link: https://www.youtube.com/watch?v=9Q9l8i4gyX4 ). Relação de Publicados n. 1464.

4171. “O Brasil está perdendo o rumo em sua postura enquanto nação civilizada?”, Brasília, 12 junho 2022, 5 p. Nota sobre a postura diplomática do Brasil em relação à guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, aproveitando para apresentar o livro sobre o Brics, incluindo os dois sumários e o índice não numerado. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/06/o-brasil-esta-perdendo-o-rumo-em-sua.html).

4168. “O Brics depois da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia”, Brasília, 9 junho 2022, 6 p. Posfácio ao livro A grande ilusão do Brics e o universo paralelo da diplomacia brasileira, e revisão geral, eliminando todas as tabelas, agora com 187 p. Apresentação no blog Diplomatizzando (11/06/2022; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/06/meu-proximo-kindle-sobre-miragem-dos.html). Publicado em 12/06/2022 Brasília: Diplomatizzando, 2022; ISBN: 978-65-00-46587-7; ASIN: B0B3WC59F4).

4165. “Os 100 primeiros dias da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia: o Brasil afronta o Direito Internacional e a sua história diplomática”, Brasília, 3 junho 2022, 7 p. Texto de apoio a participação em seminário do Instituto Montese sobre os “100 dias de guerra na Ucrânia”, com gravação prévia antes da apresentação. Divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/06/100-dias-de-guerra-de-agressao-da.html); emissão divulgada em 10/06/2022, 14h05 (link: https://www.youtube.com/watch?v=CEs-kG1hOjk; exposição PRA de 44:37 a 52:30 minutos da emissão). Relação de Publicados n. 1454.

4153. “Guerra na Ucrânia e suas implicações para o Brasil”, Brasília, 11 maio 2022, 5 p. Notas para exposição oral na palestra no encerramento da Semana de Ciências Sociais do Mackenzie, sobre o tema da “Guerra na Ucrânia e suas implicações para o Brasil” (13/05/2022). Divulgado no blog Diplomatizzando (14/05/2022; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/05/guerra-na-ucrania-e-suas-implicacoes14.html); vídeo da palestra no canal YouTube do Mackenzie (link: https://www.youtube.com/watch?v=7jQtR277iDc).

4152. “O Brasil e a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia”, Brasília, 11 maio 2022, 16 p. Texto de apoio a palestra no encerramento da Semana de Ciências Sociais do Mackenzie, sobre o tema da “Guerra na Ucrânia e suas implicações para o Brasil” (13/05/2022). Disponibilizado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/78954459/OBrasileaguerradeagressãodaRússiacontraaUcrânia2022) e no blog Diplomatizzando (13/05/2022: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/05/guerra-na-ucrania-e-suas-implicacoes.html). Divulgado igualmente na página do Centro de Liberdade Econômica das Faculdades Mackenzie (link: https://www.mackenzie.br/liberdade-economica/artigos-e-videos/artigos/arquivo/n/a/i/o-brasil-e-a-guerra-de-agressao-da-russia-contra-a-ucrania). vídeo da palestra no canal YouTube do Mackenzie (link: https://www.youtube.com/watch?v=7jQtR277iDc). Relação de Publicados n. 1452.

4143. “Quão crível é a ameaça de guerra nuclear da Rússia no caso da Ucrânia?”, Brasília, 2 maio 2022, 3 p. Rememorando o caso dos mísseis soviéticos em Cuba. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/05/quao-credivel-e-ameaca-de-guerra.html).

4131. “Consequências econômicas da guerra da Ucrânia”, Brasília, 19 abril 2022, 18 p. Notas para desenvolvimento oral em palestra-debate promovida no canal Instagram do Instituto Direito e Inovação (prof. Vladimir Aras), no dia 21/04/22. Nova versão reformatada e acrescida do trabalho 4132, sob o título “A guerra da Ucrânia e as sanções econômicas multilaterais”, com sumário, anexo e bibliografia. Divulgado preliminarmente na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/77013457/AguerradaUcrâniaeassançõeseconômicasmultilaterais2022) e anunciado no blog Diplomatizzando (20/04/2022; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/04/a-guerra-da-ucrania-e-as-sancoes.html). Transmissão via Instagram (21/04/2022; 16:00-17:06; link: https://www.instagram.com/tv/CcoEemiljnq/?igshid=YmMyMTA2M2Y=); (Instagram: https://www.instagram.com/p/CcoEemiljnq/).

4109. “Avançamos moralmente desde os embates de nossos ancestrais na luta pela sobrevivência?”, Brasília, 19 março 2022, 1 p. Considerações sobre a imoralidade e barbaridade dos atos que estão sendo cometidos pelas tropas de Putin na Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/03/avancamos-moralmente-desde-os-embates.html).

4107. “O conflito Rússia-Ucrânia e o Direito Internacional”, Brasília, 16 março 2022, 12 p. Respostas a questões colocadas por interlocutor profissional sobre a natureza do conflito e suas consequências no plano mundial. Disponível Academia.edu (link: https://www.academia.edu/73969669/OconflitoRussiaUcraniaeoDireitoInternacional2022); divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/03/o-conflito-russia-ucrania-e-o-direito.html).

4099. “Quando o dever moral nascido do sentido de Justiça deve prevalecer sobre o “pragmatismo” que sustenta o crime”, Brasília, 9 março 2022, 1 p. Comentário sobre a postura objetivamente favorável do governo brasileiro ao agressor no caso da guerra na Ucrânia. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/03/quando-o-dever-moral-nascido-do-sentido.html).

4098. “Renúncia infame: o abandono do Direito Internacional pelo Brasil”, Brasília, 7 março 2022, 5 p. Breve ensaio para o blog científico International Law Agendas, do ramo brasileiro da International Law Association (ILA; http://ila-brasil.org.br/blog/), para edição especial sobre “A política externa brasileira frente ao desafio da invasão russa na Ucrânia”, a convite de Lucas Carlos Lima, coeditor do blog, com base nas notas e declarações do Itamaraty com respeito aos debates no CSNU e na AGNU. ‬‬Publicado, na condição de membro do Conselho Superior do ramo brasileiro da International Law Association, no blog eletrônico International Law Agendas (7/03/2022; link: http://ila-brasil.org.br/blog/uma-renuncia-infame/); blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/03/uma-renuncia-infame-o-abandono-do.html). Postado novamente no blog Diplomatizzando (22/02/2025; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/02/meu-protesto-contra-postura-da.html). Relação de Publicados n. 1442. ‬

4087. “Uma nota pessoal sobre mais uma postura vergonhosa de nossa diplomacia”, Brasília, 22 fevereiro 2022, 2 p. Comentários a nota do Itamaraty e a declaração feita no CSNU a propósito da invasão da Ucrânia pela Rússia, com referência à nacionalização dos hidrocarburos na Bolívia em 2006. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/02/uma-nota-pessoal-sobre-mais-uma-postura.html). Postado novamente no blog Diplomatizzando (22/02/2025; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/02/minha-primeira-nota-sobre-pre-invasao.html).

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4974, 3 julho 2025, 14 p.

quinta-feira, 3 de julho de 2025

A primeira guerra de trinta anos - Lígia Osório Silva (historiadora)

 A primeira guerra de trinta anos

Por LÍGIA OSÓRIO SILVA*

(03/07/2025)


Texto inédito da socióloga, falecida recentemente

 

        Em 23 de maio de 1618, nobres protestantes invadiram o Castelo de Praga. Eles exigiam liberdade de religião dos representantes do imperador católico do Sacro Império Romano-Germânico – Matias havia limitado os direitos dos protestantes. Depois de um bate-boca, os nobres da Boêmia, a atual República Tcheca, jogaram os apoiadores do imperador pela janela. Por sorte, eles sobreviveram à queda na fossa do castelo.

        O imperador Habsburgo Matias viu nesse ato de insurgência, que entrou para a história como a Defenestração de Praga, uma declaração de guerra e resolveu sufocar a rebelião protestante ainda no nascedouro. Era o início da Guerra dos Trinta Anos, que envolveria quase toda a Europa Central. Para a Alemanha, o conflito se transformou num trauma.

        “Essa guerra deixou, sem dúvida algumas marcas muito mais profundas na Alemanha do que qualquer guerra posterior, exceto talvez as duas grandes guerras mundiais do século XX”, afirma o cientista político Herfried Münkler, da Universidade Humboldt.

        Uma combinação explosiva de fatores fez com que o conflito na Boêmia virasse um incêndio generalizado e descontrolado. Enquanto uma onda de frio duradoura destruía colheitas, um clima de fim de mundo, alimentado por superstições, espalhava-se pela população. Questões confessionais pioravam ainda a mais situação: cerca de cem anos depois do início da Reforma Protestante e da divisão da Igreja, católicos e protestantes cultivavam uma enorme rivalidade.

E, para piorar, havia interesses mundanos em jogo. “A religião foi manipulada para fins políticos”, comenta a cientista política Elisabeth von Hammerstein, da Fundação Körber. “Os fatores políticos desempenharam um papel no mínimo da mesma importância”, acrescenta.

        O imperador e alguns soberanos regionais brigavam para decidir quem ditava os destinos do império. No meio disso, forças externas se envolveram. “Os franceses, os Habsburgos, os suecos, os ingleses e até os otomanos consideravam a região muito importante para a própria segurança e lutavam pelo seu domínio ou para impedir a influência de outras potências”, explica Von Hammerstein. Nesse contexto, a religião foi a lenha usada para alimentar o fogo.


Mortes, saques e destruição

        Historiadores e cientistas políticos veem paralelos com conflitos atuais, como a guerra civil na Síria. No início, tratava-se de um levante local de forças sunitas contra o domínio do xiita-alauita Bashar al-Assad. Logo, porém, o conflito virou uma guerra por procuração, com Irã, Arábia Saudita, Turquia, Rússia e também Estados Unidos perseguindo interesses próprios e complicando a situação.

 

        Da mesma forma, a Guerra dos Trinta Anos alcançou uma nova dimensão do horror quando mais países se envolveram. Exércitos de mercenários desenfreados e sedentos por butins, vindos de todos os lados, atravessavam os campos de batalha como hordas de gafanhotos apocalípticos. Eles tocavam fogo em cidades e vilas, massacravam moradores, violentavam mulheres.

        As crianças também não eram poupadas. Inúmeras pessoas morreram de fome ou sucumbiram a doenças como a peste, disseminada por legiões de mercenários itinerantes e dezenas de milhares de vítimas em fuga.

Um testemunho histórico é o diário do mercenário alemão Peter Hagendorf. Num trecho, ele lista “uma bela donzela” como parte de seu butim, ao lado de dinheiro e roupas. Algumas páginas adiante afirma que quase todas as igrejas, cidades e vilas do Bispado de Liège foram saqueadas ou roubadas.


Retrocesso e paz

        A estimativa do número de mortos da Guerra do Trinta Anos varia de três milhões a nove milhões, para uma população, também estimada, de 15 milhões a 20 milhões. Proporcionalmente é mais do que o número de mortos na Segunda Guerra Mundial. São poucas as regiões que não foram destruídas, e o sistema de poder ficou em ruínas. Enquanto outras nações saíram lucrando, a Alemanha sofreu com a ruína e a depressão.

        “No aspecto social-econômico, a guerra catapultou a Alemanha décadas para trás”, afirma o cientista político Herfried Münkler. Uma guerra na qual um quarto ou até um terço da população morre “é uma ruptura na percepção que as pessoas têm de si mesmas”, diz.

        A experiência de virar um joguete nas mãos de potências estrangeiras e um palco para os conflitos marcou profundamente a Alemanha, argumenta Herfried Münkler. Ele vai além e diz que esse trauma ajudou o Império Alemão e mais tarde o nazismo a justificarem seus ataques na Primeira e na Segunda Guerra Mundiais.

        Na metade da terceira década de combates, as partes litigantes começaram a dar sinais de cansaço ou de estarem satisfeitas com suas áreas de influência. Ao longo de cinco anos elas tentaram chegar a um acordo de paz em negociações conduzidas em Münster, uma cidade católica, e em Osnabrück, uma cidade protestante.

        Em 24 de outubro de 1648, a tão almejada paz foi finalmente alcançada em Münster. A série de acordos entraria para a história com o nome de Paz de Vestfália e também como um triunfo da diplomacia por conter inúmeras concessões, por exemplo, à liberdade de religião.

        Protestantes e católicos concordaram que “controvérsias religiosas não podem ser resolvidas pelo viés teológico e que, em vez disso, deve-se buscar soluções pragmáticas ao largo das discussões sobre quem tem razão”, explica Von Hammerstein.

Assim, entre outros avanços, a paz solidificou a equiparação dos credos cristãos. “Com isso criaram-se as bases para uma convivência pacífica entre as confissões, o que parecia impossível depois de décadas de violência.”


Exemplo para outros conflitos?

        Um sistema de garantias foi responsável pela manutenção da paz. Por exemplo: se um dos lados desrespeitasse os acordos, os outros signatários tinham o direito de intervir para restabelecer o status quo.

        Além disso, a soberania do imperador foi limitada, e os príncipes receberam mais poderes. Com isso, o império se transformou em definitivo numa aliança flexível de Estados. Se em países como a França o poder central era fortalecido, na Alemanha a evolução transcorria de forma exatamente oposta. O ganho de poder dos soberanos regionais se reflete até hoje no federalismo alemão, no qual os governadores vigiam com afinco os poderes dados aos estados.

        A Paz de Vestfália é frequentemente apontada como exemplo de resolução para outros conflitos. Em 2016, o então ministro do Exterior da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, relatou que um intelectual árabe havia lhe dito que sua região necessitava de uma versão própria da Paz de Vestfália.

        Von Hammerstein também vê o acordo como fonte de inspiração e lembra que ele provou que também um conflito com fortes elementos religiosos e emocionais pode ser resolvido de forma pacífica.


*Lígia Osório Silva foi professora do Instituto de Economia da Unicamp. Autora, entre outros livros, de Terras devolutas e latifúndio (Editora Unicamp).

Ser neutro em face de um crime representa ser conivente com o criminoso - Paulo Roberto de Almeida

Ser neutro em face de um crime representa ser conivente com o criminoso

O Brasil de Lula (como antes o governo Bolsonaro) afirma ser neutro na questão da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia.

Rui Barbosa, em 1916, já tinha chamado a atenção sobre a impossibilidade da neutralidade, ou “imparcialidade”, em face de uma grave transgressão do Direito, a propósito da invasão da Bélgica neutra invadida pelo Reich alemão na Grande Guerra (desde 1914). Ele disse que não se pode ser “neutro” em face de uma clara transgressão ao Direito Internacional.

Um ano depois o Brasil deixou de ser neutro na Grande Guerra, rompeu relações com as potências centrais e ingressou na guerra do lado dos agredidos.

Lula precisaria reler Rui Barbosa, ou alguém ler para ele.

Paulo Roberto de Almeida


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