segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Livro: Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil - Paulo Roberto de Almeida (Ateliê de Humanidades)

Vidas Paralelas: Rubens Ricupero e Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil

Paulo Roberto de Almeida 

(Rio de Janeiro: Ateliê de Humanidades, 2025, 364 p.)

 Índice:

Prefácio
Fernando de Mello Barreto

A título de apresentação:
Uma nota pessoal sobre minhas afinidades eletivas

1. Uma história intelectual: paralelas que se cruzam
Por que uma história intelectual paralela?
Por que vidas paralelas numa história intelectual?
Quão “paralelos” são Rubens Ricupero e Celso Lafer?
A importância de Ricupero e de Lafer nas relações internacionais do Brasil
O sentido ético de uma vida dedicada à construção do Brasil

2. Rubens Ricupero: um projeto para o Brasil no mundo
Do Brás italiano para o Rio de Janeiro cosmopolita
Um começo desconcertante na vida diplomática
Uma carreira progressivamente ascendente, pela via amazônica
Afinidades eletivas com base no estudo do Brasil e no conhecimento do mundo
Professor de diplomatas e de universitários, no Instituto Rio Branco e na UnB
O assessor internacional e o Diário de Bordo da viagem de Tancredo Neves
O Brasil no sistema multilateral de comércio
O mais importante plano de estabilização da história econômica brasileira
Unctad: a batalha pela redução das desigualdades globais
Um pensador internacionalista, o George Kennan brasileiro
A figura incontornável de Rio Branco, o paradigma da ação diplomática
Brasil: um futuro pior que o passado?
O Brasil foi construído pela sua diplomacia? De certo modo, sim
Quais as grandes leituras de Rubens Ricupero?

3. Celso Lafer: um dos pais fundadores das relações internacionais no Brasil
A abertura de asas de um intelectual promissor
A tese de Cornell sobre o Plano de Metas de JK
Irredutível liberal: ensaios e desafios
As relações econômicas internacionais: reciprocidade de interesses
A trajetória de Celso Lafer nas relações internacionais do Brasil
Direitos humanos: a dimensão moral do trabalho intelectual
Um diálogo permanente com Hannah Arendt
Norberto Bobbio: afinidades eletivas com o sábio italiano
A aventura da revista Política Externa e seu papel no cenário editorial
A diplomacia na prática: a primeira experiência na chancelaria, 1992
A diplomacia na prática: a segunda experiência na chancelaria, 2001-2002
No templo dos imortais: “intelectual militante” e “observador participante”
O judaísmo laico de Lafer e a unidade espiritual do mundo de Zweig
Uma coletânea dos mais importantes artigos num amplo espectro intelectual

4. Paralelas convergentes: considerações finais
Bildung pessoal nas relações internacionais do Brasil
A dupla dimensão das vidas paralelas
Dois “professores” e não só de política externa
A République des Lettres do Itamaraty e dois dos seus representantes

Bibliografia

Disponível na Amazon (link) ou diretamente no Ateliê de Humanidades: 

Livros relevantes para entender a economia brasileira e mundial - Renato Baumann

Livros relevantes para entender a economia brasileira e mundial

Renato Baumann 

Vários destes livros do economista Renato Baumann, técnico do IPEA e representante da CEPAL no Brasil durante muitos anos, se encontram disponíveis nas instituições que patrocinaram suas respectivas publicações, como o IPEA, por exemplo:

- O Brasil e a Economia Global (organizador), SOBEET e Editora Campus, Rio de Janeiro, 1996
- A Nova Economia Internacional - Uma Perspectiva Brasileira, em co- autoria com Reinaldo Gonçalves, Luis Carlos Prado e Otaviano Canuto, Editora Campus, Rio de Janeiro, 1998
- Brasil: Uma Década em Transição, organizador, Editora Campus, Rio de Janeiro, 2000, também publicado como Brazil in the 1990s: An Economy in Transition, Palgrave Publishers, 2002
- Mercosul – Avanços e Desafios da Integração, organizador, CEPAL/IPEA, Brasilia, 2001
- A ALCA e o Brasil: Uma Contribuição ao Debate, organizador, CEPAL/IPEA, Brasília, 2003
- Economia Internacional – Teoria e Experiência Brasileira, em co-autoria com Otaviano Canuto e Reinaldo Gonçalves, Editora Campus, Rio de Janeiro, 2004
- O Brasil e os demais BRICs – Comércio e Política, organizador, CEPAL/IPEA, Brasilia, 2010
- Integração Regional: Teoria e Experiência Latino-americana, Editora LTC, 2013
- Os BRICS e seus vizinhos – comércio e acordos regionais, organizador, com Ivan Tiago Oliveira, IPEA, Brasília, 2014
- Economia Internacional – Teoria e Experiência Brasileira, 2a. Edição, em co-autoria com Reinaldo Gonçalves, Editora Campus, Rio de Janeiro, 2014
- VI BRICS Academic Forum, organizador, com Tamara Farias, IPEA, Brasília, 2014
- Manual do Candidato – Economia, em co-autoria com Samo Gonçalves, FUNAG/MRE, Brasília, 2016, para os candidatos ao Instituto Rio Branco
- Percurso incompleto: a política econômica externa do Brasil. Rio de Janeiro: Ipea, 2023. il. color. ISBN: 978-65-5635-059-2. DOI: http://dx.doi.org/10.38116/9786556350592
- Instrumentos de avaliação de investimentos externos no mundo e seus debates no Brasil, em co-autoria com Michelle Ratton Baidin (orgs), Rio de Janeiro: Ipea, 2025. v. 1. ISBN: 978-65-01-30543. DOI: http://dx.doi.org/10.38116/9786501305431






O Brasil tropeça em economia e em diplomacia, mas não precisa se alinhar a nenhuma grande potência - Paulo Roberto de Almeida

 Economia e diplomacia devem ser conduzidas sem paixões ou bravatas pessoais. 

    Trump atua de modo inaceitável, brutal, tanto em diplomacia quanto em economia. É um megalomaniaco que se acredita poderoso, quando na verdade está diminuindo o peso e o antigo prestígio dos EUA no mundo. 

        O Brasil deveria atuar de modo técnico, pela via multilateral, sem privilegiar nenhuma grande potência e sem provocações pessoais. 

        A família Bolsonaro prejudica terrivelmente milhares de empresas e de trabalhadores do Brasil, o que é inaceitável. 

        Um pouco menos de interesses ou de paixões pessoais, e mais avaliação realista das possibilidades dentro dos limites existentes ajudaria a administrar a presente crise. A presidente do México, por exemplo, está atuando de modo racional e soberano, sem pessoalizar nenhuma das questões e sem qualquer estridência no tom.

Paulo Roberto de Almeida 

domingo, 17 de agosto de 2025

A Arte (arte?!?) da Negociação - Donald J. Trump (edição brasileira)

 

A Arte (arte?!?) da Negociação

Donald J. Trump (mas não foi ele que escreveu)
Já que o homem está solto e fazendo o impossível para tornar os EUA pequenos novamente, fui ver o que ele poderia ter como lições ou ensinamentos sobre sua "arte" de fazer negócios.
O livro, de 1987, na verdade escrito por um jornalista da Twentieth Century Fox, Tony Schwartz, se chama, no original, The Art of the Deal, e foi traduzido e publicado no Brasil em 1989, pela Editora Campus, como Trump: A Arte da Negociação.
Naquela época ele ainda estava com sua primeira esposa (?! talvez, descontando as modelos e as garota do Epstein) Ivana, também uma "emigrante" (no Canadá, depois veio aos EUA), que aparece em algumas fotoso do livro, inclusive em Moscou); depois ele contratou mais uma emigrante (talvez possa ser por isso que tem tanta raiva de imigrantes).
O livro é um conjunto de platitudes, a maior parte mentiras, com títulos grandiosos em cada um dos 14 capítulos. Trump começa agradecendo à sua "maravilhosa esposa", Ivana Trump, e seus três filhos, que se mostraram "compreensivos ao se verem privados de minha companhia durante os vários fins-de-semana que passei escrevendo este livro" (a primeira mentira).
O primeiro capítulo começa justamente por outra grande mentira:
"Não faço pelo dinheiro. Já tenho bastante, muito além do que precisaria. Faço pelo prazer de fazer." (p. 1)
O capítulo 2., "Os Pontos-Chave da Negociação", em contrapartida, contém uma grande verdade (ou meia verdade):
"Meu estilo de fazer negócios é bem simples e direto. Eu miro muito alto en então fico tentando, tentando, aaté conseguir o que quero. Às vezes consigo menos do que pretendia, mas na maioria dos casos, consigo o que quero." (p. 23)
Não vou continuar transcrevendo as platitudes que preenchem cada uma das páginas do livro. Ele realmente ficou rico, dando golpes, dos quais não falo sinceramente ou honestamente (algo impossível para ele), mas tampouco fala da "ajuda" que recebeu de bilionários russos, depois do fim do comunismo.
Mas ele já tinha ido à Rússia antes do final do regime, e relata isso numa das seções finais do livro, capítulo 14, justamente, o último da coleção de mentiras:
"O Hotel em Moscou"
"Em janeiro de 1987 [PRA: ou seja, nos tempos turbulentos de Gorbatchev], recebi uma carta de Yuri Dobrinin, o embaixador soviético nos Estados Unidos, que dizia: "É um prazer enviar-lhe boas notícias de Moscou," E continuava, dizendo que o departamento soviético para assuntos de turismo internacional, o Goscomintourist, havia mostrado interesse em uma joint venture para construir e gerenciar um hotel em Moscou. Em julho eu, Ivana, sua assitente Lisa Calandra e Norma voamos para Moscou. Foi uma experiência extraordinária [PRA: talvez a mais de um título]. Visitamos várias áreas em potencial para a construção de um hotel, algumas próximas à Praça Vermelha. Ficamos hospedados na suite Lenin, no Hotel Nacional, eu eu fiquei impressionado com a disposição das autoridades soviéticas para fazer o negócio." (p. 196-197)
Mais ele não diz, mas deve ter partido daí a "aproximação" com soviéticos (que não deixaram de ser soviéticos depois do final do comunismo, nos métodos e na corrupção), o que lhe rendeu miuitos milhões de dólares quando precisou "vender" algumas suites da Trump Tower para os bilionários russos (dinheiro geralmente obtido na promiscuidade com o poder, qualquer poder, soviético, da transição, da era "capitalista").
Resumindo, o livro é uma profunda chatice, pois passa o tempo todo relatando seus negócios, encontros, conversações, compras e vendas, sempre visando alto, sua obsessão com cassinos, que só perde, provavelmente, para sua obsessão com as mulheres (de preferência mais jovens, bem jovens).
Não quero mais falar de mentiras e auto-elogios. Vou devolver o livro à Biblioteca do Itamaraty (Coleção Embaixador Dario de Castro Alves, um grande baixinho, simpático, casado com a Dinah Silveira de Queiroz, e que escolheu se instalar em Portugal, depois de aposentado, mas voltou ao Ceará no final da vida).
Não sei se o Trump vai "escrever" um outro livro (isto é, vão escrever para ele) depois de sair (ou ser saído) de sua segunda presidência, na qual conseguiu destruir quase tudo o que os EUA, os americanos, empresários, diplomatas, militares, acadêmicos, tinham construído desde a Segunda Guerra Mundial e nos anos imediatamente seguintes.
Não creio que que houve, ou haverá, algum outro presidente que conseguiu ser tão destruidor, de forma tão megalomaniacamente destrutiva durante seu exercício demolidor da presidência, como o Trump, que odeia imigrantes num país construído praticamente e essencialmente, ou inteiramente, por imigrantes (como, aliás, o pai dele).
Chega, ele não merece nada mais, embora fique satisfeito, quase orgástico, que todos falem dele, sobre ele, mal ou bem, o tempo todo, mais do que nunca.
Vade retro Trump, vamos ter de desfazer todo o mal que ele fez durante esses últimos dez anos, ou em toda a sua vida, teremos de reconstruir tudo o que ele destruiu ao longo dos dois mandatos, e por quê? Segundo os psiquiastras, se trata de um "sociopata". Acho que é pouco; ele é muito mais do que isso, mas não vou entrar nesse terreno.

Brasília, 17/08/2025

Resumo: O Brasil e o Direito Internacional desde Rui Barbosa - Paulo Roberto de Almeida (23o CBDI)

Resumo de trabalho de 28 p. elaborado para participação no 23o Congresso Brasileiro de Direito Internacional:

O Brasil e o Direito Internacional desde Rui Barbosa
Paulo Roberto de Almeida
Diplomata de carreira; embaixador aposentado; PhD em Ciências Sociais pela Universidade de Bruxelas; membro do Instituto Histórico e Geográfico do DF.
Íntegra do trabalho disponível na plataforma Academia.edu; link: https://www.academia.edu/.../4981_O_Brasil_e_o_Direito...
Palavras-chave: Rui Barbosa; Direito Internacional; Carta da ONU; sanções econômicas; guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia; diplomacia brasileira.
Introdução
O ensaio tem o objetivo de discutir as graves infrações ao Direito Internacional por parte da Rússia, potência agressora contra a vizinha Ucrânia, começando por relembrar os ensinamentos de Rui Barbosa, na conferência feita em Buenos Aires, em 1916, sobre o “direito dos neutros”, e também com base na experiência adquirida na primeira experiência de “segurança coletiva”, a da Liga das Nações. O trabalho examina a postura diplomática do Brasil no tocante à mais relevante questão da atualidade: a guerra de agressão de Putin contra a Ucrânia, marcando o início do desmantelamento prático do multilateralismo político, depois continuado por Trump em sua dimensão propriamente econômica. As sanções econômicas parciais, introduzidas contra a Rússia por alguns países, de forma unilateral, não têm sido capazes de reduzir o seu ímpeto bélico, que é sustentado pela China e apoiado diplomaticamente pelo atual governo brasileiro.
Fundamentos jurídicos da doutrina diplomática brasileira
Rui Barbosa, na conferência da paz da Haia (1907), defendeu, contra a opinião dos juristas das grandes potências, a “igualdade jurídica dos Estados soberanos”, a sua maior contribuição à formação de uma doutrina para a diplomacia do Brasil, depois convertida em eixo central do multilateralismo contemporâneo. Em 1916, Rui Barbosa se referiu “às violações ao direito dos neutros, cometidas pelos beligerantes” na guerra então em curso na Europa, acrescentando que “todo e qualquer ato dessa natureza constitui uma negação geral dos direitos da neutralidade, e interessa, por conseguinte, a todos os neutros”. Ele sentenciou:
“Entre os que destroem a lei e os que a observam não há neutralidade admissível. Neutralidade não quer dizer imparcialidade, e não há imparcialidade entre o direito e a injustiça. (...) Os tribunais, a opinião pública e a consciência não são neutros entre a lei e o crime. [A] neutralidade não pode ser a abstenção, não pode ser a indiferença, não pode ser a insensibilidade, não pode ser o silêncio.” (...) A imparcialidade na justiça, a solidariedade no direito, a comunhão na manutenção das leis escritas pela comunhão: eis aí a nova neutralidade...
Sanções econômicas como arma de guerra
Uma das “armas” de que se dispunha naquele contexto para coibir agressões econômicas era a “arma econômica” das sanções, descritas por Woodrow Wilson no contexto das negociações de paz de Paris, em 1919. Eis o resumo delas no livro de Nicholas Mulder, Economic Weapon:
“That instrument was sanctions, described in 1919 by U.S. president Woodrow Wilson as ‘something more tremendous than war’: the threat was ‘an absolute isolation… that brings a nation to its senses just as suffocation removes from a individual all inclinations to fight… Apply this economic, peaceful, silent, deadly remedy and there will be no need for force. It is a terrible remedy.”
A Liga das Nações estipulou, em seus artigos 16 e 17, as medidas que poderiam ser adotadas em caso de guerra: immediately … the severance of all trade or financial relations, the prohibition of all intercourse between their nationals and the nationals of the covenant-breaking State, and the prevention of all financial, commercial or personal intercourse…
Mas, nem mesmo essas ameaças evitaram atos de agressão das potências fascistas expansionistas (Itália, Alemanha e Japão) contra países mais fracos.
Sanções econômicas, no mundo da ONU, foram utilizadas contra Estados membros, por vezes de maneira unilateral, como dos EUA contra Cuba, contra o Irã e outros países, mas também de forma legal, sancionadas por alguma resolução do CSNU, contra a África do Sul dos tempos do Apartheid, contra o Iraque de Saddam Hussein, antes e depois de sua invasão do Kuwait. Os dispositivos principais estão contidos nos artigos 41 e 42 da Carta, mas sua aplicação depende da aprovação do CSNU, algo difícil de ser obtido quando os interesses de um dos membros permanentes estão em jogo. A razão é que as sanções econômicas são ofensivas por sua própria natureza, impondo restrições aos intercâmbios com a parte agressora. As sanções impostas por membros da ONU contra a Rússia por sua agressão contra a Ucrânia, não autorizadas pelo CSNU, situam-se dentro do espírito e da letra dos artigos da Carta da ONU.
Conclusão: diplomacia brasileira atual se desvia de suas bases doutrinais
Desde 1945, a diplomacia brasileira manteve uma notável adesão às bases conceituais e práticas dos princípios centrais do multilateralismo. O abandono pelo Brasil de sua adesão inviolável aos princípios do Direito Internacional foi extremamente raro. Mas foi no contexto do terceiro governo petista, em 2014, que se assistiu a uma grave violação do Direito Internacional, ao não se ter nenhuma nota, sequer um pronunciamento do governo brasileiro a respeito da invasão ilegal efetuada pelo governo russo, ao sequestrar a península da Crimeia da soberania da Ucrânia. O caso da invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 configurou um grave desrespeito, pelo governo Bolsonaro, de normas basilares do Direito Internacional, sendo que o governo Lula 3 deu continuidade a esse desrespeito claro a princípios e normas da Carta da ONU ao apoiar o lado russo. É uma ruptura clara com respeito a padrões já consagrados na diplomacia profissional.
Bibliografia
Almeida, Paulo Roberto. “A política externa enquanto política pública: questões conceituais e operacionais da diplomacia brasileira”, Crítica & Controle (vol. 1, n. 3, agosto 2023, p, 138-179; ISSN: 2965-0151; link do artigo: https://seer.ufrgs.br/.../criti.../article/view/133011/89503); divulgado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/105703823/4405_A_política_externa_enquanto_política_pública_questões_conceituais_e_operacionais_da_diplomacia_brasileira_2023_).
Barbosa, Rui. Os Conceitos Modernos do Direito Internacional. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1983; organização e notas de Sérgio Pachá.
Baumbach, Marcelo. Sanções do Conselho de Segurança: direito internacional e prática brasileira. Brasília, Funag, 2014.
Christófolo, João Ernesto. Princípios Constitucionais de Relações Internacionais: significado, alcance e aplicação, Belo Horizonte: Del Rey, 2019.
Mulder, Nicholas. The Economic Weapon: The Rise of Sanctions as a Tool of Modern War. New Haven: Yale University Press, 2022 (Kindle).
Linha de pesquisa: Diplomacia brasileira, Direito Internacional.


O Brasil e o Direito Internacional desde Rui Barbosa - Paulo Roberto de Almeida (Academia.edu)

Trabalho preparado para um congresso internacional, agora disponível para consulta:

O Brasil e o Direito Internacional desde Rui Barbosa

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.
Brasília, 8 julho 2025, 28 p.

Considerações sobre a ordem internacional a partir de posicionamentos da diplomacia brasileira nos últimos cem anos. Preparado em vista do 23º Congresso Brasileiro de Direito Internacional (Belém, 27-3-/08/2025). Revisão em 17/08/2025, com esta descrição de conteúdo: “Considerações sobre a ordem internacional a partir de posicionamentos da diplomacia brasileira a partir de fundamentos doutrinais estabelecidos por Rui Barbosa”. Feito resumo para o 23º CBDI sob n. 5032.

Disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/143485342/4981_O_Brasil_e_o_Direito_Internacional_desde_Rui_Barbosa_2025_

Esquema:
1. Rui Barbosa e o direito dos neutros
2. Guerras e sanções multilaterais: da Liga das Nações à Carta da ONU
3. A postura do Brasil a respeito da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia
4. A Rússia como a desmanteladora do multilateralismo político da atualidade
5. As sanções econômicas e políticas no âmbito multilateral e seu efeito moderado
6. Eventuais desenvolvimentos geopolíticos no futuro imediato
Referências bibliográficas

Resumo: O ensaio tem o objetivo de discutir desenvolvimentos recentes das graves infrações ao Direito Internacional por parte da Rússia, potência agressora, unilateralmente, contra a vizinha Ucrânia, começando por relembrar os ensinamentos, de mais de cem anos atrás, de Rui Barbosa, na sua famosa conferência feita em Buenos Aires, em 1916, sobre o “direito dos neutros” (de fato, Conceitos Modernos de Direito Internacional), e também com base na experiência adquirida na primeira experiência de “segurança coletiva”, a da Liga das Nações, embora frustrada. O trabalho examina em seguida a postura diplomática do Brasil no tocante à mais relevante questão da atualidade europeia e mundial nesse terreno: a guerra de agressão de Putin contra a Ucrânia, marcando o início do desmantelamento prático do multilateralismo contemporâneo, depois continuado por Trump em sua dimensão propriamente econômica. As sanções econômicas, parciais, introduzidas contra a Rússia não têm sido capazes de reduzir o seu ímpeto bélico, que é claramente sustentado pela China e apoiado diplomaticamente pelo atual governo brasileiro.



Alguém já pensou que o Trump possa ser IA feita por um super vilão de história em quadrinhos? - Paulo Roberto de Almeida

A mais fabulosa e rápida cúpula “dipromática” de toda a história das relações internacionais ever!

Putin deve ter retornado eufórico, rejubilante, extasiado, de seu rápido e fulgurante trip a uma antiga colônia do império czarista no continente norte-americano: nunca poderia imaginar que, em menos de 3hs, conseguisse obter, facilmente, só na lábia, muito mais do que esperava receber do maior idiota que jamais ocupou o Salão Oval de uma potência em franca decadência moral e declínio material.

Deve ter dito ao CCCP Lavrov, na volta: 

— “Conseguimos encaçapar todas as bolas contra aquele bestalhão! Vamos chamá-lo a Moscou o quanto antes, para liquidar a fatura. Reserve as melhores garotas!”

Minhas condolências aos colegas diplomatas do State Department.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 17/08/2025


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Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...