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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Espionagem e Diplomacia: afinidades eletivas? - Paulo Roberto de Almeida



Espionagem e Diplomacia: afinidades eletivas?

Paulo Roberto de Almeida
Respostas a questões colocadas por jornalista.

1) Os diplomatas foram muito associados à espionagem na Idade Média e Moderna. Qual seria o perfil mais comum dos "espiões" ou agentes de inteligência contemporâneos? Os diplomatas continuam ocupando a primeira fila no atual imaginário coletivo ou outras ocupações ganharam espaço?
            PRA: De fato, os primeiros “espiões” (certamente não de carreira), no final da Idade Média e no início da era moderna, costumavam ser diplomatas. Os soberanos mandavam “enviados” (algumas vezes “plenipotenciários”) junto a alguma corte estrangeira, amiga ou inimiga, com o intuito principal de se manterem informados sobre os pontos fracos e fortes da potência acolhedora, o estado de suas forças militares, as possibilidades de conquista, de aliança em vista de algum outro inimigo potencial, etc.
Isso deixou de ser verdade depois do Congresso de Viena, quando começaram a ser codificadas as primeiras regras de relações diplomáticas, e quando os Estados nacionais também formalizaram serviços de inteligência que serviam aos governos, especificamente para as forças armadas, mas eventualmente também para os serviços diplomáticos. Sempre houve certa osmose entre os dois serviços de informação, com a diferença que o espião geralmente não negocia, nem representa, mas pode se apresentar como diplomata, o que confunde um pouco as coisas e torna tudo mais complicado para as chancelarias, que têm de conviver com “intrusos” não controlados diretamente por elas, que são serviços civis e burocráticos.
            Os modernos serviços de espionagem – digamos EUA, URSS-Rússia e outras grandes potências – costumam atribuir status diplomáticos a seus designados no terreno, mas eles geralmente não têm nada a ver com os serviços diplomáticos, nem costumam passar suas comunicações pelo chefe da missão, possuindo canais próprios, separados da correspondência diplomática. Essa “osmose” indevida, ou essa contaminação do trabalho diplomático pelos espiões profissionais é, sem dúvida alguma, prejudicial ao trabalho diplomático, que possui regras relativamente transparentes, codificadas nos estatutos de Viena (Convenção sobre Relações Diplomáticas).
Em resumo, diplomatas profissionais não são treinados para atuar como espiões, embora seus relatórios e informações possam servir aos serviços de espionagem. Em contrapartida, os serviços de espionagem podem treinar seus agentes a se comportarem como diplomatas, pois é sob essa cobertura que eles vão desempenhar, em parte, suas funções, e é com esse status que eles geralmente escapam de serem capturados e processados pelos governos dos países nos quais atuam. Eles – ou seja, os que dispõem dessa condição – geralmente são considerados personae non gratae e expulsas sumariamente.

2) Quais são as principais mudanças nos serviços de inteligência nestes últimos anos?
            PRA: Se tornaram bem mais sofisticados, sem aquele ar de James Bond que só existe no cinema, e sem mais o ranço ideológico dos tempos da Guerra Fria. Permanecem os mesmos objetos de “informação”: forças e fraquezas do país em causa, natureza do processo decisório, posições do país em questões sensíveis do relacionamento bilateral ou da agenda internacional, e agora, cada vez mais, segredos tecnológicos e competição comercial. Ou seja, os agentes ainda são os mesmos, mas as formas de atuação e as ferramentas do ofício saíram daquele terreno nebuloso dos romances de espionagem para o universo mais sofisticado da penetração nas comunicações do país visado. Algumas velhas fórmulas permanecem: compra de informantes, chantagens financeiras, escândalos sexuais, promessas tentadoras, etc.


3) Em sua opinião, por que o governo do premiê Benjamin Netanyahu aceitaria fazer uma nova troca de de prisioneiros por um israelense apenas uma semana depois da liberação do soldado Gilad Shalit?
            PRA: Não tenho realmente condições de opinar, pois não venho seguindo o caso, mas me permito responder genericamente. Todo governo que possui um serviço de inteligência profissional, que é caro, tem interesse em preservar e recuperar seus agentes: eles custaram muito a serem formados, e precisam ser “rentabilizados”. Em última instância, também é uma questão  corporativa e de lealdade ao funcionário dedicado e fiel (do contrário poucos seriam os candidatos ao serviço, se fossem “abandonados”).

4) Você considera que Ilan Grapel reúne os elementos para ser um agente de inteligência israelense?
            PRA: Não tenho condições de responder, por não conhecer o tema e o caso em espécie, mas estimo que qualquer pessoa, por mais “inocente” que pareça, pode ser um agente oficial de espionagem. Aliás, se busca justamente alguém que tenha a capacidade de atuar sem despertar suspeitas, mas são muitos os tipos de espiões, inclusive os “dormentes”, que atuam no longo prazo.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 27/10/2011

Populacao Mundial: 7 bilhoes; muito?; pouco?; suficiente? - José Eustáquio Diniz Alves

COMO ESTABILIZAR A POPULAÇÃO MUNDIAL?
Fonte: José Eustáquio Diniz Alves(*), Ecodebate de 26.10.2011
 
De acordo com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), o habitante de número 7 bilhões chegará ao mundo no dia 31 de outubro de 2011. A espécie humana chegou a 3,5 bilhões em 1968, a 4 bilhões em 1974, a 5 bilhões em 1987 e a 6 bilhões em 1999. Ou seja, em 43 anos (entre 1968 e 2011), a população global dobrou de tamanho, tendo acrescentado 1 bilhão de pessoas apenas nos últimos 12 anos.

Sete bilhões de pessoas é muito, é pouco ou é suficiente?

Evidentemente, assim como quase tudo que se refere às ciências humanas, não existe uma resposta única. Sempre vão existir aqueles que acham que a Terra tem espaço suficiente, enquanto outros acham que a Terra está superpovoada.
Porém, hoje em dia, é crescente o número de pessoas que consideram que as atividades humanas estão destruindo o Planeta e colocando em risco o futuro da humanidade e das outras espécies vivas da Terra. Mas enquanto algumas pesquisadores responsabilizam o crescimento populacional pelo estresse ambiental, outros responsabilizam o crescimento do consumo.

Os primeiros dizem que o consumo é elevado porque existem muitas pessoas no mundo (overpopulation) e que a demanda por bens e serviços sempre tende a crescer porque as aspirações humanas são infinitas. Os segundos consideram que o alto consumo (overconsumption) ocorre devido à máquina de propaganda mobilizada pelo modelo capitalista de produção e acumulação de lucro.

De fato, a população e o consumo têm crescido de maneira exponencial nos últimos 200 anos. Mesmo países como a China e o Vietnã, que resistiram às ideologias dos países capitalistas ocidentais (inclusive são até hoje dirigidos por partidos comunistas), têm adotado medidas para controlar a população, enquanto promovem o consumo amplo e irrestrito. Cada vez existem mais países em desenvolvimento que querem copiar os "sucessos" da China contemporânea na produção de bens de consumo. Os países em desenvolvimento já são responsáveis pela metade da produção econômica mundial.
Com um número maior ou menor de pessoas, o fato inequívoco é que precisamos mudar o padrão de produção e consumo. Este é o grande desafio do século XXI. Principalmente, é preciso controlar, o consumo desregrado que reduz cada vez mais a capacidade de regeneração do meio ambiente. Inclusive ajuda muito quando as pessoas optam por viver de maneira ambientalmente sustentável e adotam a filosofia de vida baseada na simplicidade voluntária. Mas isto não é excludente com a autodeterminação reprodutiva e autonomia para ter o número de filhos desejados.

Sete bilhões de habitantes no mundo poderia não ser muito se houvesse a adoção de um nível de consumo compatível com a sustentabilidade ambiental. Porém, o consumo médio da população mundial já está acima da capacidade de regeneração do Planeta e a demanda agregada continua crescendo. Um crescimento do PIB de 3,5% ao ano significa dobrar a produção econômica em 20 anos. O crescimento populacional, em última instância, tem funcionado como força impulsora de mais crescimento econômico.

Porém, o Planeta tem os seus limites e os próprios autores da economia clássica já falavam que o crescimento econômico chegaria, algum dia, ao "Estado Estacionário".

Assim, mais cedo ou mais tarde, a hipótese da estabilização populacional estará colocada no horizonte. Ao invés de uma população crescendo rumo ao infinito, uma estabilidade do número de habitantes poderá ajudar os investimentos em qualidade de vida e bem-estar das pessoas e não em aumentos puramente quantitativos. Ou seja, a estabilização da população mundial pode ser uma forma de valorização do ser humano e do meio ambiente ao mesmo tempo.

A estabilidade da população mundial não requer esforços extraordinários. Já existem países nos quais a população está decrescendo, como: Cuba, Rússia, Japão, Ucrânia, etc. Existem outros que vão ter suas populações caindo num futuro próximo, pois já possuem taxas de fecundidade abaixo do nível de reposição, tais como: Brasil, Chile, China, Coréia do Sul, Irã, Vietnã, etc. Também há um grande grupo de países que estão em processo de transição de altas para baixas taxas de fecundidade e devem atingir o nível de reposição em um espaço curto de tempo.

O Plano de Ação da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD), realizada no Cairo em 1994, diz em seu parágrafo 3.14: "Estão se fortalecendo mutuamente os esforços para diminuir o crescimento demográfico, para reduzir a pobreza, para alcançar o progresso econômico, melhorar a proteção ambiental e reduzir sistemas insustentáveis de consumo e de produção. Em muitos países, o crescimento mais lento da população exigiu mais tempo para se ajustar a futuros aumentos demográficos. Isso aumentou a capacidade desses países de atacar a pobreza, proteger e recuperar o meio ambiente e lançar a base de um futuro desenvolvimento sustentável. A simples diferença de uma única década na transição para níveis de estabilização da fecundidade pode ter considerável impacto positivo na qualidade de vida".

Portanto, a estabilização das taxas de fecundidade pode melhorar o bem-estar do população. Contudo, existem atualmente cerca de 30 países que possuem taxas de fecundidade muito altas e cujos governos apresentam dificuldades para ajudar suas populações a atingir o tamanho de famílias que desejam. Nestes países -- que geralmente são pobres e possuem altos índices de violência e insegurança -- o fenômeno da gravidez indesejada é muito alto. A maior parte do crescimento populacional projetado até 2.100 está concentrada nestes poucos países (a grande maioria na África ao sul do Saara).
Desta forma, não é tarefa impossível evitar o crescimento populacional não planejado (e não desejado). As populações pobres, de modo geral, e os pobres dos países pobres, em particular, têm muitos filhos por falta de acesso aos métodos de regulação da fecundidade, falta de acesso aos direitos sexuais e reprodutivos e falta de acesso à educação, saúde e trabalho. Existem cerce de 215 milhões de mulheres no mundo sem acesso aos métodos contraceptivos.

Portanto, com inclusão social as famílias tendem a limitar seu tamanho pelos seus próprios meios. A cidadania é o melhor contraceptivo.

Além do mais, como colocado no parágrafo 3.14 da CIPD/1994 do Cairo, quando as taxas de fecundidade começam a cair se reduz, também, a razão de dependência demográfica e se cria uma janela de oportunidade para melhorias na educação, saúde, mercado de trabalho, etc. Em geral, a redução do ritmo de crescimento demográfico e a mudança da estrutura etária cria um círculo virtuoso que tende a contribuir para o bem-estar da população.

Da mesma forma como é impossível o consumo crescer ao infinito, também é impossível que a população cresça infinitamente. Por isto, algum dia, a população vai se estabilizar. Mas devido à estrutura etária jovem prevalencente em uma parcela ampla da população mundial, mesmo com uma queda rápida da fecundidade, o crescimento atual da populaçao vai continuar devido à inércia demográfica. Depois dos 7 bilhões de habitantes de 2011 os 8 bilhões de habitantes já estão encomendados para algum ano entre 2025 e 2030. Entretanto, a população mundial pode parar de crescer antes de chegar aos 9 bilhões de habitantes.

Na verdade, o problema de alto crescimento demográfico é um problema localizado nos citados cerca de três dezenas de países e que pode ser solucionado com vontade política e uma fração dos recursos mundiais gastos com despesas militares. O processo de urbanização do mundo, que vai se aprofundar nas próximas décadas, tende a abrir novas oportunidades para a implementação dos direitos de cidadania.

Para estabilizar a população dos países com alto crescimento demográfico, ainda no século XXI, seria preciso trazer as taxas de fecundidade para o nível de reposição (2,1 filhos por mulher), por meio das seguintes medidas:

1.Universalizar o ensino fundamental para todas as crianças e jovens do mundo;
2.Garantir o pleno emprego e o trabalho decente;
3.Garantir direitos iguais para homens e mulheres (equidade de gênero);
4.Garantir habitação e serviços adequados de água, esgoto, lixo e luz para todos;
5.Reduzir a mortalidade infantil e garantir o acesso universal à saúde, à higiene, combatendo as principais causas de epidemias;
6.Garantir acesso universal à saúde sexual e reprodutiva (o que inclui disponibilidade e variedade de métodos de regulação da fecundidade);
7.Garantir liberdade de organização, manifestação e acesso à informação;
8.Garantir a governança nacional e o apoio e a coordenação internacional para implementar, de maneira universal e indivisível, a plenitude dos direitos humanos.

(*) José Eustáquio Diniz Alves, colunista do EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas -- ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br

Fundacao Alexandre de Gusmao - MRE: 40 anos

FUNAG - 40 Anos

A Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG) acaba de completar 40 anos. Criada pela Lei nº 5.717, de 26 de outubro de 1971, a Fundação tem como patrono o jurista e diplomata Alexandre de Gusmão (1695-1753), considerado o “avô da diplomacia brasileira” pela negociação do Tratado de Madri (1750), marco importante para a configuração das linhas gerais do atual território brasileiro. A íntegra do texto comemorativo dos 40 anos da FUNAG encontra-se disponível na página http://www.funag.gov.br.

FUNAG 40 Anos


"A FUNAG é a vanguarda da diplomacia brasileira."
Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães

Hoje, 26 de outubro de 2011, a Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG)completa 40 anos. Criada pela Lei n. 5.717 de 26/10/1971, a FUNAG atua como “braço acadêmico do Itamaraty”, no dizer de um de um de seus ex-presidentes, o Embaixador João Clemente Baena Soares. A Fundação leva o nome do jurista e diplomata Alexandre de Gusmão (1695-1753), considerado o “avô da diplomacia brasileira”,pela negociaçãodo Tratado de Madri (1750), marco importante para a solução das disputas territoriais entre Portugal e Espanha e para a configuraçãodas linhas gerais do atual território brasileiro. Inspirados nesse exemplo, ao longo dessas décadas, funcionários e servidores da FUNAG têm se esforçado para superar desafios e cumprir integralmente os objetivos de divulgar a política externa brasileira e contribuir para a formação de uma opinião pública sensível a problemas internacionais, realizando, para tanto, atividades culturais e pedagógicas no campo das relações internacionais e promovendo estudos e pesquisas sobre o tema.
O primeiro estatuto da Fundação foi aprovado por decreto em junho de 1972. Contudo, a FUNAG só iniciou efetivamente suas atividades em 1981, quando foi nomeado seu primeiro presidente, o Embaixador Wladimir do Amaral Murtinho, falecido em 2003. Imbuído de espírito público genuíno, o Embaixador Wladimir Murtinho deu início à construção desta instituição numa época em que o Brasil passava pela transição do governo autoritário para a democracia. Segundo o Embaixador Gelson Fonseca Júnior, presidente da FUNAG de 1992 a 1995, a iniciativa de abertura de um novo canal de diálogo com a sociedade civil representou uma ação política do Estado brasileiro em favor da democracia. Ao ampliar o debate com a sociedadesobre o rumo da política externa brasileira, gesto que conferiu maior legitimidadeà atuação do Itamaraty, a FUNAG contribuiu para o enraizamento das estruturas da democracia no país.
Ao longo dessas últimas décadas, por meio de convênios, seminários, publicações, prêmios e atividades de fomento a pesquisa, a FUNAG veio formando uma sólida rede de parcerias com outras instituições governamentais, universidades, faculdades, centros de pesquisa e colaboradores individuais, nacionais e estrangeiros. Ao final da primeira década do século XXI, a FUNAG pode exibir um alentado catálogo com mais de 500 publicações, dentre as quais destacam-se teses defendidas por diplomatas no Curso de Altos Estudos do Instituto Rio Branco (IRBr) e textos apresentados em palestras por renomados estudiosos dos mais diversos temas da política externa e internacional. Centenas de alunos passaram por seus cursos e milhares de estudantes puderam se beneficiar de congressos e palestras gratuitos. Eles são os cidadãos que compõem o público altamente qualificado de antigos,atuais e futuros profissionais envolvidos com a atuação internacional do Brasil.São eles que criarão o ambiente adequado para difusão livre e debate crítico das diretrizes governamentais que informam a atuação do país no cenário internacional.
Dois órgãos específicos da atual estrutura organizacional da FUNAG contribuem para a realização de sua missão: o Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI) e o Centro de História e Documentação Diplomática (CHDD). Criado em 1985, o IPRI visa consolidar a interação do Itamaraty com a Academia por meio de: promoção e divulgação de estudos e pesquisas sobre relações internacionais; coleta e sistematização de dados; intercâmbio científico e colaboração com instituições nacionais e estrangeiras e realização de cursos, conferências e seminários. O CHDD, por sua vez, foi criado em 2001, com sede no Palácio Itamaraty do Rio de Janeiro, onde está localizado o mais rico acervo sobre a história diplomática do Brasil. Com o objetivo de estimular estudos sobre a história das relações internacionais e diplomáticas do Brasil, o CHDD atua em várias frentes, como a criação e difusão de instrumentos de pesquisa, a edição de livros e documentos e a realização de exposições sobre esses temas. A Agência Brasileira de Cooperação (ABC), responsável por coordenar a cooperação técnica internacional do Brasil, fez parte da estrutura da FUNAG de 1987 a 1996.
Parabéns a todos funcionários da FUNAG! Que venham muitas outras décadas de trabalho sério, dedicado a contribuir da melhor forma para enriquecer e ampliar o debate junto à sociedade sobre a condução da política externa brasileira.
 assinatura
Gilberto Vergne Saboia
Presidente da Fundação Alexandre de Gusmão

Presidentes da FUNAG:
  1. Wladimir do Amaral Murtinho (1981 a 1984)
  2. Marcos Castrioto de Azambuja (1985 a 1987)
  3. Paulo Tarso Flecha de Lima (1987 a 1992)
  4. Synesio Sampaio Goes Filho (1992)
  5. Gelson Fonseca Júnior (1992 a 1995)
  6. João Clemente Baena Soares (1995 a 1998)
  7. Álvaro da Costa Franco Filho (1998 a 2000)
  8. Maria Lucy Gurgel Valente de Seixas Corrêa (1999 a 2001)
  9. André Mattoso Maia Machado (2001)
  10. Thereza Maria Machado Quintella (2001 a 2005)
  11. Maria Stela Pompeu Brasil Frota (2005 a 2006)
  12. José Jeronimo Moscardo de Souza (2006 a 2010)
  13. Gilberto Vergne Saboia (2011 até hoje)

Livro PRAlmeida: Relacoes Internacionais e Politica Externa do Brasil - DISPONIVEL


Relações Internacionais e Política Externa do Brasil-A Diplomacia Bras. no Contexto da Globalização

por R$ 59,00
        

Relações Internacionais e Política Externa do Brasil é um livro teórico-prático, que analisa questões... 
ISBN: 9788521620013
Autor: Almeida, PR
Selo Editorial: LTC
Acabamento: Brochura
Formato: 17 X 24
Edição: 1|2012
Número de páginas: 328
Peso: 0.56 kg 

Relações Internacionais e Política Externa do Brasil é um livro teórico-prático, que analisa questões teóricas, ligadas às concepções dos formuladores, pensadores e executores da política externa brasileira, mas com a rara visão pragmática de quem participa efetivamente do processo diplomático. Com propriedade, o autor desvenda o funcionamento interno das organizações internacionais  às quais o Brasil está vinculado e formula julgamentos embasados no conhecimento direto dos assuntos sobre os quais discorre.  Trata-se de um instrumental analítico indispensável para todos aqueles que pretendem conhecer e entender as principais questões da agenda diplomática do Brasil, vista sob a larga perspectiva histórica que fundamenta os ensaios aqui coletados. Relações Internacionais e Política Externa do Brasil é, portanto, um livro de referência obrigatória sobre a diplomacia brasileira.



Relações Internacionais e Política Externa do Brasil é um livro teórico-prático, que analisa questões teóricas, ligadas às concepções dos formuladores, pensadores e executores da política externa brasileira, mas com a rara visão pragmática de quem participa efetivamente do processo diplomático. Com propriedade, o autor desvenda o funcionamento interno das organizações internacionais  às quais o Brasil está vinculado e formula julgamentos embasados no conhecimento direto dos assuntos sobre os quais discorre.  Trata-se de um instrumental analítico indispensável para todos aqueles que pretendem conhecer e entender as principais questões da agenda diplomática do Brasil, vista sob a larga perspectiva histórica que fundamenta os ensaios aqui coletados. Relações Internacionais e Política Externa do Brasil é, portanto, um livro de referência obrigatória sobre a diplomacia brasileira.

Nepoti: vamos escolher o novo capo...

Curiosa essa atitude, aliás incompreensível, a menos que a intenção seja essa mesma: dar uma aparência de mudança, fingir que se está passando a vassoura da faxina (muito porca, por sinal), empurrar a sujeira para baixo do tapete, e continuar como sempre foi: vamos escolher o novo chefe da tropa, pois "sujou" com os antigos capii. Continuemos, pessoal, tem dinheiro para todo mundo, e vocês não precisam se preocupar...
Estão pensando que somos idiotas ou a intenção é mesmo a de nos chamar de idiotas?
Se era para não ficar a reboque das acusações publicadas na imprensa, por que não se investigou antes, quando as primeiras denúncias de que havia uma tropa de mafiosos assaltando os cofres desse reduto de espertalhões que é o ministério das jabuticabas esportivas foram publicadas?
Se é para "limpar", por que colocar os mesmos mafiosos que organizaram o assalto sistemático?
Onde estavam a ABIN, a PF, a Corregedoria, ou a Casa Civil da antiga tropa mafiosa?
Paulo Roberto de Almeida


Dilma perde o sexto ministro e negocia com o PC do B o substituto de Orlando

Ex-dirigente do Ministério do Esporte deixou cargo após 12 dias sob denúncias de desvio de dinheiro público; Aldo Rebelo e Flávio Dino estão entre os cotados para assumir pasta

26 de outubro de 2011 | 23h 08
Vera Rosa e Tânia Monteiro, de O Estado de S.Paulo, 
BRASÍLIA - Às vésperas de completar um ano de sua eleição ao Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff demitiu o sexto ministro em apenas dez meses de governo. Alvejado por acusações de desvio de dinheiro para abastecer o caixa do PC do B, o titular do Esporte, Orlando Silva, entregou o cargo na noite desta quarta-feira, 26, um dia depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) anunciar a abertura de inquérito para investigar denúncias de seu envolvimento em crimes contra a administração.
Dilma se reúne nesta quinta-feira, 27, com a cúpula do PC do B para definir o substituto de Orlando, depois do impasse que marcou as últimas tentativas de negociação com o partido aliado. São cotados para a pasta os deputados comunistas Aldo Rebelo (SP), Luciana Santos (PE) e o presidente da Embratur, Flávio Dino (MA). O secretário executivo do Esporte, Waldemar de Souza - também filiado ao PC do B - assumirá interinamente o cargo.
Orlando conversou com Dilma por meia hora, nessa quarta, no Palácio do Planalto. Jurou inocência e só deixou o cargo porque foi pressionado pelo governo. Sua intenção era resistir, mas, logo cedo, Dilma pediu ao ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que o alertasse sobre a necessidade do pedido de demissão após a decisão do Supremo. A presidente alegou, ainda, que a crise política poderia abalar a credibilidade do Brasil na organização da Copa do Mundo de 2014.
"Eu saio com a consciência do dever cumprido, para me defender de todas as calúnias e mentiras", disse Orlando, com os olhos marejados. "Minha honra foi ferida. Foram 12 dias de ataque baixo e vil . Saio para defender a minha honra e a do meu partido", emendou. O prolongamento da crise, porém, trouxe à tona uma série de fraudes no programa Segundo Tempo, reveladas pelo Estado, e problemas em convênios com organizações não-governamentais (ONGs).
Dominó. Dos seis ministros que caíram até agora na equipe de Dilma, cinco estavam envolvidos em denúncias de corrupção. Mas foi a primeira vez que a turbulência atingiu o tradicional aliado do PT. Num primeiro momento, o PC do B se recusou a indicar nomes para substituir Orlando, que assumiu o Esporte em 2006, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O partido voltou atrás quando percebeu que o desgaste era irreversível.
A presidente planejava demitir Orlando desde a semana passada, mas, na sexta-feira, ao retornar de uma viagem à África, decidiu lhe dar um voto de confiança para evitar o rito sumário e não ficar a reboque de acusações publicadas na imprensa.

Herança cultural judaico-alemã no mundo


CULTURA | Deutsche Welle, 26.10.2011

Projeto de pesquisa resgata herança cultural judaico-alemã em todo o mundo

 

Há centenas de anos os judeus migram da velha Europa para as mais diversas regiões do planeta. Projeto de pesquisa reúne historiadores em torno do tema, levantando questões sobre origem, destino e rastro dos migrantes.

 
Eles vinham do leste da Europa Central, da região da Polônia denominada Galícia, de Bucovina (entre a Ucrânia e a Romênia), da Áustria-Hungria, bem como da Península Ibérica e do então "Reich alemão": esses judeus de idioma alemão ou ídiche, de países que hoje se chamam Ucrânia, Romênia, Rússia, Polônia e Alemanha, emigraram para todas as partes do mundo. Entre eles, encontravam-se médicos, artesãos, livreiros, advogados ou pequenos comerciantes. E nem todos partiam por livre e espontânea vontade.
Os judeus fugiam de discriminações e pogroms motivados pelo antissemitismo, mas também em consequência da situação econômica difícil e da falta de perspectivas naquele momento, em busca de uma vida mais segura e na esperança de um futuro melhor. Entre os destinos mais frequentes da emigração judaica estavam as Américas do Norte e do Sul, China, Palestina e República Dominicana, para mencionar apenas alguns.
Em seus novos países, eles fundaram cooperativas agrícolas e jornais, ergueram assentamentos e sinagogas, hospitais, escolas e bancos. E trabalharam também como atores, músicos, cientistas, tendo enfrentado, também nos países para os quais migravam, um antissemitismo incipiente.
Sobreviventes do Holocausto: imigrantes em IsraelSobreviventes do Holocausto: imigrantes em Israel
Tesouros nos porões
A historiadora Elke Kotowski, lembra que essas pessoas não levavam de seus países de origemapenas uma mala com pertences pessoais. "Eles levaram da Alemanha também suas tradições: suas habilidades artesanais, indumentárias e receitas", relata Kotowski. Essas tradições foram mantidas pelas famílias e passadas de geração a geração.
Muitas vezes, seus descendentes nem sabem dizer exatamente de onde vêm determinados costumes, aponta a historiadora que se propõe pesquisar o que restou dessas "culturas migradas" e de que forma os judeus se conectavam à cultura de seus novos países. Come este fim, ela coordena um amplo projeto do Centro Moses Mendelssohn, em Potsdam, voltado para a pesquisa da herança cultural judaico-alemã em todo o mundo. 
Mas ainda há mais coisas a serem descobertas. Nos sótãos, porões, caixas e armários desses migrantes escondem-se até hoje verdadeiros tesouros, diz a historiadora. Os acervos, fotos, cartas e diários dos imigrantes precisam ser avaliados para que se possa registrar como era, de fato, a vida dos judeus antes e depois da migração. "Seria simplesmente uma pena se essas coisas fossem todas parar na lata de lixo", comenta Kotowski.
Neste processo de registro, surgem ocasionalmente também alguns dados curiosos. "Alemães da região da Suábia, por exemplo, migraram para um kibutz israelense. Consta que eles cuidavam notoriamente bem de suas casas e quintais, mantendo-os muito limpos, tendo levado diversos tipos de vassouras de seu povoado de origem". A quais, segundo consta, ainda se encontram nesse kibutz, décadas mais tarde.
Pesquisas em todo o mundo
O projeto de pesquisa pretende evitar que a herança cultura judaico-alemã dispersa por todo o mundo seja esquecida. Para que isso não ocorra, os pesquisadores tentam avaliar e arquivar o material encontrado, diz Kotowski. As próprias biografias individuais são uma fonte preciosa.
"Pesquisamos em todo o mundo", afirma a pesquisadora. Para isso, os historiadores do projeto sediado em Potsdam estabeleceram contatos com as embaixadas alemãs em 60 países, que repassam nomes, indicações de iniciativas e meios de chegar até os imigrantes judeus de então.
Além disso, estão envolvidas no projeto outras instituições, de pequeno e grande porte, como museus, casas da história, associações culturais, empresas de mídia e universidades. "Tenho certeza de que vamos encontrar alguma coisa em todos os lugares", acredita Kotowski. O foco da pesquisa é amplo. Julius Schoeps, diretor do Centro Moses Mendelssohn, diz que o projeto não está somente centrado na emigração judaica durante o período nazista, mas em todos os movimentos migratórios dos judeus de língua alemã desde o século 18.
Atrair atenção
O projeto deverá ser desenvolvido, a princípio, durante dois anos, com financiamento do Ministério alemão da Cultura e da Mídia. Em fins de outubro, realiza-se em Berlim uma conferência internacional sobre o assunto, que deverá reunir especialistas da Alemanha, EUA, Israel, América Latina e Áustria.
A meta é estabelecer um intercâmbio entre os estudiosos acerca da literatura judaico-alemã, tradições musicais, cultura da memória; assim como sobre o papel dos empresários judeus emigrados, e questões ligadas à identidade e à postura dos judeus frente à própria imagem.
Através dessa conferência, os responsáveis pelo projeto querem projetar seu trabalho e divulgar suas ideias perante especialistas de todo o mundo – inclusive de países como Polônia, Ucrânia e Rússia, onde as pesquisas sobre a herança cultural judaica nem mesmo começaram.
Autora: Cornelia Rabitz (sv)
Revisão: Augusto Valente

Imprensa = 9 vs Governo = 0 (ainda faltam 3, eu sei)

Bem, minha conta parece exagerada, pois afinal de contas:


Orlando Silva se torna o sexto ministro a deixar governo Dilma em intervalo de apenas cinco meses


Pois bem, eu estou computando outros três já acusados de irregularidades graves pela imprensa, mas que ainda permanecem em seus cargos.
Considero apenas que a imprensa tem razão, e que o governo ainda deve à sociedade a demissão de três outros...

Quando digo demissão, quero dizer demissão ativa, não passiva. Até agora só faltou o governo agradecer aos demitidos os brilhantes serviços prestados à causa da ladroagem nacional...
Paulo Roberto de Almeida

A decadencia moral no Brasil: partidos gramscianos legalizam o crime

O que vai escrito abaixo, em relação ao PCdoB -- e por extensão ao PT -- aplica-se, na verdade, ao amplo espectro das formações políticas esquerdistas (ou seja, aquelas que pretendem certas afinidades eletivas com o marxismo) e de algumas outras também.
Por que chamei de decadência moral?
Porque no Brasil se está legalizando o crime em nome de não se sabe bem qual missão de "salvar o povo", "liberar o Brasil das garras do subdesenvolvimento" (teoricamente produzido pelo capitalismo e pelo imperialismo), de fazer "avançar o progresso, a justiça e a igualdade social".
Tudo empulhação, claro, mas esses anões morais se pretendem progressistas. São não apenas reacionários, como criminosos, em primeiro lugar ao tentar vender uma mistificação como se fosse a verdade histórica.
Seres abjetos, moralmente falando (em outros sentidos também).
Paulo Roberto de Almeida 



Reinaldo Azevedo, 26/10/2011

O problema do Ministério do Esporte não é a pessoa do ministro Orlando Silva, ainda que ele não pareça especialmente competente. O problema do Ministério do Esporte é o que o PCdoB fez com ele, transformando-o num aparelho, que é o que costumam fazer as esquerdas no poder.
O aparelhamento partidário se estendeu à rede de ONGs e é comprovadamente incompetente. Quem quer que assuma vai ter de desmontar essa máquina. É prudente entregar a missão a um quadro do próprio partido, como o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP)? Só se Aldo estiver disposto a ser o Krushev do Ministério do Esporte, mas acho pouco provável. Os comunistas do Brasil ainda não aceitaram o Krushev original…
Gosto do deputado Aldo Rebelo. Até onde sei, ele é uma pessoa séria. Foi um bom presidente da Câmara e teve a coragem de enfrentar desafios importantes no caso do Código Florestal. Por isso mesmo, para usar uma imagem cristã, deveria manter afastado esse cálice. O risco de que não consiga moralizar a máquina e de que a sua própria reputação seja enredada pela lambança criada pela dupla Agnelo Queiroz-Orlando Silva é imensa.
“A nossa moral e a deles”
Lula viajou outro dia com Dilma Rousseff. O ex-presidente, que havia convocado o partido e Orlando Silva a resistir, estava jururu, um tantinho deprimido. É que ele achava que o PCdoB não pode ser tratado como um partido qualquer. Partido qualquer, para o Babalorixá de Banânia, é o PMDB, por exemplo. Wagner Rossi e Pedro Novais foram despachados sem velas nem lágrimas. Partido qualquer é o PR. Alfredo Nascimento foi defenestrado sem manifestações de pesar.
Mas um comunista do Brasil? Ah, aí se convoca na memória o mito fundador da esquerda. O que quero dizer com isso? Leiam o estatuto do PCdoB, cuja ética, nesse particular, é idêntica à do PT. O objetivo declarado dos partidos que se dizem de esquerda não é servir à nação e aos brasileiros. Sua primeira tarefa é construir “o partido”. Porque é “o partido” que vai construir o futuro. Entenderam? Se esse partido conhece a forma e o conteúdo do porvir, tudo o que se fizer para fortalecê-lo é bom; tudo o que não concorre para a sua grandeza é ruim. É a essência daquela formulação de Gramsci (não estou dizendo que Gramsci tenha inspirado o PCdoB; estou apenas lembrando alguém que sintetizou a ética esquerdista), segundo quem o partido deve se impor como um “imperativo categórico”.
Não custa lembrar a passagem de novo. Gramsci chama “o partido” de “Moderno Príncipe”:
“O Moderno Príncipe, desenvolvendo-se, subverte todo o sistema de relações intelectuais e morais, uma vez que seu desenvolvimento significa, de fato, que todo ato é concebido como útil ou prejudicial, como virtuoso ou criminoso, somente na medida em que tem como ponto de referência o próprio Moderno Príncipe e serve ou para aumentar o seu poder ou para opor-se a ele. O Moderno Príncipe toma o lugar, nas consciências, da divindade ou do imperativo categórico, torna-se a base de um laicismo moderno e de uma completa laicização de toda a vida e de todas as relações de costume”.
Está tudo dito aí. A SOCIEDADE É QUE NASCE DO PARTIDO, NÃO O PARTIDO DA SOCIEDADE, entenderam? É evidente, e isto é muito importante, que os próprios esquerdistas, no íntimo, não levam mais essa porcaria totalitária a sério. No dia-a-dia, o que vemos é essa gente se locupletar como qualquer outra. Mas eles fingem, até para si mesmos, que O SEU ROUBO É MORALMENTE SUPERIOR AO ROUBO DOS OUTROS. É por isso que não se vertem lágrimas para larápios de legendas ditas “conservadoras” ou “de direita”. Vejam ali: se é para o bem do partido, o crime deixa de ser crime.
Essa gente pretende fingir que a demissão de um comunista ou de um petista representa, realmente, uma agressão ao projeto de “libertação do povo”. Uma ova! Para o brasileiro que trabalha e estuda, que estuda e trabalha; para o brasileiro que arca com uma das cargas tributárias mais elevadas do mundo; para o brasileiro que suporta um dos estados mais incompetentes e perdulários do mundo; que diferença faz se o sujeito rouba para encher a própria pança ou a pança do partido?
Por incrível que pareça, a cada vez que o passado de suposto martírio e heroísmo da esquerda é relembrado com o ânimo da reparação — sim, a “Comissão da Verdade” é um desses episódios —, usa-se um passado de suposta superioridade moral para justificar os roubos do presente. Enquanto houver um partido ou um grupo que acredita ter direito a uma moral exclusiva, diferente daquela “pequeno-burguesa”, o caminho para a roubalheira supostamente ética estará aberto.
Volto ao início
Quem quer que assuma o Ministério do Esporte tem como tarefa desmontar a rede de pilantragens criadas pelo PCdoB. É uma questão institucional, não partidária. Aldo teve uma trajetória reta até agora. Seria uma estupidez sacrificá-la em nome do partido que, idealmente, segundo a moral comunista, é a fonte dessa retidão.

Chantagistas automobilistas: a Volkswagen realiza extorsao em plena luz do dia...

São todas assim essas montadoras de automóveis: ficam chantageando políticos que acabam concedendo favores mil (às custas dos cidadãos, claro) e ainda investindo em novas fábricas com dinheiro público.
Assim fica fácil ser capitalista nesta terra em que se plantando tudo dá...
Guerra fiscal é isso aí...
Paulo Roberto de Almeida 



Políbio Braga, 26/10/2011

- O governo do RS parece ter perdido definitivamente a corrida pela conquista da nova fábrica de US$ 2 bilhões que a Volkswagen decidiu construir no Brasil. Os alemães estiveram há tres semanas no Estado, comeram carne no Galpão Crioulo do Palácio Piratini, acenaram com possibilidades tentadoras, mas como só receberam promessas desalentadoras, foram embora e optaram por Pernambuco, segundo informa o jornal Valor desta quarta-feira.O governador Tarso Genro, ao contrário de Olívio Dutra com a Ford e Euclides Triches com a Fiat, demonstrou esforço e vontade, mas nada deu certo porque as ofertas pernambucanas foram mais apetitosas e os pernambucanos chegaram antes.

. O governo de Pernambuco e a Volkswagen acertam os últimos detalhes para a instalação da primeira fábrica da montadora alemã na Região Nordeste. A unidade, com investimentos de até US$ 2 bilhões, será erguida no município de Cabo de Santo Agostinho, 50 quilômetros ao sul do Recife, dentro do Complexo Industrial e Portuário de Suape. Trata-se do mesmo endereço escolhido pela Fiat antes de a empresa anunciar a mudança para o município de Goiana, na Zona da Mata pernambucana.

. Com as negociações bastante avançadas, as duas partes trabalham agora na montagem da engenharia financeira que vai permitir o investimento. Nos últimos dias, a Volks apresentou novas exigências, entre elas um financiamento de R$ 2 bilhões, com prazo de 30 anos, que seria concedido pelo governo federal por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ou por linhas específicas para a região, com recursos dos fundos constitucionais da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Caberá ao governo do Estado atuar com a União na modelagem da operação.

. A nova planta da Volks vai produzir 200 mil unidades por ano de um modelo popular, possivelmente o Up!, apresentado pela montadora no último Salão do Automóvel de Frankfurt, na Alemanha.