Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
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quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Espionagem e Diplomacia: afinidades eletivas? - Paulo Roberto de Almeida
Populacao Mundial: 7 bilhoes; muito?; pouco?; suficiente? - José Eustáquio Diniz Alves
Sete bilhões de pessoas é muito, é pouco ou é suficiente?
Evidentemente, assim como quase tudo que se refere às ciências humanas, não existe uma resposta única. Sempre vão existir aqueles que acham que a Terra tem espaço suficiente, enquanto outros acham que a Terra está superpovoada.
Porém, hoje em dia, é crescente o número de pessoas que consideram que as atividades humanas estão destruindo o Planeta e colocando em risco o futuro da humanidade e das outras espécies vivas da Terra. Mas enquanto algumas pesquisadores responsabilizam o crescimento populacional pelo estresse ambiental, outros responsabilizam o crescimento do consumo.
Os primeiros dizem que o consumo é elevado porque existem muitas pessoas no mundo (overpopulation) e que a demanda por bens e serviços sempre tende a crescer porque as aspirações humanas são infinitas. Os segundos consideram que o alto consumo (overconsumption) ocorre devido à máquina de propaganda mobilizada pelo modelo capitalista de produção e acumulação de lucro.
De fato, a população e o consumo têm crescido de maneira exponencial nos últimos 200 anos. Mesmo países como a China e o Vietnã, que resistiram às ideologias dos países capitalistas ocidentais (inclusive são até hoje dirigidos por partidos comunistas), têm adotado medidas para controlar a população, enquanto promovem o consumo amplo e irrestrito. Cada vez existem mais países em desenvolvimento que querem copiar os "sucessos" da China contemporânea na produção de bens de consumo. Os países em desenvolvimento já são responsáveis pela metade da produção econômica mundial.
Com um número maior ou menor de pessoas, o fato inequívoco é que precisamos mudar o padrão de produção e consumo. Este é o grande desafio do século XXI. Principalmente, é preciso controlar, o consumo desregrado que reduz cada vez mais a capacidade de regeneração do meio ambiente. Inclusive ajuda muito quando as pessoas optam por viver de maneira ambientalmente sustentável e adotam a filosofia de vida baseada na simplicidade voluntária. Mas isto não é excludente com a autodeterminação reprodutiva e autonomia para ter o número de filhos desejados.
Sete bilhões de habitantes no mundo poderia não ser muito se houvesse a adoção de um nível de consumo compatível com a sustentabilidade ambiental. Porém, o consumo médio da população mundial já está acima da capacidade de regeneração do Planeta e a demanda agregada continua crescendo. Um crescimento do PIB de 3,5% ao ano significa dobrar a produção econômica em 20 anos. O crescimento populacional, em última instância, tem funcionado como força impulsora de mais crescimento econômico.
Porém, o Planeta tem os seus limites e os próprios autores da economia clássica já falavam que o crescimento econômico chegaria, algum dia, ao "Estado Estacionário".
Assim, mais cedo ou mais tarde, a hipótese da estabilização populacional estará colocada no horizonte. Ao invés de uma população crescendo rumo ao infinito, uma estabilidade do número de habitantes poderá ajudar os investimentos em qualidade de vida e bem-estar das pessoas e não em aumentos puramente quantitativos. Ou seja, a estabilização da população mundial pode ser uma forma de valorização do ser humano e do meio ambiente ao mesmo tempo.
A estabilidade da população mundial não requer esforços extraordinários. Já existem países nos quais a população está decrescendo, como: Cuba, Rússia, Japão, Ucrânia, etc. Existem outros que vão ter suas populações caindo num futuro próximo, pois já possuem taxas de fecundidade abaixo do nível de reposição, tais como: Brasil, Chile, China, Coréia do Sul, Irã, Vietnã, etc. Também há um grande grupo de países que estão em processo de transição de altas para baixas taxas de fecundidade e devem atingir o nível de reposição em um espaço curto de tempo.
O Plano de Ação da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD), realizada no Cairo em 1994, diz em seu parágrafo 3.14: "Estão se fortalecendo mutuamente os esforços para diminuir o crescimento demográfico, para reduzir a pobreza, para alcançar o progresso econômico, melhorar a proteção ambiental e reduzir sistemas insustentáveis de consumo e de produção. Em muitos países, o crescimento mais lento da população exigiu mais tempo para se ajustar a futuros aumentos demográficos. Isso aumentou a capacidade desses países de atacar a pobreza, proteger e recuperar o meio ambiente e lançar a base de um futuro desenvolvimento sustentável. A simples diferença de uma única década na transição para níveis de estabilização da fecundidade pode ter considerável impacto positivo na qualidade de vida".
Portanto, a estabilização das taxas de fecundidade pode melhorar o bem-estar do população. Contudo, existem atualmente cerca de 30 países que possuem taxas de fecundidade muito altas e cujos governos apresentam dificuldades para ajudar suas populações a atingir o tamanho de famílias que desejam. Nestes países -- que geralmente são pobres e possuem altos índices de violência e insegurança -- o fenômeno da gravidez indesejada é muito alto. A maior parte do crescimento populacional projetado até 2.100 está concentrada nestes poucos países (a grande maioria na África ao sul do Saara).
Desta forma, não é tarefa impossível evitar o crescimento populacional não planejado (e não desejado). As populações pobres, de modo geral, e os pobres dos países pobres, em particular, têm muitos filhos por falta de acesso aos métodos de regulação da fecundidade, falta de acesso aos direitos sexuais e reprodutivos e falta de acesso à educação, saúde e trabalho. Existem cerce de 215 milhões de mulheres no mundo sem acesso aos métodos contraceptivos.
Portanto, com inclusão social as famílias tendem a limitar seu tamanho pelos seus próprios meios. A cidadania é o melhor contraceptivo.
Além do mais, como colocado no parágrafo 3.14 da CIPD/1994 do Cairo, quando as taxas de fecundidade começam a cair se reduz, também, a razão de dependência demográfica e se cria uma janela de oportunidade para melhorias na educação, saúde, mercado de trabalho, etc. Em geral, a redução do ritmo de crescimento demográfico e a mudança da estrutura etária cria um círculo virtuoso que tende a contribuir para o bem-estar da população.
Da mesma forma como é impossível o consumo crescer ao infinito, também é impossível que a população cresça infinitamente. Por isto, algum dia, a população vai se estabilizar. Mas devido à estrutura etária jovem prevalencente em uma parcela ampla da população mundial, mesmo com uma queda rápida da fecundidade, o crescimento atual da populaçao vai continuar devido à inércia demográfica. Depois dos 7 bilhões de habitantes de 2011 os 8 bilhões de habitantes já estão encomendados para algum ano entre 2025 e 2030. Entretanto, a população mundial pode parar de crescer antes de chegar aos 9 bilhões de habitantes.
Na verdade, o problema de alto crescimento demográfico é um problema localizado nos citados cerca de três dezenas de países e que pode ser solucionado com vontade política e uma fração dos recursos mundiais gastos com despesas militares. O processo de urbanização do mundo, que vai se aprofundar nas próximas décadas, tende a abrir novas oportunidades para a implementação dos direitos de cidadania.
Para estabilizar a população dos países com alto crescimento demográfico, ainda no século XXI, seria preciso trazer as taxas de fecundidade para o nível de reposição (2,1 filhos por mulher), por meio das seguintes medidas:
1.Universalizar o ensino fundamental para todas as crianças e jovens do mundo;
2.Garantir o pleno emprego e o trabalho decente;
3.Garantir direitos iguais para homens e mulheres (equidade de gênero);
4.Garantir habitação e serviços adequados de água, esgoto, lixo e luz para todos;
5.Reduzir a mortalidade infantil e garantir o acesso universal à saúde, à higiene, combatendo as principais causas de epidemias;
6.Garantir acesso universal à saúde sexual e reprodutiva (o que inclui disponibilidade e variedade de métodos de regulação da fecundidade);
7.Garantir liberdade de organização, manifestação e acesso à informação;
8.Garantir a governança nacional e o apoio e a coordenação internacional para implementar, de maneira universal e indivisível, a plenitude dos direitos humanos.
(*) José Eustáquio Diniz Alves, colunista do EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas -- ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br
Fundacao Alexandre de Gusmao - MRE: 40 anos
FUNAG - 40 Anos
A Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG) acaba de completar 40 anos. Criada pela Lei nº 5.717, de 26 de outubro de 1971, a Fundação tem como patrono o jurista e diplomata Alexandre de Gusmão (1695-1753), considerado o “avô da diplomacia brasileira” pela negociação do Tratado de Madri (1750), marco importante para a configuração das linhas gerais do atual território brasileiro. A íntegra do texto comemorativo dos 40 anos da FUNAG encontra-se disponível na página http://www.funag.gov.br.FUNAG 40 Anos |
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- Wladimir do Amaral Murtinho (1981 a 1984)
- Marcos Castrioto de Azambuja (1985 a 1987)
- Paulo Tarso Flecha de Lima (1987 a 1992)
- Synesio Sampaio Goes Filho (1992)
- Gelson Fonseca Júnior (1992 a 1995)
- João Clemente Baena Soares (1995 a 1998)
- Álvaro da Costa Franco Filho (1998 a 2000)
- Maria Lucy Gurgel Valente de Seixas Corrêa (1999 a 2001)
- André Mattoso Maia Machado (2001)
- Thereza Maria Machado Quintella (2001 a 2005)
- Maria Stela Pompeu Brasil Frota (2005 a 2006)
- José Jeronimo Moscardo de Souza (2006 a 2010)
- Gilberto Vergne Saboia (2011 até hoje)
Livro PRAlmeida: Relacoes Internacionais e Politica Externa do Brasil - DISPONIVEL
Relações Internacionais e Política Externa do Brasil-A Diplomacia Bras. no Contexto da Globalização
Autor: Almeida, PR
Selo Editorial: LTC
Acabamento: Brochura
Formato: 17 X 24
Edição: 1|2012
Número de páginas: 328
Peso: 0.56 kg
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- D Relações Internacionais e Política Externa do Brasil é um livro teórico-prático, que analisa questões teóricas, ligadas às concepções dos formuladores, pensadores e executores da política externa brasileira, mas com a rara visão pragmática de quem participa efetivamente do processo diplomático. Com propriedade, o autor desvenda o funcionamento interno das organizações internacionais às quais o Brasil está vinculado e formula julgamentos embasados no conhecimento direto dos assuntos sobre os quais discorre. Trata-se de um instrumental analítico indispensável para todos aqueles que pretendem conhecer e entender as principais questões da agenda diplomática do Brasil, vista sob a larga perspectiva histórica que fundamenta os ensaios aqui coletados. Relações Internacionais e Política Externa do Brasil é, portanto, um livro de referência obrigatória sobre a diplomacia brasileira.escrição
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Nepoti: vamos escolher o novo capo...
Estão pensando que somos idiotas ou a intenção é mesmo a de nos chamar de idiotas?
Se era para não ficar a reboque das acusações publicadas na imprensa, por que não se investigou antes, quando as primeiras denúncias de que havia uma tropa de mafiosos assaltando os cofres desse reduto de espertalhões que é o ministério das jabuticabas esportivas foram publicadas?
Se é para "limpar", por que colocar os mesmos mafiosos que organizaram o assalto sistemático?
Onde estavam a ABIN, a PF, a Corregedoria, ou a Casa Civil da antiga tropa mafiosa?
Paulo Roberto de Almeida
Dilma perde o sexto ministro e negocia com o PC do B o substituto de Orlando
Ex-dirigente do Ministério do Esporte deixou cargo após 12 dias sob denúncias de desvio de dinheiro público; Aldo Rebelo e Flávio Dino estão entre os cotados para assumir pasta
Herança cultural judaico-alemã no mundo
CULTURA | Deutsche Welle, 26.10.2011
Projeto de pesquisa resgata herança cultural judaico-alemã em todo o mundo
Revisão: Augusto Valente
Imprensa = 9 vs Governo = 0 (ainda faltam 3, eu sei)
Pois bem, eu estou computando outros três já acusados de irregularidades graves pela imprensa, mas que ainda permanecem em seus cargos.
Considero apenas que a imprensa tem razão, e que o governo ainda deve à sociedade a demissão de três outros...
Quando digo demissão, quero dizer demissão ativa, não passiva. Até agora só faltou o governo agradecer aos demitidos os brilhantes serviços prestados à causa da ladroagem nacional...
Paulo Roberto de Almeida
A decadencia moral no Brasil: partidos gramscianos legalizam o crime
Por que chamei de decadência moral?
Porque no Brasil se está legalizando o crime em nome de não se sabe bem qual missão de "salvar o povo", "liberar o Brasil das garras do subdesenvolvimento" (teoricamente produzido pelo capitalismo e pelo imperialismo), de fazer "avançar o progresso, a justiça e a igualdade social".
Tudo empulhação, claro, mas esses anões morais se pretendem progressistas. São não apenas reacionários, como criminosos, em primeiro lugar ao tentar vender uma mistificação como se fosse a verdade histórica.
Seres abjetos, moralmente falando (em outros sentidos também).
Paulo Roberto de Almeida
Lula viajou outro dia com Dilma Rousseff. O ex-presidente, que havia convocado o partido e Orlando Silva a resistir, estava jururu, um tantinho deprimido. É que ele achava que o PCdoB não pode ser tratado como um partido qualquer. Partido qualquer, para o Babalorixá de Banânia, é o PMDB, por exemplo. Wagner Rossi e Pedro Novais foram despachados sem velas nem lágrimas. Partido qualquer é o PR. Alfredo Nascimento foi defenestrado sem manifestações de pesar.
“O Moderno Príncipe, desenvolvendo-se, subverte todo o sistema de relações intelectuais e morais, uma vez que seu desenvolvimento significa, de fato, que todo ato é concebido como útil ou prejudicial, como virtuoso ou criminoso, somente na medida em que tem como ponto de referência o próprio Moderno Príncipe e serve ou para aumentar o seu poder ou para opor-se a ele. O Moderno Príncipe toma o lugar, nas consciências, da divindade ou do imperativo categórico, torna-se a base de um laicismo moderno e de uma completa laicização de toda a vida e de todas as relações de costume”.
Quem quer que assuma o Ministério do Esporte tem como tarefa desmontar a rede de pilantragens criadas pelo PCdoB. É uma questão institucional, não partidária. Aldo teve uma trajetória reta até agora. Seria uma estupidez sacrificá-la em nome do partido que, idealmente, segundo a moral comunista, é a fonte dessa retidão.
Chantagistas automobilistas: a Volkswagen realiza extorsao em plena luz do dia...
Assim fica fácil ser capitalista nesta terra em que se plantando tudo dá...
Guerra fiscal é isso aí...
Paulo Roberto de Almeida
Políbio Braga, 26/10/2011
- O governo do RS parece ter perdido definitivamente a corrida pela conquista da nova fábrica de US$ 2 bilhões que a Volkswagen decidiu construir no Brasil. Os alemães estiveram há tres semanas no Estado, comeram carne no Galpão Crioulo do Palácio Piratini, acenaram com possibilidades tentadoras, mas como só receberam promessas desalentadoras, foram embora e optaram por Pernambuco, segundo informa o jornal Valor desta quarta-feira.O governador Tarso Genro, ao contrário de Olívio Dutra com a Ford e Euclides Triches com a Fiat, demonstrou esforço e vontade, mas nada deu certo porque as ofertas pernambucanas foram mais apetitosas e os pernambucanos chegaram antes.
. O governo de Pernambuco e a Volkswagen acertam os últimos detalhes para a instalação da primeira fábrica da montadora alemã na Região Nordeste. A unidade, com investimentos de até US$ 2 bilhões, será erguida no município de Cabo de Santo Agostinho, 50 quilômetros ao sul do Recife, dentro do Complexo Industrial e Portuário de Suape. Trata-se do mesmo endereço escolhido pela Fiat antes de a empresa anunciar a mudança para o município de Goiana, na Zona da Mata pernambucana. . Com as negociações bastante avançadas, as duas partes trabalham agora na montagem da engenharia financeira que vai permitir o investimento. Nos últimos dias, a Volks apresentou novas exigências, entre elas um financiamento de R$ 2 bilhões, com prazo de 30 anos, que seria concedido pelo governo federal por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ou por linhas específicas para a região, com recursos dos fundos constitucionais da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Caberá ao governo do Estado atuar com a União na modelagem da operação. . A nova planta da Volks vai produzir 200 mil unidades por ano de um modelo popular, possivelmente o Up!, apresentado pela montadora no último Salão do Automóvel de Frankfurt, na Alemanha. |