O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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domingo, 17 de maio de 2015

Banco do Brasil, internacional, mas usando misteriosos bancos intermediarios... para atrasar transferencias...

Já não é a primeira vez que sou vítima dos péssimos serviços do Banco do Brasil, que talvez devesse se chamar "banquinho do braziu", tal a degradação constatada no nível de seus serviços ultimamente. Nas duas últimas vezes (deve ter ocorrido igualmente antes, mas não registrei exatamente a distância no tempo entre uma ponta e outra do serviço), o débito foi imediatamente efetuado na minha conta do BB-Miami (o que indica que os computadores do banco não dormem em serviço), mas o crédito ultrapassou em muito a data fixada por mim mesmo para ser materializado em minha conta de Brasília, e isso só ocorreu depois que eu reclamei diretamente com os gerentes para saber o que tinha ocorrido.
Da primeira vez demorou uma semana inteira para que alguém me respondesse, com a desculpa que esse tipo de "investigação" demora normalmente "sete dias úteis" (sic, resic, trisic), mas a indicação era a de que eu me informasse com o gerente da agência de destino. Agradeci a informação, que eu mesmo já tinha tido a inaciativa de tomar...
Desta vez, fui objeto de uma resposta mais circunstanciada, que transcrevo a seguir, fazendo-a imediatamente seguir da transcrição de minha própria mensagem de resposta.
Tenho realmente a intenção de desistir do BB, uma vez que ele parece ter desistido de seus clientes, que são aliás os que o abastecem com o seu dinheiro.
Como disse em minha mensagem, vou refluir para bancos mais crueis, que não levem em contra os direitos humanos e laborais de seus computadores...
Paulo Roberto de Almeida

Mensagem do BB-Miami: 

 Prezado Sr. Paulo,
Seu e-mail foi encaminhado para sua gerente de relacionamento -
[Nome] - que está acompanhando sua solicitação de transferência programada para a data de 14/05/2015.
Acredito que seja mais esclarecedor um contato via telefone, para que fique esclarecida a questão do "booking date" nas solicitações de transferências via internet banking. O portal do BB Miami permite programação de transferências para uma data futura (que é a data do débito em sua conta no BB Miami). A partir da data do débito em conta, a mensagem de transferência passa por bancos intermediários até ser transmitida para a agência/conta do beneficiário. Esse trâmite pode demorar mais do que 1 dia útil, especialmente em transferências internacionais.

Assim que ela tiver o número da Ordem de Pagamento no Brasil ela entrará em contato. Por gentileza nos confirme se podemos tentar contato no tel.
[meu número de telefone].

Também nos colocamos à disposição em nossa central de atendimento ao cliente, que funciona de segunda a sexta das 9:00-16:00hs horário de Miami, nos números abaixo da assinatura desse e-mail.
Atenciosamente,
[Nome]
Customer Service Representative


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Minha resposta:

Agradeço novamente pela sua cordial mensagem a respeito de minha transferência, efetuada no dia 13, para ser creditada no dia 14, na minha conta do BB-Brasília.
    Em primeiro lugar, tenho uma exata noção do que seja o booking date, e tenho utilizado o sistema regularmente, desde vários meses, ou até pelos dois últimos dois anos.
    Ocorre que simplesmente fixei o booking date para o dia 14, e sendo uma simples operação eletrônica, feita por computador, imagino que deva demorar menos de um segundo para ser feita. Aliás, a confirmação que enviei em anexo à minha mensagem anterior, já dizia que a transferência tinha sido um sucesso, ou seja, sem a interferência de nenhum ser humano.
    Imaginando que os computadores não tenham direitos humanos, nem direitos laborais, imagino que eles trabalhem 24 hs por dia, inclusive feriados e fins de semana, o que não deveria impedir computadores de trabalharem nesse ritmo, desumano.
    Tenho reparado, porém, que os bancos brasieiros costumam respeitar direitos trabalhistas dos computadores, e os impedem de trabalhar nos fins de semana e nos feriados, bloqueando qualquer tranferência, depósito ou pagamentos nessas datas, o que talvez seja justo, pois afinal de contas computadores também precisam descansar.
    Imagino, também, que o Banco do Brasil em Miami não seja minimamente responsável pelos atrasos nos depósitos em minha conta de Brasília, e cumpre plenamente seu papel, expedindo o dinheiro no mesmo segundo em que efetuei a transação, mesmo de noite, e mesmo programando para dali um dia ou dois, chegando até a ter a presciência de indicar a taxa de câmbio da operação e até os extorsivos 100 reais por cada transação, e mais 20 e poucos reais de misteriosas taxas que caberia elucidar (não sei se correspondem ao famoso IOF manipulado a seu bel prazer pelo governo, ou alguma outra taxa determinada pelo próprio banco).
    Mas, fiquei extremamente curioso em saber que, sendo o BB-Miami dependente do BB-Brasil, ele ainda se vê obrigado a recorrer a outros misteriosos “bancos intermediários”, o que pode levar mais de um dia, uma vez que se trata de “transferências internacionais”.
    Estupefaciente saber que as duas pontas, duas agências do mesmo BB, recorram a indeterminados “bancos intermediários” para efetuar uma simples “transferência internacional”. Mais surpreendente ainda é constatar que a operação pode levar, de verdade, mais de um dia, uma vez que esta minha última, tendo sido feita no dia 13, programada para o dia 14, não tinha sido concretizada sequer nos dias 15, 16 e 17, e meu saldo pré-informado para o dia 18 sequer se dignava a mostrar o crédito em reais que já tinha sido apontado desde o dia 13 numa determinada taxa de câmbio fixada preventivamente pelo BB-Miami.
    Minha única solicitação, neste momento, em que aponto mais um atraso injustificado e injustificável do BB-Brasília, na concretização de uma simples transferência que sequer atinge valores apontados nas recentes transações fabulosas que estamos assistindo no Brasil, seria solicitar a identidade desses “bancos intermediários” utilizados pelo BB-Miami para concretizar tantas operações de “transferência internacional”.
    Talvez eu devesse recorrer diretamente a eles, com o objetivo de pelo menos poupar um dia, e custos de transação, de minha operação.
    Como o BB-Brasília insiste em proteger os direitos humanos e laborais de seus computadores, também pretendo usar algum outro banco desumano, para pelo menos tentar minimizar o tempo de espera de minhas operações bancárias.
    Cordialmente...
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Paulo Roberto de Almeida
Em 17/05/2015

sábado, 16 de maio de 2015

Os tremeliques de um departamento de filosofia: solidariedade ou pesames aos alunos?

Caro Leitor,
Você que é uma pessoa culta, ou pelo menos medianamente bem informada -- do contrário não estaria lendo este post agora -- sabe distinguir algo compreensível de outro algo meio arrevesado, digamos assim, ou então muito estranho, bizarro, ou diretamente imcompreensível.
Pois bem, sendo uma pessoa racional, tente entender o que pretende o autor desta peça filosófica cujo resumo apresento a seguir:

Trata-se de discutir a centralidade do trabalho como categoria de reconhecimento através da problematização de sua natureza disciplinar. Isto nos levará a um duplo movimento: primeiro, a categoria de trabalho em Marx será relida à luz não apenas da temática da espoliação econômica da mais-valia, mas também da espoliação psíquica das relações de estranhamento (unheimlichkeit) entre sujeito e objeto; segundo, as modificações recentes no mundo do trabalho e as modalidades de sofrimento psíquico a elas associadas serão interpretadas a partir do impacto social de tal forma de espoliação.

Entendeu?
Não entendeu?

Quem sabe pelo título, e pelas palavras chave você poderá penetrar nos arcanos do pensamento do seu autor:

O trabalho do impróprio e os afetos da flexibilização

Não entendeu ainda?
Deixe-me ajudá-lo. Vou colocar o título em inglês, pelo meno no inglês do autor, e quem sabe você agora descobre o que está tentando nos dizer esse autor tão profundo:

The Labor of Improper and the Affections of Flexibilization

E com as palavras-chave, dá para entender?

Depressão. Flexibilização. Trabalho. Reconhecimento. Marx.

Não deu ainda, mas não se preocupe, o problema não está com você, mas com quem tortura os seus alunos com coisas como essa aí.
Pois é, eu entendi o que quer dizer o autor, mas o que ele quer dizer é tão confuso, apenas um amálgama de palavras, que simplesmente não significa absolutamente nada.

Minha solidariedade, e ao mesmo tempo meus pêsames aos alunos do professor em questão. Sua disciplina já tinha falecido há muito tempo, mas esqueceram de enterrar.
Um dia isso acontece...
Paulo Roberto de Almeida

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Petrolao: Petrobras e Partido Totalitario se fazem de inocentes

Pois eu acho que as empresas, que foram de fato extorquidas pelo partido mafioso, deveriam ir à Justiça processar de volta a vaca petrolífera e o partido bandido, pois elas sabem onde o dinheiro foi parar. Até o último centavo. 
Paulo Roberto de Almeida 

O Ministério Público Federal (MPF) pediu e Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 544 milhões das construtoras Camargo Corrêa (R$ 242 milhões) e Galvão Engenharia (R$ 302 milhões). O montante será usado para restituir parte do dinheiro desviado em propina da Petrobras. A estimativa do MPF é de que R$ 6,194 bilhões sejam restituídos. O procurador da República Deltan Dallagnol, que coordena as investigações, criticou a demora para a aprovação de uma reforma política:
“Nós precisamos de uma reforma política, precisamos de aprovação de medidas contra a corrupção a impunidade. A sociedade, nós todos, precisamos esperar e cobrar isso dos nossos representes e daquelas pessoas que têm poder de promover reformas estruturais e sistêmicas.”

Deltan cobrou ainda uma mudança no sistema penal:
“O total efetivamente devolvido (foi por meio) de colaboração, dependendo sempre do final dos processos criminais. A devolução dos valores pode levar, 10, 15 20 anos ou mais. Enquanto não tivermos uma reforma do sistema recursal, teremos períodos (para recuperação de dinheiro desviado) tão grandes como esse.”

O MPF pede o bloqueio do montante através de uma ação de improbidade administrativa contra as construtoras. O anúncio foi feito na tarde desta quinta-feira, durante coletiva que apresentou denúncia contra quatro ex-deputados: André Vargas (ex-PT-PR), Pedro Corrêa (PP-PE), Aline Corrêa (PP-SP) e Luiz Argôlo (SD-BA).

A Procuradoria dividiu a denúncia em três núcleos. O primeiro era comandado pelo ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados, o ex-petista André Vargas. Além dele, foram denunciados os irmãos dele Leon Vargas e Milton Vargas, e o publicitário Ricardo Hoffmann. Os investigadores afirmaram que o publicitário montou um esquema análogo ao mensalão.

O segundo núcleo ligado ao Partido Progressista (PP) era comandado pelo ex-deputado Pedro Corrêa. Além dele, foram denunciados a ex-deputada Aline Corrêa, filha de Corrêa, os delatores Alberto Youssef e Rafael Ângulo Lopes, Ivan Vernon, Márcia Danzi e Fábio Corrêa. O último núcleo denunciado envolve o ex-deputado baiano Luiz Argôlo. Junto com ele, foram denunciados novamente Youssef e Ângulo, além do advogado e laranja Carlos Alberto Costa, também delator do esquema.

Fiasco da Pátria Educadora - Celso Ming

A situação, na verdade, é muito pior, mas muito mais pior, como diria o grande apedeuta, do que vocês sequer podem imaginar. Estar nos últimos lugares do Pisa é apenas uma tragédia menor, comparada à catástrofe que é saber que essa situação não vai melhorar, e sim piorar, pois nenhuma, repito NENHUMA política correta está sendo implementada para corrigir os incontáveis equívocos cometidos pelos companheiros, que nesse setor foram muito mais danosos e prejudiciais à nação do que os bilhões roubados pelos gatunos do partido totalitário. Dinheiro roubado se repõe ou se faz novamente, mas educação roubada e destruída isso não tem volta e vai durar anos e décadas para consertar, e isso IF AND WHEN começarem a fazer as coisas certas, o que é amplamente duvidoso.
Paulo Roberto de Almeida


Fiasco da Pátria Educadora

O aumento da produtividade do trabalho que o ministro Joaquim Levy reclama não vai acontecer espontaneamente, sem políticas específicas para isso

Celso Ming
O Estado de S. Paulo, 13 Maio 2015 | 21h 00
 O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, advertiu nesta quarta-feira, em Londres, que, “sem forte ganho em produtividade, não podemos apoiar salários mais altos”.
O assunto é objeto de reiteradas advertências do Banco Central por seu impacto sobre a inflação. Quando os salários crescem mais do que a produtividade do trabalho, o resultado é a alta de preços, pelo efeito demanda. Aumentos de salário produzem mais procura por bens e serviços e, quando isso acontece acima do aumento da oferta, é inevitável a inflação, que é o mecanismo natural, digamos assim, de ajuste de uma distorção.
No depoimento que fez dia 29 de abril no Congresso, o ministro Joaquim Levy apresentou a tabela e o gráfico que vão reproduzidos aí acima. Mostram que o rendimento médio do brasileiro (portanto os salários) cresceu substancialmente mais do que a produtividade da economia, a produtividade do trabalho e a produtividade do capital.
É um equívoco afirmar que os salários aumentaram demais apenas por pressão dos sindicatos e das bancadas trabalhistas no Congresso. Os salários aumentaram consideravelmente mais do que o ritmo da economia porque a política econômica criou aumento da demanda por mão de obra. Tanto isso é verdade que, ao longo dos dois últimos anos, o mercado de trabalho operou praticamente em regime de pleno-emprego.
Agora os indicadores mostram avanço do desemprego, o que tende a derrubar, também, a renda média do trabalhador, uma vez que a economia brasileira, que já andava devagar quase parando, entrou em recessão. O fator que começou a agir para derrubar os salários é, portanto, o esfriamento do mercado de trabalho e não alguma coisa ligada à eficácia da mão de obra.
A produtividade do trabalho muito baixa no Brasil é também uma consequência da falta de políticas que procurem melhorar o desempenho da mão de obra no País. Isso se faz com melhora da qualidade de ensino e de treinamento.
A Pátria Educadora é um enorme fiasco nesses misteres. O mau desempenho dos estudantes brasileiros nas avaliações internacionais e os movimentos generalizados de greves de professores mostram a situação crítica do ensino no Brasil, apenas o 60.º colocado, na avaliação da qualidade do ensino feita em 76 países pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), como está no Confira.
Embora pareça ter entendido o atraso do desenvolvimento econômico e social produzido por esses fracassos, o governo Dilma só consegue apontar soluções a longo prazo, quando o regime de partilha do pré-sal tiver proporcionado rendimentos da produção de petróleo.
O aumento da produtividade do trabalho que o ministro Joaquim Levy reclama não vai acontecer espontaneamente, sem políticas específicas para isso. 

O Governo Goulart tinha deixado de funcionar meses antes do golpe de 1964 - Depoimento de um observador

Recomendo a todos os interessados na historia das relações do Brasil com os Estados Unidos a leitura dos muitos depoimentos recolhidos no programa de história oral da: 


Association for Diplomatic Studies and Training (http://adst.org/)
 
The more than 1800 oral histories completed over the past quarter century stem from the contributions of many individuals who gladly provided their expertise and numerous insights regarding U.S. diplomatic history and several others who selflessly volunteered their time to help edit the interviews. If you would like to volunteer to be interviewed or help with the interview and editing process, please complete this form.

Selecionei aqui o depoimento de um observador do golpe de 1964, a posteriori: 

As far as I could see, from my commercial point of view, that government  [isto é, o de Goulart] ceased to exist about four or five months before the revolution. We, in the embassy, going to the Foreign Office to explain positions, and trying to seek agreements on things, found we were talking to people who were shell-shocked by what was happening in Brazil, and could not make decisions. Government decisions were being made by Joao Goulart in public squares without any preparation of his own bureaucracy. There was nobody to make any kind of decisions in the country except these pronouncements in public squares. 

Pois é, a história é sempre um pouco diferente daquela que andam contando por aí.
Mas como a própria ADST diz, em seu moto símbolo: 

The past is never dead. It’s not even past.”  — William Faulkner

The Association for Diplomatic Studies and Training (ADST) is an independent nonprofit organization founded in 1986. Located at the State Department’s George P. Shultz National Foreign Affairs Training Center in Arlington, Virginia, ADST advances understanding of American diplomacy and supports training of foreign affairs personnel through a variety of programs and activities.
Over the past quarter century ADST has conducted more than 1800 oral histories, which are also posted on the Library of Congress website, with more to come. Interviewees include such fascinating people as Prudence Bushnell, who describes her harrowing experiences during the bombing of U.S. Embassy Nairobi, Julia Child, Philip Habib, Dean Rusk, George Ball, Kathleen Turner, and many others. Excerpts from our oral history collections highlight the horrifying, the thought-provoking, and the absurd. In other words, they reflect the reality of diplomacy, warts and all.

As capas da New Yorker? Fabulosas! E os cartoons com cachorros?

Acho que eu assinei a New Yorker mais pelas capas do que pelo conteúdo. Elas são um prazer visual, e o conteúdo é um pouco angustiante, pois tem tanta coisa para fazer, ouvir, assistir, comer, divertir-se em Nova York, e não poder fazer tudo o que é anunciado a cada semana.
Os cartoons com cachorros, então, são de uma filosofia toda especial, pois esses animais conseguem ser mais inteligentes do que certas pessoas, pelo menos nesses cartoons.
Mas, hoje, acabo de receber a New Yorker desta semana, com esta capa fabulosa, que se desdobra em três partes.
Reproduzo aqui a capa inteira, e para melhor visualizar, cada uma delas em tamanho maior, seguida da ficha do desenhista.
Tem um app da New Yorker no site da Apple Store, aproveitem...
Paulo Roberto de Almeida






Uma polemica equivocada: mulheres ganham menos do que os homens, certo? Os mercados, ou os capitalistas, discriminam as mulheres?

Essas polêmicas, quando não são instruídas por informações fiáveis, e por raciocínios embasados na lógica mais elementar, são constrangedoras para a inteligência nacional.
Paulo Roberto de Almeida

Mulheres Ganham 30% a Menos do Que os Homens?
Stephem Kanitz
Via Ricardo Bergamini, 14/05/2015

Por que as empresas pagariam 42% a mais para contratar um homem, quando uma mulher faria a mesma coisa por um preço bem menor?

Corre de tempos em tempos uma lenda urbana de que empresas, “corporações” e empresários deliberadamente discriminam mulheres e pagam 30% a menos pelo mesmo trabalho feito por uma mulher do que pagam para um homem.

São pesquisas feitas por Universidades sérias e o que impressiona é como estas pesquisas são aceitas sem pestanejar.

A pergunta que todos deveriam fazer é: Por que as empresas pagariam 42% a mais para contratar um homem, quando uma mulher faria a mesma coisa por um preço bem menor?

Um salário de R$ 1.000 dividido por R$ 700 é igual a 42% minha gente, muito mais chamativo do que R$ 700 dividido por R$ 1.000 – 1, que é menos 30%.

Se quiserem propagar esta lenda urbana pelo menos usem a manchete mais chamativa, Homens Ganham 42% a Mais do Que Mulheres.

Voltando à questão.

Por que empresários gananciosos, ávidos de lucros e imbuídos de espírito animal, segundo estes acadêmicos, contratariam só homens pagando 42% a mais?

Se existisse este tal espírito animal, administradores prefeririam ser rodeados somente de lindas mulheres e não homens, evitando 42% de custos adicionais.

Fico muito assustado quando vejo um Obama e um Congresso Brasileiro passarem leis baseados em pesquisas como estas que não tem nem pé nem cabeça.

O que está de fato acontecendo?

Vejamos a profissão de taxista.

Mesma profissão, mesmas ruas, mesmas horas de trabalho, e de fato mulheres ganham 15% a menos do que homens.

Isto porque mulheres preferem não fazer o período noturno com a bandeira 2 suplementar que varia de cidade em cidade.

Engenheiras da Petrobras ganham menos do que seus companheiros, porque elas preferem não trabalhar nas plataformas marítimas, onde se ganha várias vantagens extras, em troca de ficar longe da família.

Mulheres tendem a evitar posições de risco, homens solteiros são mais atirados assumem riscos e ganham mais. E são mais estressados, por sinal.

Em contrapartida, mulheres vivem 9% mais do que homens o que inclusive aumenta o custo atuarial de se contratar uma mulher.

Mulheres possuem várias vantagens trabalhistas devido à gravidez, meses onde ela recebe mas não trabalha.

Isto aumenta o custo de se contratar uma mulher.

Uma mulher que tenha de 3 a 4 filhos pode custar 9% a mais do que um homem, por meses trabalhados.

Do ponto de vista econômico, o consumidor não está disposto a pagar 9% a mais pelos produtos da empresa X, só porque as funcionárias decidiram ter mais filhos do que as funcionárias de uma empresa chinesa.

Em 2007, a Academia de Administração americana publicou uma pesquisa de Francine Blau, onde ajustando por anos de estudo, cargo, raça, indústria e ocupação, mulheres ganhavam 91% do que ganhavam os homens. Ou seja, 9% a menos e não 30%.

Empresas americanas pagam sim 10% a mais para contratar um homem do que uma mulher, porque assim evitam pagar maiores custos atuariais, custos com gravidez, creches obrigatórias e assim por diante.

Portanto, acredito que o mercado ajusta o preço entre mulheres e homens segundo estas diferenças de custos, e não por machismo corporativo.

Na realidade, os 9% de diferença de salários são custos adicionais impostos por leis, como adicional de periculosidade, adicional noturno, e assim por diante.

Mas isto ninguém pensa antes de publicar.

Stephen Charles Kanitz (São Paulo, 31 de janeiro de 1946) é um consultor de empresas e conferencista brasileiro, mestre em Administração de Empresas da Harvard Business School e bacharel em Contabilidade pela Universidade de São Paulo.

Em 1974 foi um dos precursores de análise de risco e crédito com seu artigo "Como Prever Falências", na Revista Exame 12/1974 que ficou conhecido como o Termômetro de Kanitz. Análise de risco abriu a possibilidade de crédito a pequenos empresários e pessoas mais pobres, antes dispensada somente àqueles mais ricos da população.

Em 1975 criou a edição anual Melhores e Maiores da revista Exame, determinando as empresas com melhor desempenho global de cada ano, iniciando no Brasil o movimento conhecido como benchmarking, seis anos antes de Tom Peters fazer o mesmo nos Estados Unidos em 1981, com o seu livro Em busca da Excelência.

Em 1992 foi um dos líderes que disseminou o conceito de Responsabilidade Social das Empresas, criando o primeiro site de voluntariado, www.voluntarios.com.br, e o primeiro site de doações on line na internet, o www.filantropia.org.

Em 1995 criou o Prêmio Bem Eficiente, que anualmente premia as 50 melhores entidades beneficentes do Brasil, e ajudou a colocar o terceiro setor na agenda jornalística do país.

Em 1994 publicou O Brasil que Dá Certo, que chegou a 32a. edição e lhe deu o Prêmio Jabuti de 1995. Foi um dos poucos que previu o sucesso do Plano Real, que iria erradicar definitamente a inflação no país, que a bolsa cresceria 10 vezes nos 10 anos seguintes e que o futuro empresarial seria fornecer produtos populares para os mercados de baixa renda.1

Tornou-se conhecido no Brasil principalmente por sua coluna na revista Veja, na qual foi colunista entre 1998 e 2009, na seção Ponto de Vista.

Escreveu em parceria: com Cecilia Akemi, Edison Castilho, Eliseu Martins, Lázaro Plácido Lisboa, Luiz Benatti, Nena Gerusa Cei, Sérgio de Iudícibus, Contabilidade introdutória (livro texto e livro-exercício) - Editora Atlas

Ricardo Bergamini
www.ricardobergamini.com.br

Os olhos (e ouvidos) do Imperio: NSA continua seu pequeno trabalho de escuta

House authorizes NSA mass surveillance program
By Robert Romano
Americans for a Limited Government, 14/05/2015

On May 13, the U.S. House of Representatives voted overwhelmingly, 338 to 88, to adopt H.R. 2048, the so-called "USA Freedom Act," that promises, in section 501, to include a "Prohibition on bulk collection" by the National Security Agency (NSA).

Ahead of the vote, the White House — a strong supporter of the agency's mass surveillance program it has said is vital to security — issued a statement in favor of the legislation, promising that it would "enhance privacy and better safeguard our civil liberties, while keeping our nation safe."

There is only one problem.

In truly Orwellian fashion, the bill does exactly the opposite, Rep. Justin Amash (R-Mich.) warned in a Facebook post to his constituents.

"H.R. 2048 actually expands the statutory basis for the large-scale collection of most data," Amash wrote in opposition to the bill hours before the vote.

Amash explained, "H.R. 2048 does this by authorizing the government to order the production of records based upon a "specific selection term" (i.e., like a search term used in a search engine)… A 'specific selection term' may be a specific person (including a corporation, such as Western Union), account, address, or personal device, but it also may be "any other specific identifier," and the bill expressly contemplates using geographic regions or communication service providers (such as Verizon) to define the records sought, so long as it's not the only identifier used as part of the specific selection term. In other words, the bill doesn't let the government require Verizon to turn over all its records without limitation, but nothing appears to prevent the government from requiring Verizon to turn over all its records for all its customers in the state of New York."

"Only a politician or bureaucrat wouldn't call that 'bulk,'" Amash added.

But it gets worse, as the legislation, if it becomes law, may undermine pending lawsuits against the agency, Amash warns, "H.R. 2048 gives our intelligence agencies, for the first time, statutory authority to collect Americans' data in bulk. In light of the Second Circuit's opinion that the NSA has been collecting our information in bulk without statutory authority for all this time, it would be a devastating misstep for Congress to pass a bill that codifies that bulk collection and likely ensures no future court will ever again be positioned to rule against the government for over-collecting on statutory grounds."

Meaning, the only remaining recourse would be to sue on constitutional grounds, leaving it to chance how courts might rule on the basis of the Fourth Amendment's protections against warrantless surveillance.

Congress would be better off doing nothing, since that would increase the odds of the warrantless surveillance being overturned in federal court. Instead, now members are giving their imprimatur to the program.

"The U.S. House is missing an historic opportunity to rein in the NSA mass surveillance program," Americans for Limited Government President Rick Manning said, instead urging Congress to "return to real reform that protects Americans from government surveillance in violation of the Fourth Amendment."

The legislation now heads to the U.S. Senate, and in the meantime, almost everyone in the House will pretend they voted to end the program. But don't be fooled.

All they did was provide political cover and a legal basis to Big Brother to download and store your phone records. That's not called ending the program; it's called authorizing it.

Robert Romano is the senior editor of Americans for Limited Government.

Retorno ao Futuro, Parte III: Agonia e Queda do Socialismo Real - Paulo Roberto de Almeida

Trabalho revisto e corrigido em função de pequenos erros de digitação, e de reformatação com notas de rodapé no rodapé, em lugar de serem colocadas no final, o que eu também detesto.

Alguém me solicitou um antigo trabalho, publicado numa fase pré-informatização da Revista 
Brasileira de Política Internacional, e que eu não havia ainda carregado na plataforma Academia.edu.
Voilà, c'est fait.
Os dois anteriores já tinham sido carregados nessa plataforma e disponibilizados neste blog:
1) http://diplomatizzando.blogspot.com/2015/05/retorno-ao-futuro-parte-i-ordem.html
2) http://diplomatizzando.blogspot.com/2015/05/retorno-ao-futuro-parte-ii-paulo.html
Paulo Roberto de Almeida


Retorno ao Futuro, Parte III: Agonia e Queda do Socialismo Real 
Revista Brasileira de Política Internacional  
(Rio de Janeiro: ano XXXV, nº 137-138, 1992/1, p. 51-71). 
Inserido no Academia.edu (14/05/2015) 
Sumário:
1. O exterminador de futuros
2. A maior “invenção” da humanidade?
3. Uma contradição insanável
4. O socialismo contra o mercado
5. Um modo de produção “inventivo”
6. O fim do socialismo e o laboratório da história
Bibliografia citada

Resumo:
Ensaio de caráter histórico-conceitual sobre o processo de “transição ao capitalismo” nas sociedades do ex-socialismo real. São enfatizados os impedimentos de natureza estrutural que bloquearam o modo de funcionamento da organização social da produção naquelas sociedades; eles podem ser explicados, em termos marxistas, pela inadequação fundamental das relações socialistas de produção para os fins de acumulação do sistema. Não apenas a base social e política do socialismo real era profundamente reacionária — daí a crise de legitimidade política do socialismo autoritário — como também sua base técnica era essencialmente conservadora, provocando uma crise estrutural em sua forma de organização econômica. Os impedimentos fundamentais se situavam ao nível do funcionamento do mercado e na incapacidade de difundir socialmente as inovações técnicas. Uma avaliação de tipo histórico-comparativo evidencia os paralelos da atual ruptura com outros processos de transformação social e política.

Ajuste Fiscal em cima da gente, para sobrar dinheiro para quem ja' e' rico - Adolfo Sachsida

Blg do Adolfo Sachsida

QUARTA-FEIRA, 13 DE MAIO DE 2015

Como Levar a Sério o Ajuste Fiscal??? Governo Coloca mais R$ 50 bilhões do Contribuinte no BNDES


O governo federal tem tentado convencer a sociedade de que o ajuste fiscal é pra valer. O governo petista jura que é necessário cortar direitos trabalhistas e previdenciários. O ministro da Fazenda diz em alto e bom som que precisa aumentar impostos. Tudo porque não há mais dinheiro em caixa...

Aí você abre o jornal e se depara com a seguinte notícia: GOVERNO VAI REPASSAR MAIS R$ 50 BILHÕES PARA O BNDES. Isso mesmo, o governo vai pegar o dinheiro do contribuinte brasileiro e repassar aos amigos do rei.

Em resumo, o governo pede sacrifícios cada vez maiores a população apenas para ter mais dinheiro para emprestar aos amigos do rei. Os cortes de direitos trabalhistas e previdenciários irão gerar uma economia MÁXIMA de R$ 20 bilhões. Os aumentos de impostos irão tirar outras dezenas de bilhões de reais do bolso do combalido contribuinte brasileiro. A inflação vem punindo cada vez mais nossa sociedade. Tudo isso para sobrar dinheiro para o governo brincar de fazer caridade com o chapéu alheio.

Como levar a sério um ajuste fiscal que, ao mesmo tempo em que aumenta impostos e corta direitos, repassa R$ 50 bilhões para os amigos da rainha?

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Caviar, num livro sobre a historia do sal - Mark Kurlansky (Delanceyplace)


Today's selection -- from Salt: A World History by Mark Kurlansky. Until 100 years ago, sturgeon were plentiful in the rivers and lakes throughout Europe and America, and caviar was an ordinary food for those that lived near these sturgeon-filled waterways -- in some areas so common it was served as a free bar snack:

"The word caviar is of Turkish derivation and refers to the eggs of the sturgeon -- a prehistoric animal that has not evolved in 180 million years. It is a huge migratory fish that, like the salmon, is anadromous, that is, it lives in saltwater but swims upstream to spawn in the freshwater place of its birth. ... Originally, the eggs were food for fishermen, cheap food because they were not salable, whereas the fish itself brought high prices. But gradually the eggs gained appreciation. ...

Beluga sturgeon that swim in the Caspian Sea

 "The medieval rivers of Europe were full of egg-bearing sturgeon. They were common in the Seine, the Gironde, the Thames, the Po, the Danube, the Ebro in northern Spain, and the Guadalquivir in southern Spain. The fish were often a subject of royal privileges. The British monarch, starting with Edward II in the thirteenth century, claims the right to the first sturgeon caught in British waters every year.

"France produced caviar since at least the time of Louis XIV, largely from the sturgeon catch on the Gironde River. But sturgeon caught on the Seine, even in Paris, was a rare enough event for the fish to be presented to kings. [Jean-Baptiste] Colbert regulated the fishery to preserve the fish, and these laws are still in force. But the fish are gone. Louis XV got a Paris sturgeon in 1758 and Louis XVI got one in 1782. Antonin Carerne, the famous early-nineteenth century French cook, insisted he saw a 220-pound sturgeon almost three yards long by the Pont de Neuilly on the western edge of Paris. That was one of the last sturgeon sightings in Paris.

"Sturgeons, which can weigh up to two tons, have little resistance to industrial pollution. Even the Gironde, the last holdout of French sturgeon, became too polluted, as did the Hudson and other great sturgeon rivers of North America.

Salmon roe (left) and sturgeon caviar (right)
"When Europeans settled in North America, they recorded seeing Native Americans catching huge sturgeon. Even in the nineteenth century, American rivers had sturgeon. Caviar was served as a free bar snack, in the hope that as with peanuts, the saltiness would encourage drinking. During World War I, British soldiers were fed cans of pressed caviar, which they called 'fish jam' and mostly loathed. A soldier would pay for cans of sardines rather than eat the free fish jam that was issued. ...

"Until the twentieth century, that seems to have been the case. In nineteenth-century Russia, sauerkraut was valued more than caviar, and in [some] recipes the caviar is simply a pleasant salted flavoring for the cabbage ...

"Apparently, by the early twentieth century, Americans valued Russian caviar from the Caspian Sea. In 1905, Russia was in open revolt against the czar, and in April 1906, an American publication, Wide World Magazine, warned, 'The unrest in Russia, it is feared, will greatly affect the caviar industry.' The writer was concerned that the cossacks would get involved in the political unrest and abandon fishing sturgeon.

"But the magazine did see reasons for revolt. It reported that the czar forced the cossacks to give him a yearly tribute of eleven tons of their best caviar and reported that this tribute alone required the killing of 5,000 sturgeon at the start of each season.

"The article described the cossacks in the Russian winter, standing on the ice and fishing through holes. It reported that the eggs were mixed with 'the finest salt,' at a ratio of 4 to 5 percent salt. The Caspian, fed by the Ural and Volga Rivers, is the world's largest saltwater lake. Not only does it have sturgeons, it has sea salt where brackish water evaporates at the mouths and estuaries of the numerous rivers that empty into it.

"Before the 1917 revolution, the cossacks were the dominant caviar producers of the Caspian. They fished sturgeon only twice a year, for two weeks each time, and the sturgeon seemed inexhaustible. The entire cossack population participated in these two brief fishing seasons. First, in the autumn, whole extended families pulled nets down the Volga River. The second two-week season was in the middle of winter, and this fishery also was on the river. Armed with harpoons, hundreds of cossacks would stand on the ice of the frozen river awaiting a cannon blast that was their signal to pierce the ice and attempt to spear a sturgeon. The noise would drive the terrified fish downstream, and the cossacks would follow with their harpoons and cannons while merchants from Moscow, Leningrad, even Paris and other European capitals waited for the giant fish to be cut open while still alive.

"The price has been leaping upward since the beginning of the twentieth century. From 1900 to 1915, the price of caviar doubled. Merchants began importing Russian caviar, not to mention French caviar with Russian labels, to exclusive establishments in western Europe. This was how the Petrossian family, today one of the leading caviar distributors, got started. Born on the Iranian side of the Caspian, they grew up on the Russian side, immigrated to Paris, and discovered that Russian things were in vogue
with the rich.

Workers separate caviar from its placenta in a sterile room at the Galilee Caviar's

"During the twentieth century, as industrial pollution and oil spills killed off sturgeon around the world, commercial caviar fishing was largely reduced to the Caspian Sea. Historically the Caspian has always been controlled by Russia from the northern shore and Iran from the southern shore, giving these two nations a virtual monopoly on caviar. But the Caspian and the Russian rivers that feed it have also been besieged by pollution. Chemicals and fishermen have killed so many sturgeon that by the early 1970s even the Russians were suffering a shortage of caviar. In that decade, increased industrialization in Iran started threatening the Iranian fisheries on the southern side of the lake. At this point, the price of caviar became prohibitive to most people. ...

"Of the twenty-four known varieties of sturgeon, three are still fished for caviar in the Caspian. The prices of the caviar from the three varieties -- beluga, ossetra, and sevruga -- are not a reflection of quality but rather of the rarity of the fish. The giant beluga are hardest to find, and therefore their caviar is the most expensive. It takes twenty years for a female beluga to mature, and at that point she can weigh as much as 1,800 pounds and be up to twenty-six feet in length. Such a fish could yield twenty pounds of eggs. Beluga have the largest eggs, and these smoky gray bubbles are also the most delicate eggs, which is another reason they are the most expensive. More beluga eggs are broken and lost in processing than any other kind of caviar."

Salt: A World History
Author: Mark Kurlansky
Publisher: Penguin Books
Copyright Mark Kurlansky 2002
Pages 409-415

Quem não gosta de caviar?
Se não está no Bolsa-Família deveria estar, já que o ministro das Comunicações anunciou, demagogicamente, que iria "dar" aparelho de TV digital para cada um dos beneficiários do BF.
Paulo Roberto de Almeida

The Sugar Trade - Daniel Strum (Book Review)


Este resenhista, Christopher Ebert, reclama que o autor tenho usado o livro dele sem dar o devido crédito.

Paulo Roberto de Almeida  

BOOK REVIEW


Daniel Strum, The Sugar Trade: Brazil, Portugal and the Netherlands (1595–1630). Translated by Colin Foulkes, Roopanjali Roy, and H. Sabrina Gledhill (Stanford, CA: Stanford University Press, 2013). 537 pp. $100.00. ISBN 978-0804787215.

The Sugar Trade - it must be said at first - is very odd for an academic work. It is an extremely large, hard-cover volume, lushly furnished with gorgeous, full-color illustrations, and weighing almost ten pounds. It appears to be a hybrid of a detailed scholarly monograph and a coffee-table book. Some of this confusion in presentation is a result of its origins in the History Prize of the Brazilian construction giant, Odebrecht, which in most years pays to produce one or more similar volumes. Odebrecht has in this case also produced the English translation in cooperation with Stanford University Press, the volume that is reviewed here.
The size of the book raises issues about its accessibility and appropriateness for classroom use. That said, the work contains considerable scholarly merit, and the illustrations are appropriate to the material and often very instructive in their own right. As Strum admits in his acknowledgements, the project envisioned by the corporate sponsors was to write a book accessible to both specialists and non-specialists. This means that some chapters will be either too specialized, or not enough, for individual readers. However, most chapters function well at a level appropriate to a specialized scholarly audience.
The work follows on the publication of two other works that treat the same subject, one by Leonor Costa, and the other by me. (1)
The work does not offer a new synthesis or a revision of these works, but rather adds to a developing consensus about the importance of the early sugar trade from Brazil as an important spur to the formation of disparate but inter-linked merchant groups in long-distance trade. The business solutions that they sought to facilitate this particular trade at both the wholesale and retail levels were an important part of the story of early-modern capitalism.
Sugar from Brazil also prompted either the expansion or new development of auxiliary industries in a number of towns, from shipbuilding to refining. Brazilian output and trade also made sugar in its many forms a critical component of European elite diets, setting the stage for the massive rise in consumption that characterized later phases of European and Atlantic history.
Given the very high level of research support he was offered by Odebrecht, Professor Strum has been able to trace these developments at a level of detail hitherto lacking in the scholarly literature.

The book is organized into ten major chapters. Beyond the introduction, the first two chapters synthesize at a high degree of generalization the political events that frame Strum’s arguments.
The second chapter then describes the movement of sugar from the Eastern Mediterranean to Africa and then to Brazil. These parts of the work do not present a new story or rely on new material to any significant extent and will offer little to a specialist reader.
The third chapter, “Into the Mouth”, continues promising work on early consumption of sugar by Eddy Stols, and presents a very interesting case study of early modern consumption, and a chapter that can stand alone. (2)
It is richly enhanced by the illustrations that show how sugar consumption had conquered the artistic imagination as well, especially of Golden Age Dutch still-life painters.
Chapters four and five deal with routes, ports, and shipping in general. While interesting and well written, they add little to previous works on the topic, especially those by Costa and Ebert, and they have more of a synthetic quality. Here again, though, the illustrations are marvelous and wonderfully complement the text. It is in chapters six through ten that the meticulous archival research that Strum did with his international team really yield an impressive level of analysis. These chapters deal respectively with shipping arrangements, systems of payment, extension of credit, merchant organization, and information exchange. They are extremely well contextualized and informed by a wide reading in the relevant scholarship, and they should function as a standard reference for some years to come for scholars interested in the development of early-modern capitalism. The level of complementarity between the text and illustrations reaches an especially high level in these chapters. The images of coins, letters, texts and other material manifestations of complex financial instruments are often quite fascinating.
These final five chapters point to the larger significance of the Brazilian sugar trade, which operated in many respects on medieval Mediterranean principles. At the same time, it both overlapped temporally and contributed to a new phase in handling long distance commerce, one which was dominated by the burgeoning global financial capital, Amsterdam.
As Strum concludes: “In order to overcome [. . .] challenges and ensure that their operations were more secure, effective and profitable, merchants used a range of well-established and newly developed techniques, instruments, mechanisms and institutions, both formal and informal.” Strum’s meticulous documentation of these developments, as well as the accompanying illustrations, will reward historians of capitalism more generally.

Christopher Ebert
Brooklyn College



1. Leonor Freire Costa, O transporte no Atlântico e a Companhia Geral do Comércio do Brasil (1580-1663) (Lisbon: Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 2002), 2 vols.; Christopher Ebert, Between Empires: Brazilian Sugar in the Early Atlantic Economy, 1550-1630 (Leiden: Brill Academic Publishers, 2008). It is unfortunate that Strum used my dissertation for this work, as the book based on it had appeared well before he launched this project.

2. Eddy Stols, “The Expansion of the Sugar Market in Western Europe,” in Tropical Babylons: Sugar and the Making of the Atlantic World, 1450-1680, ed. Stuart B. Schwartz (Chapel Hill: University of North Carolina Press, 2004).