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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Prêmio ABRE da melhor tese sobre o Brasil no ano de 2021: brasilianistas, brasileiros, acadêmicos, agraciados na Europa, Allons enfants...


Prêmio ABRE da melhor tese

 
Está aberta a chamada para inscrições no “Prêmio ABRE da melhor tese europeia sobre o Brasil”.
Sua tese foi defendida entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2021?

Leia o regulamento a seguir e participe! As inscrições para a edição 2022 do prêmio vão até 31 de janeiro de 2022.

Regulamento
 

Artigo primeiro – Título, periodicidade, objetivos, objeto e admissibilidade

A Associação de Brasilianistas na Europa (ABRE) oferece anualmente o “Prêmio ABRE da melhor tese europeia sobre o Brasil” que tem por objetivo premiar a melhor tese de doutorado sobre o Brasil em ciências humanas e sociais realizada em uma instituição universitária europeia. A finalidade do prêmio é estimular a pesquisa e o conhecimento do Brasil na Europa, colaborando, ao mesmo tempo, para a divulgação das pesquisas europeias sobre o país.

São admitidas teses em todas as disciplinas das ciências humanas e sociais, desde que o trabalho enfoque de modo central o Brasil, em suas múltiplas dimensões societais,  históricas, artísticas etc. O júri é soberano para decidir sobre o eventual não enquadramento de uma tese nesses critérios.

Podem se candidatar jovens doutores que tenham defendido sua tese em uma universidade europeia entre 1° de janeiro e 31 de dezembro do ano anterior. São admissíveis os inscritos nessas universidades e os alunos em cotutela para os quais uma das universidades envolvidas seja europeia. Os alunos que tenham feito estágios doutorais em universidades europeias, mas que estejam regularmente inscritos em universidades não-europeias, onde defenderam sua tese, não são admissíveis.

Os trabalhos concorrentes poderão estar escritos em qualquer língua oficial de um país europeu.

O prêmio anual será oferecido desde que ao menos uma das candidaturas responda a critérios de qualidade sobre os quais o júri é soberano, além dos critérios de exigência indicados acima, às datas de defesa, e que a documentação necessária seja enviada à ABRE nos devidos prazos. 

Artigo segundo – Composição do dossiê e calendário do concurso

Em um primeiro momento, até no máximo às 24h (horário UTC+1) do dia 31 de janeiro do ano seguinte ao da defesa da tese, os candidatos devem enviar os documentos abaixo para o endereço eletrônico abre.associacao@gmail.com.

Documentos:

– Texto completo da tese em versão PDF;

– Resumo da mesma em português e na língua da tese, em no máximo 5 pp. cada;

– Resumo estendido da mesma em português, perfazendo um total de 10 a 20 pp.;

– CV do candidato em no máximo 3 pp.;

– Cópia do diploma ou documento administrativo comprovando a defesa da tese;

– Ata de defesa da tese (se houver);

– Cópia de um documento de identidade;

– Coordenadas completas (endereço pessoal, profissional, e-mail e telefone).

 

Antes do final de fevereiro a lista de teses selecionadas a concorrer (segundo os critérios indicados no Artigo primeiro) será publicada no site web da ABRE (http://abre.eu), e os candidatos serão informados individualmente.

O comitê executivo da ABRE dará conhecimento público da decisão do júri do concurso durante o congresso da Associação e, para os anos em que este não ocorre, até 31 de outubro. O resultado do concurso será publicado, na mesma época, no site da Associação.

Artigo terceiro – O Júri do concurso

O júri será composto pelos membros do comitê executivo da ABRE e por um comitê científico nomeado por estes, composto por colegas de reconhecida capacidade intelectual. Cada tese será enviada a dois pareceristas externosque serão solicitados para avaliações anônimas em função das candidaturas apresentadas (línguas das teses submetidas e especialidades temáticas e/ou disciplinares).

A composição do júri será publicada no site web da ABRE.

A atribuição do prêmio é fruto da decisão final dos membros do comitê executivo da ABRE a partir dos pareceres recebidos. Os membros do júri se reservam o direito de dobrar o prêmio, de dividi-lo entre dois candidatos, ou de não oferecer prêmio algum se considerarem que as teses submetidas ao concurso não correspondem aos seus critérios de exigência. O júri pode, enfim, atribuir menções especiais.

Artigo quarto – O prêmio

O valor do Prêmio é de 1.500 € e pretende ser um auxílio à publicação da tese vencedora.

Em princípio, serão concedidos 2 prêmios, um relativo à área de ciências sociais, história e interdisciplinar, e outro relativo a humanidades e interdisciplinar (compreendendo artes, música, letras etc.).

Os trabalhos escolhidos não podem estar publicados sob a forma de livro no momento da premiação.

Em caso de publicação, o logo da ABRE deverá figurar na contracapa do livro, além de uma referência explícita ao recebimento do Prêmio anual ABRE da melhor tese europeia sobre o Brasil.

Os vencedores do prêmio se comprometem a mencioná-lo em seus curriculum vitae e nas comunicações e artigos ligados às suas respectivas teses.

Nos anos em que houver congresso da ABRE, a entrega do prêmio será feita durante o evento. Nos anos em que este não ocorrer, a Associação se reserva o direito de decidir em que circunstâncias esse será entregue, dentro do calendário indicado no artigo segundo.

Artigo quinto – Disposições gerais

As dúvidas e os casos omissos serão resolvidos pelo comitê executivo da ABRE.

O regulamento do prêmio pode ser alterado por iniciativa do comitê executivo da ABRE. As alterações que vierem a ser introduzidas no regulamento durante o período que medeia entre o termo do prazo para apresentação dos trabalhos a um concurso e a decisão final do júri não poderão ser aplicadas a essa edição do prêmio.

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Boosting Transatlantic Technology Cooperation - Robert D. Atkinson (The Globalist) - A PARANOIA do "Ocidente"

 Meu pitaco sobre uma escorregada séria do boletim The Globalist (agora um pouco menos globaliza).

Paulo Roberto de Almeida

My God, até o diretor da The Globalist se perdeu na política de contenção da China, numa postura totalmente defensiva do que resta do suposto "Ocidente" em face do "desafio" de se contrapor aos avanços da China em C&T. 
Esses caras perderam completamente o rumo, pois acham que o Atlântico Norte (EUA e UE) precisam de unir para "enfrentar" o desafio da China nessa área. Eles devem achar que ainda existe uma diferença (ou oposição) entre essa coisa chamada "Ocidente" e o ROW, ou seja, o resto do mundo. 
Que loucura! Desse jeito, esse "Ocidente" na defensiva vai perder o que eles consideram, de forma totalmente equivocada, um "enfrentamento" entre dois sistemas opostos. 
Ora, a China, a despeito de ser uma ditadura, é uma economia totalmente de mercado (com participação estatal não muito distante de certas democracias de mercado, a despeito do planejamento, que é bom inclusive para o "Ocidente"), e deve se desenvolver com base nas mesmas tecnologias que o "Ocidente" (um conceito totalmente ridículo hoje em dia), embora com alguma espionagem industrial aqui e ali, pirataria, etc. (nada que as potências "ocidentais" também não façam, justamente contra a China, que agora passou na frente em várias áreas).
Enfim, acho que The Globalist está se tornando menos globalista...
Boosting Transatlantic Technology Cooperation - The Globalist
THEGLOBALIST.COM
Boosting Transatlantic Technology Cooperation - The Globalist
The EU and the U.S. need to engage in more transatlantic technology cooperation to address the real competitiveness challenge – China.


Boosting Transatlantic Technology Cooperation

The EU and the U.S. need to address the real technology competitiveness challenge, which is China. 

Mini reflexão sobre os “problemas” dos atuais candidatos e das nossas “elites” - Paulo Roberto de Almeida

Mini reflexão sobre os “problemas” dos atuais candidatos e das nossas “elites”

  

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor

(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)

  

Começo sendo um pouquinho desrespeitoso, como convém a um contrarianista e adepto do ceticismo sadio (como se aprende lendo Balzac):

O problema do Lula é ser corrupto e mentiroso.

O do Bolsonaro é ser psicopata perverso e totalmente incompetente. 

O do Moro é de ser ligeiramente esquecido sobre as traquinagens que fez enquanto juiz e de ter (ingenuamente ou forma oportunista) confiado no psicopata para levá-lo ao STF.

O do Ciro é o de pretender ser um sabe-tudo, e de insistir nisso.

Tem mais, para os demais candidatos também, pois nunca fui de poupar qualquer candidato, exigente como sou, na minha condição de eleitor alerta e consciente e de ser um cidadão instruído e participante na busca de soluções aos problemas do Brasil (eles são muitos, infinitos).

 

Mas vamos a uma pequena exposição sociológica e histórica sobre os nossos grandes problemas.

Todos os candidatos merecem ser reduzidos em suas respectivas faltas de humildade, ao pretenderem ser o próximo salvador da pátria. Não são! Pelo menos não sozinhos, nunca serão.

O Brasil não será salvo por um paladino solitário, que pretende encarnar todas as virtudes de um presidencialismo imperial, o pior sistema de governo que pode existir (fora da autocracia, claro). E já confesso aqui que sou parlamentarista, mas sem qualquer ilusão: sei que o regime parlamentar, num país como o Brasil, vai redundar (pelo menos numa primeira fase, 10 a 15 anos) na exacerbação das PIORES práticas do nosso estamento político altamente corrupto: patrimonialismo, nepotismo, fisiologismo, prebendalismo, aparelhamento, “emendalismo” doentio, enfim, tudo aquilo que detestamos, mas que continua a persistir no Brasil dada a baixíssima educação política do eleitor brasileiro (para não dizer falta de educação tout court). 

Talvez, quem sabe, mesmo remotamente, o parlamentarismo poderá ajudar a corrigir lentamente todos os problemas brasileiros, que são muitos, mas que resumo em três principais tragédias: a não educação, a corrupção política e a insegurança judicial (que também é reflexo dos privilégios exorbitantes e das ambições individuais da alta magistratura, nossa Nomenklatura, os novos aristocratas do Ancien Régime, que aliás vivem com mais conforto e luxo do que a antiga noblesse de robe, bem mais do que a noblesse d’epée, nossos milicos, que também gastam consigo, e com seus familiares, muito mais do que deveriam).

 

Mas, retomo o PROBLEMA da “salvação” do Brasil, se é que ela ainda existe, isto é, se o Brasil já não foi lançado de uma espiral sem fim para o fundo do poço, um grande torvelinho apontando para um processo de declínio contínuo, uma espécie de “race to the bottom”, no qual parecem querer jogá-lo todos esses representantes das elites dominantes e dirigentes que mandam no país e seus habitantes. 

ELITES: pronto, cheguei na palavra-chave que define o estado presente (o passado também) e o futuro do país. Sem pretender aderir a qualquer teoria das elites — à la Gaetano e Mosca, objetos de minhas leituras juvenis como sociólogo aprendiz —,  não há como recusar o fato elementar de que, à exceção dessas hordas de bárbaros lançados desenfreadamente à conquista de territórios vizinhos, toda nação, qualquer país normalmente constituído, qualquer Estado funcional, é sempre dominado e dirigido por uma elite, mesmo quando a elite é múltipla, dispersa, não coordenada entre si, contraditória em seus desejos setoriais, eventualmente brigona e conducente a rupturas políticas frequentes (como acontecia na Itália das lutas entre guelfos e gibelinos, como bem sabiam Guiccardini e Maquiavel das Istorie Fiorentine). 

 

Certos países, como vocês sabem, são lançados em uma inevitável decadência— aqui mesmo, ao lado, e na longínqua Ásia, em outros tempos — por falhas conjunturais de seus sistemas políticos e por falhas estruturais de seus sistemas econômicos, e SEMPRE por falta de suas elites dirigentes e dominantes, que são as que mandam, mesmo desordenadamente, no país em questão, o que ocorre muito frequentemente, mesmo em países supostamente avançados (e os EUA de Trump, com seus caipiras amestrados e dois partidos atualmente disfuncionais, não me deixam mentir).

Não sei se o Brasil já chegou a esse ponto de um declínio estrutural e longevo, inevitável ainda que imperceptível, ou se ele está apenas resvalando na beira do precipício, mas me parece evidente que suas estruturas econômicas e suas instituições políticas — nos três poderes — já se tornaram disfuncionais e autofágicas. Tudo isso por culpa da tremenda MEDIOCRIDADE de suas elites, tão evidente (quando se ouve qualquer um de seus pretensos representantes, com raras exceções) que dispenso até de oferecer exemplos. 

 

OK, elas já eram medíocres, cegas e ignorantes, ao preservar o tráfico, a escravidão, um regime voltado unicamente aos interesses dos grandes proprietários e dos mandarins do Estado, desde a Independência, como já alertavam antes, e continuaram alertando depois, mentes preclaras, como foram Cairu, Hipólito e Bonifácio (sem conseguir se fazer ouvir pelo que comandavam aos destinos da nova nação que surgia).

Depois elas melhoraram um pouco, ao ter mais filhos educados em boas universidades estrangeiras — não tínhamos, nunca tivemos as nossas, até meados do século XX — e abertos às leituras dos melhores livros. O fato de termos acolhido refugiados, exilados e emigrantes de boa formação também ajudou: depois, os milicos e nacionalistas rastaqueras cortaram a porta de entrada desses imigrantes de qualquer tipo, ricos e pobres, a pretexto de “preservar empregos aos nacionais” e de “salvaguardar a segurança nacional”: IDIOTAS!

Seja como for, certas elites no meio do caminho melhoraram um pouco a administração do país ao se ajustarem ao que Gilberto Amado falava da República Velha: “as eleições eram falsas, mas a representação era verdadeira”, no sentido em que os “eleitos” eram membros de uma elite educada, falando direito, conhecendo as leis e dotadas de um visão cosmopolita (pois eram os únicos que viajavam, falavam Francês, ainda que fosse mais para falar com as meninas do Moulin Rouge do que para se entreter com estadistas da Europa). Depois veio a época da americanização do Brasil, com aquele jeito grosseiro do Tio Sam, mas com muito mais dinheiro do que os antigos banqueiros da City londrina. Era isso a nossa antiga elite imperial e da Velha República; tinha manias francesas, mas o dinheiro era inglês, como ainda registrava Monteiro Lobato em seu Mister Slang e o Brasil, um perfeito retrato do Brasil atrasado e corrupto da Velha República.

O próprio Lobato foi para a América e voltou americanizado, querendo dar aço e petróleo ao Brasil: não conseguiu, mas abriu os caminhos da modernização industrial com que sonhava Mauá e que seria feita pelos milicos nacionalistas e pelos parvenus da indústria, imigrantes ou os velhos barões do café reciclados nas engrenagens do novo modo de produção.

 

Até que fizemos bem, e o Brasil da periferia se tornou uma grande nação industrial — com as distorções do protecionismo renitente e do mercantilismo ideológico — mais até do que certos países da Europa meridional.

Tudo parecia sorrir para aquele otimismo dos “cinquenta anos em cinco” quando as ambições desmedidas de alguns governadores e a paranoia anticomunista dos milicos nos levaram a um novo golpe militar, um dos muitos que se sucediam desde a derrocada da monarquia e o advento da república, justamente por meio de um reles golpe militar. O florianismo — essa coisa do “faremos à bala” — parece que ficou incutido em muitos militares e em vários civis.

O fato é que os milicos donos do poder até que não fizeram mal no plano estritamente material e infraestrutural, mas erraram tremendamente no plano educacional, não por culpa deles inteiramente: eles vinham das boas escolas militares ou da primeira fase das “escolas republicanas”, que era de boa qualidade, mas que só alcançavam as classes médias e as camadas pobres urbanas, excluindo totalmente os desclassificados das favelas, dos subúrbios e os muitos rurícolas (ainda praticamente 50% da população).

Os militares negligenciaram a educação de massa de boa qualidade (como fizeram, por exemplo, as elites coreanas, inclusive a ditadura militar) e investiram pesadamente na superestrutura, a graduação, a pós e a P&D, o que não estava errado, mas era insuficiente e discriminatório, num país que se urbanizava, se industrializava e se democratizava socialmente (sim, a despeito da ditadura, o processo de ascensão social se ampliou e se diversificou durante o regime militar, e mesmo a cultura se ampliou e foi extremamente vibrante durante e apesar da ditadura retrógrada e censória).

 

Volto ao PROBLEMA das elites, pois o nó dos problemas Brasil está, continua sendo, sempre foi, a mediocridade das nossas elites, as oligárquicas, as industriais, as do mais recente agronegócio frondoso, as velhas do establishment militar, os mandarins do Estado, com destaque para a magistratura prebendalista, e até algumas elites acadêmicas, sonhadoras e distantes do povo, como costumam ser, e inclusive algumas novas elites vindas do chamado “sindicalismo alternativo”, que se adaptou rapidamente ao ambiente corrupto criado pelos vínculos estatais (e até derivaram para o sindicalismo mafioso). 

Já nem preciso atacar as elites políticas, pois que, depois dos grandes tribunos da República de 1946 (alguns sobreviveram ao regime militar), o terreno foi invadido pelos representantes do corporativismo persistente, pelos oportunistas do baixo clero, pelos demagogos ignorantes e por toda uma fauna variada que se acomodou nos privilégios e mordomias criadas pelos militares (para domesticar esses “representantes do povo”) e que acabou criando esse estamento político impérvio às necessidades da nação, só interessados em seus ganhos privados a partir da “socialização dos prejuízos”, o que sempre fizeram todas as oligarquias.

O Brasil virou uma plutocracia, mas não de antigas classes privilegiadas, e sim de parvenus continuamente incorporados aos círculos dominantes e dirigentes, como os novos milionários: o “rei do cimento”, o “rei do gado”, o “rei da soja”, os “reis” de qualquer coisa, mas sempre grudados num alvará régio, numa concessão estatal, numa prebenda qualquer do poder público.

 

Mas, qual é o problema principal de nossas elites (e aqui retomo uma ideia do Bolívar Lamounier, que pretendia fazer dela um projeto de pesquisa)? O problema é que que essas elites NÃO FALAM ENTRE SI, além e acima de seus interesses particularistas, e da coordenação de seus interesses setoriais das associações respectivas e das confederações nacionais dos grandes ramos da economia.

Os grandes barões (vários ladrões) dessas entidades não conversam quase nada entre si, sobretudo quando se trata de “comprar” (esse é o termo) o seu senador, o seu deputado, ou quando muito para virem a Brasília reclamar (ou exigir, sob ameaça de desemprego) favores setoriais, que são concedidos isoladamente para aquele setor, mas que depois recaem sobre toda a sociedade (sob a forma de tarifas protetoras, subsídios fiscais, empréstimos e financiamentos dos bancos estatais a juros camaradas).

 

Esse é o PACTO PERVERSO que coíbe, dificulta, obsta ao desenvolvimento social do país, mas que privilegia, protege e promove os interesses e os ganhos da parte alta da “Belíndia” (apud Edmar Lisboa Bacha). Um pacto perverso que junta os donos do capital, os donos do dinheiro, a seus representantes políticos, alguns até representantes da “classe operária”, mas que se acomodaram no compadrio geral do dinheiro fácil.

Pode ser que a exacerbação da extração política do estamento congressual, simbolizado por todas essas emendas abusadas — que nada mais são do que um verdadeiro estupro orçamentário —, convença agora as elites dominantes a rever a sua relação com o estamento político nacional, que se transformou numa “classe em si”, no sentido marxista da palavra, além de tudo, uma classe egoísta, com representantes autistas e depravados.

 

Eu teria muito mais a dizer sobre os PROBLEMAS do Brasil, mas creio que estas considerações são suficientes para dar início a uma segunda série de proposições a respeito de possíveis soluções a nossos problemas mais prementes. Vale pela atenção…

 

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4031: 1 dezembro 2021, 6 p.

 

A história dos Vikings - Reinaldo José Lopes (FSP)

VIKINGS MUDARAM O MUNDO COM SUAS VIAGENS, DIZ ARQUEÓLOGO!

Reinaldo José Lopes

Folha de S.Paulo, 23/11/2021

Basta uma rápida olhada nos mapas que documentam as incursões vikings durante a Idade Média para concluir que os guerreiros escandinavos eram capazes de meter o bedelho em praticamente qualquer lugar da Europa e da bacia do Mediterrâneo.

O alcance global dos vikings começou como uma mistura despretensiosa de pirataria e comércio, mas seu efeito ao longo de três séculos transformou a geopolítica da região de maneiras que ainda influenciam o mundo moderno.

A Inglaterra e a Rússia, por exemplo, provavelmente não teriam surgido sem um empurrãozinho viking, e o mesmo talvez valha para a França. Descendentes dos piratas nórdicos também tiveram papéis de relevo na política da Itália medieval e nas Cruzadas. Nada mal para habitantes de um cantinho remoto e economicamente marginal do continente europeu.

Os detalhes das mudanças operadas pelos viajantes escandinavos estão descritos em ‘Vikings: A História Definitiva dos Povos do Norte’, livro do arqueólogo britânico Neil Price, que chegou recentemente ao Brasil.

Price, que é professor da Universidade de Uppsala, na Suécia, afirma que o ingrediente secreto por trás da influência histórica dos aventureiros nórdicos é a sua tremenda adaptabilidade e capacidade de tirar vantagem das diferentes situações em que se encontravam – um ‘jeitinho viking’, digamos.

‘O efeito colateral não pretendido disso é que eles deixavam legados de longo prazo aonde quer que fossem’, explicou Price à Folha. ‘O ponto-chave é que esses legados, na prática, tomavam formas diferentes de lugar para lugar’.

Considera-se que a chamada Era Viking vai de 793 d.C. a 1066 d.C. Ambas as datas têm a ver com acontecimentos na Inglaterra: no início, o primeiro ataque de piratas escandinavos a um monastério cristão, na ilha de Lindisfarne; no fim do período, a derrota do rei norueguês Harald Hardrada na batalha de Stamford Bridge – Harald tinha tentado tomar para si o trono inglês e foi morto em combate.

O alcance geográfico das viagens e ataques vikings, no entanto, foi muito mais amplo. Cidades e reinos foram fundados em território inglês e também na Irlanda, na Escócia, na França e em diversas áreas da atual Europa Oriental. Cidades costeiras da Espanha e da Itália foram atacadas, e contatos diplomáticos e comerciais foram estabelecidos com representantes do mundo islâmico.

Aliás, um dos mais interessantes relatos sobre um funeral viking, incluindo detalhes sanguinolentos acerca de sacrifícios humanos, foi escrito pelo viajante e erudito Ahmad ibn Fadlan, enviado pelo califa de Bagdá à bacia do Rio Volga, na atual Rússia, no ano 921.

Os fatores que desencadearam a Era Viking são múltiplos, e ainda há considerável debate acerca deles. O historiador britânico Peter Heather, da Universidade de Oxford, aponta que o fim do século VIII da Era Cristã foi uma época de recuperação econômica para diversas regiões portuárias do norte da Europa.

Ao mesmo tempo, algumas décadas antes, os moradores da Escandinávia já tinham dominado a tecnologia dos barcos vikings, bastante confiáveis em mar aberto, mas também capazes de subir rios rumo ao interior.

Com isso, juntava-se a fome com a vontade de comer. ‘Várias regiões da Escandinávia, principalmente na Jutlândia – península da Dinamarca –, tinham mercados consolidados, com rotas e pontos de contato por todo o mar do Norte’, explica o historiador Johnni Langer, diretor do Núcleo de Estudos Vikings e Escandinavos (Neve) da Universidade Federal da Paraíba.

Os escandinavos podiam aproveitar a prosperidade crescente dessas regiões para fortalecer sua atuação mercante – ou para se transformarem em piratas.

Aliás, esse é mais ou menos o significado original de ‘viking’, que não é uma designação étnica, mas sim uma espécie de termo ocupacional, que também podia ser usado como verbo (o sujeito ‘ia vikingar’, ou seja, ia fazer incursões ou pilhagens por mar).

Além dos ricos mercados do mar do Norte, os piratas nórdicos descobriram que havia uma concentração considerável de metais preciosos dando sopa, sem defensores militares, nos monastérios e igrejas da região. E, por ainda não terem se convertido ao cristianismo, não tinha prurido algum de se apoderarem dessa riqueza.

Outro ingrediente importante que impulsionou cada vez mais os ataques, segundo Langer: a pulverização política nas regiões sob assédio.

‘Os séculos VIII e IX foram caracterizados pela situação de enfraquecimento de poderes centralizadores, originando o início do feudalismo na Europa, como na França e Inglaterra. Esses poderes políticos regionais eram frágeis e por muito tempo acabaram recebendo influências escandinavas’, explica o historiador.

É preciso levar em conta, por exemplo, o fato de que o território inglês não correspondia a um reino unificado, estando dividido em pequenas monarquias como as de Mércia (região central), Wessex (oeste do país) e Nortúmbria (região norte).

Esse é o cenário da Europa Ocidental, mas é preciso considerar também o que acontecia no extremo leste do continente. Enquanto vikings dinamarqueses e noruegueses avançavam pelos atuais Reino Unido e França, piratas e mercadores suecos começaram a controlar as rotas de comércio que passavam pelo interior da Rússia, da Ucrânia e da Belarus.

Eles passaram a ser conhecidos como ‘Rus’’, nome que provavelmente deriva do termo nórdico para ‘remadores’ e que acabaria originando o próprio nome da Rússia. Por fim, alguns se incorporaram ao exército do Império Bizantino, formando a famosa Guarda Varangiana, ferozmente leal ao imperador.

‘Eles também passaram a atuar como parceiros econômicos cruciais, como estimuladores da economia, mercenários e, às vezes ironicamente, como defensores do Estado’, resume Price.

No leste, os reinos fundados por vikings se cristianizaram, uniram-se à população eslava local e acabariam dando origem à Rússia imperial. Na Inglaterra, foi a reação às invasões escandinavas que levou ao surgimento de um reino unificado (o qual, no começo do século XI, chegou a ser dominado por Canuto, o Grande, rei dinamarquês que governou também a Noruega).

E, em solo francês, um acordo da monarquia local com os invasores levou à criação do ducado da Normandia, dominado pelos vikings e batizado com o nome deles (‘normando’ significa ‘homem do Norte’).

A história aventuresca dos normandos nos séculos seguintes mostrou que eles tinham ‘puxado’ seus ancestrais escandinavos. Guilherme, o Conquistador, duque da Normandia, tomou para si a Inglaterra em 1066, enquanto outros militares da região forjaram reinos na Sicília e até na Síria durante as Cruzadas.


Deu no Washington Post: Bozo vira "amigo dos pobres" (para inglês ver...) - Anthony Faiola (WP)

 Por obra e graça das eleições, o Bozo pretende se converter em alguém que ele nunca foi: o amigo dos pobres. Esse jornalista que conhece bem o Brasil desmonta o mito...

Paulo Roberto de Almeida

The Washington Post

Supporters in Brasilia watch TVs showing Brazilian President Jair Bolsonaro speaking at a ceremony where he officially joined the centrist Liberal Party on Nov. 30. (Raul Spinasse/AP Photo)



Supporters in Brasilia watch TVs showing Brazilian President Jair Bolsonaro speaking at a ceremony where he officially joined the centrist Liberal Party on Nov. 30. (Raul Spinasse/AP Photo)


Brazil’s far-right Bolsonaro reaches for an unlikely title: President of the Poor


By Anthony Faiola

The Washington Post, December 1, 2021


For many Brazilians, Jair Bolsonaro’s presidency has been no fairy tale. Since his convincing victory in 2018, he has stood accused of encouraging massive deforestation in the Amazon rainforest and undermining the free press. A Senate panel recommended he be charged with crimes against humanity for willful mismanagement of the coronavirus, which he dismissed as a “little flu.”

And yet, to the surprise of some, the same welfare critic who once suggested that one cure for poverty was birth control has also sought to reinvent himself as something of a fiscal Robin Hood, taking from Brazil’s public coffers to give to the poor. His latest and largest effort: a potentially historic — some say catastrophic — revision to the social safety net that critics fear could break Brazil’s national piggy bank.

Bolsonaro’s Auxílio Brasil, or Brazil Aid, program would beef up financial assistance to the less fortunate ahead of next year’s election. So expensive as to blast through Brazil’s mandatory fiscal ceiling, the social spending spree requires approval in both legislative houses for a rejiggering of state finances to afford it. After clearing the lower house this week, it has moved to the Senate, which has promised a quick airing.

The cornerstone of Bolsonaro’s hastily slapped together social agenda, Auxílio Brasil will replace Bolsa Familia, the much-hailed aid effort cobbled together nearly two decades ago by his political archenemy, leftist former president Luiz Inácio Lula da Silva. Perhaps not coincidentally, the two may square off in a clash of political titans in next year’s presidential vote. Neither has officially declared their intentions, but many Brazilians expect they will run and the success or failure of Auxilio Brazil is likely to emerge as a hot button topic on the campaign trail.

Yet even some of Bolsonaro’s critics concede the far-right leader should be credited with doing right, at least for a time, by Brazil’s poor during the pandemic — even if he appeared to do so in a reach for political gain. As Congress last year was debating support for the poor, Bolsonaro appeared to sense an opportunity. His government had proposed a modest pandemic bonus for the poor, a number Congress decided needing beefing up. Not to be outdone, Bolsonaro vowed to one-up Congress’s offer.

The result became a globally watched experiment in poverty reduction. By August of last year, as monthly cash assistance for some families reached the equivalent of about $232, extreme poverty hit a historic low of 2.3 percent. In fact, a World Bank report found that out of the 22 million people lifted out of poverty across Latin America by pandemic-related government transfers in 2020, 77 percent of them were in Brazil. Compare that to less generous pandemic assistance offered under leftist President Andrés Manuel López Obrador in Mexico, where 3.8 million more people fell into poverty during the pandemic.

“I don’t think anyone would argue that he should not have done something along these lines,” Cesar Zucco, a political scientist at Brazil’s Getulio Vargas Foundation, told me of Bolsonaro’s pandemic efforts for the poor. “Maybe you have to give that one to him. But it was excessive, and it wasn’t well designed. It did help him boost his popularity.”

Bolsonaro’s popularity, in fact, shot through the roof, as the poor backed him in record numbers.

“He became a hero,” Ricardo Fernandes, a 31-year old actor from Rio de Janeiro’s City of God favela, told the Guardian last year. Gradually, however, that aid was scaled down and millions of Brazilians cascaded back into poverty. As they did, Bolsonaro’s approval ratings tanked.

With elections looming next year, he appears to have learned that you can buy popularity.

“He is obsessed with the idea that he needs to give out money in order to boost his popularity,” Zucco said.

Doling out cash or food baskets, particularly ahead of elections, is a common political ploy in parts of Latin America. But for Brazil, the impact of Bolsonaro’s social safety net revamp could be far longer lasting.

By creating Auxilio Brasil, he is effectively killing Bolsa Familia, the globally recognized effort launched in 2003 that offered cash assistance to the poor in exchange for those families ensuring, for instance, that their children go to school and are properly vaccinated. Over the years, Bolsa Familia has helped lift millions out of poverty and contributed to a reduction in income inequality, of which Brazil has one of the world’s highest rates.

Apparently eager to stake his own claim to being a president of the poor, Bolsonaro offers more money to more families in his new program. But critics like Zucco say it has substantial failings — not least of which is that it would be funded for only one year, requiring a new vote in 2022 to keep it alive.

Critics also argue that Bolsonaro’s program does not appropriately deal with the realities of extreme poverty. A day-care voucher, for instance, would be offered only to families that demonstrate that they have a job, effectively omitting the unemployed.

“The government has not explained how it will implement the new benefits or who will be responsible for their implementation, evaluation and monitoring,” Luciana de Souza Leão, an assistant professor of sociology at the University of Michigan, said in a university publication. “Launching a new program like this is destined to be a failure. Poor families will be the most affected since they will have to navigate a system that not even policymakers seem to understand besides dealing with the uncertainties about the program’s future.”

It is also very expensive, appearing designed less as a vehicle for long-term poverty reduction and more as a quick way to win votes in the favelas, or urban slums. Calling Bolsonaro bad for Brazil’s economy, the Economist also notedthat his spending bill allots a “large chunk” of extra money to financing “opaque budget amendments that grant overpriced public-procurement contracts to individual legislators in return for their support for president.”

As the Financial Times reported, investors are dismayed by the prospect of heavily indebted Brazil exceeding its mandatory spending ceiling — passed in 2016 to rein in budgets and enforce longer-term financial health.

“Bolsonaro has always been against Bolsa Familia — he always hated it as the typical ‘money for lazy people’, etc.,” Filipe Campante, a Brazilian professor of economics at Johns Hopkins University in Baltimore, told the Financial Times. “But at the same time he knows he needs to give people something so he can have a shot at reelection.”


Petrobras vende mais uma refinaria: compradores são de Abu Dhabi - comunicado Petrobras

 Petrobras conclui venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM)

Rio de Janeiro, 30 de novembro de 2021 – A Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras, em continuidade ao comunicado divulgado em 24/03/2021, informa que finalizou hoje a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) e seus ativos logísticos associados, localizados no estado da Bahia, para a MC Brazil Downstream Participações S.A., empresa do grupo Mubadala Capital.

Após o cumprimento de todas as condições precedentes, a operação foi concluída com o pagamento de US$ 1,8 bilhão para a Petrobras, valor que reflete o preço de compra de US$ 1,65 bilhão, ajustado preliminarmente em função de correção monetária e das variações no capital de giro, dívida líquida e investimentos até o fechamento da transação. O contrato ainda prevê um ajuste final do preço de aquisição, que se espera seja apurado nos próximos meses.

Esta venda está em consonância com a Resolução nº 9/2019 do Conselho Nacional de Política Energética, que estabeleceu diretrizes para a promoção da livre concorrência na atividade de refino no país, e integra o compromisso firmado pela Petrobras com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) para a abertura do setor de refino no Brasil.

De acordo com o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, a conclusão da venda reflete a importância da gestão de portfólio e fortalece a estratégia da companhia. “Essa operação de venda é um marco importante para a Petrobras e o setor de combustíveis no país. Acreditamos que, com novas empresas atuando no refino, o mercado será mais competitivo e teremos mais investimentos, o que tende a fortalecer a economia e gerar benefícios para a sociedade. É também parte do compromisso firmado pela Petrobras com o CADE para a abertura do mercado de refino. Do ponto de vista da companhia, é um avanço na sua estratégia de realocação de recursos. No segmento de refino, a Petrobras vai se concentrar em cinco refinarias no Sudeste, com planos de investimentos que a posicionará entre as melhores refinadoras do mundo em eficiência e desempenho operacional”.

A Acelen, empresa criada pelo Mubadala Capital para a operação, assumirá a partir de 01/12/2021 a gestão da RLAM, que passou a se chamar Refinaria de Mataripe. A Petrobras continuará apoiando a Acelen nas operações da refinaria durante um período de transição. Isso acontecerá sob um acordo de prestação de serviços, evitando qualquer interrupção operacional. A Petrobras e a Mubadala Capital reafirmam o compromisso estrito com a segurança operacional na refinaria em todas as fases da operação.

A presente divulgação ao mercado está de acordo com normas internas da Petrobras e com o regime especial de desinvestimento de ativos pelas sociedades de economia mista federais, previsto no Decreto 9.188/2017.

Essa operação está alinhada à estratégia de gestão de portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, visando à maximização de valor e maior retorno à sociedade.

Sobre a RLAM
A RLAM, situada em São Francisco do Conde no estado da Bahia, possui capacidade de processamento de 333 mil barris/dia (14% da capacidade total de refino de petróleo do Brasil), e seus ativos incluem quatro terminais de armazenamento e um conjunto de oleodutos que interligam a refinaria e os terminais totalizando 669 km de extensão. 

Sobre o Mubadala Capital
O Mubadala Capital é a subsidiária de gestão de ativos da Mubadala Investment Company, um investidor soberano global com sede em Abu Dhabi. Além de gerir seu próprio portfólio de investimentos, o Mubadala Capital administra US$ 9 bilhões de capital de terceiros em nome de investidores institucionais em todos os seus negócios, incluindo dois fundos no Brasil focados em special situations, três fundos de private equity, dois fundos de venture capital com foco em companhias em early stage, e um fundo com investimentos em ativos líquidos.