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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Economistas malucos: uma especie de sauva brasileira


O FMI vai à Europa, e decepciona keynesianos equivocados

Paulo Roberto de Almeida

Nota Liminar: Sou um leitor eclético e costumo ler e refletir sobre cada peça de inteligência que encontro na imprensa diária, sob a forma de artigos de opinião, análises e comentários de economistas e jornalistas bem informados, sobre tudo o que é relevante da atualidade econômica. Sou também tolerante com opiniões alheias, desde que bem informadas, bem argumentadas e, sobretudo, possuindo aquele grau de coerência mínima, e de consistência intrínseca, que deve caracterizar cada uma dessas peças opinativas. Outro critério básico dessas leituras críticas, vale dizer, é grau de aderência dos argumentos do autor em questão aos dados da realidade.
Certamente não é o caso do artigo que vai abaixo, que acabo de ler na página de um conhecido veículo defensor do “pensamento único” – mas que por acaso se revolta contra o que ele chama de “pensamento único do neoliberalismo” – e que não atende ao mérito que se espera encontrar em um artigo sério de um acadêmico brasileiro.
O FMI é, certamente, o instrumento mais keynesiano que existe na panóplia de políticas econômicas já criadas pelo capitalismo administrado pelo Estado desde Bretton Woods, e ele é chamado a intervir justamente quando falham os mercados, ou quando se acredita que os mercados falharam. Não obstante essa característica dirigista, estatizante, do FMI, economistas keynesianos (certamente equivocados) acreditam que o FMI seja liberal, ou defenda o que eles chamam de “políticas neoliberais”. Inacreditável cegueira. Pior ainda quando os argumentos são distorcidos ao ponto de serem ridículos, como também encontrei no artigo abaixo.
Consoante, portanto, meu espírito contestador, contrarianista, e até mesmo anarquista, procedi a uma leitura cuidadosa do artigo em questão, que vai transcrito logo abaixo, agregando em seguida meus comentários certamente desabusados.
Divirtam-se.
Paulo Roberto de Almeida

O FMI chegou a Europa
A fórmula que o FMI propõe, hoje, aos europeus - de austeridade fiscal e privatizações - já foi adotada em diversos países da América Latina nos anos 1990. Os países europeus que vão se curvar ao FMI e que desejam conhecer o seu futuro não precisam de “bola de cristal”; basta conhecer a história econômica desastrosa da América Latina dos anos 1990.
João Sicsu
Carta Maior, 24/12/2011
Em 2011, a crise explodiu na Europa. A dívida dos países europeus já havia aumentado em 2009 porque o setor público teve que “estatizar” a dívida privada do seu sistema financeiro: bancos europeus emprestaram aos bancos americanos e não viram o seu dinheiro de volta. Ao mesmo tempo, na Europa, famílias vinham se endividando para alcançar um modelo de consumo assemelhado ao “American way of life”(o modo de vida americano pré-crise, onde felicidade era sinônimo de consumo de bens de última geração). 
Então, os bancos europeus passaram a financiar casas de luxo e automóveis de tecnologia sofisticada. A Europa se transformou em Eurolândia, onde “comprar e ter” passaram a ser mais importantes do que “viver e não ter vergonha de ser feliz”. Portugueses pobres e negros passaram a valorizar e a usar Nike. Carros Porsche, Audi, Mercedes, BMW e Volvo de alto luxo se tornaram comuns nas ruas da Europa. Ademais, governos da periferia européia importaram produtos bélicos sofisticados.
Para financiar o gasto da periferia, bancos se endividavam junto a outros bancos. E muitos governos europeus fizeram dívidas dentro da própria Europa para tentar pagar suas contas comerciais com o exterior, devido à elevada importação que suas economias faziam. A Alemanha incentivou esse processo onde bancos assumiam uma postura arriscada e pessoas e governos se endividavam. Lógico: 2/3 das suas exportações vão para a região da União Européia.
Logo que a União Européia deu seus primeiros passos, a Alemanha iniciou a implementação de uma estratégia econômica de dominação da Europa. A Alemanha fez um pacto interno, de cunho político e econômico, entre o governo, banqueiros, trabalhadores e empresários. Ofereceram aos trabalhadores estabilidade no emprego em troca de arrocho salarial. Com custos menores, devido aos salários comprimidos, os produtos alemães passaram a penetrar com facilidade nos mercados de toda a Europa. 
Para complementar a estratégia, a Alemanha passou a emprestar dinheiro aos países que comprassem os seus produtos. Assim, euros, na forma de lucro e juros, eram transferidos da periferia para o centro da Europa. O enfraquecimento econômico da periferia representou também o seu enfraquecimento político: foi aberto o caminho para a substituição de governantes e para a rejeição de consultas populares. 
As dívidas dos governos europeus da periferia explodiram. Afinal, tiveram que socorrer bancos e tomar emprestado euros para garantir o equilíbrio das suas contas externas. Enquanto a Alemanha exportava e fazia superávit comercial; outros importavam e tomavam empréstimos, a Grécia, por exemplo. A Grécia está gravemente endividada.
Tudo começou na periferia; mas, hoje, o mundo já reconhece que a contaminação é geral: Irlanda, Portugal, Espanha, Itália, França... De julho de 2008 a dezembro de 2009, a relação dívida/PIB da zona do euro saltou de 70 para 80%. Este foi um período de recessão na Europa e de queda na receita pública. Em 2010, a razão dívida/PIB alcançou 85%. 
A situação de países como a Grécia é conhecida na história econômica mundial: um país com elevada dívida pública e déficit comercial com o exterior. Para esses casos, o FMI - desde o início das suas atividades, já com postura conservadora – impunha uma fórmula bastante peculiar. Um país deficitário na sua balança comercial e endividado, para receber os empréstimos de socorro do Fundo deveria cortar gastos públicos de forma drástica, o que resolveria os dois problemas econômicos. 
O corte de gastos reduziria os déficits das contas do governo e, em consequência, contribuiria para a estabilização da dívida pública. Além disso, o corte de gastos públicos reduziria a capacidade de compra da população e, portanto, reduziria também a demanda por produtos importados contribuindo para o equilíbrio comercial com o exterior. 
Durante décadas, o FMI somente impôs políticas econômicas; basicamente, obrigava países em dificuldade a cortar gastos governamentais e a conter o crédito para o consumo. A partir dos anos 1990, o FMI passou a propagandear e impor reformas estruturais. Para o FMI, o receituário de políticas econômicas não era suficiente. 
O FMI foi a principal organização de defesa e implementação das reformas estruturais propostas pelo Consenso de Washington (de 1989). A fórmula que o FMI propõe, hoje, aos países europeus - de austeridade fiscal e privatizações - já foi adotada em diversos países da América Latina nos anos 1990, por exemplo, Equador, México, Argentina e, parcialmente, no Brasil. 
Os países europeus que vão se curvar ao FMI e que desejam conhecer o seu futuro não precisam de “bola de cristal”; basta conhecer a história econômica desastrosa da América Latina dos anos 1990.

(*) Professor-Doutor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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Um artigo maluco e meus comentários a ele
Paulo Roberto de Almeida 

Economistas malucos existem em quaisquer países, isso é evidente, até mesmo alguns que são Prêmio Nobel. Poderia citar dois, americanos, que estão sempre publicando artigos na imprensa, mas me abstenho de fazê-lo, inclusive para atiçar a curiosidade dos que aqui navegam. Só diria que, com todas essas crises, causadas pelo keynesianismo exacerbado dos governos, eles reincidiram, abusivamente, num keynesianismo ainda mais exacerbado, prescrevendo as mesmas políticas econômicas -- de "demanda agregada", de injeção de dinheiro governamental na economia, de gastos públicos e de endividamento acrescidos -- que justamente causaram as crises de que essas economias padecem. Mais passons...; como diria um entendido, eles que são brancos, loiros de olhos azuis, que se entendam. Fiquemos com os nossos malucos, que os temos às pencas.
E como! Nossas universidades só conhecem o keynesianismo, nunca se estudou outra coisa que não o keynesianismo aplicado em nossas faculdades de economia, com um agravante: aqui o keynesianismo veio na versão ainda mais vulgar, tosca e grosseira do prebischianismo aplicado, como se ele fosse receita de crescimento ou de desenvolvimento. Ou seja, o que Keynes recomendou como medidas anticíclicas, em casos de ciclos depressivos ou de recessões confirmadas, devendo portanto ser usado apenas em caráter temporário, como expedientes emergenciais de uso limitado, aqui os nossos keynesianos toscos transformaram em políticas permanentes de desenvolvimento, com todas as distorções que isso possa acarretar.
Mais ainda: imbuídos da fé dos recentemente convertidos, eles até criaram uma Associação Keynesiana Brasileira, que se compraz em render culto ao mestre, com todas as liturgias de ofício, inclusive uma adoração reverencial dos textos-base, escritos há mais de 70 anos e que continuam a ser citados como se tivessem méritos prescritivos e capacidades curativas para os males do nosso tempo, com todas as mudanças acumuladas nas dinâmicas econômicas mundial e nacionais que conhecemos desde então. Malucos, certo? Mas não só isso.
São também desonestos intelectuais, como o prova o texto abaixo, retirado -- de onde mais poderia ser? -- do site embromador mais enganador que existe na internet, Carta Maior, um refúgio de viúvas do socialismo e de órfãos da globalização, que vivem atacando o capitalismo e os sistemas de mercado, como se fossem a perversidade convertida em regimes políticos e econômicos, e que vivem prescrevendo as mesmas receitas fracassadas que levaram a América Latina ao que ela é hoje, ou seja, nada de muito diferente de meio século atrás, com todos os equívocos de políticas econômicas acumuladas ao longo do tempo, e que continuam a ser repetidos ainda hoje, como aliás manifesto nas medidas protecionistas e erroneamente "industrializantes" que são adotadas, contornando os reais problemas da administração econômica.
Eu poderia fazer uma longa lista de todos os equívocos acumulados no artigo abaixo, que não mereceria sequer figurar no Lattes do seu autor, tão primários, tão políticos (e não econômicos) são os seus argumentos, tão deformadas são as afirmações que ele faz ao longo de um texto que peca por todas as omissões que ele pratica, e por todos os falsos argumentos que evidencia.

Mas vejamos alguns deles: 
1) "bancos europeus emprestaram aos bancos americanos e não viram o seu dinheiro de volta".
PRA: Não, bancos europeus, japoneses e chineses, além de outros espalhados por aí, participaram do mesmo exercício a que se dedicaram todos os bancos nos anos de euforia financeira, causada pela bolha imobiliária americana, por sua vez causada pela política equivocada do FED, de manter taxas de juros artificialmente baixas; os bancos, em geral, compraram derivativos que prometiam um retorno apetitoso, e foram tragados na mesma onda que também tragou algumas empresas brasileiras: apostaram na valorização desses papéis, como alguns capitalistas aqui apostaram na valorização do real, indefinidamente; todos tomaram um tombo, e cabe esclarecer que o Estado brasileiro também salvou nossos gregos e goianos, injetando dinheiro em bancos e facilitando a vida de alguns desses capitalistas (não é Doutor Antonio Ermírio de Moraes?; não é Doutor Silvio Santos?).

2) "A Europa se transformou em Eurolândia, onde “comprar e ter” passaram a ser mais importantes do que “viver e não ter vergonha de ser feliz”.
PRA: O argumento é primário e remete aos mesmos catastrofistas ecologistas, aos mesmos inimigos do consumo que sempre argumentam que os recursos vão se esgotar, que as pessoas estão consumindo demais, que é preciso reciclar, que é preciso viver com produtos longamente, que é preciso parar de gastar, de consumismo, de desperdício, de abusos no luxo e outras coisas do gênero. Se o mundo dependesse desses conselhos, há muito a economia teria ido para o buraco, estaríamos em profunda recessão e estagnação, o desemprego subiria para alturas fantásticas e a tecnologia simplesmente estancaria seu manancial de novas descobertas e inovações. O mundo ainda estaria na Idade Média. Sim, suponho que os idiotas que proclamam esse tipo de argumento ainda estejam usando máquina de calcular manual, não usem celulares de última geração, e se contentem com somar no lápis e anotar seus brilhantes pensamentos em cadernos de espiral... Qualquer outra solução seria um consumismo desenfreado, incompatível com o que prescrevem para as economias nacionais. Para serem fieis ao que pregam, eles deveriam retornar à Idade Média.

3) "muitos governos europeus fizeram dívidas dentro da própria Europa para tentar pagar suas contas comerciais com o exterior, devido à elevada importação que suas economias faziam...
PRA: My God, essa é forte, até mesmo para um economista maluco, ou seja, um keynesiano tosco dos arraiais da UFRJ. Deixa eu ver se entendi: governos emprestam dinheiro nos mercados financeiros para pagar importações de companhias privadas???!!! Governos ficam financiando consumo de importados de particulares??? Qual é o balanço de pagamentos que registra essa contabilidade maluca, qual é o governo (grego?) que cobre os gastos de importação de suas empresas e particulares? O economista endoidou ou sempre foi assim?

4) "Logo que a União Européia deu seus primeiros passos, a Alemanha iniciou a implementação de uma estratégia econômica de dominação da Europa.
PRA: É isso: só podia ser o Lebensraum de volta. A Alemanha, perversa como sempre com sua genética prussiana, sem que ninguém perceba, concebe e implementa um plano de dominação imperial de toda a Europa, fazendo com que todos os demais pobrezinhos europeus se dobrem à solidez de sua Wehrmacht econômica, ao poderio de sua SS financeira, e todos os outros países se submetem à Blitzkrieg econômica dessa potência que nunca deixou de lado seus sonhos seculares: dominar toda a Europa, transformar todos os outros povos em escravos da raça econômica superior. Essa geopolítica à la Haushofer dos trópicos está sendo ensinada nas faculdades brasileiras. Atenção brasileiros: os EUA fazem o mesmo com a América Latina: "está tudo dominado", como acrescentariam os paranóicos...

5) "A Alemanha fez um pacto interno, de cunho político e econômico, entre o governo, banqueiros, trabalhadores e empresários. Ofereceram aos trabalhadores estabilidade no emprego em troca de arrocho salarial. Com custos menores, devido aos salários comprimidos, os produtos alemães passaram a penetrar com facilidade nos mercados de toda a Europa."
PRA: Pois é, vejam como são as coisas: os países, os povos, as sociedades, os governos estão proibidos de fazer um pacto para reduzir os seus custos de produção, eles não podem obter ganhos de competitividade, via controle dos aumentos salariais (acima da inflação), via aumento de produtividade, via racionalização da produção (inclusive via terceirização, off-shore, out-sourcing, deslocalização), enfim, por todos os meios disponíveis para aumentar a competitividade de sua economia. Eles precisam ser generosos, como o governo brasileiro, por exemplo, concedendo aumentos salariais acima da inflação, e sem qualquer conexão com a produtividade, sem qualquer consideração de custos sociais diferenciados entre as regiões ou os setores da economia, sem qualquer liberdade para negociações diretas, para livre contratação de salários numa economia aberta, nada, eles precisam ser estupidamente keynesianos (no sentido brasileiro, claro), como recomendaria esse "economista". Ou seja, o fato de que a Alemanha, que tinha custos laborais superiores aos da França, 20 anos atrás, tenha conseguido minimizar esse custo enorme de seu sistema produtivo, diminuindo o bem-estar dos gordos operários alemães, para "penetrar" nos mercados alheios, isso que é microeconomicamente racional, é pecado para esse economista maluco.

6) "Para complementar a estratégia, a Alemanha passou a emprestar dinheiro aos países que comprassem os seus produtos."
PRA: A afirmação é completamente destrambelhada e NÃO TEM NENHUM sentido econômico, a mínima conexão com a realidade. Ou seja, para que produtos alemães -- PRODUZIDOS por empresas privadas -- fossem comprados por CONSUMIDORES PRIVADOS de outros países, o governo alemão, a Alemanha, passou a emprestar dinheiro para os outros governos, aos demais países para que eles comprassem biscoitos alemães. Esse é forte, e deveria envergonhar qualquer estudante primeiroanista de economia. 

7) "As dívidas dos governos europeus da periferia explodiram. (...) Enquanto a Alemanha exportava e fazia superávit comercial; outros importavam e tomavam empréstimos, a Grécia, por exemplo. A Grécia está gravemente endividada."
PRA: Essa também é forte: ou seja, para financiar o consumo, governos europeus fizeram dívidas enormes, induzidos espertamente pelos alemães para emprestar para satisfazer seus gostos privados. Quando é que economistas primários vão pagar imposto toda vez que fizerem afirmações tão estúpidas quanto estas?

8) "Durante décadas, o FMI somente impôs políticas econômicas; basicamente, obrigava países em dificuldade a cortar gastos governamentais e a conter o crédito para o consumo. A partir dos anos 1990, o FMI passou a propagandear e impor reformas estruturais."
PRA: A velha lenga-lenga do FMI carrasco dos povos, impondo políticas absurdas contra a vontade dos governos e os desejos dos cidadãos; se não fosse pelo FMI e suas políticas recessivas, o mundo seria uma maravilha, todo mundo faria políticas keynesianas anticíclicas e tudo funcionaria perfeitamente. O FMI sempre atrapalha, sempre. Quando é que economistas primários vão parar de fazer demagogia em cima das políticas acertadas entre o FMI e os governos dos países demandantes? Quando é que eles vão reconhecer a realidade da falência de políticas irresponsáveis levadas pelos governos, que depois, na última hora, ou já proclamada a insolvência, apelam para o dinheiro barato do FMI? Por que é que esses governos não ficam com o dinheiro fácil de seus próprios cidadãos -- que podem ser tosquiados à vontade, como sempre ocorre por aqui -- ou não apelam para mercados sempre abundantes em recursos (mas a juros de mercado)? Quando é que vai parar a ingenuidade desses pilantras de faculdades tabajara de economia?

9) "A fórmula que o FMI propõe, hoje, aos países europeus - de austeridade fiscal e privatizações - já foi adotada em diversos países da América Latina nos anos 1990, por exemplo, Equador, México, Argentina e, parcialmente, no Brasil."
PRA: Mas claro, essa fórmula é totalmente errada e só vai trazer recessão, desemprego, desespero. A fórmula certa, dixit economistas keynesianos da periferia, é exatamente o contrário: prodigalidade fiscal, gastos públicos para sustentar a tal de demanda agregada, injeção fiscal, juros baixos, estatizações e controle estrito dos capitais (internos e externos), desvalorização cambial compulsória e manipulação da taxa de câmbio, numa taxa desvalorizada, além, é claro, de protecionismo comercial, políticas industriais ativas, seleção de vencedores dentre os capitalistas promíscuos, e toda sorte de receita aparentemente keynesiana que eles tiram de sua algibeira para afundar ainda mais os países, como está ocorrendo na Venezuela, como aliás ocorreu na Grécia e em diversos outros países por ai, alguns muito perto daqui. Por que o governo brasileiro não adota todas essas medidas maravilhosas (aliás, está adotando algumas)?

10) "Os países europeus que vão se curvar ao FMI e que desejam conhecer o seu futuro não precisam de “bola de cristal”; basta conhecer a história econômica desastrosa da América Latina dos anos 1990."
PRA: Mais uma vez temos de nos render à sapiência keynesiana. Os países da América Latina estavam na pior, nos anos 1980 e 90, aplicaram políticas keynesianas, como as receitadas por esse economista regressista, e se safaram brilhantemente, tanto é que hoje se permitem dar lições aos europeus, sobre como enfrentar a recessão via gastos públicos, manutenção de emprego e outras receitas milagres do gênero. Pena que a história seja muito diferente da que conta esse economista fantasioso.

É preciso ter muito estômago para ler fantasias desse gênero, o que apenas confirma como é débil o debate econômico em certos setores do "pensamento" brasileiro atualmente.
Paulo Roberto de Almeida 
(26/12/2011)

3 comentários:

klauber C. Pires disse...

Dr Paulo,

Eu tenho uma expressão de extrema erudição técnica sobre a epistemologia economicista dos keynesianos: "-Arre, égua!!!"

Um grande abraço e feliz Ano Novo! Que o Diplomatizzando siga nos informando bem e que tenha muito mais sucesso em 2012!

Anônimo disse...

Os dois nobéis toscos que tu tens na cabeça são Stiglitz e Krugman.

Eu concordo que o Stiglitz tem umas maluquices estranhas. Quanto ao Krugman, discordo, acho ele muito foda. Eu colocaria o Prescott no lugar do Krugman como o número 2 da bizarrice (só que a bizarrice dele é o oposto do keynesianismo de quermesse, é a RBC do faroeste)

Todos eles são infinitamente menos danosos que os pós-keynesianos: os imbecis que não acreditam em restrições de oferta e pululam no governo do PT.

abraços, Guilherme

Cristiano disse...

O maior absurdo é que esse "economista" é o diretor para assuntos macroeconômicos do IPEA além de professor da UFRJ!
Ou seja, os pagadores de impostos brasileiros pagam a esse pseudo-economista para ele "pensar" e escrever essas idiotices!!!
O IPEA que já teve tantos economistas brilhantes e ainda tem alguns economistas brilhanes agora se submete a essa escória do pensamento econômico!