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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Stalin Sem Gulag: manifesto revisto e corrigido

O ex-Richelieu do cerrado central, grão-vizir da corruptolândia, senhor de todos os truques e traques, perpetrou um manifesto, que seria risível se não fosse patético.
Como ele escreveu num teclado enviesado, mas pensando com o lado errado do cérebro, pode-se corrigir ligeiramente o que escreveu, ajustando as frases para o seu verdadeiro significado.
O Stalin Sem Gulag (sorte nossa, sorte minha) escreveu em itálico.
O revisor vai de texto normal.


AO POVO BRASILEIRO
AOS TROUXAS QUE ME SEGUEM

No dia 12 de outubro de 1968, durante a realização do XXX Congresso da UNE, em Ibiúna, fui preso, juntamente com centenas de estudantes que representavam todos os estados brasileiros naquele evento. 
Cometi a burrada -- alguns escrevem c..... -- de convocar um congresso de 600 estudantes num sítio miserável de um município com menos habitantes que isso, e depois ainda fiz a c...... maior ainda de encomendar 1.200 paezinhos e mortadela proporcional na padaria da esquina. O dono arregalou o olho e aí começou nossa aventura...

Tomamos, naquele momento, lideranças e delegados, a decisão firme, caso a oportunidade se nos apresentasse, de não fugir.
Falei pro pessoal: "Olha, não adianta correr que o bicho pega. Depois vocês telefonam pros pais, que eles tiram vocês da delegacia."

Em 1969 fui banido do país e tive a minha nacionalidade cassada, uma ignomínia do regime de exceção que se instalara cinco anos antes.
Ainda bem que os companheiros sequestraram o embaixador do império e me trocaram por ele: já não aguentava mais a macarronada da cadeia.

Voltei clandestinamente ao país, enfrentando o risco de ser assassinado, para lutar pela liberdade do povo brasileiro.
Depois de devidamente treinado pela Inteligência cubana, entrei novamente no Brasil. Mas segui fielmente as diretrizes dos amigos cubanos de não procurar nenhum dos companheiros, pois seria prisão na certa. Eu tinha de me preservar, pois a guerrilha estava irremediavelmente comprometida. Eu fiquei quieto, como mandaram.

Por 10 anos fui considerado, pelos que usurparam o poder legalmente constituído, um pária da sociedade, inimigo do Brasil.
Fiquei na minha, sem falar de política, exatamente como meus amigos cubanos me pediram para fazer.

Após a anistia, lutei, ao lado de tantos, pela conquista da democracia. Dediquei a minha vida ao PT e ao Brasil.
Bem, depois que a democracia burguesa foi restaurada no Brasil, fiz o que os cubanos me disseram: montar um aparelho clandestino dentro de aparelho do aparelho do PT, e passei a selecionar minha tropa de choque, companheiros totalmente devotados a mim, que passaram a identificar os laranjas que fariam todo o trabalho sujo por nós.

Na madrugada de dezembro de 2005, a Câmara dos Deputados cassou o mandato que o povo de São Paulo generosamente me concedeu.
Ingratos: eu comprei toda aquela gente com o dinheiro desviado do Estado e eles cospem no prato em que comeram. 
Eu só fiz o que tinha combinado com o capo di tutti i cappi: comprei uns caras que já estavam de antemão vendidos. Fdps, salafrários...

A partir de então, em ação orquestrada e dirigida pelos que se opõem ao PT e seu governo, fui transformado em inimigo público numero 1 e, há sete anos, me acusam diariamente pela mídia, de corrupto e chefe de quadrilha.
A quadrilha que eu montei cometeu o pecado da arrogância, isso verifico agora. Como estávamos no comando no Estado, imaginei que podíamos roubar sem problemas. Fui traído por aquele bandido do PTB.

Fui prejulgado e linchado. Não tive, em meu benefício, a presunção de inocência.
Esses juízes medrosos, se dobraram à pressão do público e querem me crucificar só por um punhado (de milhões) de reais.

Hoje, a Suprema Corte do meu país, sob forte pressão da imprensa, me condena como corruptor, contrário ao que dizem os autos, que clamam por justiça e registram, para sempre, a ausência de provas e a minha inocência. O Estado de Direito Democrático e os princípios constitucionais não aceitam um juízo político e de exceção.
Ainda vou me vingar dos que agora me acusam. Estou montando um dossiê sobre cada um desses covardes que me condenaram, para mostrar que eles não são o que parecem.

Lutei pela democracia e fiz dela minha razão de viver. Vou acatar a decisão, mas não me calarei. Continuarei a lutar até provar minha inocência. Não abandonarei a luta. Não me deixarei abater.
OK: já não queria mais construir o socialismo no Brasil, já que esse sistema de m.... só produziu miséria onde se instalou, mas eu queria, pelo menos uma vez na vida, desfrutar das benesses do poder e de todo o dinheiro que o capitalismo permite.

Minha sede de justiça, que não se confunde com o ódio, a vingança, a covardia moral e a hipocrisia que meus inimigos lançaram contra mim nestes últimos anos, será minha razão de viver.
Vou me vingar desses fdps e salafrários, de todos eles, os políticos corruptos, os juízes covardes.

Toca da onça, 09 de outubro de 2012
Stalin Sem Gulag, aliás Richelieu do Planalto, aliás Zé Linguiça, aliás...

3 comentários:

Briz disse...

Ilário para não dizer trágicomico, a retaliação em palavras não dizem respeito a um ideal, e sim uma frustação , na minha visão anunciada.

Anônimo disse...

http://g1.globo.com/politica/mensalao/noticia/2012/10/genoino-diz-que-stf-errou-e-anuncia-saida-do-governo-federal.html


Estão ferrados...
Citar Ibiúna chega a ser cômico, se não fosse trágico (para o país).
Vamos continuar incomodando, Dr. PRA :)
Abraços.

Anônimo disse...

Hahahaha. Muito bom, professor!!

Abraço
Felipe X.