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terça-feira, 23 de outubro de 2012

Diplomacia brasileira: entre o Oriente Medio e a Colombia

As razões que impedem o Brasil de colaborar com a pacificação da Colômbia não são exatamente essas que aponta o ex-chanceler. Para ajudar, é preciso ser isento, apenas isso.
Paulo Roberto de Almeida 


Celso Lafer defende ação brasileira na pacificação da Colômbia

Chico Santos
Valor Econômico, 22 de outubro de 2012







RIO - O ex-ministro das Relações Exteriores Celso Lafer (1992 e 2001-2002) disse nesta segunda-feira que o Brasil deveria ter uma atuação mais ativa no esforço para a obtenção da paz na Colômbia — na luta entre o Estado e a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) — antes de se preocupar com a busca da paz no Oriente Médio, por mais legítima que essa seja.
“O chanceler [Antonio] Patriota esteve há pouco tempo no Oriente Médio preocupado com o problema dos palestinos e da paz, um tema legítimo, sem dúvida. No entanto, o Brasil tem se abstido de uma atuação mais ativa com relação ao tema das Farc, na Colômbia”, destacou Lafer. Para o ex-ministro, o tema pode ser encarado como um problema da América do Sul. “Minha prioridade seria olhar nossa vizinhança antes de olhar o que está acontecendo no resto do mundo”, disse ao responder a uma pergunta sobre a atual política brasileira para a América do Sul e o Oriente Médio.
Lafer disse que o Brasil poderia estar agora ajudando no esforço de paz que as duas partes em guerra na Colômbia tentam implementar, mas ressaltou que a falta de uma participação anterior dificulta qualquer tentativa de auxílio neste momento. O ex-chanceler disse ainda que, estando fora do governo, ele carece de informações para dizer o que poderia ser feito para que a diplomacia brasileira recuperasse o tempo perdido no tema colombiano.
Ainda em relação à política regional, Lafer criticou a atuação brasileira no episódio da suspensão do Paraguai do Mercado Comum do Sul (Mercosul) e da posterior admissão da Venezuela sem o respaldo paraguaio. “Já escrevi sobe isso e disse que a suspensão do Paraguai se fez ao arrepio das regras de suspensão previstas no Protocolo de Ishuaia [que trata dos princípios democráticos no Mercosul, Chile e Bolívia].”
Quanto ao Oriente Médio, “uma região muito complexa”, Lafer acha que o Brasil pode até ter um papel na construção da paz, “na medida em que isso for solicitado”. Segundo ele “o terceiro, em prol da paz, tem um papel, desde que conte com avaliações positivas de todas as partes envolvidas”.
Lafer fez nesta segunda-feira palestra durante o Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs), que acontece em Águas de Lindóia (SP).

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