Por Daniel Bier
Minha amiga Libertarian Girl me perguntou o que penso que os liberais deveriam fazer para comunicar melhor as suas ideias. Esta é uma pequena lista de coisas que eu vejo como eficazes ou contraproducentes. Minha lista não é extensa, nem deve ser levada como uma acusação a todos os liberais – na realidade, ela se parece mais como uma lista de enganos que eu cometi, e estratégias eficientes que observei sendo empregadas por outros – mas pode ser útil para algumas pessoas.
1. Não faça referências à filosofia libertária quando estiver falando sobre políticas públicas com um público genérico, a não ser que seja absolutamente necessário.
2. Utilize-se de recursos baseados em valores comuns entre você e quem estiver lhe ouvindo.
3. Discuta com boa vontade: presuma que o outro lado acredita no que está afirmando, e realmente deseja o melhor para a sociedade. Conceda às pessoas o benefício da dúvida: atacar as intenções de alguém é uma boa forma de irritá-lo, mas não de convencer outras pessoas.
4. Não espere converter alguém a uma ideologia ou visão de mundo diferente no decorrer de uma conversa. Isso nunca acontece. Converse sobre questões específicas, e sobre porque a defesa de mais liberdade, ao invés de menos, é a solução para aquele problema.
5. Saiba quem é o seu público. Você está tentando convencer a pessoa com quem está debatendo, ou está tentando convencer terceiros que estão ouvindo a conversa?
6. Saiba aonde você quer chegar, e pense de maneira realista sobre como você pode alcançar isto.
7. Fale sobre coisas com as quais o público se importa, e mantenha uma linguagem com a qual eles possam se identificar. Se você está tentando convencer pessoas a se preocuparem com alguma coisa com a qual elas não se importam, justifique relacionando-a a valores com os quais eles se importam. (Ver item número #2)
8. Não seja condescendente e não tende agradar. Adapte sua mensagem de acordo com o público ao qual está se dirigindo, mas trate-os como adultos racionais e responsáveis. Seja honesto e veemente. Pessoas que possam estar inclinadas a discordar de você irão ao menos respeitar sua sinceridade.
9. Quando estiver dirigindo-se a grupos específicos, esteja ciente das questões que podem ser mais relevantes para eles (ver item #7), mas argumente por que o ponto X é bom para todos, e não apenas “como parte do grupo tal…” isto seria de interesse restrito à eles.
10. Torne a questão pessoal: ajude as pessoas a se identificarem com a sua posição ou com seu descontentamento em um nível humano. O Intitute for Justice é muito bom nisso.
11. Não apele para a auto-piedade ao retratar libertários como vítimas de perseguição. Não é atrativo, não é convincente, e simplesmente não é verdade.
12. Não culpe alguma nefasta força externa se nós perdermos o debate – entidades estrangeiras, “a mídia esquerdista”, etc. Algumas vezes nós perdemos apenas porque não estamos sendo convincentes o suficiente.
13. A veracidade é importante. Não utilize axiomas para cortar caminho através de questões complexas, em direção a uma conclusão pré-determinada. Evidências empíricas (dados, assim como casos em pequena escala) fazem a diferença. Utilize-os para orientar a aplicação dos princípios liberais em questões específicas. Como disse Trevor Burrus, baixe o facão e arme-se de um bisturi.
14. Tenha senso de humor. Tente não levar para o lado pessoal as opiniões discrepantes. Se a pessoa com a qual você está debatendo está te deixando estressado, você perderá a chance de conectar-se tanto com ela quanto com o público.
Update: Algumas pessoas comentaram que a maior parte disso é senso comum. Eu concordo. Senso comum é o nome que damos às coisas que são óbvias, porém difíceis.
Tradução: Artemis Wyrd
Revisão: Pedro Menezes
Revisão: Pedro Menezes
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