Um texto do início deste ano, que mantém sua total atualidade, e que será ainda mais atual e concreto quando isso começar a ocorrer.
Aliás, eu nem desconfio que os petistas vão sabotar o próximo governo, eu tenho certeza. E isso nem vai aguardar o mês de janeiro de 2015, vai começar no próprio dia 27 de outubro, pela sabotagem de várias coisas no governo e em todas as instâncias em que os apparatchiks estão instalados: vão apagar registros de seus crimes e falcatruas, vão deletar arquivos, vão danificar materiais, vão roubar como nunca, pois sabem que não terão mais oportunidade de fazê-lo depois, em suma, vão desmantelar o que ainda sobrou de institutições administrativas e estuturas de governança no Brasil.
Por isso, no seu discurso de vitória, o candidato oposicionista deve exigir a imediata aplicação da lei promulgada por FHC em meados de 2002 para justamente facilitar a transição para o governo Lula de uma maneira civilizada, o que obviamente o governo atual não fará por gosto próprio, nem os petralhas tomarão a iniciativa de implementar.
Vigilância portanto, mas o mais importante seria fazer um pronunciamento preventivo ameaçando punir exemplarmente quem incorrer em atos de sabotagem contra o Estado brasileiro.
Paulo Roberto de Almeida
O Plano B de Lula para a derrota do seu poste
Jorge Oliveira
14 de janeiro de 2014
Rio – O brasileiro precisa está atento para o que vai acontecer a partir de janeiro de 2015 caso o PT seja derrotado nas eleições deste ano. Com o estado aparelhado, os petistas em represália vão tentar desestabilizar o país porque ainda são o partido mais organizado. Comanda as centrais de trabalhadores e milhares de sindicatos, portanto, têm como liderar greves e incentivar à massa a ir às ruas contra o novo governo. Os petistas não vão dar trégua porque, ressentidos com a derrota, tentarão de todas as formas inviabilizar o sucessor. Além disso, resistirão a abandonar os cargos para não perder os salários milionários sem antes boicotar o serviço público e paralisar as atividades afins do estado.
É assim que opera o PT. E foi assim que a cúpula do partido agiu nos primeiros anos do governo Collor, quando estimulou a paralisação da máquina estatal, criou CPIs, quebrou o sigilo fiscal de autoridades do governo, fabricou escândalos e levou às ruas milhares de jovens (os caras pintadas) para derrubar o primeiro presidente eleito pelo voto direto depois da ditadura. O PT não se contentou com a derrota do Lula e organizou suas bases (sindicatos e centrais) para confrontar o novo governo. Criou núcleos de espionagem dentro dos órgãos federais infestados de seus militantes e simpatizantes e em pouco tempo derrubou o Collor, que já estava na corda bamba pelo governo medíocre que fazia com denúncias de corrupção pipocando por todos os lados.
Na oposição a partir de janeiro, caso a Dilma não se reeleja, os petistas vão infernizar a vida de quem assumir o governo. Quatorze anos administrando a máquina pública, eles aparelharam o estado e agora conhecem como funciona a estrutura por dentro. Para desalojá-los do poder, o presidente eleito certamente gastará boa parte do mandato na assepsia das estatais onde os petistas estão infiltrados independente da qualificação profissional.
Lula está acompanhando com lupa a campanha da Dilma. Anunciou inclusive que estará na linha de frente dos trabalhos da reeleição da sua presidente. Acontece, porém, que ele hoje já tem dúvidas quanto ao êxito do sucesso dela e analisa prognósticos desfavoráveis a sua candidata. Por isso começou a trabalhar com outro cenário político: aumentar as bancadas petistas na Câmara e no Senado Federal.
A estratégia consiste em dominar o Congresso Nacional no caso do PT não conseguir reeleger a Dilma. Perde-se, portanto, o governo, mas em compensação ganha-se o parlamento submetendo o novo presidente às ordens petistas, leia-se lulista. Nos estados onde o PT não desponta como favorito ao governo, Lula tem estimulado uma aliança independente de ideologia para aumentar o número de parlamentares, o que permitiria o partido ter maioria no Senado e na Câmara e indicar os presidentes.
É assim que o ex-presidente quer permanecer soberano na política. Lula sabe que a Dilma estaria definitivamente fora da política se perder a reeleição porque não teria condição de se eleger nem a síndico de prédio. A dificuldade dela de se manter na política deve-se a sua falta de base eleitoral em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul os dois estados que abraçou para viver. Lula sabe também por experiência própria que num regime presidencialista como o nosso, manter a presidência das duas Casas é dominar o destino político do país como fazem alguns partidos, a exemplo do PMDB de Sarney, de Renan e Michel que mantêm o Executivo sob seu jugo.
Não à toa, Lula não demonstra nenhum apetite para ocupar o lugar da Dilma. Conhece como ninguém a incompetência da sua presidente para administrar o país e do fracasso que ronda o setor econômico em 2014. Assim, previne-se ao entregar os anéis para preservar os dedos: quer a Câmara e o Senado para transformar o Executivo refém do seu partido, no caso de uma reeleição frustrada da Dilma.
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