A fila da foto se refere a pessoas aguardando a abertura do Consulado, às 9hs, tanto os agendados, ou seja, que têm atendimento garantido, quanto algumas outras que não conseguiram agendamento eletrônico, e que portanto sejam mais cedo para disputar um atendimento.
Não parece muito diferente de outros órgãos no Brasil, tipo INSS, postos de saúde, etc., mas esta é a realidade do nosso país: muitas carências, serviços insuficientes em relação à demanda.
Paulo Roberto de Almeida
Editorial
Descaso no Itamaraty pode prejudicar legalização de brasileiros
Brazilian Times, 21 de novembro de 2014.
Estas informações são
de alguns escritórios que trabalham diretamente com os consulados em
Massachusetts e em Connecticut. A equipe do jornal Brazilian Times
conversou com dois despachantes que pediram para manter em sigilo os
seus nomes. “Isso porque existe muita perseguição no Consulado e
o órgão em CT quer eliminar os representantes de outros estados”,
disse um deles.
Um despachante sediado
em Somerville (MA) afirmou que o consulado em Hartford (CT) se
tornou uma imagem dos órgãos públicos no Brasil, tal como o INSS.
“Fiquei chocado quando cheguei lá e vi crianças e bebês de colo,
no colo de seus país, enfrentando um tremendo frio, vento e neve, às
6:00 a.m.”, se revolta. “Estas pessoas chegam ao local muito cedo
para não perder a oportunidade de regularizar seus documentos. Mas o
consulado só abre às 9:00 a.m. e todos ficam 3 horas no frio, do
lado de fora”, continua.
Outro ponto que os
despachantes reclamam é que o sistema de agendamento online é
bastante complicado, incompatível com os conhecimentos de
informática de comunidade brasileira em Massachusetts. “Muitos de
nós não sabemos usar direito um computador”, acrescenta.
Os problemas começaram
em agosto, quando o Itamaraty anunciou cortes na verba destinada às
embaixadas, consulados e missões brasileiras. Em Outubro, após o
primeiro turno e a presidente Dilma Rousseff tendo perdido no
exterior, o órgão cancelou por tempo indeterminado todos as sessões
itinerantes. “Isso agravou ainda mais o atendimento dos
consulados”, disse o despachante.
Com o corte na verba,
funcionários com salário atrasados e a falta das sessões
itinerantes, os consulados ficaram lotados. Isso obrigou alguns
órgãos a impor regras que têm prejudicado muito a comunidade
brasileira. Segundo o despachante de Somerville, o Consulado de
Hartford foi o mais radical, “pois está tentando acabar com o
atendimento para pessoas que vivem em Massachusetts, Rhode Island e
New Jersey”.
Outro Despachante que
também atende a comunidade de Massachusetts afirmou que o Consulado
em Hartford para “esvaziar os órgãos consulares em New York e
Boston”. Mas, segundo ele, quatro anos depois não é bem isso que
está acontecendo. “Alguém em Hartford está tentando acabar com
os despachantes de outros estados e restringiram nossos serviços.
Antes fazíamos cerca de 45 passaportes a cada 15 dias e hoje podemos
fazer apenas 10 por mês. São centenas de brasileiros prejudicados
com esta atitude”, disse.
Além dos dois
despachantes, outras pessoas ligaram para a redação do Brazilian
Times alegando que não conseguem concluir um agendamento online,
devido o sistema ser muito complexo e que está há meses querendo
renovar o passaporte, mas não consegue. “O descaso é tamanho que
um dos Consulados solicitou ao Itamaraty a liberação de US$46.00
que seriam destinados à compra de selos para os brasileiros que
estão presos enviarem cartas aos seus parentes. Mas o órgão negou
o pedido, alegando não ter a verba solicitada”, informou o
despachante de Somerville.
Outro problema que ele
aponta é que os brasileiros que estão nas cadeias podem permanecer
por anos, pois para serem deportados é preciso que o consulado
visite o local e emita um documento. “Mas em alguns presídios faz
três anos que não recebem a visita de um representante do órgão
consular”, acrescenta. “O pior é que nem por telefone
conseguimos falar com algum funcionário”, finaliza.
A redação tentou
entrar em contato com os consulados de Boston e Hartford, mas não
obteve êxito.
LEGALIZAÇÃO
Outra preocupação dos
despachantes é que com o anúncio da ordem executiva de Obama, que
abre caminho para “legalizar” milhões de imigrantes, o consulado
poderá ficar mais lotado ainda. Isso porque os brasileiros vão
precisar renovar passaportes, obter certidões de nascimento,
casamento e outros documentos que poderão ser exigidos para a
aplicação.
Mas o fato dos órgãos
terem limitado o número de atendimento, poderá ser o maior vilão
no processo de legalização de alguns brasileiros. “Já pensou se
uma pessoa não consegue a documentação no tempo hábil?”, indaga
o despachante de Somerville.
Da Redação
Seja o primeiro a comentar essa matéria
Envie seu comentário preenchendo
o formulário abaixo.
o formulário abaixo.
Copyright © 2008 Brazilian Times. Todos os direitos reservados.
É permitida a reprodução de matéria e foto desde que citada a fonte: Braziliantimes.com
Produzido e gerenciado por: Midtech.
É permitida a reprodução de matéria e foto desde que citada a fonte: Braziliantimes.com
Produzido e gerenciado por: Midtech.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são sempre bem-vindos, desde que se refiram ao objeto mesmo da postagem, de preferência identificados. Propagandas ou mensagens agressivas serão sumariamente eliminadas. Outras questões podem ser encaminhadas através de meu site (www.pralmeida.org). Formule seus comentários em linguagem concisa, objetiva, em um Português aceitável para os padrões da língua coloquial.
A confirmação manual dos comentários é necessária, tendo em vista o grande número de junks e spams recebidos.