Ou melhor: sem palavras.
Paulo Roberto de Almeida
A falta de postura da impostura
Libertatum, 30/01/2015
Não faz muito tempo que cheguei aqui no Instituto Liberal, mas já mostrei serviço. Semana passada, quando comparei Dilma ao personagem Wally, afirmei que ela estava sumida, provavelmente escondida em algum porão de algum palácio do governo. Repito-me. Repito-me demoradamente:
”Dilma virou o nosso Wally. Aécio Neves quer saber onde ela está. Eu também quero. Os pagadores de impostos idem. Certamente se escondeu em algum lugar do Palácio do Planalto, cercada de assessores em quem ela pode descarregar aquela sua educação costumeira sem ser contestada.”
Acertei na mosca. O ressurgimento de Dilma se deu no Palácio do Planalto, dando uma descompostura em um assessor qualquer em meio a Reunião Ministerial. Foi o que captou o meu amigo Leandro Ferreira, editor do excelente blog Teleguiado. Na ocasião, Dilma dizia uma patacoada nacionalista qualquer quando, talvez apressada pela vontade inescapável de sumir novamente, se adiantou à velocidade do Teleprompter. Culpou o técnico responsável pelo funcionamento do aparelho, instando-o a fazer a coisa funcionar com uma velocidade compatível a capacidade dela de mentir.
O trogloditismo de Dilma é notório. Tão notório quanto o trogloditismo de seu ventríloquo. A grossura de Lula já foi narrada em livro, pelas penas dos jornalistas Leonêncio Nossa e Eduardo Scolese, no revelador “Viagens com o Presidente”. As de Dilma são contadas nas colunas que tratam dos bastidores da política. Em um de seus arroubos, ela fez até José Sergio Gabrielli chorar. Segundo matéria do jornal O Globo, publicada em 2009, “Dilma não poupa adjetivos quando o trabalho realizado não lhe satisfaz. Imbecil é uma das palavras mais usadas por ela ao ver ordens não cumpridas”. Duvido que o técnico do teleprompter presidencial seja mais imbecil do que muitos dos ministros presentes na reunião.
A severidade com que Dilma trata os pequenos serviçais é inversamente proporcional à complacência que ela dispensa aos grandes oligarcas que se servem do governo. É mais fácil exigir rapidez no texto que aparece no telempropter do que nas obras do PAC que aparecem atrasadas no calendário. O técnico, afinal, é um mero proletário que pode ser chutado de modo a não envergonhar a mandatária da administração popular. Já os oligarcas e os grandes barões do capitalismo de Estado, esses são por demais importantes para que lhes seja dirigida uma cara feia, uma carranca, um olhar intolerante de poucos amigos, ainda que quando flagrados com a boca na cumbuca pública.
Ser chefe de governo é serviço para quem se talhou não só com preparo administrativo e político, mas também com postura no trato. A postura de Dilma foi ornada enquanto se embrenhava nos matagais companheiros dos idos de VAR-Palmares. A postura de Lula, por sua vez, o foi nos grotões, às custas de cabritas e outros prováveis quadrúpedes. Um país não pode ir para frente com quem tem tanto desapreço e faz tão pouco da faixa que recebeu dos eleitores. Dilma trata mal os seus subalternos, mas ainda pior a instituição da Presidência.
Adendos Importantes:
Adendos Importantes:
Confiram o vídeo em que Dilma faz carrancas para o técnico do Teleprompter: https://www.youtube.com/watch?v=Rka3OUTXQk4
Confiram o vídeo em que Dilma destrata a jornalista que a socorreu depois de uma alegada “queda de pressão” ao fim de um debate com Aécio Neves: https://www.youtube.com/watch?v=hbzTE8Pu284
Confiram o vídeo em Lula, na companhia do indefectível Sérgio Cabral, é grosseiro com um favelado carioca: https://www.youtube.com/watch?v=L-7_J_Oh8sY
Matéria extraída no website do Instituto LiberalTrecho da página 249 do livro “Viagens com Presidente”, onde é narrada uma ocasião onde Lula se recusa a ler um discurso. Leiam o trecho do livro tentando imitar Lula em sua fala:
Na suíte do hotel, recebe das mãos de assessores discurso sobre combate mundial à fome. Diante do ministro Celso Amorim e dos auxiliares do Planalto e do Itamaraty, folheia rapidamente a papelada e arremessa a metros de distância:— Enfiem no cu esse discurso, caralho. Não é isso que eu quero, porra. Eu não vou ler essa merda. Vai todo mundo tomar no cu. Mudem isso, rápido.
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