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terça-feira, 5 de março de 2019

Indulging with myself: meu amigo Eduardo Aydos me presta homenagem

Normalmente sou avesso a qualquer coisa encomiástica, e evito até de lançar meus próprios livros por excesso de timidez. Mas, a hora talvez seja de acionar o modo "resistência", como disse em outra postagem.
Resistência contra as coisas erradas que vejo no Brasil, contra a corrupção, o desperdício, os abusos, as mordomias, os privilégios, e também a burrice. Nada me entristece mais do que a insensatez daqueles que deveriam administrar os negócios públicos.
Por isso, permito-me postar aqui a mensagem de Eduardo Aydos, sobre a minha nova travessia do deserto, depois de uma ou duas anteriormente.
Sempre é bom revisar o passado para não cair novamente nos mesmos erros.
Mas, como já descobriu um amigo embaixador, eu sou um "accident prone diplomat", estou sempre buscando confusão.
A culpa não é minha, mas dos que não concordam comigo...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 5 de março de 2019

Eduardo Dutra Aydos 
GOVERNO BOLSONARO, EM RITMO DE CARNAVAL, ANTECIPA A SUA QUARTA-FEIRA DE CINZAS, reduzido ao espectro da sua própria inconsistência e estreiteza de horizontes. 
A exoneração do EMBAXADOR PAULO ROBERTO DE ALMEIDA, da direção do IPRI - Instituto de Pesquisas em Relações Internacionais, corta na própria carne as melhores expectativas de um enorme contingente de brasileiros que aplaudiu a passagem do Capitão na passarela do samba das eleições passadas. 
Paulo Roberto é internacionalmente reconhecido como um dos esteios do combate à corrupção e à política externa do Lulo-petismo, além de defensor aguerrido da causa liberal neste país. 
Sua posição foi conquistada em décadas de uma massiva, constante, incisiva e consistente produção intelectual, que testemunha, também, o ostracismo que lhe foi imposto pela chancelaria petista ao exercício das atividades funcionais. Sua independência intelectual e respeito aos estatutos da carreira diplomática, ao mesmo tempo que o impediram de servir à tirania, mantiveram íntegra a sua passagem pelos anos de vergonha e de submissão institucional do Itamaraty aos desígnios do crime organizado que governou este país. 
Nessa condição ímpar, o EMBAIXADOR PAULO ROBERTO teve a sua dignidade pessoal resgatada e a sua experiência, afinal, conectada ao desenvolvimento institucional do Itamaraty, pelo Governo Temer. 
Nas instituições de Estado, afetas à produção do CONHECIMENTO, como condição estratégica da própria eficácia na consecução dos seus objetivos (como é o caso das UNIVERSIDADES, na sua relação com os Governos, e por analogia dos institutos especiais de pesquisa, em relação às Agências Governamentais que se utilizam dos seus desenvolvimentos) a REGRA FUNDAMENTAL da sua composição e funcionamento é a condição da sua AUTONOMIA na produção do Saber. 
Condição essa que, para todos os objetivos, da transição política que vivenciamos, assim como da sua consolidação no âmbito da Chancelaria Brasileira, tem na biografia do EMBAIXADOR PAULO ROBERTO DE ALMEIDA, um ícone que ultrapassa, em significado político-institucional, quaisquer dimensões menores de afeto, empatia ou mesmo divergência político-partidária. 
A sua exoneração pelo Governo Bolsonaro, quando poderia (e, no meu expresso entendimento, deveria...) ter sido conduzido à Chefia da Chancelaria Brasileira, sejam quais forem as suas razões, ou meramente administrativas (como alega o porta-voz do Chanceler), e/ou 'politicamente' induzidas (como transparece na confrontação dos fatos), é um zero à esquerda deste bloco político que entrou pela direita, nem bem se consolidou no centro da passarela, e já atravessa desastrosamente o samba na avenida. 
Tais fatos e circunstâncias impõem, de par com a minha solidariedade incondicional ao Embaixador Paulo Roberto de Almeida, minha oposição incisiva ao descompasso do Governo Bolsonaro. com o clamor das ruas que o elegeu. 

(Publicado em minha página do Facebook, 03/03/2019)

Um comentário:

Jesus Pereira disse...

Pelo jeito, seu amigo não entendeu direito o clamor das ruas.