Com todas as derrogações do Brasil a acordos e acertos internacionais, anunciadas, semi-implementadas pela Bolsofamília, em especial pelo "chanceler paralelo" (de fato real), e seu ajudante de ordens, o chanceler nominal, algumas delas convertidas – como a retirada do Pacto Global sobre as Migrações, o acolhimento da 25a COP, a abertura de uma representação em Jerusalém, ainda que não a transferência da embaixada de Tel Aviv –, outras ameaçadas – como essa luta insana contra o climatismo, o globalismo, o multilateralismo, o comercialismo, a "China maoísta", o marxismo cultural, e outros fantasmas retiradas da cabeça destrambelhada de um guru decadente –, o Brasil está sendo objeto do ridículo universal.
O chanceler nominal, seguindo na linha dos seus mestres e "professores", anuncia que nossos novos aliados são esses líderes populistas da extrema-direta, que são racistas, xenófobos, nacionalistas primários, anti-imigração, soberanistas vulgares, enfim, todos esses traços detestáveis, num país, como o Brasil, que durante quatro séculos acolheu imigrantes, foi construído por imigrantes (ainda que muitos tenham vindo como escravos), e que se tornou um país de emigração, devido à ação perniciosa, equivocada, corrosiva, senão corrupta, de políticos como esses pertencentes à Bolsofamília, e que não permitem o crescimento econômico no país, tal a soma de distorções e privilégios acumulados por essas elites promiscuas e incompetentes.
O fato de o chanceler se proclamar anti-globalista, e provavelmente também anti-comunitário, anti-europeista – a Europa, segundo ele, seria um "vazio cultural", e só o Trump poderia "salvar o Ocidente", entre outros ridículos –, deveria resultar, por conclusão lógica, na denúncia do Mercosul, que é uma tremenda renúncia de soberania, como aliás o é qualquer acordo internacional.
O Brasil desce um pouco mais na escala da respeitabilidade e da credibilidade externa, com "líderes" equivocados como esses.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 15 de maio de 2019
Eduardo Bolsonaro diz que bombas nucleares garantem paz
Deputado e filho do presidente defende armamento para Brasil ser 'levado mais a sério'; segundo ele, o 'politicamente correto' o impede de falar sobre possibilidade de guerra com Venezuela
Natália Portinari
14/05/2019 - 18:01 / Atualizado em 14/05/2019 - 19:07
BRASÍLIA — Em evento da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, da qual é presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) defendeu a posse de armas nucleares e disse que o "politicamente correto" o impede de falar abertamente sobre a possibilidade de guerra com a Venezuela .
A reunião, na tarde desta terça-feira, foi um encontro do parlamentar com alunos da Escola Superior de Guerra, entidade em que se formam militares do Exército, Marinha e Aeronáutica.
— São bombas nucleares que garantem a paz. Se nós já tivéssemos os submarinos nucleares já finalizados, que têm uma economia muito maior dentro d'água; se nós tivéssemos um efetivo maior, talvez fôssemos levados mais a sério pelo (Nicolás) Maduro, ou temidos pela China ou pela Rússia.
Ele frisou, porém, que não há debate no Congresso sobre o assunto no momento. O Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, assinado por 189 países, foi endossado pelo Brasil no governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1998. Além dele, o Brasil também faz parte do Tratado de Tlatelolco, assinado por todos os países da América Latina e Caribe em 1968, com exceção de Cuba, que o ratificou apenas em 2002.
Relembre polêmicas envolvendo os filhos do presidente Jair Bolsonaro
— Esse assunto não é pauta nesse momento, eu sequer vejo debate nesse sentido. A gente sabe que, se o Brasil quiser atropelar essa convenção, tem uma série de sanções, é um tema muito complicado. Mas acredito que possa voltar ao debate aqui.
O deputado citou ainda Índia e Paquistão, dos poucos países que não assinaram o tratado, como um exemplo positivo.
— Paquistão e Índia, como é a relação dos dois? Se só um tivesse bomba nuclear, a relação não seria a mesma. Sou entusiasta dessa visão. Vão dizer que eu sou agressivo ou que quero tocar fogo no mundo, mas enfim. De fato. Por que o mundo inteiro respeita os Estados Unidos? — questionou. — Explodiram o World Trade Center, o que eles fizeram? Passaram por cima de tudo quanto é veto e invadiram o Iraque.
'Maduro é maluco associado a terroristas'
Dirigindo-se aos militares presentes no evento, Eduardo resssaltou que, em um eventual conflito com a Venezuela, eles teriam um papel importante e que as pessoas só dão valor às Forças Armadas "quando precisam", já que há umacrença generalizada de que o Brasil é um país pacifista , que não entra em guerra. O deputado federal ainda chamou o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de um "maluco associado a terroristas".
— Pois bem. Estamos tendo um problema com a Venezuela, e o politicamente correto me impede de falar algumas coisas, então tenho que falar que está tudo muito bem, que nós nunca entraremos em guerra e podem ficar tranquilos. É claro, é uma ironia, o que eu estou falando — disse. — Do lado de lá da fronteira tem um maluco associado a terroristas e ao narcotráfico. A gente sabe que, a qualquer momento, se isso daí evoluir para um quadro pior, que é o que ninguém deseja, quem vai entrar em ação são principalmente os senhores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são sempre bem-vindos, desde que se refiram ao objeto mesmo da postagem, de preferência identificados. Propagandas ou mensagens agressivas serão sumariamente eliminadas. Outras questões podem ser encaminhadas através de meu site (www.pralmeida.org). Formule seus comentários em linguagem concisa, objetiva, em um Português aceitável para os padrões da língua coloquial.
A confirmação manual dos comentários é necessária, tendo em vista o grande número de junks e spams recebidos.