Uma luta incansável, com vitórias e alguns retrocessos...
Recupero da Folhinha do Futuro, edição de dezembro, este trecho selecionado como relevante para o futuro de verdade pelo seu autor, o diplomata José Antonio Macedo Soares.
Paulo Roberto de Almeida
Um Olhar Mais Adiante
Varíola - a única doença infecciosa a ser erradicada – Estima-se que 300 milhões de pessoas tiveram varíola no
Século XX até a enfermidade passar a ser a primeira doença infecciosa humana
completamente erradicada por campanha de vacinação global liderada pela
Organização Mundial da Saúde. Um comitê independente de peritos, em 9 de
dezembro de 1979, certificou a erradicação global da varíola e tal certificação
foi aceita pela OMS no ano seguinte. Em suma, uma vitória médica
extraordinária, confirmada pelo fato de nos últimos 40 anos não terem ocorrido
casos de varíola.
A próxima meta é erradicar os três tipos de
vírus da poliomelite. O poliovirus tipo 2 foi eliminado em 2015 e a OMS, em 24
de outubro de 2019, anunciou a erradicação do vírus pólio 3. Em suma, falta
eliminar o virus da polio tipo 1 que provocou, nos últimos anos, surtos da doença em
países como o Paquistão, Afeganistão, Nigéria e Filipinas. O esforço para
erradicar o pólio está sendo levado a cabo por uma parceria público/privada com
a participação da OMS, da UNICEF, o Clube Rotary, o “US Center for Disease
Control and Prevention” e a “Bill &
Melinda Gates Foundation”.
O último caso
brasileiro de pólio aconteceu em 1989, na Paraíba e, desde 1994, o país mantém
o certificado emitido pela OMS de erradicação da doença. O certificado da OMS
não é, contudo, garantia de que não haverá retorno das doenças. Por exemplo, em
2016, o Brasil recebeu o certificado de eliminação da circulação do vírus do
sarampo pela OMS,
declarando a região das Américas livre do sarampo. Desde então, mais de dez mil
casos de sarampo foram reportados em diversas unidades da federação.
Apesar de
apenas uma doença infecciosa humana ter sido erradicada, o “Centro Carter de
Força-Tarefa Internacional para Erradicação de Doenças” destaca que mais uma
enfermidade está prestes a ser erradicada a Dracunculiase (“Guinea worm
disease”) com apenas 30 casos registrados em 2017 em apenas dois países (Chade
e Etiópia). O Centro Carter ainda identificou seis outras enfermidades como
sendo potencialmente erradicáveis: elefantiase, pólio, sarampo, cachumba,
rubéola e tênia (taenia solium ou solitária).
Outra área de
pesquisa que se revela promissora é a de nova vacina contra tuberculose (TB),
doença que afetou dez milhões de pessoas em 2018 e é responsável por 1,5 milhão
de óbitos ao ano. A vacina disponível no momento, a BCG, não é muito eficaz. A
Organização Mundial da Saúde espera que até 2035 seja possível reduzir em 90% o
número de novos casos anuais de TB e fazer baixar em 95% os óbitos.
Em suma, o
exemplo da varíola continua válido, ou seja, é possível, em futuros não muito
distantes, erradicar ou controlar diversas doenças que, desde tempos imemoriais,
sacrificam o gênero humano.
Folhinha do Futuro
José Antonio Macedo Soares
Edição
de dezembro/2019
Divulgada
em 30/novembro/2019
Com os votos de Boas Festas.
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