Recebo, regularmente, análises econômicas sobre possibilidades de investimento do Brasil Prev, o sistema de previdência complementar do Banco do Brasil, ao qual estou associado desde muitos anos. Achei este último particularmente útil e por isso o transcrevo aqui:
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A guerra na Ucrânia continua afetando os mercados financeiros de todo o mundo por conta das incertezas que ela causa, principalmente sobre os efeitos geopolíticos e econômicos do conflito, que tendem a gerar uma maior volatilidade nos preços dos ativos financeiros. Outro aspecto preocupante é o impacto na oferta de commodities e insumos exportados pela Rússia e pela Ucrânia, como o paládio (afeta a indústria de chips e semicondutores), fertilizantes (afeta o agronegócio), trigo, petróleo e gás. Essa falta de matérias-primas no mercado vem contribuindo para um aumento da inflação global, cenário que pode causar uma elevação dos juros em diversos países, resultando em um menor crescimento econômico.
Para controlar a inflação nos Estados Unidos, que teve sua maior alta em 40 anos, o Federal Reserve começou a elevar os juros e sinalizou que poderá acelerar os passos nesse sentido a partir de maio. Com isso, eles devem atrair um maior fluxo de capitais, que antes estavam destinados a países emergentes, gerando uma valorização do dólar e, consequentemente, desvalorização das moedas destes países, entre elas o real. |
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O IPCA de março registrou uma alta de 1,62%. Esta é a maior inflação para um mês de março nos últimos 28 anos (desde 1994) e a maior alta mensal desde janeiro de 2003 (2,25%). O resultado foi impactado principalmente pelo aumento nos preços dos combustíveis. Neste cenário, o Copom deve elevar a Selic para 12,75% em maio, alta de 1 ponto percentual. O Banco Central sinalizou a intenção de encerrar assim o ciclo de altas - iniciado em março de 2021 - em maio deste ano. Mas, os dados recentes da inflação sugerem que poderá ocorrer uma nova alta em junho, para aproximadamente 13,25%.
Outro destaque é a valorização do real na comparação com o dólar. A moeda norte-americana fechou o último mês cotada a R$ 4,75, acumulando uma baixa de 14,63% no ano. Esta valorização do real se deve ao intenso fluxo de capitais estrangeiros no país, resultado da elevação dos juros e da alta no preço das commodities, esta última que pode ser vista também como um fator de grande influência na alta da inflação. Por outro lado, o câmbio e alta dos juros se somam às isenções tributárias setoriais e à melhora no nível dos reservatórios (que reduz o preço da energia) como fatores que podem aliviar as pressões inflacionárias. |
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