Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
segunda-feira, 2 de outubro de 2017
quinta-feira, 17 de agosto de 2017
Renegociando o NAFTA: o mercantilismo americano reaparece - The Economist
Seconds out
The North American Free-Trade Agreement renegotiation begins
Mr Lighthizer also spoke of making a pact that respects sovereignty, a swipe at Chapter 19 of the original deal. This sets out a process for resolving disputes over defensive tariffs, arbitrated by a panel of judges picked by the three partners. Mexico and Canada are open to making this process faster. But ditching it is unacceptable to the Canadians, who do not want to be vulnerable to American anti-dumping measures.
The talks will be split into groups covering specific negotiating areas. Labour standards and dispute settlement were on the agenda for the first day. Each side usually brings along some proposed text, often lifted from another agreement. On labour standards, American trade veterans may recognise some text negotiated for the Trans-Pacific Partnership, the Obama administration’s attempt—jettisoned by Mr Trump—to update NAFTA, and bring in nine other Pacific Rim countries. The Mexicans say they will find it difficult to agree to anything stronger.
The Canadians have the advantage of ready-made text from a recent deal with the EU. Its dispute-settlement rules watered down investors’ rights in favour of governments’ freedom to regulate. The Americans may reject that in the face of fierce resistance from corporate lobbyists.
Given the time pressure, tricky topics will be broached early. Procurement was on the agenda for day two. Chrystia Freeland (centre), Canada’s foreign minister, held up pictures of firefighters from the other NAFTA partners tackling Canadian forest fires as a symbol of co-operation. In other comments she was less friendly, declaring that “local-content provisions for major government contracts are political junk-food: superficially appetising, but unhealthy in the long run.” Yet to ease Canadian contractors’ access to American government business would irk Mr Trump, a staunch advocate of “Buy American”.
Such talks make grubby mercantilist horse-traders of even high-minded negotiators. Perhaps the Canadians could parlay opening their dairy market for better access to American government contracts. Trickier decisions will require “political direction”, said Canada’s chief negotiator, Steve Verheul, who has set up a system to get speedy sign-offs from his superiors.
Rules relating to the car industry will be particularly contentious. Without that trade, America would have no deficit in goods with Mexico. At issue are the rules that set the amount of regional content a product must have for it to count within the deal. Without such rules other countries could exploit the pact to export tariff-free through a NAFTA member. Enticingly for the Trump administration, tight rules (and those in NAFTA are fairly tight) reduce imports from non-NAFTA countries.
Mr Lighthizer says that the rules of origin should require higher NAFTA content and “substantial” American content. The Mexicans will balk at any asymmetry in favour of America, arguing that it violates the spirit of a regional deal. Companies will resist too, and where non-NAFTA tariffs are low, they have the option of simply operating outside the parameters of the agreement. Tariffs on cars entering America are a mere 2.5%. For products where non-NAFTA tariffs are even lower, more than a quarter flowing into America from Mexico bypass the deal entirely.
The need for speed will probably oblige negotiators to sacrifice some of their ambitions. Complicated areas such as services or intellectual property may be jettisoned, or shallow agreements reached. Resolutions for historically difficult disputes, such as between America and Mexico on sugar, or between America and Canada on softwood lumber, may have to wait.
Ms Freeland predicted “some dramatic moments ahead”. Trade negotiators are inured to screaming, yelling, walkouts and all-nighters. Wendy Cutler, a negotiator under the Obama administration, says the tension is sometimes staged for the benefit of a domestic audience: “It’s not always what it looks like to the public.”
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
Brasil no G20 e o constrangimento ucraniano - Caio Blinder
Caio Blinder blog, 6/11/2014 às 12:56
Com Putin, Dilma não repete as palavras do primeiro-ministro canadense Harper
Nenhuma surpresa na atitude ucraniana da presidente Dilma Rousseff. A agressão russa no país vizinho é um escândalo geopolítico. No entanto, a presidente do Brasil lava as mãos. Ela considera prioritário denunciar bombardeios americanos contra os terroristas do Estado Islâmico (precisamos de diálogo, minha gente, vamos colocar a cabeça no lugar).
Já na reunião do G-20, na Austrália, onde Vladimir Putin foi alvo de merecida hostilidade ocidental, Dilma foi pacata, foi anódina, foi omissa, foi uma anestesia quando deveria tocar na ferida.
Como assim, presidente? A senhora não tem posição sobre uma crise crucial no mundo atual? Em entrevista, Dilma afirmou: “O Brasil, no caso da Ucrânia, não tem e nunca definiu uma posição. Nunca nos manifestamos e evitamos sistematicamente nos envolver em assuntos internos.” Pelo menos desta vez, a presidente não denunciou as ações de Israel em Gaza, como é praxe na sua política de “não intromissão nos assuntos internos” de outros países.
No jargão dilmista, na crise ucraniana, o Brasil não está “nem de um lado nem de outro”. Está, sim senhora. Ao lavar as mãos, o Brasil se posiciona a favor da agressão russa, em função de uma parceria estratégica com Moscou como integrante dos Brics. Outros países, a destacar na Europa, também têm negócios com a Rússia, mas, pelo menos, marcam posição sobre a Ucrânia. Presidente, não precisa adotar sanções contra o Kremlin, mas sancioná-lo?
Falando em mão, o contraste com a atitude de Dilma Roussef, foi a do primeiro-ministro canadense Stephen Harper. Ele cumprimentou o nosso homem em Moscou, mas desferiu o golpe diplomaticamente correto para a ocasião. “Bom, acho que vou apertar sua mão, mas só tenho uma coisa para te dizer: caia fora da Ucrânia.”
Valeu, Mr./Monsieur Harper! Na típica agitprop russa, um porta-voz do Kremlin disse que a resposta de Putin foi: “Impossível, já que nunca estivemos lá.”
Dilma lavou as mãos. Stephen Harper quem sabe tenha feito o mesmo….após apertar a mão do nosso homem em Moscou.
domingo, 21 de setembro de 2014
Across the Empire, 2014 (23): de Detroit a Toronto, só turismo e gastronomia
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
Nafta, 20 anos depois: nem sucesso, nem fracasso - BusinessWeek
Nafta 20 Years After: Neither Miracle nor Disaster
Let’s start with the most basic measure of economic growth: gross domestic product. Since 1993, the year before Nafta was enacted, U.S. GDP has grown about 63 percent, while Canadian and Mexican GDP have grown 66 percent and 65 percent, respectively, according to data compiled by the Organization for Economic Cooperation and Development. Those tightly clustered growth rates are significantly better than the industrialized nations of the Organization for Economic Cooperation and Development as a whole; their composite GDP has grown about 53 percent since Nafta.
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Bolsas no Canada: Drogas, Segurança e Democracia
- Drogas: os potenciais temas são, entre outros, política internacional e regional referente a drogas, tráfico de drogas, criminalidade organizada, produção de drogas e impacto sobre comunidades, inclusive delinquência juvenil e gangues.
- Segurança: entre os temas relevantes figuram questões de segurança
- Democracia: entre os temas relevantes figuram questões de governança, redes da sociedade civil e como mobilizar contra a criminalidade organizada e as drogas, liberdade de imprensa, impunidade, corrupção e intervenientes não estatais.
- Bolsa de apoio a tese: essa competição está aberta a candidatos a PhD no mundo inteiro, que tenham um prospecto de tese aprovado até 1° de julho de 2012, mas que ainda não concluíram a elaboração para apresentação final.
- Bolsa de apoio a pesquisa: aceitam-se inscrições de:
- Doutores no mundo inteiro, que tenham concluído seu PhD não mais do que 7 anos antes do prazo de inscrição.
- Pesquisadores na América Latina ou no Caribe, sem PhD, mas que tenham mestrado ou o grau final em sua área ou experiência profissional equivalente. Aceitam-se candidaturas de pesquisadores em profissões fora da academia.
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Educacao: Canada oferece bolsas para jovens lideres
Programa Sauvé Scholars – Bolsa de Estudos candense para jovens líderes |
domingo, 27 de junho de 2010
Protestos com misterio no G20: contra quem, exatamente, manifestam os manifestantes em Toronto?
Supostamente, as manifestações são para protestar, pacificamente (dizem os organizadores), contra a globalização, contra as desigualdes e injustiças do capitalismo, contra o desemprego, a fome, a destruição ambiental e a poluição, enfim, contra todos e quaisquer dos problemas globais, locais, regionais, ambientais, econômicos, sem falar nas discriminações de raça, de gênero, de religião, etc., etc., etc. (bota etcetera nisso).
Não existe reunião sem manifestantes, que manifestam por causas aparentemente contraditórias, pois eles presumivelmente querem impedir delegados, ministros, chefes de Estado de se reunirem para discutir soluções para aqueles mesmos problemas contra os quais eles estão manifestando. Contraditório, não é mesmo?
Sempre e quando ocorrem essas manifestações, grupos violentos de anarquistas, nihilistas, ou qualquer outra corrente desse tipo irrompem os protestos pacíficos para causar depredações, degenerando por vezes em atos tão violentos a ponto de causar a morte de pessoais (dos dois lados), sem falar dos imensos prejuizos causados a propriedades públicas e particulares.
O direito de manifestação é assegurado em todas as democracias avançadas, e até em algumas menos avançadas também. Só as ditaduras -- e os países que praticam discriminação religiosa, sem qualquer protesto dos antiglobalizadores -- não permitem esse tipo de manifestação democratica.
Ainda que lamentando a violência desses eventos, o que me motiva a escrever esta pequena nota introdutória à matéria de agência abaixo transcrita é o seguinte:
se os manifestantes possuem razões legítimas para protestar e propostas racionais a apresentar, por que eles não as apresentam de forma legível, inteligente, democrática, ou seja, através dos canais de comunicação, submetendo-se ao escrutínio da razão, da lógica e da fundamentação dessas propostas?
Ou será que eles não têm nada de muito inteligente a propor?
Será que eu devo concluir que todos esses manifestantes são apenas idiotas inúteis?
Paulo Roberto de Almeida
(Beijing, 28.06.2010)
Polícia prende mais de 400 por manifestações violentas contra o G-20
Reuters, 27 de junho de 2010
Forças de segurança canadenses se dizem prontas para responder a protestos neste domingo
TORONTO - A Polícia de Toronto prendeu mais de 400 pessoas no centro da cidade canadense depois de manifestações contra a realização da cúpula do G-20 que foram tomadas pela violência no sábado, informaram as autoridades. Neste domingo, 27, último dia do encontro, o governo mantém-se em alerta para a possibilidade de novos distúrbios.
A porta-voz da Polícia, Michelle Murphy, disse que 412 pessoas foram presas na cidade depois do que descreveu como um protesto que "passou da calma ao caos" no sábado. Os detidos são acusado de causar danos ao patrimônio público e atacar oficiais da Polícia, entre outros delitos.
Os protestos de sábado começaram como uma marcha pacífica, mas rapidamente se tornaram violentos quando grupos de pessoas mascaradas se juntaram à multidão e passaram a quebrar vitrines de lojas e bancos e incendiara, ao menos dois veículos policiais. O Canadá havia gasto US$ 1 bilhão para reforçar a segurança durante a realização da cúpula.
A Polícia espera que qualquer protesto marcado para o domingo, último dia do encontro, seja pacífico, mas está disposta a responder qualquer ato de violência. "Se algo fugir ao controle, como no sábado, reagiremos de acordo com isso", disse a porta-voz.
A Polícia admitiu que perdeu o controle da situação em alguns momentos e, por isso, teve de usar gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. "O que vimos no sábado é uma série de vândalos que queriam expressar pela violência sua diferença de opinião com a Polícia", disse Dimitri Soudas, porta-voz do premiê canadense, Stephen Harper.
Na manhã deste domingo, Toronto, a maior cidade do Canadá, estava mais calma. A cúpula do G-20 reúne as oito maiores economias do mundo e outros 12 países em desenvolvimento.
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Os canadenses estão chocados: a polícia nunca tinha usado gás lacrimogênio antes:
Police arrest more than 600 at Toronto summit
By ROB GILLIES
The Associated Press
Monday, June 28, 2010; 12:48 AM
TORONTO -- Police raided a university building and rounded up hundreds of protesters Sunday in an effort to quell further violence near the G-20 global economic summit site a day after black-clad youths rampaged through the city, smashing windows and torching police cars.
The violence shocked Canada, where civil unrest is almost unknown. Toronto police Sunday said they had never before used tear gas until Saturday's clashes with anti-Globalization activists.
Police said they have arrested more than 600 demonstrators, many of whom were hauled away in plastic handcuffs and taken to a temporary holding center constructed for the summit.
Police adopted a more aggressive strategy Sunday by going into the crowd to make arrests, compared to the previous day when they stood back as protesters torched four police cars and broke store windows.
No serious injuries were reported among police, protesters or bystanders, Toronto Police Constable Tony Vella said Sunday.
Thousands of police officers in riot gear formed cordons to prevent radical anti-globalization demonstrations from breaching the steel and concrete security fence surrounding the Group of 20 summit site.
Security was being provided by an estimated 19,000 law enforcement officers drawn from across Canada. Security costs for the G-20 in Toronto and the Group of Eight summit that ended Saturday in Huntsville, 140 miles (225 kilometers) away, were estimated at more than US$900 million.
Prime Minister Stephen Harper deplored the actions of a "few thugs" and suggested the violence justified the controversial cost. "I think it goes a long way to explaining why we have the kind of security costs around these summits that we do," he said.
The disorder and vandalism occurred just blocks from where U.S. President Barack Obama and other world leaders were meeting and staying.
On Sunday, protesters gathered at a park near the detention center - about 2 1/2 miles (four kilometers) east of where the leaders were meeting.
Plainclothes police jumped out of an unmarked van, grabbed a protester off the street and whisked him away in the vehicle. The protest was then quickly broken up by riot police, who set off a device that created a cloud of smoke that sent protesters running down the street. Vella said it was not tear gas.
Bridie Wyrock, 20, from Cleveland, Ohio, said she was arrested for public mischief for sitting on a street in the financial district. Wyrock, held for 19 hours before being released, said there weren't enough toilets and said some people resisted detention, but said police treated most people with respect.
"They put us in cages, blocked off on all three sides," Wyrock said. "It was cold and dirty."
An anti-poverty group called The Global Call to Action Against Poverty criticized the protesters who committed violence.
"A bunch of pimply faced teenagers trashing shops and burning cars does not help anyone," said Rajesh Latchman of GCAP South Africa. "These hooligans obscure the real issues."
Previous global summit protests have turned violent. In 1999, 50,000 protesters shut down World Trade Organization sessions in Seattle as police fired tear gas and rubber bullets. There were some 600 arrests and $3 million in property damage. One man died after clashes with police at a G-20 meeting held in London in April 2009.
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Associated Press Writers Ian Harrison and Charmaine Noronha contributed to this report.