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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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quarta-feira, 25 de novembro de 2020

O valor da cooperação global - Editorial Estadão (O que fará agora, o chanceler acidental?)

 O valor da cooperação global

G-20 mostrou que Trump já é passado, e não só pela menção ao esforço global contra a pandemia.

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo | 25/11/2020, 3h

https://opiniao.estadao.com.br/noticias/notas-e-informacoes,o-valor-da-cooperacao-global,70003526920


O mais recente encontro do G-20, o grupo dos 20 países mais ricos do mundo, terminou com muitas incertezas acerca do combate à pandemia de covid-19 e dos devastadores efeitos econômicos por ela causados, mas ao menos serviu para recuperar a mensagem de que o mundo não superará a crise sem cooperação global.

“A inédita pandemia de covid-19 é uma poderosa lembrança de nossa interconectividade e de nossas vulnerabilidades”, diz a nota conjunta emitida ao final do encontro. E continua: “O vírus não respeita fronteiras. Combater essa pandemia demanda uma resposta transparente, robusta, coordenada, de larga escala e baseada na ciência, dentro do espírito de solidariedade. Estamos fortemente comprometidos em apresentar uma frente unida contra essa ameaça comum”.

Essa frente inclui a promessa de um esforço para fazer chegar a vacina aos países mais pobres, pois o grupo concluiu que não há como superar a crise causada pelo coronavírus sem que a doença esteja controlada em todo o mundo. Embora vago, esse compromisso é essencial e denota a conclusão, expressa pela primeira-ministra alemã, Angela Merkel, de que o desafio “só será vencido com um empenho global”.

O comunicado é chancelado por todos os chefes de Estado do G-20, inclusive Donald Trump, presidente dos EUA, e seu colega brasileiro, Jair Bolsonaro, ambos destacados líderes de um movimento irracional mundial destinado a minimizar a pandemia.

Se a assinatura de Bolsonaro vale o papel em que foi escrita, portanto, é lícito esperar que o presidente mude de atitude drasticamente e passe a entender a cooperação e a ciência como essenciais para enfrentar a crise. A esse respeito, o comunicado do G-20 é inequívoco: “Destacamos a urgente necessidade de controlar a disseminação do vírus, o que é a chave para a sustentação da recuperação da economia global”. Sendo assim, e ninguém de bom senso pode argumentar o contrário, Bolsonaro está obrigado a deixar imediatamente de lado sua campanha contra as medidas de prevenção destinadas a conter o coronavírus, a não ser que tenha assinado o comunicado sem o ter lido.

A participação de Bolsonaro na cúpula do G-20 não é por si mesma garantia de que o presidente compartilhe com seus colegas chefes de Estado o diagnóstico expresso no comunicado da reunião. Na sua vez de falar, o presidente brasileiro voltou a manifestar-se no conhecido tom defensivo e, como já se tornou habitual, esquivando-se de responsabilidades.

Depois, Bolsonaro faltou às sessões que discutiram a pandemia e as mudanças climáticas, os temas predominantes do mundo nos próximos anos, e não compareceu à sessão final. Seu mentor, Donald Trump, não foi muito melhor: fez apenas um discurso na abertura do encontro e foi jogar golfe.

De Trump não se esperava mesmo outra atitude, visto que se comportou dessa maneira desrespeitosa ao longo de todo o seu mandato e não seria agora, a semanas de deixar o cargo, que se emendaria. Mas Bolsonaro ainda tem dois longos anos de mandato pela frente, tempo mais que suficiente para ampliar ainda mais o isolamento brasileiro – agora sem o respaldo de um Trump derrotado pelas urnas.

A cúpula do G-20 mostrou que Trump já é passado, e não somente pela menção ao esforço global contra a pandemia. Além de enfatizar a necessidade de fortalecer a Organização Mundial da Saúde, tão vilipendiada por Trump e Bolsonaro, o grupo sublinhou que “o apoio ao sistema de comércio multilateral”, sabotado pelo atual governo norte-americano, “é hoje mais importante do que nunca”. Para completar, o G-20 reiterou os compromissos de proteção ao meio ambiente assumidos no Acordo de Paris, que Trump abandonou e Bolsonaro menosprezou.

Assim, soa cada vez mais caquética a campanha bolsonarista contra o “globalismo”, nome que o chanceler Ernesto Araújo dá ao multilateralismo, visto por ele como “estágio preparatório para o comunismo”. Como disse o premiê italiano, Giuseppe Conte, anfitrião do próximo encontro do G-20, “o multilateralismo não é uma opção”, mas sim “o único caminho sustentável” para o mundo.



domingo, 22 de janeiro de 2012

Brasil: campeao de desigualdade no G20 (BBC)

Algumas coisas merecem muita atenção: do governo, da imprensa, dos comentaristas e colunistas habituais, etc. 
Como por exemplo, a questão da Sexta Potência Econômica Mundial.
Parece que nossas vidas foram inteiramente transformadas por essa informação transcendente...
Eu até me senti mais rico, vejam vocês.
E tudo graças ao governo, claro, que produziu as riquezas que fizeram o Brasil se situar na sexta posição do campeonato mundial de PIBs.
Se não fosse o governo, nós ainda estaríamos lá atrás, amargando pobreza, miséria, desigualdades, etc.
Por exemplo: ninguém fala de nosso último lugar, ou quase, em matéria de educação. Ninguém parece se preocupar com essa vergonha (só eu, claro, e mais meia dúzia de fieis leitores).
E quanto à desigualdade, objeto da matéria abaixo?
Aposto que não vão falar nada, vão ficar quietinhos, esperando a notícia passar...
Mas, se falarem em PIB, preparem as trombetas da glória: nada a ver com câmbio, efeito-China, etc. Não, tudo por obra e graça do governo, sem o qual nossas vidas seriam um inferno de atraso...
Mas, voltando à história da desigualdade, que tal esta matéria abaixo?
Nada que eu lamente muito, pois desigualdade sempre houve, e não é por causa dela que os brasileiros em geral são pobres. Eles são pobres porque nossa produtividade é reduzida, não por causa da desigualdade.
Mas, claro, a desigualdade reflete ou é o resultado, justamente, da baixa qualidade da educação e dos baixíssimos níveis de produtividade humana do trabalho. Padrões baixos, em educação e produtividade representam pobreza e miséria, e desigualdade associada.
Por isso o Brasil não é um país de pessoas ricas, a despeito de ter muita riqueza acumulado pelo grande número de pessoas. A China também. A diferença é que a China cresce rápido, e possui padrões satisfatórios de educação, e está produzindo ciência e tecnologia. Ela vai ficar rica mais rapidamente do que nós, e nos ultrapassar em renda per capita dentro de alguns anos. Sorte dos chineses. Azar nosso.
Mas, a China também tem um dos maiores crescimentos do mundo em termos de desigualdade.
Isso é um grande problema?
Depende. Se todos estiverem ficando mais ricos, isso pode ser atenuado. Mas se a desigualdade se dá em meio à estagnação ou baixo crescimento, aí a coisa pode ficar complicada.
Os chineses precisam crescer. Nós também. Eles vêm conseguindo, rapidamente. Nós muito lentamente.
Paulo Roberto de Almeida 

Brasil é segundo país mais desigual do G20, aponta estudo

BBC – 19/01/2012

De acordo com pesquisa, país está à frente apenas da África do Sul

O Brasil é o segundo país com maior desigualdade do G20, de acordo com um estudo realizado nos países que compõem o grupo.
De acordo com a pesquisa Deixados para trás pelo G20?, realizada pela Oxfam – entidade de combate à pobreza e a injustiça social presente em 92 países -, apenas a África do Sul fica atrás do Brasil em termos de desigualdade.
Como base de comparação, a pesquisa também examina a participação na renda nacional dos 10% mais pobres da população de outro subgrupo de 12 países, de acordo com dados do Banco Mundial. Neste quesito, o Brasil apresenta o pior desempenho de todos, com a África do Sul logo acima.
A pesquisa afirma que os países mais desiguais do G20 são economias emergentes. Além de Brasil e África do Sul, México, Rússia, Argentina, China e Turquia têm os piores resultados.
Já as nações com maior igualdade, segundo a Oxfam, são economias desenvolvidas com uma renda maior, como França (país com melhor resultado geral), Alemanha, Canadá, Itália e Austrália.
Avanços
Mesmo estando nas últimas colocações, o Brasil é mencionado pela pesquisa como um dos países onde o combate à pobreza foi mais eficaz nos últimos anos.
O estudo cita dados que apontam a saída de 12 milhões de brasileiros da pobreza absoluta entre 1999 e 2009, além da queda da desigualdade medida pelo coeficiente de Gini, baixando de 0,52 para 0,47 no mesmo período (o coeficiente vai de zero, que significa o mínimo de desigualdade, a um, que é o máximo).
A pesquisa prevê que, se o Brasil crescer de acordo com as previsões do FMI (3,6% em 2012 e acima de 4% nos anos subsequentes) e mantiver a tendência de redução da desigualdade e de crescimento populacional, o número de pessoas pobres cairá em quase dois terços até 2020, com 5 milhões de pessoas a menos na linha da pobreza.
No entanto, a Oxfam diz que, se houver um aumento da desigualdade nos próximos anos, nem mesmo um forte crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) poderá retirar um número significativo de brasileiros da pobreza.
“Mesmo que o Brasil tenha avanços no combate da pobreza, ele é ainda um dos países mais desiguais do mundo, com uma agenda bem forte pendente nesta área”, disse à BBC Brasil o chefe do escritório da Oxfam no Brasil, Simon Ticehurst.
Para ele, é importante que o governo dê continuidade às políticas de transferência de renda, como o Bolsa Família, e que o Estado intervenha para melhorar o sistema de distribuição.
“Os mercados podem criar empregos, mas não vão fazer uma redistribuição (de renda)”, afirma.
Outras questões
Ticehurst diz que, para reduzir a desigualdade, o Brasil também precisa atacar as questões da sustentabilidade e da resistência a choques externos.
“As pessoas mais pobres são as mais impactadas pela volatilidade do preço dos alimentos, do preço da energia, dos impactos da mudança climática. O modelo de desenvolvimento do Brasil precisa levar isso mais em conta.”
Para o representante da Oxfam, a reforma agrária e o estímulo à agricultura familiar também é importante para reduzir a desigualdade.
“Da parcela mais pobre da população brasileira, cerca de 47% vive no campo. Além disso, 75% dos alimentos que os brasileiros consomem são produzidos por pequenos produtores, que moram na pobreza“, afirma TiceHurst.
“É preciso fechar esse circuito para que os produtores que alimentam o país tenham condições menos vulneráveis e precárias.”
Segundo o estudo da Oxfam, a maioria dos países do G20 apresenta uma tendência “preocupante” no sentido do aumento na desigualdade.
A entidade afirma que algumas dessas nações foram “constrangidas” pelas reduções significativas da desigualdade registradas nos países de baixa renda nos últimos 15 anos.
“A experiência do Brasil, da Coreia do Sul e de vários países de renda baixa e média-baixa mostra que reduzir a desigualdade está ao alcance dos dirigentes do G20″, afirma o texto.
“Não existe escassez de potenciais alavancas para políticas (de redução da desigualdade). Em vez disso, talvez exista uma escassez de vontade política”, diz o estudo.

domingo, 27 de junho de 2010

Protestos com misterio no G20: contra quem, exatamente, manifestam os manifestantes em Toronto?

Desde meados dos anos 1990 aproximadamente, manifestantes identificados a grupos e movimentos antiglobalização protestam contra toda e qualquer reunião internacional que ocorra em qualquer lugar: as reuniões mais visadas, obviamente, são as de Bretton Woods (FMI e Banco Mundial), mas também entram no circuito as da OMC, da OCDE, e todo e qualquer summit internacional, especialmente as do antigo G7, as do G8 e agora também as do G20.
Supostamente, as manifestações são para protestar, pacificamente (dizem os organizadores), contra a globalização, contra as desigualdes e injustiças do capitalismo, contra o desemprego, a fome, a destruição ambiental e a poluição, enfim, contra todos e quaisquer dos problemas globais, locais, regionais, ambientais, econômicos, sem falar nas discriminações de raça, de gênero, de religião, etc., etc., etc. (bota etcetera nisso).
Não existe reunião sem manifestantes, que manifestam por causas aparentemente contraditórias, pois eles presumivelmente querem impedir delegados, ministros, chefes de Estado de se reunirem para discutir soluções para aqueles mesmos problemas contra os quais eles estão manifestando. Contraditório, não é mesmo?
Sempre e quando ocorrem essas manifestações, grupos violentos de anarquistas, nihilistas, ou qualquer outra corrente desse tipo irrompem os protestos pacíficos para causar depredações, degenerando por vezes em atos tão violentos a ponto de causar a morte de pessoais (dos dois lados), sem falar dos imensos prejuizos causados a propriedades públicas e particulares.
O direito de manifestação é assegurado em todas as democracias avançadas, e até em algumas menos avançadas também. Só as ditaduras -- e os países que praticam discriminação religiosa, sem qualquer protesto dos antiglobalizadores -- não permitem esse tipo de manifestação democratica.
Ainda que lamentando a violência desses eventos, o que me motiva a escrever esta pequena nota introdutória à matéria de agência abaixo transcrita é o seguinte:
se os manifestantes possuem razões legítimas para protestar e propostas racionais a apresentar, por que eles não as apresentam de forma legível, inteligente, democrática, ou seja, através dos canais de comunicação, submetendo-se ao escrutínio da razão, da lógica e da fundamentação dessas propostas?
Ou será que eles não têm nada de muito inteligente a propor?
Será que eu devo concluir que todos esses manifestantes são apenas idiotas inúteis?
Paulo Roberto de Almeida
(Beijing, 28.06.2010)

Polícia prende mais de 400 por manifestações violentas contra o G-20
Reuters, 27 de junho de 2010

Forças de segurança canadenses se dizem prontas para responder a protestos neste domingo

TORONTO - A Polícia de Toronto prendeu mais de 400 pessoas no centro da cidade canadense depois de manifestações contra a realização da cúpula do G-20 que foram tomadas pela violência no sábado, informaram as autoridades. Neste domingo, 27, último dia do encontro, o governo mantém-se em alerta para a possibilidade de novos distúrbios.

A porta-voz da Polícia, Michelle Murphy, disse que 412 pessoas foram presas na cidade depois do que descreveu como um protesto que "passou da calma ao caos" no sábado. Os detidos são acusado de causar danos ao patrimônio público e atacar oficiais da Polícia, entre outros delitos.

Os protestos de sábado começaram como uma marcha pacífica, mas rapidamente se tornaram violentos quando grupos de pessoas mascaradas se juntaram à multidão e passaram a quebrar vitrines de lojas e bancos e incendiara, ao menos dois veículos policiais. O Canadá havia gasto US$ 1 bilhão para reforçar a segurança durante a realização da cúpula.

A Polícia espera que qualquer protesto marcado para o domingo, último dia do encontro, seja pacífico, mas está disposta a responder qualquer ato de violência. "Se algo fugir ao controle, como no sábado, reagiremos de acordo com isso", disse a porta-voz.

A Polícia admitiu que perdeu o controle da situação em alguns momentos e, por isso, teve de usar gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. "O que vimos no sábado é uma série de vândalos que queriam expressar pela violência sua diferença de opinião com a Polícia", disse Dimitri Soudas, porta-voz do premiê canadense, Stephen Harper.

Na manhã deste domingo, Toronto, a maior cidade do Canadá, estava mais calma. A cúpula do G-20 reúne as oito maiores economias do mundo e outros 12 países em desenvolvimento.

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Os canadenses estão chocados: a polícia nunca tinha usado gás lacrimogênio antes:

Police arrest more than 600 at Toronto summit
By ROB GILLIES
The Associated Press
Monday, June 28, 2010; 12:48 AM

TORONTO -- Police raided a university building and rounded up hundreds of protesters Sunday in an effort to quell further violence near the G-20 global economic summit site a day after black-clad youths rampaged through the city, smashing windows and torching police cars.

The violence shocked Canada, where civil unrest is almost unknown. Toronto police Sunday said they had never before used tear gas until Saturday's clashes with anti-Globalization activists.

Police said they have arrested more than 600 demonstrators, many of whom were hauled away in plastic handcuffs and taken to a temporary holding center constructed for the summit.

Police adopted a more aggressive strategy Sunday by going into the crowd to make arrests, compared to the previous day when they stood back as protesters torched four police cars and broke store windows.

No serious injuries were reported among police, protesters or bystanders, Toronto Police Constable Tony Vella said Sunday.

Thousands of police officers in riot gear formed cordons to prevent radical anti-globalization demonstrations from breaching the steel and concrete security fence surrounding the Group of 20 summit site.

Security was being provided by an estimated 19,000 law enforcement officers drawn from across Canada. Security costs for the G-20 in Toronto and the Group of Eight summit that ended Saturday in Huntsville, 140 miles (225 kilometers) away, were estimated at more than US$900 million.

Prime Minister Stephen Harper deplored the actions of a "few thugs" and suggested the violence justified the controversial cost. "I think it goes a long way to explaining why we have the kind of security costs around these summits that we do," he said.

The disorder and vandalism occurred just blocks from where U.S. President Barack Obama and other world leaders were meeting and staying.

On Sunday, protesters gathered at a park near the detention center - about 2 1/2 miles (four kilometers) east of where the leaders were meeting.

Plainclothes police jumped out of an unmarked van, grabbed a protester off the street and whisked him away in the vehicle. The protest was then quickly broken up by riot police, who set off a device that created a cloud of smoke that sent protesters running down the street. Vella said it was not tear gas.

Bridie Wyrock, 20, from Cleveland, Ohio, said she was arrested for public mischief for sitting on a street in the financial district. Wyrock, held for 19 hours before being released, said there weren't enough toilets and said some people resisted detention, but said police treated most people with respect.

"They put us in cages, blocked off on all three sides," Wyrock said. "It was cold and dirty."

An anti-poverty group called The Global Call to Action Against Poverty criticized the protesters who committed violence.

"A bunch of pimply faced teenagers trashing shops and burning cars does not help anyone," said Rajesh Latchman of GCAP South Africa. "These hooligans obscure the real issues."

Previous global summit protests have turned violent. In 1999, 50,000 protesters shut down World Trade Organization sessions in Seattle as police fired tear gas and rubber bullets. There were some 600 arrests and $3 million in property damage. One man died after clashes with police at a G-20 meeting held in London in April 2009.

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Associated Press Writers Ian Harrison and Charmaine Noronha contributed to this report.