O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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sexta-feira, 10 de abril de 2015

Declaracao publica: este blog NAO TEM patrocinio da Caixa, do BB, da Petrobras, de ninguem...

Declaração à praça, assim como quem não quer nada, e não quero nada mesmo.
À diferença de certos blogs bonitos que andam por aí, animados por mercenários a soldo do partido totalitário, este blog não recebe patrocínio, não hospeda publicidade de companhias estatais, não disputa espaço com ninguém, nem sequer a atenção dos seus 18 leitores (copyright Alexandre Schwartsman), ele sobrevive solitariamente e bravamente, ainda que muitos não gostem, outros apreciem, e alguns fieis leitores sempre façam comentários.
A rigor, só tem um responsável, ou dois: eu e minha consciência.
O resto é terceirizado: mais de 80% do que vai aqui postado pertence de fato e de direto a terceiros, jornais, revistas, think tanks, colegas, pesquisadores desconhecidos, e até a petistas amestrados, quando eu julgo que o que eles têm a dizer é suficientemente idiota para merecer reprodução.
Digo isto porque acabo de ler a matéria que vai abaixo, que fala das agruras dos blogs sujos, dos serviçais sem espinha (e sem cérebro), que provavelmente vão cair também na crise da soberana.
Esta, na verdade, foi causada pelo juiz Moro, o investigador que chegou em algumas fontes de dinheiro desviado pelos petralhas e asseclas...
Leiam...
Paulo Roberto de Almeida

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Petrolao, Lava Jato, Mensalao, incompetencia, etc: 10 motivos para pedir impeachment - Felipe Moura Brasil

O blogueiro Felipe Moura Brasil, hospedado na Veja, esta destacadíssimo integrante da mída golpista, insiste nos motivos para que seja pedido o impeachment da governanta. Entendo que não tem a mínima chance de passar pelo Congresso, a menos de revelações tão escabrosas que fique difícil rejeitar o processo. Mas ele seria votado e descartado na Câmara, sem sequer ir ao Senado, que de toda forma o mataria de morte matada...
Paulo Roberto de Almeida

Felipe Moura Brasil, 31/01/2015
 às 21:29 \ Brasil, Cultura

Petrolão: 10 depoimentos para ‘estarrecer’ Lula e Dilma

lula-dilma-petrobras
Vamos organizar o noticiário com uma listinha promissora:
1.
“O custo alto das campanhas eleitorais levou, também, à arrecadação desenfreada de dinheiro para as tesourarias dos partidos políticos. Não por coincidência, a antes lucrativa sociedade por ações, Petrobras, foi escolhida para geração desses montantes necessários à compra da base aliada do governo e aos cofres das agremiações partidárias.”
Gerson de Mello Almada, vice-presidente da construtora Engevix, preso na sétima fase da Lava Jato, rompendo o então pacto de silêncio das empreiteiras sobre a participação dos políticos.
2.
a) “O esquema foi comandado por agentes políticos para a manutenção de grupos e partidos no poder. O esquema alterou os resultados das eleições de 2006, 2010 e possivelmente de 2014. Houve desequilíbrio no pleito.”
b) “É um projeto de poder para sustentação do PT. Não há dúvida disso. PT e a base aliada como PMDB, PP. É a corrupção sustentando um esquema de poder.”
c) “Não é preciso grandes malabarismos intelectuais para reconhecer que o domínio da organização criminosa estava nas mãos de agentes políticos que não se contentavam em obter riqueza material, ambicionavam poder ilimitado com total desprezo pela ordem legal e democrática, ao ponto do dinheiro subtraído dos cofres da Petrobras ter sido usado para financiar campanhas políticas no Legislativo e Executivo.”
Antonio Figueiredo Basto, advogado do doleiro Alberto Youssef.
3.
“Agentes políticos das mais variadas cataduras racionalizaram os delitos para permanecer no poder, pois sabiam que enquanto triunfassem podiam permitir e realizar qualquer ilicitude, na certeza que a opinião pública os absolveria nas urnas.”
Alberto Youssef, um dos principais delatores do esquema do petrolão.
* Em outubro de 2014, VEJA noticiou que, perguntado sobre o nível de comprometimento de autoridades no esquema de corrupção na Petrobras, o doleiro foi taxativo:
— O Planalto sabia de tudo!
— Mas quem no Planalto?, perguntou o delegado.
— Lula e Dilma, respondeu o doleiro.
Duas semanas depois, o editoral do Estadão “Lula e Dilma sempre souberam” ratificou a matéria de VEJA.
4.
a) “[O tesoureiro do PT] Edinho Silva está preocupadíssimo. Todas as empreiteiras acusadas de esquema criminoso na Lava Jato doaram para campanha de Dilma. Será que falarão sobre vinculações campanha X obras da Petrobras?”
b) “As empreiteiras juntas doaram para a campanha de Dilma milhões. O que dirá o nosso procurador-geral da República?”
c) “Lava Jato está prestes a mostrar que o que foi apresentado sobre a área de Abastecimento da Petrobras é muito pequeno quando se junta Pasadena, SBM, Angola, esquema argentino, Transpetro, Petroquímica. Ah, e o contrato de meio ambiente da Petrobras Internacional? Se somarmos tudo, Abastecimento é fichinha.”
Ricardo Pessoa, o chefe do cartel da Petrobras, dono da UTC Engenharia e amigo de Lula.
capa380* Pessoa ainda contou a amigos, segundo VEJA desta semana, o que exatamente estaria deixando Edinho Silva “preocupadíssimo”. A oito dias do 2º turno da eleição presidencial, o empreiteiro teve uma reunião em São Paulo com Luciano Coutinho, presidente do BNDES, quando a UTC estava atrás de dinheiro para financiar as obras do Aeroporto de Viracopos.
Coutinho disse que Pessoa seria procurado por Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma, que pouco tempo depois fez contato. Edinho estava em busca das últimas doações para saldar os gastos do comitê de campanha da presidente e recebeu mais 3,5 milhões de reais da UTC, que se somaram aos 14,5 milhões de reais dados no primeiro turno, conforme acerto com João Vaccari Neto, tesoureiro do PT.
Se Edinho Silva já estava “preocupadíssimo”, agora o presidente do BNDES também deve estar.
5.
“Era uma coisa só, o que demonstra que os pagamentos na Petrobras não se davam por exigência de funcionários corruptos e chantagistas, como o governo quer fazer crer. Era algo mais complexo, institucionalizado.”
Um dos investigadores que atuam no caso, em declaração à VEJA desta semana, deixando cada vez mais evidente que mesmo as doações legais eram feitas com dinheiro obtido dos cofres públicos, seja por apadrinhamento por parte de instituições financiadoras, seja por corrupção pura e simples.
6.
a) “…há elementos jurídicos para que seja proposto e admitido o ‘impeachment’ da atual presidente da República, Dilma Rousseff, perante a Câmara dos Deputados e Senado Federal, pelos fundamentos expostos no presente parecer.”
b) “…o assalto aos recursos da Petrobras, perpetrado durante oito anos, de bilhões de reais, sem que a Presidente do Conselho (Dilma presidiu o conselho de administração da Petrobras) e depois Presidente da República o detectasse, constitui omissão, negligência e imperícia, conformando a figura da improbidade administrativa, e enseja a abertura de um processo de impeachment”.
Ives Gandra Martins, advogado constitucionalista, em análise “estritamente jurídica, sem conotação política” presente no parecer encomendado por uma das empreiteiras envolvidas na Lava Jato.
7.
“Vocês acham que eu ia atrás desses caras (os políticos) para oferecer grana a eles?”
Léo Pinheiro, amigo ressentido de Lula e presidente da OAS, cujos quatro executivos presos por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa querem levar Lula e Dilma à roda da Justiça, escalando como o primeiro delator Ricardo Breghirolli, encarregado de fazer os pagamentos de propina a partidos e políticos corruptos.
8.
“Se tiver de morrer aqui dentro, não morro sozinho.”
Agenor Medeiros, 66 anos, diretor internacional da OAS.
9.
“A Dilma está deixando as coisas correrem. Isso é um grande erro. Se nada for feito, o problema chegará a ela, porque ela era a presidente do Conselho de Administração da Petrobras.”
Lula, ex-presidente da República ressentido com a deslealdade da atual presidente ao debitar na conta do governo anterior os prejuízos bilionários provocados pelo esquema de corrupção. Para Lula, os parceiros de longa data, empresários e governistas, devem marchar juntos.
Eu concordo: todos marchando juntinhos para a prisão.
10.
“Podia passar mais rápido, por favor?”
“Bom, eu vou preferir ler, sabe?”
Dilma Rousseff, em reunião com seus 39 ministros, irritada com o operador de teleprompter justamente no trecho em que tentava defender a estatal mais roubada do mundo.
Felipe Moura Brasil ⎯ http://www.veja.com/felipemourabrasil

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Stalinismo do partido totalitario se poe em marcha - Felipe Moura Brasil

Conheço esse pessoal de longe, quero dizer, os totalitários e os stalinistas que hoje se abrigam no partido hegemônico, que ganhou as eleições mediante fraudes legais -- isto é mentindo, enxovalhando, caluniando, e fazendo terrorismo eleitoral contra os mais pobres e dependentes -- e que pretende se manter no poder mediante todos os golpes que estiverem ao alcance do partido neobolchevique.
Eu os conheço da história, e também por ter visitado, em outros tempos, todos os socialismos realmente existentes, os reais, e os surreais, os mais amenos e os mais ferozmente stalinistas.
Eu sei do que essa gente é capaz. E é isso que é denunciado nesta postagem de Felipe Moura Brasil.
Eles fazem isso mesmo: e se precisar, vão fazer como Stalin fez com Trotsky. Simples assim.
Paulo Roberto de Almeida
04/11/2014
às 0:31 \ Cultura, Eleições

Dilma completa exploração da farsa sobre “intervenção militar”. Entenda o golpe petista para calar manifestações

Há um golpe em curso: o de calar as manifestações pacíficas contra o PT.
Mas o que elas querem?
- Liberdade de Imprensa;
- Investigar o uso político dos Correios nas eleições e as urnas eletrônicas;
- Fim do apoio a ditaduras e financiamento de suas obras;
- Prisão dos políticos envolvidos no escândalo do petrolão.
Como os petistas reagem para minar o movimento na raiz?
Combatem a pauta verdadeira e o teor dos argumentos? Não! Eles não querem saber da realidade. Tentam apenas desqualificar o movimento falsificando suas intenções.
Veja as etapas do procedimento:
1) Primeiro, os jornalistas militantes dos grandes jornais tomam uma opinião isolada de um suposto manifestante em prol da “intervenção militar” para dar ares de golpismo ao ato antipetista. (AQUI)
(O nome do personagem das matérias da Folha e do Estadão é Sérgio Sálgi, suposto investigador de polícia de 46 anos, cujo nome não se encontra no Facebok, nem no Twitter, nem no Google, a não ser nas próprias matérias citadas e em suas reproduções pela rede. Mas ainda que Sálgi seja um manifestante real, e ainda que houvesse mais alguns como ele, sua opinião não representa a pauta do ato, cujos organizadores discursaram contra qualquer forma de golpe. Ainda que queira “intervenção militar”, isto não significa volta da ditadura. Ainda que não haja manifestante algum pedindo isso, nada mais fácil que infiltrar militantes com cartazes assim para avacalhar o movimento.)
2) Com base nas matérias dos jornais, os blogs sujos do partido e seus militantes virtuais espalham que a manifestação é golpista e, para dar ares de truculência e violência, acrescentam o flagrante em fotos e vídeo do deputado federal Eduardo Bolsonaro armado com uma Glock 9mm na cintura durante seu discurso, sem informar que ele é, também, policial federal, com porte legal de arma, neste país onde a taxa de policiais mortos fora de serviço é elevadíssima. (AQUI)
3) Políticos petistas, como a própria presidente Dilma Rousseff, e dos partidos tidos como “linha auxiliar do PT”, como Jean Wyllys, completam a exploração cínica da farsa.
O método de Wyllys eu já mostrei no post anterior. O método de Dilma, como se vê pelo post desta segunda-feira em sua página oficial no Facebook, é o de sempre: aplicar o vitimismo de quem lutou contra a ditadura militar, omitindo o fato tantas vezes demonstrado neste blog de que ela lutava por uma outra ditadura: a do proletariado.
Captura de Tela 2014-11-03 às 22.32.33
Essa presidente que não quer ditadura nunca mais é a mesma que permite que o ditador Nicolás Maduro, da Venezuela, parceiro do PT no Foro de São Paulo, envie um grupo de militantes ao Brasil para dar aulas de socialismo ao MST, como denunciou Claudio Tognolli.
No vídeo abaixo, o ministro de Comunidades e Movimentos Sociais, Elias Jaua, diz que os acordos têm por objetivo aumentar a capacidade de compartilhamento de experiências de formação “para fortalecer o que é essencial para uma revolução socialista, o que é treinamento, conscientização e organização do povo para defender o que foi alcançado e avançar na construção de uma sociedade socialista”.

Essa presidente que não quer ditadura nunca mais é a mesma que a oposição venezuela chama de cúmplice da ditadura assassina de Maduro:
Dilma-ditadura-democracia
[Veja também aqui no blog: María Corina sofreu na pele com ditadura apoiada pelo PT na Venezuela. Ela apoia Aécio contra Dilma no Brasil.]
Essa presidente que não quer ditadura nunca mais é a mesma cuja vitória eleitoral é celebrada pelo ditador Maduro:

E nunca é demais relembrar as vítimas dos grupos terroristas de Dilma:
Dilma Israel
Veja também aqui no blog:
Eduardo Jorge admite o que Dilma sempre escondeu: “Éramos a favor da ditadura do proletariado”
Marco Antonio Villa no Programa do Jô: “Nenhum grupo de luta armada defendeu a democracia.” Assista ao vídeo
4) Reforça-se com tudo isso a satanização das Forças Armadas e, por tabela, da Polícia Militar, legitimando as campanhas de desmilitarização e desarmamento.
Já circula no Facebook inclusive um manual – não sei se legítimo – de um suposto petista ensinando os militantes a minar as manifestações e pressionar os políticos para retirar dos “estados coxinhas” os equipamentos militares.
Rogério Silva
Os manifestantes anti-PT terão de enfrentar todas essas manipulações para lutar nas ruas pela sua pauta.
Por ora, dou apenas uma recomendação menor aos organizadores: assim como a extrema esquerda popularizou o termo “P2″ para se referir aos policiais infiltrados em seus atos terroristas disfarçados de manifestação, sugiro aos antipetistas que já batizem logo de “G2″ os golpistas infiltrados.
Para fortalecer o movimento, é preciso se distinguir rapidamente dessa gente.
Felipe Moura Brasil ⎯ http://www.veja.com/felipemourabrasil
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terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Uma nova categoria petralha-freudiana: o Sader-masoquismo - Felipe Moura Brasil


Felipe Moura Brasil

Blog em Veha.com, 23/12/2013
 às 19:02 \ Cultura

Sucesso e Sader-masoquismo

Captura de tela 2013-12-23 às 12.55.24Quando Emir Sader fala de bagulhos que ninguém consegue ler, eu presto atenção. O homem entende do negócio. Lançado em maio deste ano em São Paulo, o livro chapa-branca que ele organizou sobre a primeira década do PT no poder, “10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma” (até tentei, mas não consegui reproduzir a estrelinha petista no “i” de “Dilma”, como aparece na capa), está há sete meses patinando nas vendas, sem nunca ter entrado em lista alguma dos mais vendidos. (Ignoro se o site Brasil 247 tem uma.) Já o recém-lançado “Década perdida”, do historiador Marco Antonio Villa, vendeu três edições em um só mês, já bateu 15 mil exemplares e está nos Top 10 das principais listas do mercado – um fenômeno de fim de ano, talvez o livro “de direita” mais procurado no Natal. Deve ser duro tomar uma lavada tão grande dentro do mesmo tema. Como resistir a um tuíte de desabafo?
 
Se Sader entrou em alguma livraria, viu pilhas e pilhas – umas ao lado das outras – dos livros cujos autores ele despreza, e daí concluiu que aquilo era um sinal – pasme! – de que os livros não vendiam, eu não sei; mas, no planeta mental dos Emirados Sáderes, raciocínios assim são tão lógicos e científicos quanto aqueles – sejam lá quais forem – que levam à conclusão de que os atentados de 11 de setembro de 2001 foram obra da extrema-direita americana. O ano de 2013, depois da violência “pacífica”, da depredação “construtiva”, do vândalo “manifestante”, da orquestração “espontânea”, da intolerância “tolerante”, da discriminação “igualitária”, do socialismo “democrático”, da mídia dependente “independente”, dos assassinos “vítimas do sistema” e demais pérolas da novilíngua esquerdista, agora se encerra, graças à contribuição de Sader, com os best sellers que “nem a direita aguenta comprar, menos ainda ler”.
 
O livro encalhado que Sader organizou reúne 24 autores, incluindo, segundo o site do PT e a Boitempo Editorial, “alguns dos mais destacados pensadores brasileiros, como Marilena Chauí, Marco Aurélio Garcia, Marcio Pochmann, Luiz Gonzaga Belluzzo, José Luis Fiori, Luis Pinguelli Rosa e Paulo Vannuchi”. O livro best seller que eu idealizei e organizei, “O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota“, reúne, assim como o de Villa, o exército de um homem só: Olavo de Carvalho. Quem o tornou um pensador “destacado” não foi o release da editora Record, muito menos o site do partido governante, mas o grande público, que comprou 45 milexemplares e o manteve por mais de 3 meses nas listas dos mais vendidos, chegando inclusive ao primeiro lugar em e-book na Amazon. Talvez nos Emirados Sáderes se acredite que os livreiros dariam destaque a um livro do Olavo por gentileza… Mas o fato, aqui na Terra, é que o livro se impôs, obrigando até a imprensa chapa-branca a falar a respeito, ainda que com atraso e a contragosto. Se o tuiteiro petista precisar de umas aulinhas de organização da obra alheia e marketing, eu faço um precinho camarada. Só não aceito verba pública, obrigado.
 
Por falar nisso, a biografia “Dirceu”, de Octávio Cabral, que narra a trajetória do mensaleiro, merecia o troféu de livro mais massacrado do ano, vítima que foi de uma campanha espúria de certa imprensa, cujos ecos se ouviram até no programa “Saia Justa”, quando a apresentadora Astrid Fontenelli, com um raciocínio digno dos Emirados Sáderes, declarou o livro um “fracasso retumbante” comercialmente, como se a polêmica em torno dele tivesse aniquilado o interesse do público. Resta saber como um “fracasso retumbante” pode fechar 2013 como a segunda biografia mais vendida do ano, tendo batido a marca de 40 mil exemplares e ficando atrás apenas de “Casagrande”, cá no país do futebol. O maior ataque – mencionado por Astrid – veio do jornalista Mario Sérgio Conti que, para quem não sabe, é aquele que descreveu em detalhes o enterro da arquiteta Lúcia Carvalho na revista Piauí, cuja edição seguinte – imagine – trouxe uma cartinha da dita-cuja, quem sabe escrita do além… Agora este senhor tão cuidadoso quanto independente quis apontar uns errinhos no livro de Cabral, usando o expediente-padrão das esquerdas de tentar invalidar uma obra em função de imprecisões irrisórias, não raro com correções igualmente imprecisas. Nosso editor Carlos Andreazza deu-lhe um belo chega-pra-lá no artigo “Sobre a biografia ‘Dirceu’“, publicado na Folha. Mas este, Astrid não deve ter lido.
 
Já “Esquerda Caviar”, de Rodrigo Constantino, também entrou nas listas dos mais vendidos logo que foi lançado e, assim como “Década perdida”, já vendeu 15 milexemplares. Isto sem falar no best seller de Lobão, “O Manifesto do Nada na Terra do Nunca”, que chegou a fazer dobradinha com o nosso “Mínimo” na liderança da Amazon; no recém-lançado livro-bomba de Romeu Tuma Júnior e Claudio Tognolli, “Assassinato de Reputações – Um crime de Estado”, que já está nos Top 10 do Publish News; e no terceiro sucesso da franquia “Guia Politicamente Incorreto da História…”, de Leandro Narloch, também onipresente nas listas. Se esta é a quantidade de “bagulhos” que os escribas da direitapublicam, os escribas da esquerda têm todos os motivos para se sentirem humilhados e desabafarem no Twitter. É um tanto vexaminoso que o sentimento de inferioridade resulte em opiniões sem a menor base em fatos e números, mas nada assim que já não estivesse previsto no capítulo “Inveja” do livro que eu organizei.
 
Emir Sader já foi desmascarado por Olavo de Carvalho [aqui e aqui], Reinaldo Azevedo [aqui], Rodrigo Constantino [aqui], Lobão [aqui], e até por ícones da esquerda nacional como César Benjamin [aqui], talvez porque nem a esquerda “aguente comprar, menos ainda ler” um autor que escreve “Getúlio” com “lh” e posa (mas ele escreve “pousa”) de cientista político. Renato Janine Ribeiro e outros esquerdistas até que tentam. Mas ninguém é tão Sader-masoquista quanto o Emir Sader original. Fico contente que tenha sobrado um restinho dele para mim.
 
Felipe Moura Brasil –http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O minimo que voce precisa saber sobre o Mensalao - Olavo de Carvalho

OLAVO DE CARVALHO 
Comentário completo de Olavo de Carvalho em 10 de outubro de 2012, transcrito por Felipe Moura Brasil.
Posted:  19 SETEMBRO 2013

"Antes de tudo mais, tem uma coisa que eu quero dizer pra vocês: eu não estou compartilhando desse entusiasmo nacional pela punição dos mensaleiros. Eu não acho que isso foi uma grande vitória da democracia, eu não acho que isso foi um marco histórico, eu acho que isto é mais uma ilusão de uma classe média IDIOTA, que acha que pode combater esse esquema petista simplesmente aplicando a lei, ou seja: sem nenhuma tomada de posição ideológica, sem nenhuma análise estratégica, nem nada. Que acha que pode mover um combate contra uma força política tremenda usando apenas acusações criminais de corrupção contra os indivíduos. E por que é que eu acho isso?

Em primeiro lugar: nada do que foi feito no Mensalão, absolutamente nada, foi feito apenas para proveito individual do sr. Fulano ou do sr. Beltrano. Tudo isso está perfeitamente integrado dentro da estratégia do partido e eles entraram nisso com muito 'boa' consciência porque afinal de contas estão jogando para o partido e não para 'nós' [eles] mesmos. Isso é tradicional nesses movimentos esquerdistas.
Vocês devem ter assistido àquele filme sobre o Jimmy Hoffa [nos EUA, 'Hoffa'; no Brasil, 'Hoffa - Um homem, uma lenda'], com o Jack Nicholson, em que o sujeito roubou, roubou, roubou, mas ele estava sempre com a consciência tranquila, porque 'Não, eu não roubei pra mim, roubei para os sindicatos... Claro que eu levei lá a minha comissão, mas o objetivo fundamental era fortalecer o movimento revolucionário'. Então, sem investigar direitinho qual é a função estratégica do mensalão dentro do projeto petista total, você não vai entender é coisa nenhuma.

E, ademais, o que vai acontecer com esses mensaleiros condenados? No máximo vão pegar uma prisão domiciliar por um tempinho, vão continuar com as suas atividades normais e nada de pior vai lhes acontecer. Quanto ao sr. Lula, parece que não vai ser tocado. Nem o Lula, quanto mais o partido, meu Deus do Céu! Quer dizer: o que está acontecendo no Brasil, há anos, é uma guerra assimétrica, onde um lado pode roubar, trapacear, mentir, difamar, fazer o que quiser, e o outro não pode sequer tomar uma posição ideológica: 'Nós vamos aqui apenas nos ater ao aspecto jurídico criminal...' Ou seja: é claro que isso é guerra assimétrica. Um lado tem que lutar com uma mão amarrada.

E, ademais, celebrar a condenação de corruptos - vocês já viram quantas vezes vocês já fizeram isso?

Quando o Maluf foi condenado, foi uma festa nacional: 'Acabou a corrupção no Brasil! Agora é um novo Brasil!'... Tudo no Brasil é um marco histórico. O sujeito dá um peido: é um acontecimento histórico! [Risos] Depois, na queda do Collor, que roubou infinitamente menos que essa gente, foi uma festa maior ainda: 'É a festa democracia! É o novo Brasil!' etc. Vocês vão cair nessa de novo, gente? Puta merda...

Quer dizer que o problema do Brasil não é a corrupção. O problema é que a corrupção foi tanta que o padrão de julgamento moral já baixou. Então é aquele negócio que fala o Reinaldo Azevedo: 'Não, eu podia estar roubando, eu podia estar matando, mas estou aqui trabalhando, portanto sou um santo.' Já estão pensando até em lançar o Joaquim Barbosa presidente da República.

Vocês não lembram da campanha do Betinho? O Betinho foi um estrategista de esquerda, marxista, que descobriu que a caridade pode dar lucros políticos. Tradicionalmente a esquerda era contra as obras de caridade, porque dizia que isso amortecia a consciência social do proletariado, aplacava a revolta dos pobres e tal. E um dia chegou um cara, que tinha um QI 12,6 - contrastando com a média de 12,4 -, que era o Betinho, e disse: 'Não... Oh, raios, nós estamos perdendo oportunidade! Porque ficam essas senhoras do movimento de arregimentação feminina, federação das indústrias, esse pessoal todo fazendo caridade e se promovendo com a caridade, e nós ficamos parecendo os malvados da história. Então vamos nós monopolizar a caridade.' E foi isso que fez. E isto foi a origem do Bolsa Família, gente! Já esqueceram tudo?

E ele dizia claramente em entrevista: 'Não, isso aí não adianta nada. Só o que vai resolver é a socialização dos meios de produção.' Quer dizer: o cara era comunista, ortodoxo mesmo. E sabia que a caridade não ia resolver nada na perspectiva dele e que, portanto, aquilo era só para melhorar a imagem das esquerdas e criar eleitorado. Ele praticamente confessava isso.

Não obstante, o Betinho constou durante anos como o protótipo da bondade. Chegaram a propor a beatificação do Betinho! A revista Veja soltou a capa 'Um santo brasileiro'. Quer dizer que, para ser santo, é só você inventar um truque para melhorar a imagem do seu partido - pronto: você já virou santo. Agora, o Joaquim Barbosa mostrou alguma competência - mínima, hein - como juiz, quer dizer, cumpriu a sua obrigação, fez o que qualquer juiz deveria ter feito no lugar dele, pronto: ele já 'virou' presidente da República, porra.

Vocês já ouviram falar do Princípio de Peter? Laurence J. Peter, que escreveu o livro 'Todo Mundo é Incompetente, Inclusive Você'. Leiam esse livro. Ele diz o seguinte: numa empresa ou num órgão estatal, o sujeito faz o serviço dele direitinho e daí ele é promovido. Faz de novo o serviço direitinho, é promovido. Aí, promovido pela terceira vez, ele começa a fazer burrada, daí para e não sobe mais. Isso quer dizer que todos os caras que estão no primeiro escalão de qualquer coisa são todos incompetentes por definição.

[Nota do Felipe: O Princípio de Peter foi assim enunciado por Lawrence J. Peter: "Num sistema hierárquico, todo funcionário tende a ser promovido até ao seu nível de incompetência."]

Então essa mania de que 'O cara deu certo aqui. Promove!', isso nem sempre funciona. Não teve gente, uns idiotas que vieram [e propuseram]: 'Olavo de Carvalho para presidente!'? Eu digo: eu seria um primor de incompetência! Puta que pariu! Não é porque eu sou capaz de fazer isto aqui que eu estou fazendo que eu sou capaz de fazer uma outra coisa. Joaquim Barbosa, a mesma coisa: não é porque ele é um bom juiz que vai ser um bom presidente da República. O presidente da República precisa de algo mais do que conhecer e respeitar as leis. O homem não administrou nem um clube de futebol, já querem botá-lo na presidência da República.

Então isso aí mostra o barateamento das virtudes morais. E isso já é a corrupção da alma, a corrupção profunda da psique brasileira. Quer dizer: a sociedade está tão corrompida que o simples fato de o sujeito fazer o mínimo já é, para eles, o máximo. Então quer dizer: as grandes virtudes humanas, as virtudes superiores, [os brasileiros] não são mais capazes de imaginar!

Então o que são os heróis de um país que mede as coisas nessa escala? Quer dizer: se aparecer um santo de verdade, vocês não são capazes de reconhecer. Um herói de verdade, não são capazes de reconhecer. Um sábio de verdade, não são capazes de reconhecer. O pessoal mede [por esses padrões muito baixos]... O que é um gênio no Brasil? Gênio [no Brasil] é Chico Buarque de Hollanda, porra! Se você mostra uma coisa que é superior, como por exemplo eu mostrei o Mário Ferreira dos Santos, as pessoas não sabem o que é que é, então não falam. Mas o Chico Buarque, eles são capazes de perceber alguma coisa. Então o sujeito fez uns sambinhas, pronto: é gênio! E [as pessoas no Brasil] não entendem que esta descida do padrão de julgamento moral é o que facilita toda a operação dessa gente, tipo mensalão. Então não se incomodem, meus filhos: vocês prendem esses, vai vir coisa pior.

Sobretudo aguardem... O pessoal que é da esquerda mesmo e que está fazendo discursos inflamados contra os mensaleiros, eles fazem discursos inflamados por quê? 'Essa geração da esquerda acabou, eles se ferraram, agora é nossa vez.' Exatamente como o PT fez nas décadas de 1980 e 1990, porque o PT fez carreira na base da acusação de corrupção. Foi o PT que acabou com a carreira do Maluf, que acabou com a carreira do Antônio Carlos Magalhães, que acabou com a carreira do Collor de Mello, que acabou com a carreira de todos os seus inimigos posando como 'o partido ético'! Chamava-se na época, o pessoal dizia: 'o partido ético', meu Deus do Céu!

Por quê? Porque isso também foi algum espertalhão lá dentro que falou: 'Não, peraí, nós vamos refrear um pouco o discurso ideológico e vamos agora usar o discurso do inimigo.' Porque a direita antigamente fazia carreira na luta contra a corrupção. Se vocês estudarem, vocês vão ver que lutar contra a corrupção era a bandeira da antiga UDN, que o Jânio Quadros(!) subiu nesta base de acusar os outros de corruptos, e o adversário principal dele era corrupto mesmo, era o Adhemar de Barros, então ele subiu nesta base, para depois chegar lá em cima e fazer o que fez. Do mesmo modo, o Fernando Collor de Mello: vocês não se lembram que ele era o caçador de marajás?

Então quem quer no Brasil que faça carreira na base do combate à corrupção é picareta. E vai enganar vocês de novo, porra.

Quer dizer: não que seja ruim que os caras sejam condenados, e não que os juízes não tenham feito o serviço deles direito. Fizeram, mas fizeram o mínimo. Agora, levantar o verdadeiro problema e dizer 'Peraí. Isto não é um crime praticado por tais ou quais indivíduos. Isto é um crime praticado por uma entidade chamada Partido dos Trabalhadores, que, dentro da sua estratégia geral, usou deste recurso do mensalão, como utiliza a aliança com as Farc, que é hoje, segundo documentos oficiais do governo americano, a maior distribuidora de drogas do universo!' Isto ninguém quer investigar. Perto disso, o que é que é o mensalão? O mensalão não é nada, minha gente. E ainda vem mais. Quando sair esse negócio do Carlinhos Cachoeira, esse é que vai ser legal. Porque isso aí vai sobrar pra Dona Dilma também. Então você vai ver que ainda vai [piorar]...

Olha: as latrinas no Brasil são que nem aquelas bonecas russas, matryoshka: você abre uma latrina, tem outra latrina dentro, outra latrina dentro, outra latrina... [Risos.] Só que é o contrário da matryoshka, porque na matryoshka as bonecas vão ficando pequenininhas, no Brasil acontece esse negócio: você abre uma latrina, aparece outra maior dentro! E outra, e outra, e outra, e outra! É a merda sem fim. Por quê? Não é pegando casos isolados de corrupção que vocês vão acabar com isso, gente.

Vocês têm que entender: há um problema estrutural permanente, que é o seguinte: vocês já notaram que, quanto mais cresce a hegemonia cultural esquerdista, mais cresce a corrupção, mais cresce a violência, mais cresce a imoralidade geral? Isso está acontecendo faz 30 anos e vocês não chegaram ainda à conclusão, porra!? Estudem um pouco, e vocês vão ver o seguinte: que é uma tradição dos partidos revolucionários de esquerda utilizar-se do direito burguês como instrumento para chegar ao poder, para em seguida não só destruir esse direito burguês, mas destruir todo e qualquer direito. Porque a ideia mesma de direito é incompatível com o marxismo. O direito, no entender do marxismo, é a vontade da elite revolucionária, que encarna o espírito da história. Então é a abolição de todo e qualquer direito e sua substituição pelo 'poder onipresente e invisível' do partido, como dizia Antonio Gramsci. É isso que eles estão fazendo, minha gente. Mas vocês não conseguem ver relação nenhuma?

Então aqui tem uma professora que escandalizou um aluno de dez anos com um dicionário sobre posições sexuais. Então todo mundo diz: 'Oh! Que coisa!' Mas você não vê nenhuma relação entre isso e o mensalão não? Você não percebe que é a mesma coisa? Que é corromper a sociedade como um todo, em todos os seus níveis? E que este tem sido o projeto da esquerda há 30 anos? Que trinta! Quarenta! Leiam Herbert Marcuse. Leia o material da Escola de Frankfurt e vocês vão entender tudo aquilo que está acontecendo.

Agora, o fato é o seguinte: é que vocês estão sofrendo os efeitos de uma macroestratégia de alcance continental e querem tratar disso como se fosse um problema assim: 'Ah, ele cometeu um crimezinho aqui, o outro cometeu um crimezinho ali' e, quando pega uns criminozinhos e condena, todo mundo canta vitória e diz 'É a vitória da democracia!' e bate no peito... Vocês não bateram no peito quando caiu o Collor, porra!? Hein? Vocês não lembram os caras-pintadas na rua, 'tudo' cantando o hino nacional? Vocês vão cair nisso de novo!?

Olha aqui: luta ideológica é luta ideológica. Esse pessoal da esquerda, o objetivo deles é chegar a implantar o socialismo no continente. E uma vez que implantou o socialismo, ele não cai mais, meu filho. Porque mesmo que ele caia, continua no poder a mesma elite, como aconteceu na Rússia e na China. Então isso aí é o poder eterno, é o que esses caras querem, porra. E eles estão fazendo tudo para isto.

Cada vez que eles usam o discurso moralista burguês, o pessoal burguês todo se comove. Diz: 'Oh! Ele é de esquerda, mas é honesto! Ele é de esquerda, mas não rouba!' Meu Deus do Céu! Esquerdista honesto é quadrado redondo, porra. O processo revolucionário esquerdista, ele é desonesto na base. A noção mesma de honestidade é objeto de chacota entre os marxistas. É que vocês não estudam.

Se vocês querem saber se um sujeito é comunista, vocês querem saber assim: "Ah, mas pra ele ser comunista, ele tem que ser sincero.' Ah, então ele é sincero ou aproveitador? Eu falo: essa distinção só existe na sua cabeça, ô burguês. Para o marxista, isto não faz diferença. A própria noção de sinceridade... Imagina se a sinceridade da crença de um militante tem a mais mínima importância dentro de uma organização revolucionária comunista? Os seus sentimentos subjetivos não importam, meu filho! Importam as suas conexões reais, os seus compromissos materiais efetivos já assumidos, importam o quanto de poder 'nós' temos sobre você. Se você, por dentro da sua cabeça, está complemente contra, não importa, porra. 

Então quer dizer: é uma noção religiosa de sinceridade, da fé - eu sempre pego a categoria cristã da fé - que [vocês] aplicam no comunismo. No cristianismo, é importante ter a fé sincera. Mas, se quer saber, esse conceito de fé não existe nem nas outras religiões! No Islam, não importa se o cara é hipócrita. Você não precisa ter fé nenhuma. É só fazer a declaração pública. Isso é oficial, porra. Eu conheço a teologia islâmica, porra. Escrevi um livro, ganhei um prêmio do governo da Arábia Saudita, eu entendo alguma coisa desse negócio, porra. Então a sinceridade não tem importância no Islam. Porque o Islam não é um objeto de fé como o cristinianismo, fé individual. Não. O islam é uma comunidade. Então, qual é o equivalente da fé no budismo e no hinduísmo? Acontece que essa noção de fé, ela, além de ser religiosa, só se aplica a UMA religião, que é o cristianismo. E você, trouxa, pega tudo que existe, não só as outras religiões como até ideologias políticas, e quer aplicar esse conceito lá. Então você pergunta: 'Mas esse cara é comunista mesmo ou ele é aproveitador?' Eu digo: quanto mais comunista, mais aproveitador. E quanto mais sincero, mais mentiroso. Essa categoria não se aplica nesses casos. Mas não adianta explicar.

Eu não sei quem foi que disse: 'Nós não acreditamos na mentira, porque fomos enganados. Nós acreditamos porque queremos.'

Então não vem para cima de mim com esta nova festa cívica. Eu já estou com 65 anos de idade, eu já vi tanta festa cívica, eu já vi tantos momentos históricos que no dia seguinte ninguém lembra mais... Por exemplo, se você falar: campanha do Betinho, quem é que se lembra hoje? Quem de 20, 25 anos sabe o que é campanha do Betinho? Nem sabe. Passou! Foi mais um peido histórico.

Peido uma hora faz barulho, mas passa com o vento. [Risos] Então isso daí foi mais um peido histórico. Pode se transformar em alguma coisa se aprofundarem as investigações e procurarem o aspecto estrutural. Mais ainda. Tem outra coisa: como esses deputados todos foram comprados para votar determinadas leis e medidas oficiais, essas medidas oficiais não valem. Tem que ser tudo revogado. Isto quer dizer que, no mínimo, no mínimo, do crime de responsabilidade o presidente [Lula] não pode escapar. E a atual [Dilma], também não! A respeito da atual, esperem as investigações sobre o PAC, sobre o Carlinhos Cachoeira, que vocês vão ver que vai sobrar para ela também. Mas vai sobrar só nominalmente. Outra coisa: o Zé Dirceu pode dizer 'Não, eu sou réu primário, então não vou para a cadeia'. Réu primário, porque todos os crimes anteriores dele foram anistiados. Quer dizer: o sujeito faz o crime, todo mundo da esquerda faz o crime, e a direita apaga. Faz o crime, e a direita apaga. Estão fazendo a mesma coisa na Colômbia."

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Nota de rodapé: Isto foi apenas um programa de rádio, ok? Para uma análise completa do assunto em textos escritos, veja o capítulo 'Petismo', especialmente a seção 'Tradição & estratégia', do best seller de Olavo de Carvalho, organizado por Felipe Moura Brasil, 'O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota':https://www.facebook.com/ominimoquevoceprecisasaberparanaoserumidiota.