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quinta-feira, 21 de março de 2024

Lula e PT saúdam Putin por eleição que deu 5º mandato - Felipe Frazao (Estadao)

 Lula e PT saúdam Putin por eleição que deu 5º mandato

Felipe Frazão
O Estado de S. Paulo | Internacional
21 de março de 2024
Aliado no Brics

Desde domingo, legitimidade da vitória do líder russo foi contestada por países ocidentais como Reino Unido e EUA

FELIPE FRAZÃO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores (PT) cumprimentaram ontem, por meio de duas cartas o presidente da Rússia, Vladimir Putin, pela sua reeleição. O Palácio do Planalto não divulgou o teor da carta do petista.

Em 2022, Putin, enviou uma carta a Lula após a vitória sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro, com quem mantinha boa relação. O texto do PT, assinado pela secretaria de Relações Internacionais do partido, foi tornado público.

Desde o domingo, a legitimidade da vitória do líder russo foi contestada por países ocidentais como Reino Unido, Estados Unidos e Alemanha. Os países denunciaram que as eleições não foram livres.

Governantes de ditaduras de esquerda como China, Cuba, Venezuela e Nicarágua reconheceram a vitória e a saudaram como uma demonstração de apoio popular a Putin.

Em disputa de cartas marcadas, sem oposição real, o líder russo conquistou 87% dos votos e assegurou seu quinto mandato de seis anos. Se terminá-lo, se tornará o mais longevo a comandar o país, desde o ditador Josef Stalin.

Desde o ano passado, Lula deu diversas declarações públicas interpretadas como simpáticas ao Kremlin, como quando disse que os dois lados eram responsáveis pela guerra na Ucrânia e que Putin, se viesse ao Brasil, não seria preso, apesar de ter um mandado do Tribunal Penal Internacional contra si ? posteriormente, reformulou essa declaração, dizendo que esse seria um tema para a Justiça. Ele também evitou recentemente condenar a morte do dissidente russo Alexei Navalni, numa prisão no Ártico.

PARTIDO. O PT, por sua vez, divulgou uma nota oficial sobre a vitória de Putin. O partido fora convidado para acompanhar a votação em Moscou. O secretário de Relações Internacionais da legenda, Romênio Pereira, disse que acompanhou a votação com "grande interesse" e felicitou o partido Rússia Unida pelo "resultado expressivo". O comunicado foi enviado ao ex-presidente russo Dmitri Medvedev, atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia.

"Com uma participação impressionante de mais de 87 milhões de eleitores, representando 77% do eleitorado do país, esse feito histórico ressalta a importância do voto voluntário na Rússia. Renovamos nosso compromisso em fortalecer nossos laços de parceria e amizade, trabalhando juntos rumo a um mundo mais justo, multilateral e plural. Enviamos nossas calorosas saudações à Rússia e seu povo neste momento importante e especial para o país", escreveu Pereira.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que a reeleição de Putin ocorreu em ambiente doméstico de aparente tranquilidade, em entrevista à rádio CBN. O Itamaraty não divulgou nota sobre a eleição, uma forma comum de reação a processos eleitorais estrangeiros.

Putin usou a eleição como forma de fortalecimento político e, em discurso na Praça Vermelha, afirmou que o território ucraniano da Crimeia "voltou para casa" quando foi anexado em 2014. Já as áreas anexadas no Donbas, após a invasão da Ucrânia, fazem agora parte, segundo ele, da "nova Rússia".

quinta-feira, 7 de março de 2024

Eleição na Venezuela expõe democracia de conveniência de Lula - Malu Gaspar (O Globo)

Grato a Augusto de Franco pela transcrição:

Eleição na Venezuela expõe democracia de conveniência de Lula

Malu Gaspar, O Globo (07/03/2024)

Imagine o que seria o cenário político do Brasil hoje se a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Supremo Tribunal Federal (STF), controlados por Jair Bolsonaro, tivessem com uma canetada cassado os direitos políticos de Lula e de Simone Tebet por 15 anos e impedido os dois de disputar as eleições de 2022. Ou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tivesse trocado a data da votação para 31 de março só para render homenagem à ditadura militar.

Daria para acreditar que uma eleição nessas condições teria um  resultado justo? A pergunta é obviamente retórica e um tanto absurda, já  que tal situação seria impensável no Brasil — onde, apesar da onda  golpista dos últimos anos, ainda temos uma democracia.

Não é o caso da Venezuela, onde a Controladoria-Geral e o Supremo, dominados por Nicolás Maduro,  retiraram da disputa deste ano seus dois principais opositores — e  ainda mudaram a data do pleito, que tradicionalmente ocorre em dezembro,  para 28 de julho, aniversário do falecido presidente Hugo Chávez.

Para Lula, porém, levantar qualquer dúvida sobre a lisura das eleições venezuelanas é prejulgamento.

— Não podemos jogar dúvida antes das eleições acontecerem, que aí  começa discurso de prever antecipadamente que vai ter problema — afirmou  o presidente brasileiro a jornalistas ontem no Palácio do Planalto. —  Temos que garantir a presunção de inocência, até que haja as eleições  para que a gente possa julgar se foi democrática ou decente.

O brasileiro ainda disse que Maduro lhe garantiu que vai “convocar  todos os olheiros internacionais do mundo que quiserem acompanhar as  eleições”.

Lula não é bobo nem mal informado, conhece Maduro de outros carnavais e  tem à disposição um corpo diplomático plenamente capaz de informá-lo de  que a Venezuela mantém cerca de 300 presos políticos e protagoniza a  maior crise humanitária do planeta, com quase 8 milhões de exilados.

A perseguição a opositores, com desaparecimentos e torturas, é uma das  razões por que o governo venezuelano é alvo de uma investigação no  Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade.

Na semana passada, Maduro ainda expulsou do país integrantes do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos porque, entre outras razões, protestaram  contra a prisão da ativista Rocío San Miguel, conhecida por denunciar  crimes militares.

Presa há um mês pela polícia de Maduro sob as acusações de “traição à  pátria”, “terrorismo” e “conspiração”, ela ficou semanas incomunicável,  com paradeiro desconhecido. Foi preciso a intermediação da embaixada da Espanha (ela é cidadã espanhola) para que fosse garantido seu direito a receber visitas da família e de um advogado.

Não há sinal, portanto, de que Maduro esteja realmente disposto a  receber olheiros para fiscalizar as eleições — a menos, talvez, que  venham da Nicarágua, da Rússia ou de Cuba.

Por essas e outras razões, não faz nenhum sentido comparar o cenário  político do Brasil ao da Venezuela. Lula, porém, arriscou. Aos  jornalistas, ele disse esperar que a oposição venezuelana não tenha o  mesmo comportamento da brasileira:

— Se o candidato da oposição tiver o mesmo comportamento da oposição daqui, nada vale.

E cutucou:

— Eu fui impedido de concorrer às eleições de 2018. Em vez de ficar  chorando, indiquei um outro candidato que disputou as eleições.

Pois a questão é justamente essa. A diferença entre Lula e a  oposicionista María Corina Machado, que aparecia na liderança das  pesquisas, mas foi sumariamente excluída de eleições na Venezuela pelos  próximos 15 anos, é que Lula não foi impedido de disputar por uma  ditadura, mas por decisão judicial. E, se o Brasil não fosse uma  democracia, nem o PT poderia ter indicado outro candidato para  substituí-lo, nem ele poderia voltar a disputar eleições em 2022 — e  ganhar.

Não chega a ser novo ver Lula fingir que não vê os crimes cometidos por  ditaduras amigas enquanto denuncia os perpetrados por inimigos  geopolíticos.

Mas continua sendo intrigante ver o tom e a ênfase com que defende  Nicolás Maduro. Parece que, quanto mais se acumulam evidências de  monstruosidades cometidas pelo venezuelano, mais o brasileiro se empenha  em absolvê-lo.

Tal postura fica ainda mais esdrúxula considerando que acabamos de  passar por um trauma que poderia ter nos lançado de novo sob uma  ditadura em que o petista certamente não seria o presidente — e que  apoiar Maduro só piora sua imagem diante dos eleitores que de fato  prezam a democracia como valor.

A única explicação possível é que Lula acredita mesmo no que diz e que,  para ele, democracia é um conceito relativo. Só é sagrada se for para  favorecê-lo. Senão, não faz mesmo diferença.

domingo, 29 de novembro de 2020

Itamaraty e Bolsonaro deveriam ser condenados, processados, indiciados, rejeitados por TRAIÇÃO À PÁTRIA - eleição do DG da OMPI

Difícil aceitar, mas é verdade. O Bolsonaro e seu patético chanceler, também chamado de chanceler templário, sub-chanceler, barata de igreja, e chanceler acidental, que é um perfeito capacho do Trump, preferem apoiar o candidato dos americanos do que um brasileiro, um técnico, que por acaso já era técnico do INPI sob os governos Lula e Dilma, e que trabalha na OMPI desde então.

TRAIDORES DA PÁTRIA, como diriam os militares...




domingo, 1 de junho de 2014

Eleições 2014: Dilma se aproxima da inelegibilidade no centro-sul do Brasil - Blog Estadao

Parece aquela propaganda: Nem a pau Juvenau (sic)!
Depois do slogan "Já deu PT", daqui a pouco o pessoal vai estar dizendo: "Não se reelege nem a pau Juvenal..."
Paulo Roberto de Almeida 


Dilma se aproxima da inelegibilidade no centro-sul do Brasil
O Estado de S.Paulo, Sexta-Feira 09/05/14
Blog José Roberto de Toledo

A pesquisa Datafolha desta sexta-feira mostra a presidente Dilma Rousseff com saldo potencialmente negativo nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Nas três, as opiniões de que seu governo é ruim ou péssimo superam as avaliações de ótimo e bom em um ponto porcentual. Está dentro da margem de erro, mas é um limiar perigoso: o histórico mostra que governantes com mais eleitores críticos do que apoiadores são praticamente inelegíveis.
O que salva a popularidade de Dilma é seu saldo amplamente positivo no Nordeste (26 pontos) e no Norte (31 pontos). Na média nacional, a presidente ainda tem nove pontos a mais de ótimo em bom (35%) do que de ruim e péssimo (26%). E é por isso que ainda é vista como a favorita a vencer a eleição em outubro pela maior parte do eleitorado nacional: 37%.
Por seu peso no total do eleitorado, o Nordeste é muito mais importante para Dilma. E é lá que o Datafolha mostra outro indicador preocupante para os petistas: a taxa de ótimo e bom do governo federal caiu 7 pontos, e a de ruim e péssimo subiu 6 no último mês. Como resultado, o saldo positivo, embora ainda alto, caiu 13 pontos. Ainda não é uma tendência, porque foi a primeira perda de popularidade da presidente na região desde novembro.
Essa divisão geográfica da avaliação do governo se reflete diretamente na corrida eleitoral. No Sudeste, Dilma está tecnicamente empatada com Aécio Neves (PSDB), segundo o Datafolha: tem 30% das intenções de voto, contra 27% do tucano. Já no Nordeste, tem quatro vezes mais que o tucano: 52% a 12%.
Entre os nordestinos, o pernambucano Eduardo Campos (PSB) aparece ligeiramente à frente do tucano, com 16% dos votos. É no Sul (19% a 8%) e, principalmente, no Sudeste (27% a 7%) que Aécio livra sua vantagem sobre o candidato do PSB. Foi esse crescimento que aumentou em 50% a distância de Aécio sobre Campos no total do eleitorado nacional.
A geografia do voto mostra ainda que caiu a vantagem de Dilma no interior do País, onde sua avaliação e intenção de voto são historicamente maiores. Nessas cidades, o saldo de avaliação que chegou a ser de 30 pontos em novembro, caiu para 12 pontos em maio – apesar de todas as suas entrevistas para rádios do interior e dos programas de entrega de máquinas às prefeituras.
A presidente continua vulnerável nas metrópoles e capitais, onde a taxa de ótimo e bom (33%) está tecnicamente empatada coma de ruim e péssimo (29%). Mas nas maiores cidades Dilma pelo menos parou de cair.